A testemunha- HIATUS escrita por Zia Jackson


Capítulo 11
Dia ruim


Notas iniciais do capítulo

Cap um pouco mais longo do que o anterior.



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Hoje é um de meus dias ruins, eu admito.

Deitada enquanto encaro a porta, me lembro de toda a cena do assassinato, não sei mais distinguir o que foi real e o que foi fruto de meus pesadelos espalhafatosos.

O.K, no começo me deitei na cama para fugir das broncas e castigos de minha mãe (Ela está muito brava com a ligação) , mas agora é real, eu realmente me sinto péssima.

– Lisa, o que você fez foi imprudente - Minha mãe entra no quarto, dizendo essas palavras. Ela esta estranhamente calma, como se tivesse tomado uma cartela toda de calmantes( o que pode ser verdade).

– Hum - Murmuro

– Me responda direito- Seus olhos azuis quase saltam das órbitas.

Mexo meus lábios, mas o som não sai. Em seu lugar, um grito estérico corta o ar .

– Você está bem? - Ela diz, afastando uma mecha loira do rosto.

– Não - Consigo dizer

– O que aconteceu?

Tento responder, mas meus olhos se enchem de lágrimas. Mais de sete bilhões de pessoas no mundo, e justo eu tinha que ter sido testemunha daquilo?

– Lisa, qual é, me responda

Afundo a cabeça nos pés da cama, deixando minhas lágrimas encharcarem o lençol de algodão egípcio.

– Ah, filha - Minha mãe diz

Diego entra no quarto, mas quando me vê chorando, dá a meia volta e desce as escadas. Minutos depois, ele volta com um copo de água com cristaizinhos embaixo, eu sugiro que seja açúcar.

Ele entra no quarto e entrega o copo em minhas mãos , minha Mãe o encara com satisfação e bagunça seus cabelos quando ele se levanta e vai em direção a porta.

– Você quer ficar sozinha? - Ela pergunta

Balanço a cabeça em concordância.

Ela beija minha testa e sai do quarto, deixando a porta entreaberta.

Passo as próximas horas ouvindo o Tic- tac do relógio, contando cada segundo em meio a devaneios aterrorizantes. É como se eu fosse uma das vítimas do Jason de o Massacre da serra elétrica, sabendo que corro enorme perigo, mas de mãos atadas, sem ter o que fazer. Só percebo que o dia já passou quando meu pai me leva um pouco de sopa.

– Fome...Não - Falo, como um bebe

– Você tem que comer, pelo menos um pouco. - Ele fala. Percebo que o cabelo preto ganhou um fio branco a mais, e os olhos pretos apresentam olheiras das noites mal dormidas.

Continuo deitada, sem a menor vontade de comer. Ele pega a cadeira da escrivaninha e se senta ao lado da cama, me dando colheradas de sopa.

– Você comeu tudo - Ele fala - Agora sua mãe vai te colocar no banho .

E assim foi feito. Minutos depois, eu já estava no banheiro, embaixo do chuveiro. Felizmente, minha mãe me deu privacidade, assim terminei o banho rapidamente.

Vesti pijama e fui para o quarto,me deitando exatamente onde estava antes.

Três dias depois, eu estava do mesmo jeito.

– ACORDA GAROTA! - Clara grita, entrando em meu quarto

Meus ouvidos doem , mas não me mexo nem um centímetro sequer.

– Lisa, você já está nessa situação fazem três dias. Está na hora de ver o sol - Ian comenta

– É - Clara diz, o apoiando - Você esta mais pálida do que um vampiro.

Ela abre a cortina, me cegando com o luz do sol.

– Dói - Falo

– Vai doer mais se a senhorita não se levantar nesse exato momento- Ela fala

Continuo parada.

Os gêmeos se encaram, como se estivessem tramando um plano maligno.

– Se não vai por bem, vai por mal - Ian fala

O garoto me levanta da cama e me carrega no colo pelas escadas. Fico me debatendo, mas ele nem se incomoda. Ouço Clara atrás de nós, rindo da situação.

– Eu disse que íamos dar um jeito - A garota fala para minha mãe

Ian abre a porta, me conduzindo para fora de casa, o sol está ainda pior do que o da janela de meu quarto.

– Quarenta graus e você jogada na cama. - Diz Clara - Deveria estar em um hospício

Mostro a língua para ela .

– ESSA É A LISA QUE EU CONHEÇO! - ela grita , assustando meu vizinho

Ainda nos braços de Ian, sou carregada por três blocos de casas, parando em frente a uma arvore de uma casa sem moradores.

Ian me coloca suavemente embaixo da árvore,que faz uma sombra reconfortante.

– O que aconteceu com você? - Ele pergunta

– Foi estranho - Falo, depois de três dias sem formar frases - Eu podia sentir o trauma, como se cada segundo eu ficasse mais perto da morte.

– Isso é normal - Clara fala - Mas não é desculpa para ficar parecendo um zumbi

Faço um gesto obsceno para ela.

– Também te amo - Ela fala

– Clara, dá um tempo - Ian fala - Deixa ela respirar

A menina funga.

– Todo esse tempo dormindo, você perdeu uma novidade - Ele fala

– Qual? - pergunto

– O Baile anual das testemunhas em perigo - Clara fala

– O nome real, clara - Ian comenta

– O baile anual do condomínio

– Agora está certo

– E daí? - Falo

– E dai - Clara fala, toda animada - Que todos os gatos do condomínio vão estar lá

Ian faz cara feia

– Não é só isso- O garoto fala - O baile tem atrações legais, e cada ano tem um tema. Esse ano, será sobre os filmes de princesas Disney.

– Vai ter comida? -Pergunto

– Sim - Clara responde - e da boa

– Agora eu me interessei

Os irmãos riem. Clara vê o porteiro chegando com uma pizza e corre atrás dele, nos deixando sozinhos

– Então, todos tem que ir com um par - Ian fala - Eu não posso ir com minha irmã, você aceitaria ir comigo?

Olho o rapaz. Ele está vermelho como um pimentão. Contenho a vontade de apertar suas bochechas.

– Você não ia querer ir comigo, eu só sei comer

– Eu não ligo

– Então tá bom, eu aceito - Falo, tentando parecer indiferente.

É Tão estranho, quer dizer, eu já tive muitos amigos homens, várias vezes fomos juntos aos bailes, mas eu nunca senti tanta animação como hoje.

"Lisa, volte para a forma normal" Penso

Clara volta,com um pedaço de pizza na mão.

– Clara, com quem você vai? - Pergunto

– Com o seu irmão.

Se eu estivesse comendo, provavelmente estaria engasgada.

– O que? - Pergunto

– Ele me convidou

Tenho um ataque de riso. Clara era linda, feliz , legal , mas não era o tipo de Diego, ela não era metida e nem fútil.

– Cara, chega de piadas por hoje - Falo

– Mas é sério - Ela fala - Ele foi muito gentil no convite. Quem resistiria aqueles olhinhos azuis implorando pelo sim?

Me sinto um pouco enjoada, admito.

– Não esquenta - Ian fala - Depois da meia noite ela vira abóbora

A menina dá um tapa no ombro do irmão.

– Seu idiota- Ela fala

Eles riem, mas eu fico parada, sem ação.

Diego e Clara não combinam. Ele é o tipo que destrói os corações das garotas, e ela é do tipo que demora para se curar. Não vai dar certo.

Pelo bem de Clara, isso não deveria acontecer.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Espero Não ter sido rápida demais, com essa coisa de Lisa na amizade estranha com Ian