Parte 2

Capítulo XI – Realidade ou Alucinação

Um canhão soa e levanto correndo, meu coração palpita, minha visão está turva, tropeço em meus cobertores e cai no chão de madeira. “Annie, está tudo bem?” minha mãe bate na porta, levanto e olho para todas as direções, estou em meu quarto, Annie você está em sua casa.

Visto um roupão e desço as escadas para a sala, “Você não vai comer?” pergunta meu pai a porta, mudo minha direção e caminho até a mesa. Minha mãe fez seus deliciosos pães, douradinhos e crocantes, suco de limão e diversas outras comidas.

Sento-me a mesa e pego dois pães, molho os na geleia de uva e encho um copo de suco de limão. A Capital ligou avisa meu irmão, “E o que eles disseram?” pergunto, “Adiram em uma semana o Tour de Vitória” responde.

“Por que adiaram?” pergunto me levantando.

“Annie não vamos falar nisso de novo” omite a resposta, “Eu sei o que eles acham, acham que estou louca” grito.

“A cada momento você se imagina nos Jogos” tenta me acalmar, “Você não esteve lá, você não viu Trent morrer, você não teve que ficar nadando por dois dias para sobreviver” dou de dedo em sua cara. “Me desculpe” ele abaixa a cabeça e saio de casa.

Depois de caminhar duas casas alguns adolescentes trombam em mim e saem correndo, meu coração começa a acelerar não sei por que, fecho meus olhos para me acalmar, mas ao abrir vejo árvores, arbusto, gramas. Começo a correr para fugir de algum tributo, sons de risadas e passos ecoam de todo lugar, Annie se acalme me ordeno, Você não está nos Jogos grito em minha cabeça.

Consigo ver vultos pela borda dos olhos, isso faz minha velocidade aumentar, “Annie” ele grita, a voz dele me acalma, fico imóvel esperando a voz dele soar de novo. “Annie” outra vez, então percebo que deve ser algum truque dos Jogos, Finnick não está aqui comigo.

Corro, mãos tentam me segurar, mas consigo me livrar delas, “Annie” grita Finnick, olho para trás e não há nada, quando viro para frente bate em algo e caio no chão. Algo escorre pelo meu rosto, “Annie você está bem?” pergunta Finnick, “Estou com medo” digo, ele me abraça e começo a chorar, “Me tire dos Jogos Finnick, por favor” peço, “Você já ganhou” ele beija minha cabeça.

Ele me levanta e passa o braço em volta do meu pescoço, “Aonde vamos?” pergunto, a posição que estou só consigo ver seus cabelos loiros.

“Você cortou a cabeça, precisamos cuidar disso” responde.

“Não podemos ir ao hospital, provavelmente irei aparecer nos Jornais” digo.

Caminhamos de volta a vila dos Vitoriosos, passamos por nossas casas e vamos para umas das últimas, ele toca a campainha e uma velha abre a porta. “Que prazer em ver você Finnick” diz a senhora. Quando me vê fica assustada, “Ho, o que aconteceu com você menina?” pergunta.

“Mags eu não sabia aonde levar ela” diz Finnick.

“Não há problemas, vou cuidar dela”, claro ela é a vencedora da 10ª edição dos Jogos. Entramos na casa e me colocam no sofá, “Pegue um balde de água e um pano” ordena Mags. Logo ele trás o que ela pediu, Mags molha o pano na água e limpa minha testa, o pano começa apegar um tom avermelhado.

Depois de terminar de limpar o sangue ela limpa meu rosto inteiro e me entrega um espelho, viro lentamente o espelho em meu rosto, um corte deve ter uns quatro centímetros, meus cabelos ruivos estão com sangue seco perto do corte.

Mags e Finnick caminham até a cozinha e começam a falar, mas continuo os escutando. “O que aconteceu?” ela pergunta.

“Outro surto” diz, “Os médicos da Capital não podem fazer nada por ela?” pergunta.

“Não sei, não é uma doença” diz Mags, me levanto e caminho até a porta.