Capítulo XII – De volta a Capital

Pego um punhado de areia com a mão e solto ao vento, repito isso varias vezes. Para mim ficou muito fácil esvaziar a mente, depois dos Jogos prefiro não pensar em nada. Olho fixamente o mar, não consigo, não posso entra lá.

Finnick aparece na minha frente ofegante, “Por que você fugiu?” ele grita, abaixo a cabeça, “Por que?” diz, o silêncio paira e ele levanta meu rosto com as mãos.

“Eu te procurei igual a um louco” diz calmamente, senta ao meu lado e me abraça. “Quer conversar?” pergunta, “Agora você quer conversar, desde que cheguei você nunca teve uma conversa comigo” digo, “Você nunca está aqui” acrescento.

“Você sabe por que não posso tocar nesse assunto, mas estou aqui agora” diz, levanto, retiro os sapatos e caminho até a água, assim que sinto a areia molhada um calafrio percorre meu corpo, não posso continuar, não consigo.

Começo a caminhar para trás, dou uns três passos e caio no chão. Finnick corre e me ajuda a levantar, “Me ajude, por favor” digo, sentamos em baixo de uma árvore e deito em seu colo. “Sabe, falar nos Jogos pode ajudar... bom pelo menos me ajudou” diz.

Balanço a cabeça em discordância, varias imagens vem a minha mente, continua balançando a cabeça freneticamente tentando me livrar delas. Ele me para e diz “Você estava muito melhor do que Jenifer na abertura” acho que disse isso para me fazer ficar melhor”.

Oliver se aproxima, “Vamos temos que chegar na hora” diz, ele me conduz por corredores até a área aberta. Trent está sentado em nossa carruagem, está usando umas roupas com escamas rosa claro o que deixa ele estranho, pois ele não parece alguém do nosso Distrito o cabelo dele é preto e seus olhos são castanhos escuros, estou usando um vestido com rendas longo da mesma cor, peixes dessa cor são raros de ser pescados no nosso Distrito

Somos uns dos primeiros tributos a chegar às carruagens, a cada minuto roupas espalhafatosas aparecem, o primeiro sinal toca, Trent e eu subimos na carruagem e esperamos. Silma corre em nossa direção com uma rede de pesca, essa está muito melhor do que a do nosso Distrito, “Cada um segura em uma ponta” ela diz.

Estamos unidos por uma rede, deve ser algo simbólico que os cidadãos da Capital devem acreditar, nossos cavalos começam o trajeto, olho para e Jonathan está dizendo algo, não consigo entender, cutuco Trent e sinalizo com a cabeça para trás, ele da de ombros.

Mando beijos e aceno para a multidão, tenho que agradar o público para ganhar patrocinadores, Trent olha serio para frente, ele não está conseguindo causar algum efeito na plateia. De repente a multidão para de aplaudir e fica espantada com algo, ninguém sabe o que fazer. Olho para o telão e os tributos do Distrito 12 estão pelados cobertos de tinta preta só com um capacete, não sei se rio ou sinto pena deles, eles nem mesmo conseguem erguer suas cabeças, Caesar Flickerman começa a aplaudi lós e a multidão o acompanha.

Todas as carruagens chegam à praça e o Presidente Snow aparece para seu celebre discurso, ele está vestindo um paletó branco que sempre usa nessas ocasiões, “Bem-vindos a mais uma edição dos Jogos Vorazes” a multidão o aplaude “Este ano temos tributos excelentes e creio que teremos um Vencedor espetacular”, paro de prestar atenção nessa parte e volto só quando as pessoas o aplaudem de pé, “Que comece a 71º Edição dos Jogos Vorazes” diz, “Que a sorte esteja a seu favor” acrescenta.

“Ei” Finnick estala os dedos na minha frente, “Onde você estava?” pergunta, sento e olho para ele, “Também tinha essas recordações” diz.

“Como você fez para parar isso?” pergunto, “Não sei, sumiu com o tempo” responde. Ele se levanta e estende a mão, “Quando vai ser a turnê?” diz.

“Em uma semana, você vai?” pergunto, “Não sei, tenho que pedir permissão”, uso sua mão para me levantar.