Temp II - Capitulo 04 – Lembre-me!

[POV Bella]

Eu iria pirar! Literalmente! Nesse exato momento eu estava deitada no sofá de ponta cabeça para aumentar o fluxo de sangue no cérebro e ver se uma maior quantidade de oxigenação traria a minha memória de volta. Peguei o controle da TV que eu tinha deixado propositalmente do meu lado e liguei, estava passando um seriado que fazia séculos que eu não assistia – pelos menos não me lembrava se tinha assistido ele nos desconhecidos meses passados. One Tree Hill.

- Albert Camus Uma vez escreveu:
“Abençoado os corações flexíveis; Pois nunca serão partidos”

Mas eu penso comigo mesmo; Se não partirem, não se curam.
E se não houver a cura, não há aprendizado.
E se não houver aprendizado, não há luta.
Mas a luta é uma parte da vida, não é!?
Então todos os corações precisam ser partidos?

Alguma coisa naquela fala de Skills me fez ficar estática.

De repente eu não estava mais na sala da minha casa, eu estava em uma praia deserta, e ser deserta era a sua maior beleza.

A areia era macia, o barulho das ondas era aconchegante, mas um choro agonizante me vez virar para traz e ali tinha uma garota jogada na areia e que chorava compulsivamente.

Quando ela levantou a cabeça o chão se abriu sobre meus pés; aquela garota era eu.

Não havia coisa mais apavorante do que você se assistir chorar.

Ela chova. Quer dizer, eu chorava.

Não.

Nós chorávamos.

Ela era a metade que tinha as respostas.

Ela era eu.

- Bella!

Alguém estava chamando ela? Ou me chamando?

Olhei em volta não vi ninguém.

- Bella?  - Ignorei quem chamava e voltei a me observar.

Eu estava de pé na beira do mar encarando um velho farol.

- Bella, por favor, você está me assustando!

Pisquei. A areia, o mar, eu, tudo desapareceu e tinha apenas a cara grande do Jasper na minha frente.

- Oi! – minha voz estava fraca, eu queria chorar.

- Voce esta bem? – ele me ajudou a sentar.

- Eu acho que sim. – o que era que tinha acontecido?

- Teu pai ligou e disse que se fugir de mais uma sessão, ele te interna! – olhei para Jasper confusa.

- Que sessão?- ele me olhou preocupado, eu não tinha culpa de estar meio passada. Será que aquilo tudo tinha sido a minha imaginação, efeitos colaterais por ter ficado muito tempo de ponta cabeça ou realmente uma lembrança?

- A sua consulta com a sua psicóloga, Bella. Hey você realmente está bem?

- Ah é! – eu disse voltando a mim mesma – sim a psicóloga Beyle, eu vou sim, eu acho que preciso dela hoje!

Me levantei e fui em direção a porta.

- Voce vai com quem, sem dinheiro e descalça? – olhei para mim, estava sem a minha carteira e sem sapatos.

(...)

- Vamos Bella, abre o bico, tem alguma coisa te incomodando!

Nunca tinha visto uma psicóloga tão grossa. Ela não era calma e muito menos sorria. Simplesmente curta e grossa. Ia ao ponto sem rodeios, mas apesar de sua postura anormal, eu gostava dela, suas atitudes de “odeio falsidade” eram louváveis.

- Não tem nada me incomodando a não ser estar tendo sessões de terapia.

Ela suspirou.

- Ok, se não quer contar vamos ficar aqui mais trinta minutos olhando uma para cara da outra.

Rolei os olhos, agora eu sabia por que Derick tinha me mandado para Beyle, ela era mais tinhosa do que eu.

- Ta bom eu falo! – disse me rendendo. Ela deu um sorriso vitorioso – mas se você contar para alguém, eu denigro a sua imagem! – ela assentiu me deixando mais tranqüila.

- Eu acho que me lembrei de alguma coisa hoje.

- Ótimo, já é um progresso.

- Não! Não é um progresso! Nem sei se é uma lembrança, na verdade eu acho que estou ficando louca.

Na verdade eu estava cogitando a possibilidade de continuar com amnésia para sempre. Não estava mais tão a fim de saber o motivo que causou as minhas lágrimas.

Me deitei na poltrona e coloquei as mãos cruzadas em cima da barriga.

- Não na verdade eu estou começando a ficar com medo de descobrir a verdade, entende? – olhei de canto ela anotava e assentia com a cabeça.

Eu nem estava acreditando que eu estava me abrindo com ela.

- O que você viu nessa lembrança para ela te deixar tão assustada?

- Me vi chorar.

Nós nos olhamos em sincronia.

- Chorar lava a alma. Nunca te disseram isso?

- Acho que chorei tanto que lavei a minha memória! – ela riu. Não tinha graça.

- Bella, não adianta você fugir dos problemas, eles sempre vão existir e quanto mais você tenta afastá-los mais eles se aproximam de você. É melhor você saber a verdade mesmo que ela doa do que viver uma eterna mentira.

Odiava admitir que ela tinha razão.

- Ok. Então quando eu me lembrar de mais alguma coisa eu volto aqui! – me levantei, Beyle tinha um sorriso irônico nos lábios.

- Não vai se livrar de mim tão fácil senhorita Swan, não mesmo!

Bufei de raiva. Eu era tão obvia assim?

(...)

Jasper eu tomávamos um Milk shake enquanto eu decidia como me livrar de Beyle.

- Jasper eu realmente não preciso de uma psicóloga! Tenho que atormentar a vida dela até ela não me suportar mais!

Ele me olhou divertido.

- Você está agindo feito uma menina mimada! Para com isso. A sua psicóloga não tão ruim como você pinta e mais Bella você hoje mesmo me confessou que precisava dela!

Bufei de raiva porque eu tinha que ter dito aquilo?

- Eu não estou sendo mimada, só não quero uma mulher sabendo tudo o que eu penso. Aliás, nem sei por que estou falado isso com você! Nem te conheço!

Me levantei da mesa deixando Jasper para traz. Sujeitinho inconveniente.

- Nossa que braveza só não estava te deixando no vácuo.

Além de inconveniente é sensível. Mereço.

(...)

Todos jantavam em silêncio. Não queria admitir que eu sentia falta de barulho.

Não sei muito bem de onde eu tinha tirado essa necessidade de bagunça, mas a minha casa não era  movimentada. Jasper e Alice estudavam e quando Alice tinha tempo para ficar em casa ela estava com Esme para escolher a decoração de casamento que não me custa constar que ainda não tinha me descido goela abaixo. Jasper, bom eu não tinha intimidade com ele, apenas ficávamos juntos quando realmente as circunstancias tornava o caso necessário, e quanto ao meu pai, ele ficava muito tempo no hospital, não tinha tempo nem para comer direito.

Sentia falta da Rose.

Que droga porque eu estava tão carente assim?

- Hum, já terminei, vou subir!

Eu tinha que sair dali precisava dar um telefonema.

- Querida eu fiz uma sobremesa espere para comer. – Porque Esme gostava de me deixar em saia justa?

- Ah não eu comi muito agora, mais tarde eu venho assaltar a geladeira! – dei meu melhor sorriso e fugi dali o mais rápido possível!

Entrei no meu quarto indo direto para meu celular. Porque eu estava ligando pra ela?

“Alô?”

Demorei alguns segundos para responder.

“Ah.. oi.. Dra. Beyle sou eu; Bella!”

“Bella? Aconteceu alguma coisa?”

Ótimo olha o que a carência fazia comigo.

“Não! quer dizer, sim! Aconteceu sim! Eu estou muito carente, preciso conversar com alguém e só você me veio à mente!”

Mentira. A Rose também tinha vindo, mas ela não me pareceu uma boa opção já também escondia coisas de mim como todo o resto.

“Quer dizer que você precisa de mim?”

Isso, agora ela ia se achar pro resto da vida!

“Yeh! Mas finja que eu nunca te disse isso! Estou propondo uma trégua entre a gente.”

Não acredito que estou me rendendo!

Ela riu.

“Tudo bem! Estamos em trégua! Agora vamos conversar, porque você acha que esta carente?”

“Porque todos á minha volta parece estar ocupados! E eu sinto falta de gente a minha volta entende? Gente para conversar, rir, brigar!”

“Entendo sim, mas você não tem nenhuma amiga?”

Isso era um caso delicado. Muito delicado.

“Não! Nunca tive amigas, amigos ou namorado. Sou uma completa anti- social, nunca fui boa em relacionamentos.”

“Não, não é verdade! Mas se você acha que essa é a sua situação, porque não mudamos isso?”

Bom eu tinha tido uma única amiga; a minha prima Irina, mas depois de toda aquela traição eu tinha ficado com um pé atrás quanto ao assunto confiar em outra pessoa.

“Não acho que conseguiria, não pelo menos agora. Dra Beyle eu sinto que falta metade de mim!”

Eu tinha achado que já estava demorando muito para eu chorar.

“Bella, me chame de Miranda, por favor, não chore!”

“Mas eu preciso chorar!”

“Ah então chore, chore bastante!”

Fiz o que ela mandou; chorei bastante!

“Sabe, é uma droga! Todo mundo fica fingindo estar tudo bem, mas eu sei que não está! Eu só quero verdade! Será que contar a verdade é muito difícil assim?” – limpei o nariz num lenço de papel –“Eu sei que tem alguma coisa errada, mas não sei o que é, e para piorar me sinto uma intrusa dentro da minha própria casa, parece que essa vida não é minha!”- puxei mais lenços.

“Bella respira fundo, conte até cinco e então expire lentamente.” – fiz o que ela disse – “Sabe, às vezes precisamos descobrir a verdade sozinhas, é complicado como um jogo de quebra cabeças, mas quando você termina você se sente como a dona do mundo e vê que não era tão difícil assim, mas era necessário. E sempre que precisar de mim, pode me ligar, não importa à hora, combinado?”

Como era bom poder ter alguém para nos ouvir.

Depois de desabafar e chorar feito uma torneirinha acabei dormindo sem comer a sobremesa da Esme.

{(SONG) N/A: se no conseguirem abrir nesse tente esse daqui: PATO_FU}

O jardim era lindo. Pareciam aquelas coisas de mundo encantado da Disney.

Comecei a passear por ele explorando cada milímetro, o pequeno lago, as folhas secas de cor alaranjada no chão, as delicadas flores desabrochando e exalando os doces perfumes.

Aquele lugar era perfeito.

Ao longe eu vi um casal de namorados que se divertiam ali. Do nada eu também desejei ter um namorado para viver uma das fantasias de contos de fadas. Me aproximei eles pareciam estar tão felizes.

“Eu te amo Bella! Promete que nunca vai duvidar do meu amor por você?”

Parei onde eu estava não consegui me mover.

“Prometo que nunca vou duvidar do seu amor por mim!”

Aquela ali não podia ser eu. Não mesmo. Nunca. Jamais!

A minha visão começou a ficar turva antes mesmo que eu pudesse ver o rosto de quem estava ali comigo.

Comigo?

Abri os olhos me sentindo perturbada e automaticamente me sentando na cama.

Era um sonho ou mais uma lembrança?

[PVD Edward]

Tapei meus ouvidos com o travesseiro com mais força do que a primeira vez.

Não adiantava.

Emmett, Rose e Jacob insistiam em conversar alto. Aquelas risadinhas de “estamos muito felizes” estavam me irritando.

Era sábado e eu queria dormir até mais tarde, mas não, isso era impossível.

Desisti de dormir, levantei pegando a toalha e indo em direção ao banheiro.

- Edward? Você já acordou? – dei um sorrisinho sarcástico para o comentário ridículo de Rosalie e entrei no banheiro.

- O seu humor está ótimo hoje! – Rose gritou enquanto eu ligava o chuveiro.

Tomei um banho bem gelado para ver se minha cabeça esfriava e meu ódio descia pelo ralo.

O resultado não foi satisfatório.

Me enrolei na toalha e sai em direção a cozinha. Rose fazia batatas fritas.

Peguei um punhado e enfiei na boca, Rose me deu um tapa.

-Aiii! – reclamei passando a mãos no braço. – não precisa bater em mim.

- Não; eu preciso só te espancar todos os dias.- ela disse se voltando para o fogão – pare de roubar as minhas batatinhas.

- Sabe Rose, você combina muito bem com a profissão de pilotar fogões, sério, é a sua cara. – provoquei e ela me acertou com o pano de prato.

- Sai daqui seu cretino, só por causa desse seu comentário idiota não vai comer da minha comida! – eu ri. Era muito bom provocar a Rose.

- Não preciso! Eu vou almoçar com a Tânia mesmo! – ela me olhou furiosa, sorri, tinha atingido meu objetivo.

- Isso mesmo! Vai lá com a aquela bruaca idiota! Vocês se merecem! São dois depravados que para viver precisam ter os egos enaltecidos pelos outros porque não têm nada de interessante como pessoas!

Com essa eu tive que parar.

-Uau essa doeu!

- Que bom, agora cai fora!

Rose não estava para brincadeiras hoje.

- Você esta brava porque eu ainda não contei? – ela se virou para mim.

- Não estou brava, na verdade eu estou torcendo para que você continue covarde, ai o Jake conta tudo e eu com certeza vou ter ele como meu cunhado! Vai ser um máximo ter o Black na família!

Ela era maligna. Fechei a cara.

- Não fique furioso Edward. Se você pode tocar a bola pra frente a minha irmã tem muito mais direito do que você se também continuar a vida dela!

Ouvi a porta da sala se abrir. Olhei para ver quem era. Emmett e Jacob passaram por ela com algumas bebidas e logo ficaram sérios ao sentir o clima tenso em que a casa estava.

Sai da cozinha e fui para quarto, coloquei uma roupa qualquer me deitei na cama e encarei o teto.

Rose estava coberta de razão. Eu não podia fazer o que eu estava fazendo. Eu tinha apenas mais dois meses para contar a verdade e eu iria fazer isso. Nunca permitiria o Black ter a chance de conquistar a Bella e ainda por cima acabar com a minha imagem de ser humano que já não era a das melhores.

Puxei a minha mochila e de lá tirei uma folha e uma caneta.

Eu escreveria uma carta.

Uma carta para Isabella Swan.

Oueauoehuaehuaoehoueah...e ai gostaram?

O próximo capitulo vai ser melhor. Eu acho!

Meninas eu vi que algumas de vocês se posicionaram  contra eu reescrever a fic. Pois é né, mas eu estou com tanta vontade! Auehouaehuaehuoaehuo... mesmo que eu não resposte ela eu acho que vou reescrever para mim. (Reescrever mesmo, mudar um pouco a história e tudo mais! XD)

Ah muito obrigada pelos comentes já disse que vocês são maravilhosas né?

Agora comentem muito viu. MUITO mesmo! Deixem recomendações, porfavorzinhooooooooo! Ehoauehuoaehuoahea...

Beijinhos ;*