Me afastei da porta de Gabriel com um sorriso na cara. Mas por que diabos eu estou sorrindo? Não foi nada de mais o que eu escutei, e nem foi o Enzo que falou e muito menos que “gosta” de mim, então... por que eu estou sorrindo? Não faço ideia.

Sigo andando para meu quarto, e me deito na cama, encarando teto com um ar sonhador, ouço passos no corredor vindo em direção ao meu quarto. Diabos! Será que eles perceberam que eu estava especulando por trás da porta e vieram tirar satisfação?

Enzo apareceu na minha porta só de calças de moletom, e eu quase não consigo prestar atenção no que ele quer falar, meus olhos correm por seu abdômen definido, forço meus olhos a ir para cima e olhar para a cara dele, para que ele não perceba que eu quase babava ali.

–Hey, ta tendo uma festa no Will agora, teu irmão pediu para mim perguntar se você quer ir ou vai ficar em casa? –disse ele casualmente, acho que ele não percebeu meu olhar atordoado, ou se percebeu fingiu que não notou. Eu nunca iria nas festas e Gabriel sabia disso, mas sei lá... por um impulso, tive uma tremenda vontade de ir, mas por que? Eu era uma nerd chata e sem graça, não ia em festas, mas eu simplesmente quis ir. Estranho...

–Hãã, É.... Quer dizer, vai ser legal certo? Por que não? –disse eu me levantando da cama e indo para o banheiro me arrumar, deixando um Enzo parado na minha porta, pasmo, por eu querer ir em uma festa.

–Então ta. –disse ele simplesmente e seguiu para o quarto de Gabriel que por algum motivo se mijava de rir, lá dentro, vai saber o porquê.

Entrei no banheiro e comecei de me vestir, e então, fiquei nervosa, mesmo eu já tendo 16 anos, essa é a primeira “festa” que eu vou, então... O que eu visto? Coloquei uma calça Jeans mesmo, Jeans nunca te desapontam.

Desci as escadas e encontre Gabriel e Enzo lá em baixo já me esperando, fomos para o carro dele e seguimos para a festa.

–Rine, você nunca quis ir em uma festa comigo, por que quis ir nessa? –perguntou Gabriel, me olhando pelo espelho retrovisor.

–Ah! Sei lá. –dei de ombros. –Eu só quis.

Chegamos na casa do Will, onde ia ter a festa e vimos que já estava cheia de carros estacionados por toda a rua, entramos e Gabriel logo sumiu de vista, eu fui sentar na bancada que dividia a sala da cozinha e Enzo me seguiu.

–Quer uma bebida? –perguntou ele sentado do meu lado.

–Não... –respondi simplesmente, eu não gostava de beber, achava qualquer coisa com álcool ruim. Ficamos sentados ali por mais algum tempo até que uma garota morena que estava dançando como se tivesse em uma boate veio em nossa direção.

–Enzo!! Você veio!! Quer dançar?? –perguntou ela, se esfregando nele, ela já estava bêbada, senti o cheiro de longe, ela falava isso e continuava dançando, se esfregando nele.

–Não... Vou ficar aqui com a Kate. –disse ele para ela e mandou um sorriso bem falso para ela.

–Ahh! Ela não se importa de ficar sozinha, não é querida? –Era claro que eu me importava! Por que ela não o deixava em paz? Ela não via que ele não queira ir com ela?

–Claro. –disse eu simplesmente e ela puxa Enzo para o meio da multidão. Eu fiquei observando no mesmo lugar, ela se esfregava nele, e o provocava, e ele por sua vez, até gostava, pelo menos era o que parecia, por que ele não fez menção que quer sair nem uma vez. E sabe o que eu fiz? Eu roubei uma garrafa da mão de um garoto que estava ali perto e comecei a beber. E qual foi o resultado disso?

O resultado foi: Eu dançando em cima da mesa, com várias pessoas gritando: ‘Tira! Tira! ’, mas eu nem ai estava, de tão bêbada. Sinto duas mãos me puxarem para o chão e tirando de cima da mesa e me arrastando para fora da casa. Enzo me carregava para o carro de Gabriel.

–Você é um estraga prazeres! –gritei para ele, quando ele me colocou dentro do carro e deu a partida.

–Eu sei! Mas depois você vai me agradecer. –disse ele simplesmente, com os olhos fixos na estrada, eu tento puxar assunto, mas ele não queria conversa. E quando chegamos na minha casa ele me arrastou escada acima até o meu quarto e me coloca na cama.

–Nãooo... Fica comigo?? –digo eu e agarro seu braço, fazendo birra, igual a uma criancinha.

–Não... Você não tem noção da força que eu tenho que fazer para não te agarrar nesse instante. –diz ele e sai do meu quarto fechando a porta atrás de si. Me deixando deitada na minha cama, pasma.