Empty escrita por RookQueen


Capítulo 3
Capitulo 03




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/547596/chapter/3

Ao voltar pra casa naquele dia, percebi a besteira que fiz ao ter permitido ele se casar com outra, quem estávamos querendo enganar? Mas agora não tinha mais jeito, e mais uma vez uma ação que fiz onde quem iria ter que limpar a bagunça seria eu. Empurrei tudo pra debaixo do tapete quando ele apareceu uma semana depois na minha casa falando que não vivia sem mim.

E mais uma vez voltamos a ficar juntos, mas ele, em nenhum momento, tocou no assunto em pedir o divórcio ou algo assim, e eu também nada comentei.

E agora eu tinha que dividi-lo com uma terceira, e gostaria de saber o que se passa pela sua cabeça em perceber que nem frequentar mais sua casa eu faço, não tenho coragem de olhar para sua cara depois de tudo que eu fiz. Sabia que não era certo o que eu fazia, e por várias vezes tentei e mandei ele ir embora da minha vida, mas era difícil.

Eu o amava, e disso eu tinha certeza, o lado ruim de está nesse relacionamento era o vazio que sentia todos os dias. Nunca me sentia completa em nada, não sei quanto tempo fiquei ali olhando o nada, mas a escuridão havia invadido aquela madrugada.

Era a hora mais escura do dia, a hora mais silenciosa, acabei despertando ao sentir meu celular vibrando. Ao olhar a tela, vi seu nome, abri a mensagem:

“Vou te buscar amanha às 8 da noite, vamos jantar juntos.”

Respondi com apenas um okay.

Cansada de ficar acordada naquele dia, apenas acompanhada com a nostalgia, resolvi ir pra cama. E assim que fechei os seus olhos, rezei para não sonhar com ele, obviamente meu desejo não foi aceito.

(...)

No dia seguinte, umas dezenove horas e quarenta minutos, já estava pronta a sua espera. Não demorou muito desde então para ele me ligar avisando que havia chegado, ao entrar no seu carro, percebi que ele estava distante, mas nada comentei, dei um selinho nele antes dele sair com o carro.

O silêncio estava presente no caminho todo para o restaurante, e aquilo me consumia de tal forma, sentia que seria nosso último jantar juntos. Sem dizer uma palavra desde que saímos da minha casa, ele estacionou e saiu do carro, fiz o mesmo.

Peeta sempre teve costume de abrir a porta do carro pra mim, mas a minha ansiedade fez com que não o deixasse ter tempo de chegar até o outro lado, o silêncio permaneceu durante o jantar também. Só trocávamos algumas palavras pra comentar alguma coisa que aconteceu e/ou falar como o jantar estava delicioso, o que era mentira, pois aquele fora o jantar mais sem gosto que eu já havia comido na vida. Não era culpa do restaurante, até porque era meu lugar preferido, era minha culpa. Nossa culpa.

Quando acabamos de jantar, ficamos nos olhando enquanto o garçom não aparecia com a conta, foram às horas mais demoradas na minha vida. Queria acabar logo com aquilo, o silencio só acabou quando chegamos na porta da minha casa, onde quebramos o gelo falando que precisávamos contar uma coisa um para o outro.

– Conta você primeiro. – Falei.

– Okay, você lembra que desde novinho eu sonho ser pai?

Fiz que sim com a cabeça e me permiti em sorrir, um ponto de esperança pousou em meu peito, mas suas próximas palavras fizeram meu mundo cair.

– A Delly está grávida.

Enquanto ele falava, eu me encostei-me ao banco e o som da sua voz foi sumindo, Peeta precisou chamar meu nome algumas vezes para eu focar nele novamente.

– Está tudo bem? – Ele perguntou– Você está meio pálida.

– Estou bem sim. Grávida hein? Que legal. Finalmente você vai ter o filho que sempre quis ter né?

– É, mas Delly... Sobre isso... Eu quero ser um pai exemplar sabe? – Eu sabia aonde ele queria chegar com isso – Não quero errar em nada, então eu acho melhor a gente terminar, não posso correr o risco de o meu filho crescer sem pai.

Era tarde de mais pra gente, ele quis dizer, era tarde demais.

– Eu te entendo, é até melhor – Falei – Era exatamente isso que iria falar, pra gente terminar.

– É? Por quê?

– Estou voltando pra Italia.

O rosto de Peeta congelou, ele sabia que nós não iríamos ter mais nada, mas ao menos me teria por perto, era o que ele tinha na cabeça, que eu iria ficar aqui pra sempre.

– Acho melhor eu ir embora – Falei abrindo a porta do carro.

– Espera! – Ele falou segurando meu braço.

Voltei a fechar a porta do carro e me virei para ele, não pude evitar que meus olhos enchessem d’agua.

– Não chora, por favor – Ele falou passando a mão no meu rosto.

– Eu posso entender Peeta, mas isso não significa que eu esteja feliz com tudo isso.

– Mas você não ia terminar comigo de qualquer forma?

– É diferente– Falei abrindo a porta de novo.

– Katniss... – Ele me chamou novamente – Me dê um beijo, nem que seja o último.

– Pra que? – Eu falei– Pra me magoar mais? Ainda não foi o suficiente pra você?

Peeta abaixou a cabeça, ali eu percebi que também não era o seu desejo isso, eu sabia que ele queria ficar comigo, mas por que isso tinha que ser tão complicado? Olhei para o seu rosto e senti aquela vontade que eu sempre tinha quando olhava pra ele. Tinha necessidade de cuidá-lo.

Passei a mão em seu rosto, fazendo-o olhar para mim, ele se aproximou e nos beijamos. Poderia ser o último beijo de nossas vidas, mas eu rezava que não.

Em seguida sai do carro e, ao voltar pra casa, coloquei a mão em cima do meu ventre. Naquela manha eu havia descoberto que dali pra frente, não iria mais me sentir vazia, tendo Peeta ou não, eu não estaria mais sozinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!