Amor Contratado escrita por Julia


Capítulo 5
A nova proposta.


Notas iniciais do capítulo

Meus xeros! Gente que saudade de vocês, vocês não tem noçaum.

Tudo bem, isso é muita carudagem, eu sei. PORRA JÚLIA QUASE DOIS, DOIS FUCKING MESES SEM POSTAR! QUAL É O SEU PROBLEMAAAA?!

É isso que vocês querem perguntar não é? Como pedir desculpas não vai adiantar nada - vocês não fazem ideia da minha vergonha - eu quero me explicar antes que alguém venha com a faquinha de plástico.

O caso é que, amores, tenham paciência comigo e saibam que eu posso prometer duas coisas para vocês: NUNCA, NUNQUINHA, NEVER IN A MILLION YEARS eu vou abandonar vocês ou essa história e, eu não demoro tanto tempo assim para postar um capítulo.

Eu sei que eu demoro, mas isso foi demais. Me desculpem mesmo por isso. Minhas férias começaram -SIM MEU POVO! ALO ALO CAPÍTULOS RÁPIDOS-, a preguiça veio de uma forma monstra, conheci uma coisa chamada FullMetal Alchemist Brotherhood - ê laia, ignorem -, participei de um festival de dança da minha cidade que tomou uma semana de my life e tive uma preguiça ENORME MESMO!

É isso, me desculpem, de coração! Vou parar de falar aqui agora.

Aproveitem, fiz com carinho para vocês



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Abri um olho com preguiça e me deparei com o celular vibrando insistentemente em cima da cômoda. Resmunguei alguma coisa incompreensível e estiquei meu braço para pega-lo de forma desajeitada, olhando para o visor com irritação.

Katherine Heed.

Resmunguei com mais raiva ainda. A causa de todos os meus problemas estava me ligando? Eu sabia que isso não daria certo. Deixei-o vibrar por mais um tempo até finalmente parar.

Enterrei meu rosto sob o travesseiro; eu não era um cara preguiçoso, mas a noite não tinha sido agradável e hoje era sábado, não via motivos reais para levantar da cama.

Um barulho conhecido inundou os meus ouvidos novamente e bufei ao notar que a garota não desistiria.

Ora Kyle, afinal do que está reclamando? Foi você quem a contratou, não se esqueça disso.”

Ugh, mente maldita. Meus dedos se fecharam em torno do aparelho e me obriguei a sentar direito sob o colchão, coçar os olhos e suspirar uma última vez antes de ouvir a voz escandalosa do outro lado da linha.

__Hola dorminhoco! Sonhando comigo?

__Heed, me dê bons motivos para não te esganar.

__Hm, já está treinando sua atitude? – Ela fez um som de aprovação com a garganta e trinquei os dentes. É claro que eu já estava ficando irritado, Katherine Heed me deixava assim; estava começando a me acostumar. Pude ouvir sua gargalhada ao fundo – Gostei de ver Finnigan.

__Fale logo o que quer Kate.

__Ei, ei, relaxe. Eu sei que ainda está com raiva de mim pelo que fiz na noite passada, não é? Mas esqueça isso, sabe que não fiz por mal.

Duvidava muito disso.

__Tudo bem, entendi. Por que me ligou? – Disse impaciente.

Senti que Katherine ia falar alguma coisa, mas foi impedida por uma voz alegre, energética e muito, muito alta que se fez presente na linha.

__OH MEU DEUS KATHERINE VOCÊ ESTÁ FALANDO COM O SEU NAMORADO MARAVILHOSO E ALTAMENTE PEGÁVEL? – Enrubesci na hora. Será que todas as pessoas que conviviam com essa garota eram malucas e pervertidas? –ESPERA, KATHERINE HEED ESTÁ SEM GRAÇA?! VOCÊ ESTÁ SEM GRAÇA?! OH CÉUS ESSE CARA DEVE SER UM SANTO! EI WILL VENHA VER O MILAGRE ACONTECENDO!

Arqueei a sobrancelha curioso. Quem diabos era Will?

__CALE ESSA BOCA JUDY! ELE PODE OUVIR ESSAS MERDAS! – Katherine berrou com ela e pude ouvir alguma coisa sendo derrubada.

Ri com aquilo. Heed era uma maluca, mas tinha seus momentos.

__Eu deveria saber de alguma coisa? – Me manifestei curioso.

__O que? Não, não mesmo. É só a retardada da minha amiga.

__Não que seja da minha conta mas... esse Will é seu, hm – Soltei um pigarro antes de continuar; por que eu estava ficando vermelho mesmo? – Namorado de verdade ou coisa assim?

Kate começou a tossir e logo depois, soltou uma gargalhada alta.

__Will?! Oh, não, credo! Eca! Nunca mesmo!

Ouvi um “Ei!” indignado do outro lado da linha e sorri involuntariamente.

__Então, qual o motivo da ligação? – Falei mais relaxado, caminhando em direção a cozinha para tomar minha dose diária de cafeína.

Nada como uma boa xicara de café depois de uma noite mal dormida. Levem isso para vida, crianças.

Me encostei na bancada, bebericando o liquido enquanto ouvia Katherine tagarelar, um pouco nervosa.

__Bem, eu estive pensando; você poderia vir aqui não é? Você sabe, para treinar essa mudança de atitude.

Rolei os olhos.

__Sabe que não concordei com isso não é? E quando determinamos que você iria ser minha professora ou algo assim?

Ouvi a garota bufar.

__Ora Kyle, que seja! A partir do momento em que eu chutei seu ‘kylestick’, selamos um acordo. Deixe de ser gay e venha logo. Vou te passar o endereço por mensagem. Até daqui a pouco, amor!

Kylestick. Deus, essa mulher é maluca.

Antes que pudesse gritar um “NÃO SOU GAY E ME DEIXE EM PAZ SUA NEURÓTICA!” Kate já havia desligado.

Ignorei aquilo; a rosada não ia me convencer daquela loucura. Como se já não bastasse o acordo que eu havia feito e ao que aquilo tinha me trazido. Não iria cometer o mesmo erro outra vez, não mesmo.

Meu celular vibrou novamente e pronto para mandar Katherine pastar [infelizmente, eu estava aprendendo alguma coisa], atendi ao telefone. Conti o grito na garganta ao ouvir a voz do outro lado da linha.

Hoje realmente não era o meu dia de sorte.

__Kyle, meu querido! – A voz estridente do outro lado falou contente. Tudo bem, não era Kate, mas não alterava muito a minha irritação.

__Oi mamãe! – Minha voz deve ter saído decepcionada demais. Droga, era tarde para desligar?

__Pensei que tinha esquecido da família, menino ingrato!

Sim, era tarde demais para desligar.

__Mãe! Sabe que eu nunca faria isso!

__Não minta para a sua mãe Kyle! Te conheço melhor que qualquer um, sei quando está mentindo. Por que não me ligou mais garoto?

Gemi descontente.

__Você sabe o motivo.

__Oras Kyle! É pedir demais por netinhos ou ao menos uma namorada decente? E eu disse decente ouviu garoto? Se me apresentar alguém como aquelazinha novamente, eu te deserdo.

Não pude evitar de rir. Katherine iria gostar de ouvir isso.

__Não exagere mãe, Mackenzie não foi tão ruim assim.

Ok, eu estava virando um ótimo mentiroso.

__Kyle Finnigan não repita essas palavras. Aquela garota foi um demônio nas nossas vidas e você sabe muito bem disso!

__Relaxe Sra. Finnigan, não estou mais com ela.

__AINDA BEM QUE ME OUVIU NÃO É MENINO?!

Respirei fundo. Ok, a hora que eu temia estava perto, juntamente com a pergunta que viria a seguir.

__Mas, por falar em garotas, já achou alguém interessante por ai? Ou ainda está difícil pelo seu... pequeno problema com as mulheres?

Bufei de raiva. Esse era um dos enormes motivos que me levaram a contratar Katherine. Mackenzie era uma boa parte da minha raiva, sim; porém minha mãe, sangue do meu sangue, pensava a mesma coisa que todas as outras garotas que me conheceram bem o suficiente: Eu era ingênuo demais e nunca teria uma namorada que ficaria comigo pelas minhas exigências inocentes.

Juro que não estou sendo dramático.

Tudo bem, não posso reclamar; ela não era uma megera ou coisa do tipo. Minha mãe apenas era uma dona de casa preocupada com seus dois filhos, sendo que um deles nunca conseguia ficar com alguém depois de dois meses. Ou seja, quando alguém via além da minha aparência.

Que, segundo Katherine, era realmente boa.

E isso infelizmente acarretava no problema que metade da população mundial das mães tem: Ter netos. Eu não duvidava que um dia ela adotaria alguma criança por aí, apenas para ser avó.

__Mãe, na verdade, tenho uma novidade para você – Falei fingindo animação, fechei os olhos e respirei fundo. Coragem Kyle, você consegue - Estou namorando.

A linha ficou muda por alguns segundos.

Ela vai surtar.

__Você... Você está... OH MEU DEUS! JOSHUA, MATTHEW VOCÊS NÃO VÃO ACREDITAR, KYLE ESTÁ NAMORANDO! – Pude ouvir alguns gritos animados do outro lado da linha, e um diálogo curto em seguida – AH NÃO SEJA RUDE MATTHEW! É CLARO QUE ELA NÃO É IGUAL AQUELA GAROTA SILICONADA!

__Mãe! Por favor! – Revirei os olhos diante da ofensa –totalmente verdadeira, mas isso não vem ao caso- sobre Mackenzie – E pelo amor de Deus, peça para Matthew não sair espalhando para a vizinhança que eu estou namorando. Seria constrangedor. Sabe como elas são fofoqueiras; amanhã, a cidade inteira já estaria informada.

__Ele só tem seis anos querido. Relaxe. Não faria uma coisa dessas.

Ah, mas é claro que não. Matthew era o próprio senhor das profundezas em miniatura. Que ele e Katherine nunca se encontrem, amém.

A voz de minha mãe saiu eufórica do outro lado da linha.

__TRAGA ELA PARA ALMOÇAR AQUI EM CASA! VOU CONVIDAR A FAMILIA INTEIRA! AH, VAI SER TÃO DIVERTIDO! FINALMENTE VOCÊ COLOCOU UM POUCO DE JUÍZO NESSA SUA CABEÇA!

__ O QUE?! Não! Mãe nem pense nisso! Katheri... Kate nem gosta dessas coisas – Meus dedos voaram para meus cabelos revoltos, os despenteando ainda mais. Isso não estava acontecendo, não era possível.

__Deixe de bobagem Kyle! Aposto que ela deve ser adorável! Quero dizer, ela está aguentando todas as suas... peculiaridades. Não que eu esteja reclamando, é claro.

Eu ri com aquilo. Sentia saudades daquela mulher. Fazia tempo que estava a evitando e havia me esquecido de como era bom conversar com ela. Pela primeira vez, apesar de tudo, fiquei realmente feliz em ter contratado Katherine Heed.

__Tudo bem mãe! Já entendi que você odeia o meu jeito de ser!

Pude sentir ela revirando os olhos em resposta, sorri com isso.

__Eu não te criei para ser dramático menino! Eu não quis dizer nada disso, apenas fiquei surpresa; oras, você sempre reclama que as garotas que você conhece só falam palavrões ou coisas vulgares.

__Bem, pois é, acho que encontrei alguém diferente.

MY. FUCKING. GOD. QUE DROGA EU ESTOU FAZENDO?!

Katherine, diferente? Deve ter sido ela que criou metade dos palavrões já existentes no mundo!

__Então está combinado, traga ela querido.

Eu não queria aquilo. Meu irmão iria infernizar a vida de Kate – como ele sempre fazia com as outras namoradas que eu já tinha apresentado à família -, minha mãe iria avaliar cada mínimo movimento nosso e o resto da minha família iria desconfiar daquele namoro, já que para eles eu era justamente o que Heed tanto me chamava.

Um pensamento me veio à mente. A proposta de Kate começou a martelar em minha cabeça; ter atitude viria a calhar para a minha família. A mesma vontade de mostrar para todos que eu tinha mudado me dominou. Da última vez que isso havia ocorrido, ganhei Katherine Heed como solução; só poderia estar maluco de concordar com aquilo novamente.

No entanto, me vi despedindo de minha mãe com a promessa de que estaríamos lá no próximo mês e pegando as chaves do carro para ir até o apartamento no centro da cidade, onde uma garota de cabelos rosa me esperava.

Eu tinha acabado de, oficialmente, arruinar a minha vida.

[...]

Olhei mais uma vez para o celular, conferindo se o endereço era realmente aquele. O prédio a minha frente estava caindo aos pedaços, a pintura já havia sido desgastada muito tempo atrás e não parecia que alguém realmente faria algo sobre isso, a construção seria muito bonita caso fosse bem cuidada, o que não era o caso e fiquei tentado a não abrir aquela porta com o medo de fazer a construção desabar assim que o rangido penetrou em meus ouvidos.

O saguão não estava muito melhor, para falar a verdade; havia apenas um balcão velho de madeira onde um senhor de idade apoiava os pés, enquanto lia um jornal com uma cara de tédio tão grande que quase bocejei ao ver a cena. Me encaminhei até lá, informando da minha chegada e ele apenas soltou um resmungo, indicando as escadas e logo depois, percebendo a minha cara confusa, me informou que aquele prédio era antigo e não possuía elevadores.

Que incrível.

Ignorei aquilo e perguntei qual era o número do apartamento da rosada –já que ela não havia dito na mensagem - e ele me olhou com mais atenção, seu rosto se contorcendo em desagrado ao ouvir a menção do nome da minha falsa namorada.

__Por que quer falar com aquela garota? – Sua voz era rouca, como se não falasse houvesse muito tempo. Não duvidava – Quer um aviso rapaz? Fique longe dela o quanto antes. Aquela lá é problema, e dos grandes.

Dei um sorriso sem graça. Como se eu já não soubesse daquilo.

__Vou tentar me lembrar.

Ele soltou outro resmungo e vendo que eu não fugiria como havia pedido, me informou o número do apartamento.

Com felicidade, constatei que eram apenas dois lances de escada para subir e não fiquei muito surpreso. Katherine era sedentária e possuía sempre um cigarro nos lábios, não iria escolher algo além do terceiro andar.

Então, já de frente para a porta, pude ouvir as risadas escandalosas – muito provavelmente da amiga maluca – e uma outra masculina mais ao fundo. Franzi o cenho me perguntando porque diabos, Kate tinha me chamado para vir; seus amigos estavam ali e eu não era a pessoa mais indicada para estar naquele lugar.

Antes que pudesse decidir sobre dar meia volta ou erguer a mão para bater, a porta foi aberta, revelando uma garota de cabelos ruivos, sorriso contagiante e corpo definido. Tinha um jeito elétrico de ser e seu sorriso foi se desmanchando ao mesmo tempo que os olhos verdes se arregalavam em choque.

Me sentindo meio idiota, parado na porta, com uma garota me avaliando de cima a baixo sem vergonha alguma; tentei sorrir e falar alguma coisa para quebrar aquela cena constrangedora.

__Hm, olá. Você deve ser a... Judy, certo? Nos falamos pelo telefone. Bem, você falou, na verdade – Dei uma risada sem graça, a olhando sem jeito e pondo as mãos no bolso da calça, sentindo minhas bochechas corarem pelo seu olhar avaliativo.

A garota a minha frente soltou um som engasgado pela garganta e suas pernas tremeram antes que ela quase fosse ao chão. Por sorte, fui mais rápido e a segurei pela cintura, a olhando preocupado.

__Ow! Você está bem? Você tem algum problema de pressão baixa ou coisa assim? Quer que eu chame um médico?

__Eu estou bem – Sua voz saiu aguda demais e ela praguejou, soltando um pigarro e se soltando de meus braços – Estou bem, de verdade.

__JUDY! VOCÊ ESTÁ DANDO MOLE PARA O CARA DA PIZZA DE NOVO, DROGA?! – Katherine veio irritada, com as mãos na cintura, seguida de um cara com cabelos loiros, alargador e tatuagens espalhadas pelo braço. Aquele cara gritava encrenca e eu definitivamente não queria estar sobre a mira daqueles olhos azuis que pareciam poder matar alguém.

Heed arregalou os olhos ao me ver parado ali e logo depois abriu um sorriso estranho.

__KYLE! VOCÊ VEIO! – A maluca veio correndo e pulou em mim, enlaçando suas pernas sobre o meu quadril, me fazendo segurar sua cintura inconscientemente. Kate beijou minha bochecha e arregalei os olhos enquanto ela gargalhava. Chegou perto dos meus lábios e sussurrou para que ninguém ouvisse.

__Contato. Você precisa aprender, namorado.

Trinquei os dentes e tirei minhas mãos de sua cintura, esperando que ela entendesse o recado. Katherine saiu de perto com um sorriso nos lábios e rolando os olhos, ignorei-a e perguntei a tal Judy se ela estava mesmo bem, no qual a mesma confirmou, parecendo ter voltado ao normal.

__Desculpe por aquilo. Eu estava esperando ver um cara gato, não um deus grego da inocência. Deus, você é o cara mais lindo que eu já vi em toda a minha gloriosa vida– Ela disse agitada, sorrindo em contraste com seus cabelos cor de fogo e corei novamente – Muito prazer, me chamo Judy Winston e o loiro ali se chama Will James Kinight, mas ignore o “James”.

Uma sensação incomoda surgiu em minhas costas e olhei para trás, dando de cara com Will, me encarando com uma raiva contida.

Era apenas impressão ou ele tinha ficado irritado com o que a garota ruiva tinha dito?

Para não sair correndo com o olhar daquele homem, comecei a reparar no apartamento de minha falsa namorada.

Pacotes de salgadinhos e caixas de pizza estavam por todos os lugares e tudo era desorganizado demais para o pequeno lugar. Os únicos lugares que estavam “habitáveis” eram o sofá e provavelmente, seu quarto.

Entretanto, não duvidava que o quarto era igual ou até mesmo pior que a sala de estar em que eu me encontrava.

Tudo bem, talvez eu estivesse exagerando um pouco. Mas eu era um cara rigoroso quando o assunto era sobre limpeza, ao contrário de Katherine que não parecia dar a mínima para isso.

Me peguei pensando se teríamos alguma coisa em comum algum dia.

__Arranje um para você idiota. Ele já é meu – Kate se manifestou, mostrando a língua para a amiga e denunciando sua maturidade.

__Quantos anos você tem mesmo, amor? – Debochei e ela sorriu irônica, enquanto a Winston gargalhava e Will rolava os olhos, deixando um pequeno sorriso aparecer no canto dos lábios. Provavelmente percebendo que eu não iria sair beijando a ruiva a qualquer momento.

Sim, eu estava convencido que ele estava gostando da garota e que ela era lenta demais para perceber ou sequer pensar na possibilidade de sentir o mesmo.

__Cinco, amorzinho. Já sou bem grandinha.

Me permiti soltar uma risada.

__Se Kate tem cinco, essa aqui deve ter dois – Pude ouvir a voz do loiro pela primeira vez, enquanto ele agarrava uma Judy eufórica pelo pescoço, bagunçando seus cabelos. Ela gargalhava e estapeava seu braço em busca de liberdade.

__Will, seu tosco, me solta! – Sua voz saiu com um falso tom de irritação e ele a largou sorrindo e rolando os olhos.

__Fresca.

__Abusado.

Kate bufou e olhou para mim com aquele olhar de “vai começar tudo de novo”.

__Mimada.

__Bruto.

__Sem graça.

__Feioso.

__Opa, querida, você está precisando de óculos? – Ele sorriu galante e ela gargalhou. Olhei para Katherine que parecia procurar uma arma para atirar em sua própria cabeça.

__Vou arrancar meus olhos e ouvidos com licença – Ela fingiu que ia vomitar e depois olhou para mim com uma cara de dor fingida – Olha o que eu tenho que aguentar Kyle. Sério, vocês são o casal mais meloso da face da terra.

Judy arregalou os olhos como se aquilo fosse um absurdo e Will apenas rolou os olhos, parecendo já estar acostumado a aquela conversa.

Kate gemeu, percebendo o erro que tinha cometido ao ver a garota abrir a boca para protestar e logo a interrompeu, virando-se para mim novamente.

__Pensei que não viria – Suas mãos migraram para o cabelo, fazendo um coque enquanto me encarava interrogativa.

Ignorando completamente a amiga, devo acrescentar.

Já falei como Katherine Heed era um amor de pessoa?

__Mudei de ideia.

Ela cerrou os olhos e me olhou fixamente, procurando pelo motivo que tinha me feito estar ali.

Rolei os olhos e sorri irônico.

__Minha mãe ligou. Quer conhecer você. Parabéns amor! Vai conhecer a família!

Katherine arregalou os olhos, tossindo surpresa e seus amigos – que estavam até agora brigando pelo controle – me olharam como se eu tivesse acabado de anunciar que o fim do mundo seria amanhã.

__O QUE?! POR QUE VOCÊ ME AVISA ISSO DO NADA?! E O QUE ISSO TEM HAVER COM ATITUDE FINNIGAN?! – Ela gritou, nervosa e comecei a rir de sua cara.

__Ei, desculpe. Não sabia que você iria ficar tão assustada quando contasse a notícia. Pensei que soubesse que isso iria acontecer

__ASSUSTADA?! QUEM ESTÁ ASSUSTADA?! EU NÃO ESTOU NEM UM POUCO! E VOCÊ NÃO RESPONDEU A MINHA PERGUNTA!

__Ui, nervosinha. Se acalme e eu te conto o motivo.

Olhei para os amigos de Kate e a ruiva, mesmo não entendendo aquela conversa direito, estava rindo do rosto vermelho de raiva que a Heed tinha.

K.H

BANDO DE TRAIDORES! TRAIDORES DA PIOR ESPÉCIE!

Kyle parecia muito relaxado para quem estava prestes a ser esquartejado e ter seus restos jogados em uma vala.

Não que ele soubesse daquilo. Mas iria acontecer.

Eu não sabia o porquê estava surtando, na verdade – apesar do que possam pensar, eu estava sim; não se enganem, sou uma ótima mentirosa – mas pensar em conhecer a família daquele homem...

Tornava tudo real demais.

Como se já não bastasse a minha proposta de transformar esse monge em um completo farol de masculinidade para todas as mulheres solteiras.

Espera, o que?

Essa notícia afetou sua mente Kate. Com certeza.

Olhei para o homem a minha frente. Kyle estava estupidamente perfeito com aquele sorriso debochado no rosto, parecia mais relaxado e até mesmo mais feliz do que quando tinha o visto pela primeira vez.

Ter atitude poderia ser uma coisa boa para alguém como ele. Kyle Finnigan não iria se tornar o pegador de quem todas falavam mal no dia seguinte e saiam chorando de seu apartamento. Apenas seria o homem totalmente bonito e confiante na boate, que convidaria a garota para uma dança sem medo algum e tornaria a noite especial para ela.

Uhg, um monte de baboseiras, na minha opinião. Pensar em Finnigan dançando com outras garotas sem vergonha na cara era quase impossível.

Por que ele era inocente e ingênuo, é claro. Não é como se eu tivesse alguma coisa com isso.

Espantei esses pensamentos da minha mente e o olhei interrogativa, mostrando que tinha me acalmado e que poderia muito bem me contar qual era a relação entre a sua família e minha proposta.

__Podemos falar em particular, amor? – Eu ainda não tinha me acostumado com sua voz rouca, por isso demorava um pouco para processar o que aquele homem dizia em todo o caso. Por isso, os traidores que eu chamava de amigos, puderam captar a mensagem nada discreta que Kyle havia mandado.

Will bufou quando Judy, que estava assistindo Bob Esponja até o momento, nos olhou com ansiedade, um bico se formando em seus lábios.

Deus, tinha como ser mais criança que aquela garota?

__Ei, por que esconder as coisas de nós?! –Ela falou, ainda deitada no peito de meu amigo confortavelmente.

Rolei os olhos. Essa tapada; não percebia o que estava bem na cara dela. Kinight já tinha desistido de tentar alguma coisa.

__Porque eu quero! – Falei, agarrando o pulso de Kyle e – arrastando- guiando ele até meu quarto.

__ESSA É UMA PÉSSIMA RESPOSTA HEED! - Pude ver sua cabeleira ruiva se movimentar rapidamente enquanto ela nos via entrar no quarto, tendo que ser acalmada por Will, que aumentava o volume da TV chamando a atenção dela para alguma coisa parecida com um cachorro amarelo com braços flexíveis e seu dono com orelhas de coelho.

Seja lá o que fosse, pareceu acalma-la.

Ri comigo mesma enquanto via aquela cena. Will era um cara grande, todo tatuado e com alargadores, um típico delinquente à primeira vista; não parecia possível que se apaixonasse por uma ruiva com a mentalidade de uma criança de cinco anos – com alguns pontos pervertidos, influenciados por mim, é claro -.

Parecia estranho demais para dar certo, mas funcionava.

__Quer saber a resposta ou não? – Kyle me chamou a atenção, arqueando a sobrancelha. Balancei a cabeça, estava passando tempo demais com esse homem e sua mania de pensar em tudo estava me afetando.

__Sim, quero dizer, eu pergunto o motivo de ter aceitado minha proposta e você diz que sua família que me conhecer. Não vejo o sentido nisso Finnigan.

Ele suspirou cansado antes de responder.

__Eu nem sei se eu deveria ter aceitado essa proposta, para falar a verdade. Mentir para a minha família sobre estarmos namorando já é estranha demais para mim – Ele bagunçou o cabelo antes de continuar, era uma mania que eu já tinha notado – Mas minha família inteira acha que eu sou... Bem...

Prendi o riso ao ver que ele ficou vermelho e entendi o que estava querendo dizer.

__Você está me dizendo que toda a sua família acha que você é gay?

Seu rosto atingiu uma coloração profunda de vermelho e não pude evitar de gargalhar com a situação.

__Oh meu deus! Isso fica cada vez melhor! – Me sentei no colchão ainda rindo e ele bufou impaciente.

__Bom saber que alguém está se divertindo com isso. A questão é: Facilitaria muito a minha vida caso eu tivesse mais atitude, entende? Eles não desconfiariam tanto sobre o namoro já que eu aparentemente, mudei. Além do mais, Mackenzie também pode perceber que mudei e parar de me encher o saco.

Duvidava muito daquilo.

__Eu só não sei mais o que fazer Katherine – Seus olhos castanhos invadiram os meus, parecendo realmente perdidos.

O olhei divertida, ah sim, aquilo iria ser bom.

__Bem, então vamos oficializar – Me levantei em um pulo e me preparei para cuspir na mão. Kyle previu o que eu faria e foi mais rápido, segurando meus pulsos.

__O. que. você. pensa. que. está. fazendo?! – Olhei para seus olhos arregalados com a minha melhor cara de “não é óbvio?” e o mesmo bufou cansado– Ah, nossa! Você é muito nojenta. Se vamos oficializar, que seja sem precisar cuspir na própria mão.

O vi erguer o mindinho e tive que rir. Céus! Ele era tão inocente.

__Pinky Promise? Sério?

__Sabe que uma vez feito, não se pode voltar atrás.

Sorri ao ver seus olhos brilharem em diversão. Cerrei os olhos em desafio e enganchei meu mindinho com o seu, selando a proposta.

__É você quem disse Finnigan.

__Pode apostar Heed.

Aquilo parecia um pequeno flashback de uma época não tão passada.

Muito bem, então mais uma vez, vamos recapitular aqui: Acabei de fazer uma proposta por cima de outra proposta – que vamos combinar, é ainda pior do que a primeira -, enquanto tenho que me preparar mentalmente para lidar com a família de Finnigan e suas mudanças de atitude assim que botar meu plano em ação.

Sim, eu já tinha um plano. Consistia em vários passos, sendo que sobre alguns, ele provavelmente relutará com todas as forças até finalmente aceitar porque, convenhamos, sou Katherine Heed, nada é impossível para mim.

Eu só realmente espero que isso não me afete de um jeito muito ruim mesmo; sabe, de uma forma irreversível para todos os efeitos.

Por que se isso acontecer, quem estará perdida, serei eu.


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Notas finais do capítulo

GENT, SÓ EU TO MORRENDO PARA VER O KYLE FICAR MAIS GOSTOSO AINDA? E VER A KATE NA CASA DOS PAIS DO FINNIGAN? OH JESUS ME ABANE!

Júlia, por que em todas as suas fics os amigos do personagem principal são uma garota e um garoto?

Porque eu quero benhe, acho fofo, acho legal e é uma coisa que eu queria que acontecesse comigo. Beijos de luz.

Eu sei, o final ficou meio "WAT?" mas me deem um desconto, era 00:30 e eu estava quase caindo em cima do teclado.

Espero que tenham gostado. Fiquem a vontade para me xingar nos comentários.

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