A culpa que Castiel sentia era muito grande, mas agora ele está a chorar por isso, aquilo não deveria está acontecendo. Todos se calaram com a noticia menos Anna que chorou mais ainda. Logo a voz de Lúcifer era escutada e pedindo para que a primeira cobaia viesse.

Os soldados abriram a jaula de Zacarias e o pegaram e parecia que o mesmo não resista.

– Zacarias! – Pede Castiel chorando com as lágrimas mais grosas de todas –

Zacarias sorriu e acenou para os amigos e as grades que separavam aquele quarto do estagio se abrem e logo fecham assim que Zacarias entra no estagio e um rugido alto e grosso foi ouvido.

Anna se encolhe em um canto e começa a comer o cabelo e também a chorar. Uriel não olha nada e Castiel ver o amigo ser jogado, ter a cabeça arrancada e por fim ser comido pelo monstro e as pessoas gritarem em vitoria, por fora são doces e sensível que querem a igualdade, por dentro são sanguinárias e insensíveis.

Logo Lúcifer pede para pegarem o próximo e assim se foi Uriel sem nem ao menos resistir e acenando para os amigos como um adeus.

– Uriel! – Grita Anna –

Mas diferente de Zacarias, Uriel resistiu ao monstro e não importava os socos e pisadas que Uriel recebia ele se permanece em pé ganhando o respeito de Dean que estava com os outros soldados e ao seu lado Sam.

Porém, Lúcifer viu que as pessoas estavam entediadas e também que Dean parecia feliz por Uriel resistir, Luci queria ver o mundo de Dean por água abaixo, pois o culpava pela morte de Balthazar, e logo mandou o sinal para matar o negro e foi justamente para Dean.

O loiro não queria, mas ele tinha de fazer, ele pega a sniper e aponta para Uriel, porém ele tremia tanto, mas o som da arma dispara e o loiro logo ver a mão de Sam no gatilho. Sam pediu silencio e assim continuou a batalha, com Dean se sentindo fraco e inútil.

As pessoas foram ao delírio, mas algumas jogaram alguns papeis no chão.

– Porra! Não acredito que apostei nele! – Disse um estranho –

Gabriel que estava na arquibancada soube que vários de seus vizinhos estavam ali para aproveitar o “festival”.

E assim chamaram Anna, Castiel não acreditava que a amiga que o apoiou e que o ajudou em certos momentos iria ser morta bem ali e ele não podia fazer nada. Anna resistiu aos soldados e quando as grades sobem ela olha para Castiel e diz:

– Me desculpe Castiel... Até nunca.

Então ele se lembra das últimas palavras de Balthazar, e de como a cara que Anna fez foi exatamente igual à de Balthazar, triste, até mesmo infeliz, porém, com um sorriso sincero no rosto e aquilo fez com que Castiel caísse em brandos, um choro de dar pena.

E antes mesmo que a grade tivesse tempo de fechar se via a enorme mão do monstro com suas garras cortarem Anna em longas quatro partes. O sangue jorrou alto, sujou as grades, as unhas do monstro, e também o rosto de Castiel que ficou paralisado de tanto sangue. Ele arregala os olhos.

Do outro lado, os guardas tentavam trazer a fera para longe da grade para poderem fecha-la. Dean estava louco, ele percebeu o quanto a fera ficara cada vez mais raivosa e ele sabia que agora, depois da morte de Anna, que a tal fera não iria ser legalzinha com seu namorado, se é que Castiel quer ser ainda seu namorado.

Logo se escutava baixinho, o som de um choro realmente triste, cheio de arrependimentos e Dean sabia que era de Castiel, Gabriel sabia disso até mesmo Sam sabia disso. Dean não queria ver aquilo, mas tinha de ficar ali, pois a culpa era sua e com isso tinha de ver até o ultimo Ángelo ser morto.

Após a fera ser controlada, Lúcifer chama a última cobaia e Castiel, que já estava sem esperança logo se via com uma ira gigante, ele queria vingança, pois se Lúcifer mandou foi por algum motivo e se ele quisesse alguma outra morte brutal ele está muito enganado. Castiel queria vingança.

Em meio da não resistência do moreno os soldados pegaram o mesmo e o jogaram para o meio do campo e o moreno olhou ao redor, viu as almas de todos, eram feras querendo sangue mais do que nunca, a sociedade virou assassina e ninguém se tocava disso, porém ele viu Dean e sua alma era de tristeza junto com Sam e Gabriel parecia confuso e sem saber o que fazer. Pobres almas, podres almas.

Castiel viu também a alma da fera, era um Ángelo baixo com cara de garoto inocente e ele pedia ajuda, pois estava preso em seu próprio mundo e não sabia o que fazer para sair dele, porém Castiel já tinha saído do seu mundo e por que não ajudar outra a sair também? A fera corre até Castiel e o soca fazendo que o mesmo voe até a parede, mas para a surpresa de todos, o moreno levanta e continua a fitar o monstro.

– Cas! – Grita Dean que queria descer dos muros e salvar seu amado –

Logo Sam o segura – Dean pare! Você não vai ajudar estando morto! -

– O Cas é mais importante!

Lúcifer se divertia com o sofrimento de Dean, mas não era o bastante, tinha de ser mais e muito mais, o que era justo virou corrupto e com esse pensamento ele desvia o olhar para Gabriel que de longe o encarava de puro ódio.

Gabriel ao longe via seu irmão sendo chutado e arremessado as paredes, se é fácil ver seu irmãozinho naquela situação? Não, não era, era agonizante e logo o loiro se põe a chorar baixinho.

A fera pega Castiel pela cabeça e o taca no chão e o sangue continua a voar, mas o moreno não desiste, mas logo se ver em um labirinto de corredor escuro com gotas d’água caindo do teto, era frio e assustador e logo se escutava um fugido de uma fera e quanto mais à fera do mundo real o espancava mais a fera de seu sonho gritava, ela pedia para ser solta.

O moreno tenta fugir dos gritos, porém os seus pesadelos e memórias o perseguia, as memórias de seus amigos morrendo, as mentira, o amor, e logo se via sem saída, em um beco onde a água já estava em seus joelhos e uma grade fecha-se na frente de Castiel enquanto que na vida real a fera o jogara com tanta força na parede que as pessoas ao redor sentem a pressão, certamente Castiel está morto e Dean ver seu mundo estraçalhar novamente, pois seu Cas se foi da pior maneira possível.

No mundo de Castiel, sua fera interior aparece, ela era feita da mais pura água que rugir e de suas costas, com bastante persistência, sai grandes asas negras e a grade que separa o moreno e sua fera se quebra e o moreno toca na fera que relaxa em suas mãos. Castiel sabia agora quem era de verdade, qual era o seu segredo, o que era que no começo que ele não lembrava. Sim, Castiel era a escuridão do mar. A escuridão da sociedade, um anjo caído.