Everything Is Changed escrita por Isa Pevensie Jackson


Capítulo 4
Longe de um final feliz


Notas iniciais do capítulo

Gente, capítulo fresquinho pra vocês! Não esqueçam os comentários! Beijoss!
Pov Estela



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Ok. Podem falar agora. Minha chegada a universidade foi simplesmente triunfal. Ver a cara do Pedro ao me ver confiante e arrumada novamente valeu todo o esforço que eu passei para achar no meu armário minhas antigas roupas. Tive que me controlar pra não rir histericamente ao encarar seu semblante de surpresa quando meu carro entrou no estacionamento.

A única coisa que eu não fiquei feliz foi vê-lo tão próximo daquela tal de Caroline. Ele era com ela do jeito que nunca foi comigo. E isso me entristecia. Porém, quando esbarrei com o Igor e comecei a conversar com ele, meu ciúme se dissipou. Pelo que ele disse, Caroline nunca se apaixonara por Pedro e vice-versa.

Foi por esse motivo que eu resolvi encorajá-lo a ir falar com ela. Eles combinavam de uma maneira que eu não achava ser possível. Pedro não parecia acreditar que eu era capaz de ajudar os dois. Até porque, pela cara que ele fez quando entrei na cantina acompanhada de Igor, deve ter pensado que eu estava dando em cima do Igor. Típico.

Eu estava satisfeita comigo mesma. Minha manhã havia realmente sido proveitosa.

– ~-

– Foi muito bom conhecer você, Estela. –disse Igor enquanto íamos em direção aos nossos carros. – E obrigada por me encorajar a ir falar com a Caroline,

– De nada. – respondi – Vocês formam um lindo casal.

– Você e Pedro também. – ele comentou

Eu fiquei muda. Não tinha resposta para aquilo.

– Tchau Igor. – me despedi – Até amanhã.

Ele assentiu e entrou no carro dele. Eu andei até o meu, que estava um pouquinho mais a frente. Eu ia entrar no meu porshe quando uma mão segurou meu braço. Infelizmente, o toque me era familiar. Pedro.

– Eu posso falar com você um instante? – ele perguntou, passando a mão no cabelo, como fazia quando estava nervoso.

– Diga. – respondi, seca

– Só queria dizer que foi muito legal o que você fez por Carol e Igor.

– Sou legal com quem merece. – falei, olhando sugestivamente para ele.

– Ahn, é verdade. – ele respondeu, nervoso – Enfim, era só isso mesmo.

– Certeza?

– Sim, certeza. – ele respondeu, mais convicto desta vez.

– Ta bom. – falei dando de ombros – Nos vemos por ai, Pevensie.

Entrei no carro e dei a partida. Pelo espelho retrovisor, pude ver ele seguindo meu carro com o olhar. É, realmente eu havia conseguido um bom começo.

– ~-

Eu estava terminando meu expediente na livraria quando uma pessoa chamou a minha atenção. Era a amiga do Pedro. A tal de Caroline. Logo ela me viu e veio andando até onde eu estava.

– Estela? Que surpresa! – ela falou, simpática – Não sabia que trabalhava aqui.

– Comecei hoje. – respondi –Precisa de ajuda para encontrar algo?

– Não, não. Já encontrei o que procurava. Obrigada. – ela falou, simpática - Queria só aproveitar pra te agradecer por fazer o Igor vir falar comigo.

– Por nada. Ele me falou que estava arrependido e queria se acertar com você. Eu só dei apoio moral.

– Hum. Obrigada mesmo assim. – ela respondeu e sorriu – Posso fazer uma pergunta, Estela?

– Pode.

– Você ainda sente algo pelo Pedro?

Essa me pegou de surpresa. Eu não sabia o que responder. Eu ainda gostava dele, mas não sabia se deveria me abrir com Caroline. Ainda não éramos amigas. Mas a sinceridade e curiosidade ingênua presentes em seu olhar me fizeram escolher falar a verdade.

– Sim. – admiti – Mas duvido que haja volta pra nós dois. Ficamos muito tempo separados.

– Ele ainda gosta de você. Por mais que ele não assuma. Bom, de qualquer maneira, você tem meu apoio.

– Obrigada, Caroline. – sorri sinceramente – Espero que possamos nos tornar amigas.

– Eu também espero. Você parece ser alguém bem legal. A gente se vê. Se cuida.

– Você também.

Isso foi meio estranho, considerando tudo o que eu pensei sobre ela, mas era bom conhecê-la de fato e saber que era uma pessoa legal. Dá pra perceber porque o Pedro é tão próximo a ela. Só não sabia o que pensar sobre ela acreditar que eu e ele poderíamos voltar. É claro que eu queria, bem la no fundo, mas não podia me iludir.

– Estela? – chamou a dona da loja – Está tudo bem? Nós já vamos fechar.

– Sim, está sim. Só estava distraída. Vou indo então. Até amanhã.

– Até amanhã, querida.

Fui até o meu porshe e dei partida. Acho que era uma boa idéia ir falar com a Susana. Ela com certeza ia me dar uma luz sobre o que fazer. Ben não ia gostar da idéia de eu me reaproximar de Pedro, já que ele o culpa por tudo que me aconteceu no último ano. Balancei a cabeça para afastar estes pensamentos. Eu nem sabia se eu e Pedro voltaríamos a ser amigos, que dirá namorados!

Eu precisava espairecer um pouco, deixar de lado as preocupações com o Pevensie e viver a minha vida. Mas como? Não queria ter somente a opção de festas em boates. Elas nunca terminavam bem. Porém, qual eram as minhas outras opções, considerando que teria que sair sozinha?

– ~-

Bati na porta, hesitante. Não queria que Pedro Pevensie atendesse a porta, porém, como eu nunca tenho sorte, foi o próprio quem a abriu. E arregalou os olhos ao me ver.

– Estela? O que faz aqui? – ele perguntou

– Oi pra você também, seu grosso. – retruquei – Vim ver a Susana.

– Ah, desculpa. – ele pediu, envergonhado – Ela acabou de sair com o Caspian. Foram até o mercado comprar algumas coisas pra janta. Você quer esperar?

– Não. – respondi seca – Volto depois.

Me virei para entrar no meu apartamento, mas Pedro segurou minha mão, fazendo-me parar.

– Espera. Eu queria...conversar com você.

– Sobre o que? – retruquei novamente – Acho que não temos nada pra conversar.

– Olha, Estela, eu não quero que o clima fique tão tenso entre a gente. Pra ser mais fácil conviver, por causa da Susana e tal.

– Tudo bem. Eu vou entrar. – cedi

Entramos no apartamento e eu observei a decoração. Havia porta retratos de Susana e Caspian, de Pedro e Susana e de Pedro, Susana e seus outros irmãos. Eles eram incrivelmente parecidos. Principalmente Susana e a mais nova. Sorri com aquilo.

– Sua irmã mais nova é a cara da Susana. – comentei

– Verdade. Lúcia diz que quando for mais velha quer ser como Susana. – ele respondeu sorrindo também. – Senta aqui.

Ele apontou para o sofá maior. Ele já estava sentado e me olhava ansioso. Sentei-me cautelosamente no lugar vago ao seu lado. Olhei pra baixo, sem saber o que fazer.

– Primeiro que queria me desculpar por ter sido tão estúpido com você nos últimos dias. – ele disse e eu olhei em seus olhos.

Eu via que ele estava sendo sincero. E eu sabia que não deveria estar sendo fácil pra ele também. Se fosse, ele não estaria tão nervoso, mexendo no cabelo de cinco em cinco segundos. Reprimi uma risada.

– Tudo bem. Eu sei que mereço um pouco disso. – admiti

– É que foi tudo tão de repente. – ele falou – Você ir embora, voltar e se tornar minha vizinha e colega de faculdade!

– Eu sei. – concordei – Também ainda estou processando a idéia.

– Eu queria entender uma coisa também. – ele começou – Por que não me contou que queria ir pra Oxford?

– Porque você não ia entender.

– Mas pelo menos seria mais fácil te perdoar depois. – ele retrucou

– Talvez. – falei – Mas eu estava tentando evitar isso. E quase consegui.

– Como, Estela?

– Eu tinha conseguido pra você uma vaga na minha antiga escola, em Londres. – contei – E ia perguntar se você viria comigo.

Ele arregalou os olhos. Era verdade. Eu tinha esperança de que quando eu fui atrás dele em NY, ele me ouvisse e voltássemos a namorar. Porém, vocês já sabem o que aconteceu.

– Isso...isso é serio? – ele perguntou

– Sim.

– Meu Deus. Eu sou um idiota. – ele murmurou

Não respondi. Até porque, eu concordava com ele.

– Também tenho uma pergunta. Porque você mentiu e disse que Caroline era sua namorada?

Pedro riu.

– Porque eu queria te deixar com ciúmes.

Balancei a cabeça em sinal de negação. Típico de Pedro.

– Estela – ele chamou – porque você voltou pros EUA?

– Eu...não posso falar. – respondi e abaixei a cabeça.

– Estela, me conta, por favor.

– Porque eu fui expulsa de Oxford, Pedro! – gritei – Eu perdi o controle, fiquei louca e comecei a fazer tudo errado, daí fui expulsa. Terminei o colegial na minha antiga escola. Depois meu pai me convenceu a tentar Yale. E aqui estou.

– Eu...me desculpe de novo. – ele pediu

– A culpa não é sua. – falei

– É sim. – ele discordou – Se eu tivesse te ouvido, nada disso teria acontecido.

Fiquei em silêncio. Não poderia saber o que teria acontecido. Talvez ele estivesse certo, mas também poderiam ter acontecido muitas outras coisas.

– Então...agora que está tudo esclarecido... – ele começou – será que há alguma chance...você sabe...pra nós?

– Sinceramente, Pedro, não sei. – respondi e vi seu olhar perder o brilho – Tudo mudou. Nós mudamos. Acho que deveríamos ir com calma e deixarmos as coisas acontecerem naturalmente ou não.

– Sim, claro. Você está certa. – ele concordou e estendeu a mão. – Amigos?

– Amigos. – respondi e sorri minimamente, estendendo a mão também.

Apertamos nossas mãos e eu senti o familiar choque, que sempre sentia quando ele me tocava. Olhei no fundo de seus olhos e senti meu olhar ficar novamente conectado ao dele. A vontade de agarrá-lo ali mesmo era quase insuportável, mas me obriguei a ter calma. Nesse instante, Susana abriu a porta, quebrando o transe.

– Pedro, trouxemos as coisas pra macarronada e... – ela me viu e arregalou os olhos azuis escuros – Estela! Que bom que você está aqui!

E veio correndo me abraçar. Retribuí o abraço e acenei para Caspian. Pedro coçava a cabeça, envergonhado. Susana me soltou e sorriu.

– Temos muito o que conversar, mocinha. – ela falou

– Sim, sim. Claro.

– Ahn, eu vou começar a fazer a macarronada. – pronunciou-se Pedro.

– Vem Estela, vamos pro meu quarto. – chamou Susana

Assenti e a segui. Seria uma longa conversa. Mas infelizmente, eu não tinha muita escolha. O problema, é que meu pensamento permanecia no loiro. Entramos no quarto dela e ela mandou eu sentar na cama.

– Muito bem. Agora, me conta tudo. – ela mandou

– É uma longa história, Su. – suspirei – E até agora está longe de um final feliz.


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Notas finais do capítulo

Que tal?



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