Flashback (HIATUS) escrita por Ayshi


Capítulo 7
Gincana de Colégio


Notas iniciais do capítulo

Bem... Retomando, eu estava com poucas ideias para esse capitulo e então decidi agilizar as coisas.
Boa leitura.



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Entrei na sala e me sentei na minha cadeira, como de costume. Hiroshi entrou e se sentou no lado oposto. “O que você está fazendo aqui?”, mandei um olhar para ele. Alguns garotos se amontoaram em volta dele e começaram a conversar. Seriou entrou logo após e jogou a mochila na minha mesa.

– Oi, Asayo-chan! – ela abriu um sorriso.

– O que aconteceu agora? – acariciei a cabeça dela, como se fosse uma criança.

– Consegui – ela mostrou o celular que estava aberto em um jogo.

Nunca entendi como Seriou conseguia gostar daquele jogo, mas é minha amiga. Fazer o que?

– Parabéns! – eu empurrei ela para trás.

– Classe! Sentem-se – pediu a professora que estava entrando na sala.

Todos assim o fizeram, provavelmente já sabendo o que ia acontecer a seguir.

– Formem grupos! – ela sorriu – Hoje é o dia da gincana!

Eu realmente adorava aquele dia em especial! Sempre que ele chegava eu entrava no grupo dos garotos, já que eles eram os únicos que me queriam. Agora, eu não tinha ninguém. Quer dizer, eu tinha a Seriou. É tão difícil ser sincera.

– Ei! Vamos fazer parte do mesmo grupo Asayo? – Seriou estava saltitando ao meu lado.

– É claro! – eu concordei – Precisamos de mais duas pessoas.

Ela parou de pular e colocou a mão no queixo. Já era de se esperar. Todas as salas eram organizadas em números múltiplos de quatro, então os grupos sempre ficavam exatos. Só esperar e você, obrigatoriamente, era encaixado em um grupo.

– Que droga! – ela bateu o pé no chão – E agora?

– Vamos esperar até todos estarem em seus grupos, que vamos achar mais duas pessoas – bufei – Nem que elas sejam as mais desprezíveis.

Seriou se sentou ao meu lado e voltou a jogar no celular. Eu me deitei na mesa, já que não podia fazer mais nada que não esperar. Olhei pela janela e, como sempre, enxerguei os garotos na aula de educação física.

– Todos têm grupos? – a professora perguntou e a classe respondeu com um uníssono “Sim!” – Quem está sem grupo?

Eu, Seriou, Hiroshi e um outro garoto levantamos as mãos. Que surpresa ter que ficar no mesmo grupo que o Hiroshi.

– Ótimo! Já está formado. – ela sorriu – A classe esse ano fica com o uniforme verde! Todos ao vestiário!

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A primeira tarefa não animara ninguém: Recolher as folhas que o outono derrubou. A classe que recolhesse mais sacos venceria e o grupo que recolheu a maior quantidade individualmente iria receber um premio.

– Que droga. – Hiroshi disse ao jogar as luvas no chão.

– Não reclama garoto-maravilha – Seriou brincou – Sabe o que é o premio?

O garoto, que, aliás, se chamava Suichi, e eu soltamos algumas risadinhas.

– Diga então – ele reclamou, interessando-se repentinamente pela tarefa.

– Uma semana sem precisar organizar a sala – ela levantou os punhos como se para socar o ar.

Em questão de minutos todos nós começamos a trabalhar arduamente. O sol ainda estava alto e as árvores se moviam gentilmente com a brisa.

– Não aguento mais! – eu me deitei na grama e suspirei.

– Vá dar uma volta – Suichi sugeriu – Nós cuidamos do resto.

Animada com a ideia, eu me levantei depressa e comecei a andar na direção do banheiro. O clima realmente estava muito agradável. Todos pareciam estar se divertindo, pulando em cima dos montes de folhas ou então namorando. Chegando perto dos banheiros eu vi o professor Yamamoto e uma garota conversando. Eles pareciam estar discutindo sobre alguma coisa e eu me escondi entre duas moitas para escutar. Estranhamente, as moitas onde me escondi, estavam querendo se mexer sozinhas. Eu olhei e vi que eu estava segurando as camisetas de dois garotos que se vestiam de verde. Como eu os confundi com uma moita.

– Ela está se declarando para mim – o da direita disse.

– Não. Foi para mim que ela se declarou – o outro retrucou.

– É... Não... – eu tentava interromper a discussão.

Ficamos ali por minutos que mais pareceram horas, naquela discussão entediante, até que alguém segurou a minha mão e me puxou.

– Ela já tem namorado – o dono da mão, Hiroshi, falou secamente.

– É... Não estávamos dando em cima da sua namorada cara – os dois se desculparam, com mais medo que vergonha – Apenas... Estávamos...

– Não importa – ele se virou para mim – Vamos.

Depois de termos nos afastado bastante dos garotos foi que eu ousei abrir a boca. Ainda não tinha entendido bem o que Hiroshi havia feito, mas eu tinha que o agradecer. Seja lá o que tenha acontecido.

– O-Obrigada – eu abaixei a cabeça – Não sei como eu iria me livrar deles se você não aparecesse.

– Por nada – ele pareceu estar zombando de mim.

– Vamos ficar assim por muito tempo? – eu perguntei levantando as nossas mãos.

– Não muito. Incomoda-te?

– Não. Tudo bem.

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– A próxima tarefa é escrever sobre o tema que está no quadro – a professora apontou com a régua uma frase: A importância das atividades em grupo – Então se esforcem, pois vocês dois – ela esticou o dedo para mim e Hiroshi – vão ter que escrever um relatório.

Todos nós nos sentamos em uma mesa de piquenique e eu peguei um papel e caneta.

– Alguém quer começar? – eu me animei. Adorava escrever, mas ainda não tinha uma boa ideia para redigir.

– Ninguém quer fazer isso Asayo-chan – Suichi disse.

Seriou, que estava deitada na mesa, levantou o braço para concordar.

– Tudo bem. Hiroshi, você tem alguma... – ele me interrompeu pondo a mão na minha boca e colocou os fones.

Eu suspirei e me deitei em cima do papel. A animação havia me deixado. Como eu poderia trabalhar com aquele grupo. Totalmente impossível. Continuei deitada por minutos e escrevi somente uma frase, com uma letra enorme: Momentos felizes.

– Estamos prontos para a apresentação – disse o professor Yamamoto que estava sentado ao lado da professora de nossa classe.

Voluntariamente, vários grupos se levantavam e liam os seus textos em voz alta, com ideias e palavras estupendas. Todos, com certeza, melhores que a minha frase. Seguiram-se várias horas até que a professora deu por encerrada o primeiro dia da gincana.

– Não. Eu quero ver o que aquele grupo tem a dizer – disse Yamamoto apontando para a nossa mesa.

Só podia estar de brincadeira. Hiroshi se levantou e pediu o papel. Eu entreguei para ele, que ao lê-lo, olhou de volta para mim e bufou.

– Bem... A importância das atividades em grupo – ele começou e continuou com uma desenvoltura repentina – Temos a necessidade de nos comunicar e realizar atividades em conjunto, pois assim poderemos melhorar nossos conhecimentos e... Bem... Criar momentos felizes.

O professor aplaudiu e dispensou todos.

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Já estava anoitecendo e eu ainda estava escrevendo meu relatório. Hiroshi tinha acabado de entrar na sala com o papel na mão.

– Obrigada – sussurrei – De novo. Eu queria poder improvisar tão bem quanto você – eu deitei a cabeça na mesa – Ia me salvar tantas vezes.

Ele se sentou e também deitou a cabeça na mesa, só que com a nuca virada para o meu rosto.

– O que isso importa? Isso não me deu nenhuma oportunidade que eu quisesse agarrar – ele parou de falar quando eu comecei a acariciar seu cabelo – Então nunca me ajudou muito.

Ele virou a cabeça e nossos rostos ficaram a centímetros. Meu coração acelerou e o sangue pulsou mais forte no cérebro. Ele estava pasmo e com os olhos arregalados. Eu queria beijar ele, mas não tinha forças para isso. Nem precisei ter, por que ele me beijou e eu fechei os olhos, aceitando o gesto.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Digam-me (aprendi que não se pode pronome no início de frase :# )
Gostei do resultado final, mesmo estando em contradição com o que disse nas notas iniciais :3