De Volta A Um Passado Semideus escrita por Fe Valdez, Wenn Ribeiro


Capítulo 5
Dança das cadeiras


Notas iniciais do capítulo

Hey hey
Passado de Grover a pedido do senhor Carlos Eduardo tutz tutz
Espero que gostem, pois nem sei se continuarei com a fic :c Tipo, não to vendo tanta graça na história e to sem tempo para escrever, sei lá. Mas é só um talvez.



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Já no bunker 9, Annabeth observava Leo tomar uma latinha de refrigerante.

– Ei Leo, você me fez lembrar de uma pessoa que eu queria saber o passado – ela comentou.

– E você fez parecer que é um antigo amigo.

– Vamos dizer que seja da época do Percy.

– Quem?

– Grover Underwood.

– Quem?

– Um sátiro.

– Treinador Hedge?

– Grover, cara. Você não o conhece.

– Tudo bem. Você quem manda – Leo disse indo para sua cadeira.

– Ok, lembre-se disso.

Os dois se sentaram e Annabeth pensou qual data colocaria para saber a infância de Grover.

– Se doze anos nossos representam uns 30 anos sátiricos, então vamos colocar uns 18 anos atrás para ver o Grover como se tivesse 5 anos.

– Tudo bem, coloca aí – Leo confirmou como se tivesse entendido tudo, o que era bem duvidoso.

Annabeth digitou a data, o nome e adicionou “Acampamento Meio-Sangue, Long Island, NY” no lugar. Então apertou o botão do Ipad.

Ela e Leo dimensionaram-se no meio de um campo de morangos, e sim, posso criar verbos como “dimensionar”.

O tempo estava ótimo, como sempre estava naquele lugar, o cheiro da colheita perfumava o ambiente, e a árvore de Thalia não estava ali, onde deveria estar quando eles olharam para o topo da colina ao longe.

– É como se nada tivesse mudado – os dois disseram juntos e depois riram do acontecimento.

– Ali está ele – Annabeth apontou para um extremo do campo de morango – O pequeno menino bode.

Leo virou a cabeça para onde Annabeth apontava e observou um cabritinho desajeitado se levantando no meio dos morangos. Na verdade, metade cabritinho, com pelo bem marrom e magrinho, como esses filhotes de bezerro. A outra metade, a de cima, era um menininho ruivo sem camisa, sua pele refletindo ao sol. Grover abaixou novamente para pegar algo no chão que lembrava uma vareta, e uma folha de papel.

Ele seguiu para fora do campo de morango, em direção à Casa Grande. Leo e Annabeth o seguiram discretamente, então Grover sentou-se na sombra de uma árvore e recostou nela, a alguns metros da Casa Grande . Grover ajustou a folha de papel no colo e levou a vareta à boca, o que fez Leo descobrir que era uma flauta. Começou a tocar uma música meio reggae e um tanto desafinada, mas após alguns segundos, uma voz grave começou a xingar em grego na varanda da Casa Grande.

Annabeth e Leo levantaram a cabeça para ver quem estava fazendo barulho e quase se desdobraram de tanto rir ao ver o que tinha acontecido. Com sua típica blusa havaiana, mas com short curtinho dos anos 90, o Sr. D estava sentado em um banquinho feito de tronco de árvore, jogando pinochle. Na verdade estava jogando pinochle, pois agora seu banco criou vida. O tronco criou raminhos na base, como pés, os quais começaram a dançar, fazendo Dionísio se sacudir na cadeira. Outros ramos começaram a brotar para cima, enrolando o Sr. D e tirando as cartas da sua mão.

Grover fez um “béee” assustado e se levantou . Sr. D o viu e gritou:

– Gunner!

Porém, uns raminhos que antes pareciam dançar Macarena, entraram na boca dele, enquanto seu banco começava a andar se requebrando. Quíron, do outro lado da mesa de pinochle, assistia rindo. Já Grover chorava, repetindo “Desculpe” e “Não me transforme em broto”.

Antes de ver o que aconteceria, aquela cena se dissolveu. Annabeth e Leo do nada apareceram sentados em suas cadeiras no Bunker 9.

– Leoooo! – Annabeth reclamou levantando seus braços.

– Desculpe! – ele exclamou. – Apertei o botão sem querer.

– Agora perdemos o possível tombo do Sr. D.

– Desculpe, só não me transforme em broto.

Annabeth começou a rir e Leo a acompanhou.

– Coitado de Grover, ele deve ter se cagado de medo. – Annabeth falou quando acabou de rir. – E então, que passado você quer ver agora?

– Eu? Hmm...

Leo olhou para Annabeth como se acabasse de ter uma super ideia, mas estivesse com medo de desenvolvê-la.

– Annabeth, será que podemos... ver como realmente foi aqueles seis meses que Hera apagou de minha mente? Tipo, às vezes eu fico pensando se isso realmente não foi verdade, pois não tem como eu ter vivido naquela Escola da Vida Selvagem se Jason não existia lá.

– Não pode ser perigoso? Tipo, voltar para um passado que você não lembra e saber de coisas que não devia?

– Sei lá, não deve ter nada de mais para falar a verdade. Eu só não queria ficar preso a lembranças falsas, entende?

– Então coloca a data aí e vamos espionar.

– Tuuuudo bem.

Leo se inclinou para a frente. Ele colocou a data que Annabeth reconheceu como 2 meses antes de encontrar ele, Piper e Jason no Grand Canyon. Digitou seu próprio nome e o nome de sua escola e apertou o botão iniciar.

Antes que pudessem imaginar, estavam no meio de um corredor escolar. As paredes eram cinza, como se tivessem sido feitas de pedra, chão empoeirado, as luzes do teto piscavam, tirando os armários escolares, havia apenas uma lata grande de alumínio no corredor, sinalizando o lixo. Parecia uma prisão.

– Pelo menos a estrutura é como minhas lembranças. – Leo deu de ombros. – Acho que aquelas portas ali dão para o ginásio da escola. – ele disse apontando para o fim do corredor, onde as maçanetas das portas estavam enroladas com uma corrente.

Na direção contrária ao ginásio, o corredor dobrava para a direita, e de lá um barulho alto de conversas e passos aumentava. Leo e Annabeth, em desespero como sempre, entraram na primeira porta que viram. Era o banheiro feminino.

– Okay Leo, escute. – Annabeth disse tirando seu boné do bolso e entregando para ele. – Ninguém daqui pode te ver, pois você já está aqui, então é melhor ficar com o boné. Já eu vou sair quando eles passarem e me fingir de aluno, para me misturar.

– Mas o Treinador Hedge vai sentir seu cheiro.

– Acho que ele não vai notar apenas mais um semideus, principalmente se você me der algum moletom seu, para esconder meu cheiro e rosto.

Deu para ouvir quando o grupo começou a passar na frente do banheiro. Leo rapidamente tirou um casaco preto de seu cinto e entregou a Annabeth, que o colocou, puxou o capuz e discretamente saiu do banheiro, seguida do Leo invisível.

O pessoal nem notou que havia mais duas pessoas entre eles, eram muitos alunos e estavam conversando. Eles pararam na frente das portas do ginásio para esperar o professor destranca-las. Leo queria ficar um bom tempo nesse passado para saber como realmente foi, mas desistiu depois que presenciou uma coisa.

Perto dele e Annabeth, eles avistaram o outro Leo segurando a mão de Piper. Eles conversavam entre sorrisos e aquela menina que implicava com Piper, Isabel, nem a incomodava. Foi então que Piper segurou o pescoço de Leo com as duas mãos e levemente o deu um beijo. Annabeth, boquiaberta, olhou para Leo, que apenas “boquiaberto” não daria para representar a cara de surpresa dele. De repente Leo e Piper do passado se assustaram com uma voz falada no megafone ao lado deles.

– Cupcakes, vocês sabem que isso não é forma de mostrar disciplina escolar. – gritou o Treinador Hedge. – McLean pagará 100 abdominais e 1 volta no ginásio. Valdez... acho que você consegue 50 abdominais.

Então o Treinador seguiu para as portas pelo meio dos alunos.

Leo ainda estava em choque quando Annabeth sugeriu para eles voltarem para o presente. Ele silenciosamente assentiu e apertou o botão.

Quando se materializaram nas cadeiras, Leo tinha os dois dedos indicadores apoiados no queixo.

– Mas era o Jason que...

– Ei, não importa o que vimos, o que seria e não é mais deve ter explicação.

– A explicação é Hera.

– Não Hera, mas tipo, quer dizer...

– Relaxa. – Leo riu. – Aquilo não me incomodou, eu nem me lembro mesmo. Vamos futricar em mais passados!


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Notas finais do capítulo

Se querem saber o passado de algum personagem, mandem por review. Sempre os lembrarei huhu. Bjos de luz.