Fazia frio e a neve caia sobre os meus cabelos vermelhos. É interessante saber que um floco de neve é tão perfeito, mas não podemos ver sem a ajuda de um instrumento adequado. Somos todos apenas seres humanos imperfeitos e ignorantes em uma sociedade estupidamente irregular e estranha, mas nunca nada faz diferença. Eu apenas sou mais uma no meio de uma multidão de anônimos tentando achar seu lugar, por isso essa noite, irei me mudar para Sweet Ville onde minha tia Agatha mora com minha prima Nick, desde que me lembro de ter noticias das duas. Entro para dentro de casa e sento na poltrona confortável que fica do lado do piano. “Sentirei falta de tudo isso...” sussurro enquanto me levanto e sento ao piano. Lembro-me de uma canção maravilhosa que minha mãe cantava antes de me ver dormir lentamente.

- “Em uma campina, do alto dava para ver te sorrir. Se me amas de verdade, verá que eu posso ser melhor em seus sonhos inocentes. Feche os olhos e sinta o calor de suas cobertas e travesseiro. Sonhe e voe alto como se o chão não fosse um limite e sinta o amor aconchegar sua mente...”.

- Você ainda se lembra do final? – minha mãe chega e senta do meu lado.

Balanço a cabeça positivamente e continuo:

- “Quando o sol te acordar levante e vou me sentir feliz por estar perto de onde me sinto protegido. Viver ao seu lado é como um sonho de verão...” – acabamos cantando juntas.

– Realmente quer morar com sua tia?

– Preciso começar de algum lugar. Vou terminar meus estudos lá. Se nada der certo, eu volto.

– Promete que vem visitar a mim e a seu pai. – ela pergunta com as lagrimas já tomando conta de seu rosto.

– Nunca deixarei vocês sozinhos... – eu a abraço por um longo tempo e ela me ajuda com as malas até o carro.

–Tem certeza que não quer que eu te leve. –papai pergunta enquanto me abraça.

– Não. Consigo ir sozinha.

Despeço-me de meus pais e entro no carro. Será difícil ter uma nova vida sem eles muito perto de mim com seus conselhos e risadas, mas faço isso tanto por eles quanto por mim. Hora de começar a nova aventura ou começar um novo desastre.