Acordo de Amantes escrita por Fefe Shiller


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Ontem naum deu pra postar, então esta ai espero q gostem e comentem florzinhas!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/54723/chapter/4

 

CAPÍTULO TRÊS

 

Edward voltou ao hotel depois de trocar de roupa e vestir o uniforme de trabalho. Viu que a recepcionista tentava chamar sua atenção. Ela sorriu quando o viu se aproximar.

 

- Você é o responsável por toda essa mudança? Ele fez que sim com a cabeça.

 

- Edward Cullen.

 

- Jessica! - O sorriso era amplo e convidativo, mas curiosamente Edward só pensava em encontrar Bella. Foi quando ele a viu sair da sala que ficava atrás do balcão da recepção. Excelente. Hora de colocar o plano em prática, pensou Edward.

 

Ele sorriu para ela, que parecia claramente pasma em vê-lo. E um pouco fria também. Ele não gostou nada daquilo.

 

- Edward! - Um sorriso acompanhou o cumprimento. -Não pensei que fosse vê-lo até essa hora no hotel. - Definitivamente, fria. Fria demais para que o plano pudesse ser levado a cabo. Contornou o balcão da recepção e, ao passar por ele, Edward a tocou no braço. Ela praticamente deu um salto.

 

- Esse é o primeiro contrato da empresa desde que assumi e é muito importante para mim. Quero garantir um trabalho de qualidade.

 

Ela não estava prestando atenção em nada do que ele dizia. Tentava escapar, se desvencilhar dele. Edward não gostou daquela atitude que estava arruinando seus planos de mudar a imagem que Bella fazia de si.

 

 

 

- Gosta de Christchurch? - Jessica perguntou.

 

- Gosto, estar aqui me possibilitou rever velhos amigos - ele respondeu, lançando um olhar significativo para Bella. Uma perda de tempo, pois ela evitava encará-lo. Estava vermelha como um tomate. Edward desejou que ela assumisse o jeito provocador da noite passada. Tinha o palpite de que havia muito mais por debaixo da máscara de mulher calculista que Bella usava. E queria ajudá-la a encontrar o que tentava esconder. Estava lhe fazendo um favor, não estava?

 

Mas o favor estava sendo boicotado. Ela fugia dele.

 

- Pode me providenciar aquelas estatísticas até o final do dia, por favor? - Bella perguntou a Jessica, que se encrespou antes de fazer um gesto afirmativo.

 

Edward apenas recebeu um aceno de Bella e ela voltou a desaparecer, a figura pequena e frágil movendo-se o mais rápido possível para longe dele. Ignorando os sorrisos que Jessica lhe investia, Edward foi atrás de Bella.

 

Bella correu para sua sala. Precisava de privacidade. Era assustadora a velocidade com que ele agia. Bella não podia seguir adiante com aquilo. Ele a desconcertava fácil demais. Quase teve um ataque do coração ao vê-lo na recepção com aquela camisa justa e calça jeans marcando as pernas fortes e longas.

 

A relação dos dois era uma farsa, mas a reação física que ele provocava nela era bem real... vivaz.

 

Um minuto depois, o próprio apareceu na porta da sala dela. Entrou e fechou a porta.

 

 

 

- Bella, não vai funcionar se permanecer indiferente toda a vez que me aproximar de você.

 

- Edward, isso não vai funcionar de maneira alguma. Vamos esquecer essa idéia sem pé nem cabeça.

 

- Tarde demais, o show já começou. E não pode parar.

 

- Edward.

 

- Precisa relaxar, só isso. - Ele a ignorou. - Acho que só precisamos de um pouco de prática.

 

- Prática?

 

- É, prática. Você precisa se sentir mais confortável comigo. Vamos começar com o básico. Tire o casaco.

 

- O quê? Ele suspirou.

 

- Bella, faz 28 graus lá fora e aqui está tão quente quanto. E você está toda coberta, como se fosse pleno inverno. Precisamos ver um pouco de pele.

 

- Pele?

 

- Contato. Amantes gostam de se tocar, Bella. Esse é o lance. Ninguém vai acreditar que somos um casal ardente se não rolar um contato. - Ele revirou os olhos, demonstrando certa impaciência. - Tire logo esse casaco.

 

Sem dizer uma palavra, lentamente, ela desabotoou o casaco preto.

 

De vez em quando, tirava-o, quando estava sozinha em sua sala. Gostava dele. Passava uma imagem mais profissional. Além disso, por baixo vestia apenas uma camiseta branca e simples. Ela hesitou, os braços ainda estavam cobertos pela manga, enquanto os cantos da boca de Jake erguiam-se em um sorriso, aumentando ainda mais a temperatura do corpo de Bella.

 

- Tire, Bella. Tire.

 

Praticar. Só isso. Está tudo sob controle. Deixou os braços deslizarem para fora das mangas e o casaco caiu, tocando o chão.

 

- Muito bem, agora vamos ao que interessa. Vou me aproximar, como fiz mais cedo, e acariciar de leve o seu braço. - Ele avançou. - Não, não dê um pulo nem me olhe como se eu fosse dar um tiro em você. Tem de fingir gostar do meu toque, querer mais.

Ai, muito mais.
Bella fez de tudo para ficar imóvel, relaxar.
- Melhor assim. - A voz dele se tornou mais baixa, mais suave. Sexy demais. Os dedos voltaram a deslizar sobre o braço dela, e então contornaram a alça da camiseta, arrastando-a para o lado, gentilmente, e desnudando todo o ombro de Bella.
- Bem melhor.
Fascinada, ela viu que o verde dos olhos de Edward escurecia ao mesmo tempo em que ele delineava sua clavícula com o dedo. O calor daquele dedo a queimou e os pulmões ficaram sem ar.
Edward ergueu bruscamente a cabeça e se concentrou.
- Bem, olhe para mim e imagine que sou um cara muito atraente.
Aquilo só podia ser um pesadelo, pensou ela. Ele a pegou nos ombros.
- Pense na sua fantasia mais incrível e finja que estou nela, está bem?
Não era necessário fingir. A fantasia mais incrível que tinha estava de frente para ela. E o problema era que continuava sendo apenas uma fantasia.
- Bem melhor. Continue me olhando nos olhos. 
Não poderia desviar, mesmo se quisesse. Ele parou de dar instruções. Ela devia estar progredindo, pensou. Ele emoldurou o rosto dela com as mãos. Bem suavemente tocou a fronte de Bella com o polegar. A visão então ficou encoberta quando ele se inclinou, substituindo o dedo pela boca. Gentilmente, roçando o nariz na testa dela, lentamente, provocando-a na bochecha. Bella não pôde evitar senão mudar o ângulo da cabeça para sentir melhor o hálito quente de Edward.
Não pôde evitar se virar de leve para que os lábios dele se movessem para mais perto dos seus.
- Ai, Edward.
Era tão fácil fechar os olhos e imaginar que aquilo era real. Contudo, apesar dos lábios de Edward estarem perigosamente próximos, eles não se aproximavam. E então ela se lembrou das regras dele. Nada de beijos quando houvesse motivos ocultos, com segundas intenções. E havia um motivo ali: praticar. Nada além de uma encenação amorosa. Não significava nada para ele. Um favor para uma amiga.
Recobrou a sanidade e lembrou-se de que não tinha nada a ver com as garotas que Edward já havia namorado. Era mais baixa do que a média. Morena. E não tinha os seios turbinados. Droga, pensou, se fosse completamente honesta admitiria que nem precisava usar sutiã. É geralmente não usava, como hoje.
Claro, ele não estava interessado. Estava apenas ajudando uma vizinha a quem nunca tinha visto com segundas intenções. Provavelmente, ainda a considerava a menina magrela que um dia encontrou no parque chorando.
Ela o empurrou.
- Chega de praticar, Edward. Acho que já entendi.
Ele recuou na mesma hora e um leve rubor evidenciou-se nas bochechas dele.
- Sem problemas.
Ficaram se olhando em silêncio. Ele, parado, mãos enfiadas nos bolsos. Ela, tentando controlar a respiração ofegante. Não queria que soubesse quão incrivelmente ele a afetava. Tinha de ir embora naquele instante ou acabaria se humilhando por completo.
- Nos vemos lá, no campo de obras, em breve.
Ele ficou em silêncio por alguns segundo, observando-a, e então se afastou.
- Ótimo.
A porta foi fechada e ela começou a tremer. Olhou os mamilos e viu que estavam embaraçosamente excitados. Apanhou o casaco no chão. Não podia esquecer que aquilo era um jogo. Não a tocava porque estava interessado nela; estava se divertindo. Passando o tempo. Ao contrário dela.
O telefone tocou.
- Oi, Rose.
Rosalie, irmã de Bella, grande conhecedora da música clássica, amante de música country e violinista também era a melhor amiga de Alice, irmã de Edward.
- Como anda a cidade de Wellington?
As duas estavam no último ano da faculdade de música.
- O período de provas acabou. Agora estamos desempregadas e, em breve, sem teto.
- Sei. - Bella não pôde reprimir a risada. Devia ser severa, mas com Rose nunca funcionava.
- Mas antes vamos fazer uma viagem. Quanto à festa de formatura, posso convocar você?
- Sabe que pode contar comigo. Sempre.
- Alice disse que o Edward vai passar um tempo em Christchurch em breve. Você deve esbarrar com ele.
Bella revirou os olhos.
- Talvez.
- Tenho de ir. Alice já está no carro com o motor ligado.
- Não faça nada que eu não faria. A risada foi levemente ofensiva.
- Mana, assim você não me deixa nenhuma opção. A linha foi interrompida. Bella pôs o fone no gancho,
com um sorriso pequeno nos lábios. O pai não via com bons olhos a amizade de Rose com Alice. Achava que a amiga da filha era uma má influência. Se ao menos soubesse que era o contrário. Quando Rosalie saiu dos trilhos, foi Alice quem a ajudou a voltar para os eixos.
Bella sentou-se e voltou-se para a planilha do dia anterior, motivo de tanta dor de cabeça. O nível de concentração que conseguia dedicar ao problema não chegava nem perto do que havia logrado ontem.
Ajeitou o cabelo para trás do coque e tentou ignorar a brasa que queimava o ombro onde ele a tinha tocado.
Tentou parar de se perguntar em que parte do edifício ele estaria agora, quando voltaria a vê-lo e o que faria quando o fizesse. Também tentou parar de pensar no que ele faria se estivesse realmente interessado por ela e a platéia desaparecesse.
Escondeu-se em sua sala a maior parte do dia.
Até ser obrigada a ir à recepção buscar alguns papéis. Não dava mais para adiar, pois sem os documentos não conseguiria fazer progressos.
- Já providenciou aquelas estatísticas para mim, Jessica? A careta que a mulher fez respondia à pergunta.
- Preciso dessa coleta de dados para hoje à noite - respondeu Bella sem conseguir disfarçar a irritação.
- Temos estado na maior correria durante todo o dia. Bella não queria saber de desculpas.
- Jessica, eu disse que precisaria disso até o final do dia.
- Até parece que vai conseguir fazer muita coisa hoje à noite. - A voz vinha de trás de Bella.
Edward apareceu e se posicionou ao lado dela. Abraçou-a e a cumprimentou em voz baixa e vagarosa. Os olhos demonstravam intimidade e sensualidade.
Teria ficado muito irritada não fosse pela enorme surpresa e pela cara de espanto de Jessica. A mulher disfarçou na mesma hora, mas já era tarde. Bella não tinha condições de discutir ou reclamar com Edward. Ainda mais com a pressão nada sutil dos dedos dele sobre seus ombros.
- Querida, é hora de ir para casa. Chega por hoje, não acha? Tenho outros planos para você. - A maneira como falou não deixava dúvidas sobre a natureza indecente daqueles planos. Os dedos pararam de massagear para acariciar os ombros de Bella. Ela podia sentir o calor que ele emanava, apesar do grosso tecido da jaqueta. A lembrança do "treino" da tarde voltou com tudo em sua mente.
Jessica assistia a tudo boquiaberta e Bella esboçou um sorriso - não era enorme, mas era um sorriso.
- Amanhã, pela manhã, Jessica? Vou precisar mesmo disso assim que chegar.
- Certamente que sim.
O braço de Edward a envolveu e ele a pegou na mão. Era quente e firme. Tanto toque estava fazendo loucuras no interior dela. Ele a olhava intensamente e parecia ter se esquecido da presença de Jessica.
- Nos vemos de volta, aqui, em dez minutos, está bem? Só preciso resolver mais uma coisa.
Profundamente consciente da cara de boba de Jessica, que estava boquiaberta,
Bella foi obrigada a consentir. Os olhos de Edward transbordavam de jocosidade e Bella não via a hora de ficar a sós com ele para lhe dizer poucas e boas.
Saiu do elevador e foi apressadamente para sua sala. Quando se deu conta estava desligando o computador e arrumando a maleta para ir embora. Nem lhe passou pela cabeça concluir as tarefas do dia. Ah, continuaria no dia seguinte.
De volta à recepção, exatamente dez minutos depois, viu que ele a esperava, com a jaqueta sobre o ombro e um sorriso brilhante estampado no rosto. Saíram juntos sob os olhos atentos de Jessica. Minutos depois, já na rua, ele continuava ao lado de Bella.
- O que está fazendo?
- Acompanhando você até em casa.
- Não precisa. Jéssica acreditou em tudo.
- Mas eu quero levar você em casa.
As batidas do coração de Bella aceleraram sutilmente, e não era por causa da caminhada.
- São apenas 10 minutos andando.
- É mesmo? O hotel onde estou também. Para qual lado é?
Percebendo que não conseguiria se livrar dele, e secretamente contente com isso, seguiu o caminho de casa.
- Por que não quis ficar hospedado no Sanctuary? Edward balançou a cabeça.
- Precisava de certa distância do trabalho. Estou em um Apart-Hotel, o Hagley Towers.
Bella conhecia o prédio. Ficava a cinco minutos de sua casa.
- Tem uma vista bonita?
- Bem bonita. Dá para o parque. E tem piscina, sauna e sala de ginástica.
- Gosta de morar no centro da cidade?
Ela fez que sim com a cabeça. Achava prático morar perto do hotel. Com uma carga horária pesada de trabalho era bom poder chegar em casa em poucos minutos de caminhada.
- Eu também. Tenho um apartamento no centro de Auckland.
Claro que ele gostava de morar no miolo da cidade para aproveitar ao máximo a vida noturna do lugar. Ela apostou que ele deveria ter dificuldades para decidir quem, da extensa lista, convidar para jantar. Ela não. Apenas gostava de ficar perto do trabalho. O que confirmava a imagem de workaholic chata que passava para todos. Desejou que ele não tivesse querido levá-la até em casa. Ele era tão atraente. Contudo, quanto mais tempo passava com ele, mais via quão diferentes eram. E como seria difícil para ela seguir com o plano sem grandes conseqüências para ele.
- A gente devia tomar um café um dia desses - ele disse descontraidamente. - Como você gosta?
- Preto e bem forte.
Bella pensou que ele a acharia uma fresca com seu descafeinado e leite de soja com gotas de baunilha. Ficou ainda mais abatida.
Para a sorte dela, logo chegaram na rua onde morava. Era uma mistura interessante de edifícios bem modernos - quase todos em branco, com detalhes em madeira, concreto e gesso. Ao redor havia algumas remanescentes casas de madeira com vastos jardins, que, no passado, haviam dominado toda aquela área!
Ao chegarem no portão da casa de Bella, ele parou com uma expressão de surpresa.
- Você mora aqui?
Ela respondeu com a cabeça. Teve muita sorte em encontrar aquela casa. Ainda na faculdade, pedira um financiamento para comprá-la, e pagava as prestações desde então. Faltava muito pouco para quitar a hipoteca. 
Precisava de muitos reparos, mas era sua casa.
Ela seguiu o olhar dele sobre a fachada.
- Não gosta?
Havia um pequeno jardim na parte da frente. O ar estava carregado com o perfume de pêssegos e rosas.
- Claro que gosto. É incrível. Apenas... Não esperava. Uau. Está sentada sobre uma mina de ouro.
Era verdade. As empreiteiras não perderiam tempo em destruir a casa e construir minúsculos apartamentos no lugar.
Ele a fitava pensativo. Passou os olhos pelo terninho dela e, de súbito, Bella soube no que ele estava pensando. Ele também a via superficialmente. Até aquele momento havia achado que Edward era exceção. Queria ter acreditado que ele via além do estereótipo de mulher careta e viciada em trabalho ao qual a vinculavam.
- Não vai me convidar para entrar?
- Como? - Havia coisas lá dentro que ela não queria que ele visse. E também precisava ficar longe dele por um tempo. Ele estava acostumado ao tipo casual, descontraído e divertido. Ela era intensa demais para Edward. Naquele momento, precisava de uma taça de vinho branco bem frio, e de tempo para trabalhar no projeto. Nada de pensar ou sentir. Precisava afugentar o desejo que deixava o corpo no limite.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai será q ela vai deixar ele entrar???
só no proximo capitulo então comentem!!