Corações Problemáticos escrita por Yure


Capítulo 9
Perdidos


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!



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Felizmente eu arranjei um jeito de me comunicar com ela. Um jeito que não seja por sinal de mão. O tradutor do meu celular. Eu escrevia em minha língua e traduzia para italiano, quando ele queria falar algo ela escrevia e então traduzia para minha língua, nossas conversas ficaram muito demoradas, mas pelo menos eu aprendi um pouco de italiano.

Nós andávamos de mãos dadas como um casal de irmãos. Algumas pessoas nos paravam e faziam perguntas ou sei lá o que ele diziam, a garotinha respondia algo, então eles faziam as mais estranhas reações. Alguns me cumprimentavam, outros me davam presentes e alguns até me davam Euros. A moeda que circulava pela Italia. Percebi que andar com essa garotinha não seria uma coisa ruim, se não fosse pelo fato de já ser noite e também pelo fato de eu estar perdido.

Passamos por varias ruas, casas e alguns restaurantes. A mãe dela era tão distraída assim que até agora não percebeu que sua filha está desaparecida, será que mandou alguém atrás dela ou está procurando por ela agora mesmo? Eu perguntava por ela, com a ajuda do tradutor é claro, para todas as pessoas que encontrávamos, mas ninguém a viu.

–- Acho melhor pararmos para descansar. – Afirmei.

Ela entendeu depois que eu traduzi então nós paramos em um pequeno restaurante e comemos, eu paguei com os Euros que ganhei de presente. Então seguimos nosso caminho, e eu mal sabíamos onde estávamos, acho que Alex e os outros também devem estar me procurando. Mas pelo menos eu estava me distraindo dos pensamentos que estavam me deixando tristes hoje mais cedo.

Eu já estava preocupado, já era noite, tarde logo todos as lojas e outros lugares começaram a fechar, seus donos começaram a irem embora e nós ainda procurávamos por alguém.

–- Eu acho que estou muito ferrado – Disse olhando para a lua no céu – Mas você é a criança aqui, então você é a prioridade. Ah, cara, onde sua mãe está?

Ela na entendeu. Somente algumas coisas que ele já tinha aprendido graças a mim. Eu descobri que seu nome era Annabelle. Ela tinha cinco anos, se perdeu de sua família na praia, mas creio que eles não estão lá já que nós também nós estamos, e eu não fazia a mínima ideia de onde a praia ficava agora que já andamos tanto pela cidade. Eu estava apenas seguindo meus instintos.

–- Você não entendeu nada certo, Anna? – Ela me olhou confusa, talvez porque eu havia dito seu nome – Tudo bem, agora eu definitivamente vou achar sua mãe. Vamos!

Segurei a mão dela e estava preparado para ir quando fui interrompido.

–- Annabelle? – Alguém disse atrás de mim.

Me virei e dei de cara com uma mulher. Ela olhava a garotinha com lagrimas nos olhos, ela correu até a garotinha e a abraçou fortemente. Eu suspirei aliviado, estava perdido e tudo mais, porem era sempre reconfortante ver uma cena igual essa, Annabelle encontrou sua mãe.

A mãe dela tinha cabelos castanhos e olhos verdes. Vestia um vestido simples marrom e segurava uma cesta nas mãos, ela parecia sei lá, algum tipo de camponesa do passado.

Ela me dirigiu um sorriso e disse algo que eu entenderia em qualquer língua.

“Obrigada”.

–- Não foi nada – Eu disse meio sem jeito. Ela percebeu que eu falava em outra língua.

Sorri de volta assim ela entendeu o recado, mas quando estava para partir Annabelle me puxou pela camisa, sua mãe disse algo então ela retrucou outra coisa e eu estava totalmente perdido no meio daquela conversa já que não entendia nada.

–- Você está perdido? – Legal! Ela falava minha língua! Seu sotaque italiano deixava tudo um pouco estranho, mas finalmente alguém com quem eu podia conversar.

Quanto a pergunta dela, eu acenei com a cabeça. Ela riu.

–- Você pode ficar em minha casa essa noite. Considere como um agradecimento.

–- Hã... Ok, tudo bem.

Annabelle pulou de alegria quando sua mãe deu a noticia de que eu ia ficar lá. Nós andamos até a casa dela era uma casa simples de madeira, mas era grande por dentro apesar de não parecer.

As duas moravam sozinhas. Mas a casa tinha mais um quarto, que segundo Diana a dona da casa ele pertencia a seu filho que já não morava mais com ela. Então esse era o quarto que eu ia ficar.

Ela cozinhou para nós e logo alguns minutos depois Annabelle foi dormir. Eu pude tomar um banho e usei algumas roupas que eram de seu filho, mesmo que elas tenham ficado um pouco grandes em mim. Nós passamos o resto da noite conversando e rindo enquanto contávamos de nossos problemas um para o outro.

–- Então você está de férias aqui e acabou se perdendo da casa onde estava? – Ela me perguntou enquanto ria

–- Isso mesmo. Eu conseguia achar a casa dela graças ao reflexo do sol, mas eu acabei andando demais e por muito tempo, então o sol se pôs e eu me perdi. Porem eu encontrei a Anna.

–- Bem, então não foi de todo uma coisa ruim certo? Se não tivesse se perdido eu ainda poderia ainda estar procurando por minha filha.

–- Vendo por esse lado você pode até estar certa. Mesmo assim eu acho que o pessoal pode estar muito preocupado comigo agora.

–- Mas você vai voltar, então está tudo bem.

–- Você tem razão.

Ela começou a recolher os pratos da mesa

–- Deixa que eu ajudo você – Eu disse pegando os pratos de sua mão. Mas meu rosto ficou vermelho já que por um momento nossas mãos se tocaram

–- T-tudo bem – Ela disse enquanto arregalava um pouquinho os olhos, seu rosto também estava um pouco vermelho.

Eu a ajudei com os pratos, mas agora havia um silencio constrangedor na cozinha. Eu queria bater um prato em minha cabeça para deixar de ser idiota. Mas o que foi isso que aconteceu mais cedo? Eu comecei a olhar para os porta retratos espalhados pela casa, como um meio de distração. Percebi que todas as fotos em que Annabelle aparecia era somente com sua mãe e algumas com seu irmão mais velho. Mas umas mais antigas tinha um homem junto com eles e não tinha a garotinha.

–- Meu marido morreu há algum tempo atrás – Ela disse – Antes de Annabelle nascer. Eu estava com três meses de gravidez quando ele morreu. Eu criei a Belle sozinha desde então, somente com meu filho mais velho, mas ele também cresceu e se mudou daqui.

–- E ela sente a falta de alguém assim? Um pai?

–- Ela as vezes fica um pouco triste quando vê outras crianças com suas famílias e me diz que queria ter um pai também.

Annabelle também sentia a mesma coisa que eu, mas no meu caso era meu problema que me impedia de viver em paz com a minha família, no caso dela era a ausência de uma figura paterna.

Nós ficamos mais algum tempo em silencio.

–- Acho que vou dormir agora. Você já sabe onde fica seu quarto, certo? – Ela se dirigiu a um cômodo da casa.

–- Bounanotte – Eu disse.

–- Ei, isso é italiano. Você está aprendendo. Bounanotte.

Eu me deitei em minha cama, consegui ficar acordado apenas por alguns minutos, então adormeci.


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Notas finais do capítulo

É, o destino sempre é algo incerto... Isso ai, espero que tenham gostado e até a próxima!!!!
Nomes, sobrenomes e palavras italianas foram todas adquiridas no Google.com XD



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