A Exilada escrita por Fates Warn1ng


Capítulo 15
Dança Noturna


Notas iniciais do capítulo

Viu como eu to sendo rápido? T.T kkkkk minhas aulas vão voltar segunda, então -qqqqq Mas boa leitura xP



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/547505/chapter/15

Riven acordou exausta, no dia seguinte. Após a luta com Katarina, Nidalee a havia curado, mas aquilo não fora nem de perto suficiente para dissipar a exaustão emocional pela qual havia passado. Conhecia Katarina há anos. Ela havia sido uma grande amiga sua, no passado. E, ao perguntar a Fiora o que aconteceria com ela, a resposta foi simplesmente "Depende do julgamento". Aquilo deixava implícito que podia acontecer qualquer coisa. E levando em conta o ódio que os demacianos tinham pela Lâmina Sinistra, Riven não duvidava nem por um segundo que ela fosse condenada à morte.

Yasuo passara a noite consigo. Assim que ele chegou, Riven lhe pediu que fizesse companhia e o espadachim aceitou prontamente. Acordou de manhã com os dedos dele brincando lentamente com seu cabelo.

Fitou por alguns segundos. Ele parecia mais bonito agora do que antes, com a pequena cicatriz na altura do nariz lhe dando um charme especial. Não disse nada. Apenas deu um sorriso cálido, fechando os olhos e se aninhando mais a ele, em seguida.

Yasuo colocou a mão nas costas dela, e começou a coçar ali, com a ponta das unhas.

– Tão bem quando eu poderia estar... - Suspirou, ainda com os olhos fechados. - Katarina era cruel e me mataria, se tivesse a chance... - Disse, sentindo o ressentimento pesar em sua voz. - Ainda assim, ela era quase como uma irmã para mim.

– Sei como é... - Ele assentiu, de modo lento. - Meu irmão foi um dos que foi designado para me caçar, quando eu fugi de Ionia.

Aquilo fez Riven abri os olhos.

– Você lutou com ele?

– Eu o matei... - Yasuo respondeu, desviando o olhar.

Riven ficou alguns segundos parada, mas então, envolveu seu corpo com os braços e lhe apertou contra si.

– Eu sinto muito...

– Está tudo bem... - Ele balançou negativamente a cabeça. - Quem você acha que pode ter sido o autor do assassinato? Quem mais, no exército noxiano dominava o vento?

Riven pensou por alguns segundos. Aquela era a contenda pessoal da vida de Yasuo, e ela entendeu agora o porque. Seu irmão havia morrido. Seria frustrante para ele, que sua morte houvesse sido em vão. E seria, se não conseguisse pegar o culpado.

– Ninguém... - Respondeu então, com sinceridade. Mas então o olhou no fundo dos olhos. - Se um dia conseguirmos sair daqui, eu prometo que farei tudo que estiver no meu alcance para te ajudar a resolver esse mistério.

Yasuo devolveu o olhar, assentindo a seguir. Riven lhe piscou o olho. E então, o abraçou novamente.

O resto do dia foi corrido, embora não exatamente emocionante. Riven e Yasuo haviam sido obrigados a fazer uma turnê por Demácia, conhecendo os lugares e fazendo compras pessoais, afinal os dois não tinham, sequer uma muda de roupas. Quem os guiava era Shauna Vayne. Fiora era capitã do turno diurno, enquanto Vayne cuidava da noite, logo, a Laurent, pediu a companheira que fizesse aquilo, em seu lugar. A Caçadora Noturna era bastante reservada, com desconhecidos, de modo que apenas caminhava na frente, fazendo tudo mecanicamente. Riven tirou as medidas para uma nova armadura - aparentemente precisaria muito dela, caso fosse enfrentar Shyvana -, e então, estavam a caminho do ferreiro.

– Que ideia é essa, afinal? - Yasuo lhe perguntou então, ao ficar da situação. - Shyvana vai tentar te matar, sem dúvida!

– Não será a primeira... e eu seria inocente se acreditasse se tratar da últma.

– Até Fiora tem medo daquela coisa! - Ele tentou argumentar. Subitamente, pegou-se realmente preocupado com o fim que aquele combate poderia ter.

– E é por isso que minha vitória será valorizada!

Vayne, que aparentemente não estava prestando atenção na conversa, virou-se para a loira.

– Shyvana? - Então deu um sorriso. - Ah, isso vai ser interessante, eu aposto. - Apontou com as mãos a estrutura rústica de um prédio mal cuidado. - É por aqui. - Disse, pouco antes de entrarem. Riven e Yasuo fizeram o mesmo.

A ferraria era bem sofisticada. Haviam runas espalhadas pela parede, demonstrando que o lugar utilizava magia na confecção das armas. Tudo também era bastante limpo e organizado. Um homem careca veio andando, na direção do trio. Ele usava roupas de ferreiro, apesar de estar surpreendentemente limpo.

– Vayne! A que devo a visita? - Disse, com um sorriso.

– Eu não podia passar uma semana sem contemplar sua inestimável beleza. - A mulher disse, com um sorriso ácido. - Riven, esse é Jorn. Se existe alguém capaz de concertar sua espada, é ele.

– Riven? - O homem arregalou os olhos, surpreso. - A noxiana!?

– Eu mesma. - A loira deu um passo a frente, estendendo a lâmina. - Uma espada rúnica.

O homem pegou o cabo, acariciando de leve a lâmina.

– Interessante... que trabalho magnífico! - Disse, passando o dedo no gume. Então, colocou a mão sobre a única runa que havia sobrado. - "Viyaor". - Disse o nome dela, no antigo idioma. - Uma espada do vento... - Silenciou-se por alguns segundos, contemplando a arma.

– Você pode reforjar? - Vayne o perguntou.

– Tudo que está quebrado pode ser reforjado. - Jorn respondeu, prontamente. - Quais as runas que faltam aqui? - Tornou a olhar para Riven.

– "Hulyae" e "Tarien". - A garota respondeu, prontamente.

– Pois bem... Em duas semanas a lâmina estara pronta.

Vayne assentiu e o grupo abandonou o local.


************************


Pelo jornal, Riven descobriu que Talon também havia sido capturado. Entratanto, ele tinha levado o grupo para bem distante de Demácia. Provavelmente o plano era afastar o perigo para que Katarina pudesse agir. Então, os dois podiam voltar para Noxus. Foi um duplo fracasso.

– Bem, ao menos agora, a segurança é total. - Yasuo disse, deixando toda sua ironia habitual aparecer. - Até o julgamento.

– É... - Riven não queria pensar muito naquilo. Talon podia não ser um grande amigo, mas era um antigo companheiro de trabalho. E a loura o respeitava. - Há mais suco? - Perguntou a Gretel.

A mulher assentiu, com um pequeno sorriso, e saiu rapidamente da sala de jantar. Era a empregada que trabalhava para os Laurent. Ao menos para Fiora, já que nenhum outro membro da família morava mais ali, com exceção de Lirael.

E era ela mesma, que fitava Riven, com um certo receio. A menina tinha cerca de 11 anos, e parecia uma mini Fiora, com cabelos escuros e corpo esguio. Entretanto era mais graciosa, e Riven teve certeza que se tornaria uma mulher muito bonita. Segundo Gretel, era filha de uma das irmãs mais velhas de Fiora que havia morrido cinco anos antes.

– Está com medo de nós? Ou é só vergonha? - Yasuo disse, com um sorriso brincalhão. - Vem cá!

A garota se aproximou, lentamente, deixando bem claro que não estava muito certa acerca daquilo.

– Senta aqui. - Riven puxou uma cadeira para ela. - Qual seu nome?

– Lirael. - Ela disse então, já menos encabulada. Vergonha não era, afinal, a característica mais marcante dos Laurent. - E você é Riven.

Não foi uma pergunta. A loira simplesmente assentiu, com um pequeno sorriso.

– Ouviu falar de mim?

– Coisas terríveis! - Ela disse, arregalando os olhos. Mas mostrava curiosidade e satisfação, e não medo ou desprezo.

– Ah... isso eu quero saber. O que ouviu? - Yasuo perguntou, sorrindo.

–Ei! Seu curioso! - Riven riu também, dando dedo para ela. - Meu passado não é para sua investigação. - Ela disse, agindo como se realmente houvessem "coisas terríveis" sobre seu passado, as quais procurasse esconder desesperadamente.

– Eu tenho direito de saber. Afinal, não pretendo me casar com uma mulher terrível! - Ele disse aquilo brincando, e piscou para a noxiana.

Mas ela corou fortemente, assim mesmo, desviando rapidamente o olhar para a garotinha.

– O que você ouviu?

– Ouvi dizer que você tem a força de dez touros e que pode facilmente abrir caminho através de uma muralha de concreto, se assim for necessário. Mas também é rápida como um raio e mais habilidosa que um demônio. Que lutou contra centenas nas praias ionianas, enquanto respirava veneno. - Disse, emendando uma fala após a outra, sem pausa. - Ouvi dizer que o vento se curva a sua vontade. E que já matou um dragão.

– Talvez eu mate... - Sussurrou, muito baixo para ser escutada. Então, voltou a sorrir. - Quem dera tudo isso fosse verdade. Sua própria tia poderia me vencer em combate, se tentasse. E ele. - Apontou para Yasuo.

A garota então o olhou, como não o tivesse notado, até então.

– Você? Quem é você.

– Yasuo é meu nome. - Ele sorriu. - O melhor espadachim de vento de toda a Ionia?

– Está falando sério? - Os olhos dela brilharam.

Yasuo deu de ombros, sorrindo fracamente.

– É o que dizem.

Ela acabou assentindo, sem perder nada da animação.

– Você me ensina?

Yasuo ergueu uma sobrancelha.

– Perdão?

– Você me ensina? A lutar? Esgrima! - Fez um gesto de sacar espada, no ar.

Gretel voltou com o copo de suco e colocou diante de Riven.

– Você sabe que não é boa ideia, Lirael! - Gretel a repreendeu. - Ela é aluna de Fiora. - Disse, para os dois.

Lirael cruzou os braços, fazendo uma cara de desaprovação.

– Ela nunca me ensina nada! Está sempre ocupada demais! E quando temos tempo, nada de espadas! Eu não quero aprender a lutar corpo a corpo.

– A paciência é uma virtude importante! - Gretel tornou a dizer, pouco antes de sair do ambiente, sem melhorar o estado da espírito da criança.

Yasuo chamou-a para mais perto.

– Você tem uma espada? - Perguntou-lhe.

Lirael balançou negativamente.

– Só quando eu tiver idade suficiente para isso. - Repetiu, com desdém, uma frase que já havia escutado muitas vezes na vida.

O rapaz riu, e aproximou a boca do ouvido dela.

– Talvez eu possa lhe ensinar.... se for inteligente o bastante para arrumar uma lâmina sem que ninguém perceba... será sua primeira lição! - Ele disse para ela, piscando-lhe o olho. - Agora vá!

A garota saiu correndo, radiante. Riven não gostou nenhum pouco daquilo.

– Yasuo...

– Relaxe. Ela precisa de um pouco de treino.

O rapaz gostaria de dizer que aquilo não fazia parte da pequena vingança pessoal que planejava contra Fiora. Infelizmente, se dissesse isso, estaria mentindo.


******************


Era bastante tarde da noite, quando eles se encontraram no pátio. Uma música tranquila tocava, em uma pequena caixa de som que Fiora mantinha por ali, para acalmá-la enquanto se exercitava.

– Tem certeza de que quer fazer isso? - Yasuo perguntou, com um sorriso caloroso em seu rosto. Não é meio perigoso?

– Perigoso? - Riven lhe perguntou, franzindo o cenho.

– Sim. De eu te deixar incapacitada demais para lutar com Shyvana. - Ele sorriu, lhe apontando a katana.

– Ah, sim. - Riven devolveu o sorriso. - Eu gostaria de vê-lo tentar. - Ergueu sua própria lâmina, uma espada curta, que havia recebido mais cedo, do próprio Jorn, ao lhe entregar sua lâmina.

Yasuo sorriu novamente, antes de avançar.

As espadas se tocaram uma, duas, três vezes, mas pareciam se completar. Era como se a katana estivesse cortejando lentamente a rapieira, a medida que os encontrões enchiam o ar com o som vibrante do aço.

Os duelistas se olhavam nos olhos. Não havia a vontade de acertarem um ao outro. Parecia mais uma dança que uma luta, completamente coreografada. Dois passos para direita, um salto defensivo, e as lâminas se beijavam novamente.

Yasuo, pouco a pouco, verticalizou seus movimentos, andando sempre para a frente, sem jamais desviar o olhar. Riven se viu obrigada a recuar, para manter o ritmo. Finalmente, ela sentiu a superfície sólida de uma parede contra suas costas.

Colocou a rapieira na frente do rosto, aparando o que seria o último de todos os golpes de Yasuo. Sentia o metal frio contra sua bochecha, e a respiração de Yasuo.

Ele ainda a olhava nos olhos.

Riven olhou para cima, bastante encabulada. Havia uma espécie de insígnia, desenhado sobre a cabeça de ambos.

– O que é aquilo? O símbolo dos Laurent?

– Aposto que é... - Yasuo respondeu simplesmente, deixando sua espada cair no chão, e afastando a lâmina dela com as costas da mão.

Em seguida, a beijou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

=D Seja bonzinho e deixe um review =P



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Exilada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.