Todos Gostam Dela escrita por Codinome K


Capítulo 13
Preocupação?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546688/chapter/13

LUCY

Eu não tenho a mínima ideia de como resolver isso.

Se for colocar todas as cartas na mesa, haviam Gray, Jellal, Rogue, Sting e Loke, certo? Natsu anda estranho, mas me recuso a acreditar que aquele chilique dele realmente foi por ciúme. Deve ter sido só orgulho de homem, certo? Talvez Gajeel esteja enganado.

— Ah é? E por acaso gostaria de compartilhar comigo esse incrível plano, Bunny Girl? – pergunta Gajeel, arrancando-me de meus devaneios.

Olho-o por alguns instantes no mais absoluto silêncio, respiro fundo e digo:

— Quer saber? Foda-se.

Gajeel fica surpreso com a resposta direta, e logo franze as sobrancelhas.

— Como assim 'Foda-se', mulher? – questiona ele, olhando-me como se eu fosse louca.

Dou de ombros.

— Ah, fala sério! – exclamo, começando a ficar com raiva. – Por que eu tenho que resolver uma treta que eles criaram? Quer dizer, tudo bem que eu posso ter ficado com vários deles, mas – mostro minha mão para ele e aponto para o anelar vazio. – eu sou solteira, e eles todos também. Então por que caralhos eu preciso resolver alguma coisa? Eles que se entendam sozinhos, vou fazer o que eu quiser.

Gajeel me olha com as sobrancelhas arqueadas, então cruza os braços e se encosta nos armários.

— Infelizmente não posso refutar nada do que disse, Bunny Girl. – começa ele, olhando para além de mim, a cabeça longe. – Mas acho que você é boazinha demais pra suportar caso a amizade entre eles acabe por sua causa.

Faço uma careta, meu peito abriu um buraco com suas palavras.

— A amizade deles não é frágil assim, mesmo estando aqui à poucos dias, posso sentir isso. – digo convicta. – Eles vão conseguir passar dessa fase e vai estar tudo no mais perfeito controle.

Gajeel pondera minhas palavras com uma expressão pensativa, então dá de ombros.

— É, acho que talvez eu esteja me preocupando demais. – conclui ele por fim, me arrancando uma risadinha. – Mas você não gosta gosta de nenhum deles?

— Não. – digo imediatamente, sem hesitar. – Gosto de todos eles como os incríveis amigos que são, mas não sinto nada de outro tipo por nenhum não.

 

 

NATSU

— Parabéns, imbecil. – diz Gray, levantando-se e parando a minha frente. – Conseguiu ser mais babaca do que pensei que era.

Levanto os olhos para ele sem me mexer de onde estava, sentado na mesa, e faço uma careta.

— E menti? – pergunto.

Vejo como uma câmera lenta o punho de Gray cortar o ar e atingir meu nariz com toda a força, jogando-me no chão do outro lado da mesa.

Toco a mão no nariz quebrado e vejo jorros de sangue, a dor daquele ferimento não era nada perto da decepção que eu sentia por mim mesmo.

— Você é patético. – grunhi Gray, havia andado até o meu lado e estava de pé, encarando-me com desprezo. – Quando voltar para cá, vai ter que pedir perdão para aquela garota de joelhos. Ela não fez nada de errado.

— Vai dizer que você também não fica incomodado quando ela fica de graça com outro cara? – cuspo sangue, o soco também cortou meu lábio superior. – Não só você, todos vocês. – acuso, apontando um dedo ensanguentado para cada um dos garotos.

— Não é porque me irrita que eu preciso sair humilhando as pessoas por aí. – diz Gray, com um ar superior que estava realmente me irritando. – Enquanto a Lucy estiver solteira, ela faz o que bem entende, e ninguém, repito, ninguém, tem direito de criticá-la por isso.

Balanço a cabeça com força e dou um murro no chão.

Gray está certo.

Não que eu fosse admitir isso depois dele ter me socado desse jeito.

— Se você diz... – digo, forçando o sarcasmo que não sentia. – Eu que não questiono o canil da Lucy.

Gray escuta isso e já tenta avançar em minha direção, mas Sting põe a mão em seu peito e o para.

— Ele ainda é seu amigo. – é tudo o que Sting diz.

O peso daquelas palavras pareceu atingir Gray como uma facada, a expressão enraivecida se desfaz e ele encara Sting, sério.

— Justamente por ser. – responde baixinho, e sai andando para onde Lucy fugiu a passos pesados.

Os outros apenas se dispersam com expressões indignadas, nenhum olhando para mim mais de uma única vez.

Quase sentia falta de tanta gente me desprezando ao mesmo tempo.

 

 

LUCY

Sem que eu percebesse, Gajeel havia me levado até um dos jardins da Academia. Escolhemos um banco perto dos lírios e nos sentamos ali, apoiei minha cabeça em um de seus ombros e suspirei profundamente.

— Pensando bem, foi realmente bem rude da parte do Natsu me dizer aquilo de repente. – comento, olhando para o jardim.

— Foi sim, ele deve estar realmente muito apaixonado para deixar as emoções controlarem ele desse jeito. – responde Gajeel, e pelo seu tom eu sabia que ele estava sorrindo.

Levanto um pouco a cabeça e o olho de canto.

— Natsu não está apaixonado por mim, Lata de Lixo. – digo, e ele ri alto desta vez.

— Sinceramente, Bunny Girl! – exclama ele, e faz menção de dizer mais, mas parece voltar atrás e me olha com uma expressão divertida. – Deixa pra lá. O que a senhorita acha que acontece com ele, então?

Dou de ombros e volto a me encostar em seu ombro, fitando o jardim.

— Orgulho masculino, talvez? Eu li uma vez que homens são instintivamente muito competitivos. Talvez Natsu só esteja se sentindo assim. – digo simplesmente.

Gajeel permaneceu tanto tempo em silêncio que tive que levantar a cabeça e olhá-lo.

Ele me encara.

— Olhe nos meus olhos e diga que realmente acha que é isso que está acontecendo com o Geleia. – desafia ele.

Ergo uma sobrancelha e aproximo meu rosto do dele, os narizes quase se tocando, eu podia ver os detalhes de cada um de seus piercings.

— Eu realmente acho que é isso que está acontecendo com Natsu. – confirmo séria.

— Estou atrapalhando alguma coisa? – pergunta uma voz que assusta nós dois, fazendo Gajeel recuar a cabeça com tanta força que bate a parte de trás de seu ombro no banco.

— Ai! Que merda, Gray! Faça barulho quando estiver se aproximando! – grunhi ele, massageando a área.

— É ruim chegar em silêncio assim, né? – comento com um sorriso sacana, e ele bufa.

— Hã... Certo. – diz Gray, aproximando-se e sentando no chão a nossa frente. – Lucy, você está bem? Me desculpe por aquele idiota, ele não sabe o que diz.

Sorrio para o lindo moreno que me olha com olhos de cachorrinho abandonado.

— Depois de uma conversa bastante produtiva com o Lata de Lixo aqui, estou bem sim, gentil da sua parte perguntar. – falo, realmente comovida.

Gray apenas sorri e assente, ele realmente não era a pessoa mais falante que eu já conheci. Observo-o sentado e noto uma mancha em seu punho direito.

— Gray, isso é sangue? – pergunta Gajeel antes de mim.

Gray demora alguns segundos para reagir, então olha para o próprio punho e faz uma careta estranha.

— É, é sangue sim. – diz casualmente, como se estivesse escondendo algo.

— Está doendo? Vamos na Enfermaria que eu posso fazer um curativo. – digo já me levantando ansiosamente.

— O sangue não é meu. – diz ele, virando o rosto e disfarçando.

Gajeel estreita os olhos.

— Vou adivinhar. – anuncia ele. – Você bateu no Natsu.

Ergo as sobrancelhas surpresa e encaro Gray, esperando uma confirmação.

— Talvez. – diz ele por fim, olhando-se inocentemente.

Quase acho graça daquela cena, até que percebo algo.

— Pera aí. – digo, e ambos me olham com curiosidade. – Se sua mão está ensanguentada por causa do Natsu... Como ele está?

— Com o nariz quebrado e o lábio cortado. – diz Gray sem nenhum orgulho daquilo. - E a essa altura um olho roxo também.

— Puta que pariu. – xingo. – Onde ele está?

Gray franze as sobrancelhas, mas responde mesmo assim.

— Acho que Juvia levou ele para a enfermaria.

Gray mal termina de falar e já estou correndo em direção a enfermaria, passando por vários alunos, que me lançam olhares estranhos.

Chego até a enfermaria e vejo Mirajane tratando os ferimentos de um Natsu sem camisa, enquanto Juvia estava de pé num canto da sala, observando.

Natsu estava bem ruim para um único soco, mas ele já havia se queimado com soda cáustica recentemente e sua regeneração deve ter se comprometido.

Pigarreio alto e Mirajane e Juvia me olham imediatamente.

— Hã... Eu sei fazer esse tipo de curativo. – digo desconfortável. – Será que eu... Eu poderia...?

Mirajane olha para Natsu, que não demonstra qualquer reação, então ela dá de ombros e põe as bandagens na maca ao lado do rosado, saindo arrastando Juvia consigo.

Ando a passos robóticos até Natsu. Pego a água oxigenada que Mira estava prestes a passar e dou uma leve analisada no corte em seus lábios carnudos.

— Isso vai doer. – digo baixinho, pela segunda vez num curto período de tempo.

— Vá em frente. – diz ele, ainda mais baixo.

Franzo as sobrancelhas quando olho para seu corte mais uma vez, esforçando-me para não me distrair com aquela belíssima boca, então largo tudo de volta e pego meu celular, já acionando a ligação.

— O que está fazendo? – pergunta Natsu timidamente, me olhando com um de seus olhos fechando de tão roxo.

— Chamando um táxi, vamos para o hospital. Isso aí precisa de pontos. – anuncio, e vejo a cor sumir do rosto do rosado.

— O-o-o-oque? – gagueja ele, branco como gesso.

— H-O-S-P-I-T-A-L. – soletro, e a expressão de Natsu é de puro horror.

Ele se levanta cambaleante e sai andando a passos largos para fora, mas sou mais rápida e fico na frente da porta.

— Negativo, rapazinho, você já é muito velho para não gostar de médico. – ralho, e ele me olha com uma careta.

— Eu não vou. – diz, cruzando os braços musculosos e batendo o pé como uma criancinha.

— Ah mas você vai sim. – digo, pegando-o pelo braço e arrastando-o para fora da Academia, até a parada de desembarque de carros, onde o táxi estacionaria.

— Eu te odeio. – diz ele, e penso ver seu olho bom mais úmido do que o normal.

Dou de ombros.

— Não estou nem aí.

 

CONTINUA...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Todos Gostam Dela" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.