Vencedores de Panem escrita por Daniel Vitor


Capítulo 8
Capítulo VIII – Bom Jogos Vorazes




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Capítulo VIII – Bom Jogos Vorazes

“Desculpa a demora” diz Emily abrindo a porta, estou na sala de abertura, “Não estou com tanta pressa” digo, ela me passa uma camisa regata branca com o símbolo do distrito 4 e uma calça preta. O sinal toca e ela me conduz até o circulo de prata. Ficamos alguns minutos em silêncio, “Está pronta?” Emily pergunta.

“Não” digo, “Esse é meu segundo ano nos jogos e nenhum tributo meu morreu até agora” diz. Um cilindro de vidro desce e consigo ver Emily dizendo boa sorte, a plataforma começa a subir. Olho para todos os lados e vejo todos os tributos, procuro Jason, mas só acho Talissa que está desesperada, a contagem começa, olho para trás e a estamos rodeados por montanhas íngremes.

3, 2, 1... A trombeta soa e saio correndo, vejo sombras pelos cantos dos olhos, sei que não sou tão rápida, mas não pensei que era tão lerda, Jason já chegou à Cornucópia e há mais uns 5 lutando por armas, paro alguns metros da cornucópia, olho para o chão e vejo 3 adagas, as pego e saio correndo para as montanhas.

Uma menina está vindo em minha direção, deixo as adagas em posição, eu não sei como as usar, estou a uns 30 passos da montanha, a menina está chegando mais perto, “Me ajude” alguém grita, a menina está desesperada, “Por favor, me ajude” ela pede, fecho meus olhos e estendo meu braço, seguro firme a adaga, algo viscoso encontra minha mão, abro os olhos e vejo que a menina caída no chão com a adaga em seu tórax, eu matei alguém, “Desculpe” digo, depois grito mais alto, para ela escutar, estou falando com um morto, Jason vem correndo em minha direção com uma mochila e uma espada, ele está com a camiseta manchada de sangue.

“Mags” pego no braço dele e corremos para a montanha, quando chego lá em cima olho para baixo e vejo uns seis tributos mortos, procuro a menina, mas não a encontro, eu fui responsável pela morte de alguém que não queria me ferir.

“Vamos” diz Jason, descemos a montanha e corremos uns 16 minutos adentro da floresta que cerca a montanha, a cada barulho que ouvimos mudamos de rota, até que paramos em um cerco de rochas de mais o menos 3 metros, “Quer ficar aqui?” pergunta, “Quero” digo. Sentamos no chão ainda ofegantes, a grama é muito mais macia do que lá em casa, e Jason tira objeto por objeto da sua mochila, primeiro uma corda, um cantil, uma manta, um saco de maças e algumas gazes.

“Vamos ...” Jason tampa minha boca, começo a escutar passos ao redor, pego minhas adagas uma em cada mão, ficamos esperando os passos sumirem. “Você ouviu quantos canhões?” pergunto depois de ter certeza que estamos ‘seguros’, ele começa a guardar tudo, “Acho que uns quatro, não estava prestando atenção” diz. “Você está machucada?” pergunta, olho para minha mão e vejo sangue seco, balanço a cabeça em discordância. Ficamos quietos até escurecer, “Qual é o nosso plano?” quebro o silencio, mas quando ele abriu a boca o hino de Panem retumba no ar.

Jason me cutuca no braço e olho para cima, a foto de Oliver Gus e seu distrito ilumina o céu, depois Cintia Chane, a menina que matei se chama Alexandra e ela é o Distrito 5, não conheço mais ninguém que aparece, foram 12 no total, faltam 11. Encaro Jason e seus olhos lacrimejam “Você conhecia algum deles?” pergunto.

“Sim, Carla Leigh do Distrito 10, conversamos nos dias de treinamento, mas não só isso, tudo isso” ele abre os braços. “Jason, eu matei alguém” digo.

“Mags não foi você, a Capital a matou” diz, “Você matou alguém?” pergunto.

“Carla” ele diz, solto um suspiro de surpresa, “Não foi minha culpa, achei que era outra pessoa, nós éramos aliados”.

“Estou com sono” digo, “Pode dormir, fico de vigia” diz, me deito na grama e uso a mochila como travesseiro.

“Socorro” acordo e procuro Jason, “Quem gritou?” pergunto, não consigo ver nada só um vulto que é Jason, “Fica calada” diz, o pedido de socorro continua e consigo descobrir de quem é a voz.

“É o Jackson, do Distrito 12” me levanto, “Vou ajuda-lo” pego as adagas, Jason segura meu braço “Você vai ajudar ele para que salvar e ter que mata-lo na final” conformo-me com as palavras e volto para meu lugar, os gritos param e um tiro de canhão soa, lagrimas escorrem e Jason me abraça, eu nem o conhecia como posso sentir sua morte. Depois de um tempo os pedidos de ajudam voltam, uma felicidade cresce em mim, sai de perto dele e vou a encontro de Jackson. Não vejo nada, mas deixo detalhes nas árvores para saber como voltar, chego a um barranco, consigo enxergar um vulto pequeno que pede socorro, chamo atenção dele, porém ele não me ouve, saio devagar de trás das árvores, paraliso quando vejo um vulto maior que se aproxima por trás dele e o derruba, Jackson bate em uma arvore e desce rolando o barranco, não demora muito para o canhão disparar.

Minha primeira vontade é sair correndo, mas me retenho e ando para trás, piso em um galho que quebra, o tributo me localiza e logo saca uma espada, ele avança em minha direção, mas consigo desviar e fujo, apalpo as árvores para me localizar, então percebo que estou o estou levando para Jason. Desvio de caminho, e torço para o meu perseguidor não me encontre, depois de um tempo paro para me localizar, não demora muito para sons de passos surgirem de novo, encontro uma árvore e começo a escalar alguns galhos quebram e caem, quanto mais galhos caem mais alto subo.

Fico acordada até o amanhecer, a cada som que escuto meu coração dispara, Jason deve estar me procurando, só um som de canhão essa noite, olho em volta para verificar se não há ninguém me esperando, desço da árvore e tento localizar por aonde eu vim.

Antes de dar o primeiro passo uma rede cai em cima de mim, quanto mais tento me livrar mais me prendo, verifico meus bolsos e acho uma adaga, ótimo perdi outra na fuga, olho em volta, mas não consigo ver meu captor.

Corto a rede e me livro dela, mal me livro da rede e alguém me prende pelos cabelos, “Um a menos” diz, eu não o vejo, mas reconheço sua voz.


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