Temos que esperar 30 segundos antes de sairmos do círculo, mas parecem uma eternidade. Vejo Mayra em um círculo muito distante de mim. E james.. está do meu lado, ainda machucado. No círculo de cada tributo tem uma linha reta, que leva á cornucópia. Lá tem tudo de que precisamos, armas, comida, e mochilas com kits médicos. Mas seguindo o conselho de Johanna, vamos correr o máximo que conseguirmos, na direção oposta, para a floresta.
Assim que os 30 segundos terminam, ouço o mesmo som agudo do treinamento, indicando que começou.
Todos os tributos correm para a cornucópia. Eu seguro a mão de James e corremos para a floresta. Não vamos tão rápido, porque James está machucado, mas ao menos conseguimos uma boa distância dos outros tributos.
–Podemos parar agora?- Diz ele, visivelmente cansado.
–Claro, já estamos longe o bastante-
–Você parece conhecer muito bem esse lugar-
–E eu conheço. Brincava aqui com Jake quando era criança-
Jake.. lembro dele jogado no chão, cheio de sangue, e começo a chorar.
–O que foi?-
–Quando eu entrei naquele tubo idiota, dois guardas trouxeram meu irmão, ele estava inconsciente, e tinham machucado muito ele. E a culpa é minha, Mayra fez isso porque eu a desafiei-
Sento no chão e coloco o rosto entre as mãos. James se senta ao meu lado com dificuldade, e me envolve em um abraço.
–Eu sinto muito-
–E os meus pais? O que será que fizeram com eles?-eus pais sempre viveram na vila dos vitoriosos, não é muito longe da floresta. Será que eles estão em casa? E se estiverem, será que podem ouvir o que está acontecendo aqui?
–Seus pais devem estar bem Kath, é isso o que ela queria. Te deixar assim-
–Eu sei-
Ficamos um longo tempo só sentados no chão, então James diz:
–Acho que a gente deveria ter tentado pegar alguma coisa na cornucópia. Vai ser difícil se virar por aqui sem nada-
–Não, não vai. Eu cresci aqui, lembra? Sei onde podemos conseguir água, e meus pais tem um livro com várias plantas, sei de algumas que são comestíveis-
–Graças a Deus por isso- Ele diz sorrindo.
–Lembra que Gale disse que caçava aqui com a minha mãe?-
–Lembro. Por que?-
–Ele disse que ela escondia os arcos nas árvores. Sei que faz muito tempo, mas.. você acha que eles ainda podem estar lá?-
–Hm, não sei. Mas você não pode sair por ai procurando em todas as árvores-
–É a nossa única opção-
Levanto e estendo a mão para ajudá-lo a levantar. Passamos o dia procurando nas árvores, e nada. Quando estou quase desistindo, eu encontro.. Um arco escondidinho em uma das árvores, e 5 flechas.
–Eu não acredito que você achou mesmo- Ele diz ao se aproximar, sorrindo.
–Agora precisamos de algo para você-
–A gente encontra alguma coisa por ai-
***
Já é quase noite, e começa a escurecer. James e eu pegamos algumas raízes e frutas, não mata totalmente a fome, mas ajuda.
–Precisamos atrair Mayra, para que isso acabe sem tantas mortes-
–O que podemos fazer?-
Antes de James responder, ouço um barulho vindo de trás de uma árvore, ficamos em silêncio, prendendo até a respiração. O barulho vai ficando cada vez mais alto, parece o barulhinho que você faz quando pisa em folhas secas.
Ergo o arco, mesmo sem ver ninguém. Alguns segundos depois, um grupo de 5 pessoas saem de trás de uma árvore, com as mãos levantadas, para mostrarem que estão desarmados. Eles se aproximam de vagar, e o homem que vem na frente diz:
–Não somos uma ameaça, deixamos nossas armas escondidas atrás daquela árvore. Eu sou Jeferson, esses são Noah, Robert, Emma, e Júlia. Estamos aqui porque queremos ajudar.. Somos das cidades, viemos para ajudar nossas famílias. Mayra subornou alguns tributos para ajudá-la a achar você-
–E por que vocês iriam querer ajudar?- James pergunta, desconfiado.
–Por que detestamos os jogos, tanto quanto vocês- Responde Jeferson.
Olho para James, ele pensa por um instante, entāo diz: -Tudo bem. Alguma idéia?-
–Mayra não está acostumada com a floresta, ela vai ficar na cornucópia o máximo de tempo que conseguir. Só precisamos ir até lá sem ser pegos pelos tributos-
Responde uma menina loira atrás de Jeferson. Acho que ele disse que seu nome era Emma.
–Vocês já tem um plano?-
–Claro. Conheço minha irmã como a palma da minha mão-