Nobi, aquele que dominará o Japão! escrita por Kasu251


Capítulo 50
Takara -parte 1


Notas iniciais do capítulo

Já está ficando repetitivo, mas peço desculpa pelo atraso
Na verdade isto é só metade do capítulo, mas como vi que ia ficar enorme e como vocês já estavam esperando imenso, decidi cortar
Espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/546155/chapter/50

Shirokiba correu em pânico para o Oeste, procurando desesperadamente pelo seu mentor que o deixara sem resposta.

Correu e correu, até que encontrou um rasto de homens da Jinnlóng abatidos. Seguiu até chegar a uma zona da cidade que ficara completamente em destroços. Foi então que o avistou. Tasuku estava no chão, banhado numa poça de sangue que rodeava o seu corpo.

“Tasuku!” Gritou Shirokiba alarmado, correndo em direção ao albino, foi então que ficou sem palavras ao ver que o mesmo tinha um enorme ferimento no estômago. “T-Tasuku…”

“Yo… Shiro.” Respondeu o general com voz fraca e um sorriso suave. “Desculpa não ter… Respondido… Não consegui chegar ao… Rádio.”

“Não fales agora.” Pediu o rapaz com voz trêmula. “Vou chamar alguém para te tratar. Não gastes energias.”

“Shiro…”

“Não digas!” Gritou Shirokiba como se previsse o que o seu mentor iria falar.

“Eu…”

“Por favor.” Murmurou o grisalho já com os olhos lacrimejando.

“Não vou sobreviver… A isto.” Tasuku finalmente falou com um olhar nublado. “E pensar que… Eles teriam mesmo uma… Arma Amaldiçoada… Eu perdi sangue demais… Não falta muito… Para eu ir de vez.”

“Quem fez isto com você?” Interrogou o rapaz com uma voz raivosa. “Me diga!”

“Eu não ia gostar… De ter o meu querido discípulo… Movido pela vingança.” Respondeu Tasuku ainda sorrindo e com um fio de sangue escorrendo pelo canto da boca. “E você acha mesmo… Que eu iria deixar… Alguém capaz de me matar… Andar por aí livremente neste campo de batalha?”

“Do que estás falando?” Questionou Shirokiba confuso e ainda em pânico.

“Estás vendo aquele corpo ali?” Perguntou Tasuku movendo os olhos para a esquerda, onde estava o cadáver de um homem vestido com roupas chinesas com um buraco de bala no peito, no meio dos escombros e com um par de braceletes prateadas ao seu lado. “Quanto ele me deu… O golpe final… Acertei-lhe com uma bala bem no coração… Afinal, o melhor momento em que o inimigo baixa a guarda… É quando pensa que venceu… Ele podia ter uma Arma Amaldiçoada, mas… Não deixa de ser humano.”

“Tasuku… O que eu devo fazer?” Questionou Shirokiba desesperado.

“Bem… Eu tenho dois pedidos.” Falou o general ficando gradualmente mais pálido. “O primeiro… Eu e a Mayuko queríamos fazer uma surpresa à gangue quanto ao sexo da criança… Nós já sabemos que o bebê será uma garota… A Mayuko falou para eu decidir o nome… Foi bem difícil, mas pensei num, semana passada… Ela ainda nem nasceu, mas eu já a considero como um precioso tesouro… Takara, é um belo nome, não é?” (N/a: Takara significa tesouro)

“Sim.” Assentiu o garoto sentindo como o calor desvanecia das mãos dos seu mentor.

“Eu quero que cuides dela e da Mayuko no meu lugar… Estou confiando os meus maiores tesouros a você…” Murmurou Tasuku com voz cada vez mais débil. “Sei que você fará… Um bom trabalho.”

“Sim, eu prometo.” Respondeu Shirokiba cerrando fortemente os punhos.

“Agora, o segundo… Estás vendo aqueles braceletes prateados? Parece que aquilo é a tal Arma Amaldiçoada… Eu quero que você fique com ela…”

“O quê? Por quê?” Questionou o grisalho surpreso.

“Achei que ela combina… Com você.” Respondeu ele sinceramente. “E não podemos… Deixar algo assim… Nas mãos do inimigo… Por falar nisso, guarda também… A minha revolver… Sei que não és muito bom… Com armas de fogo, mas… Pelo menos, guarda ela.”

“Mas… Tasuku.” Falou Shirokiba sem nem saber o que dizer nos momentos finais do seu mentor e amigo.

“O meu único arrependimento… É não passar os meus momentos finais… Abraçando à Mayuko e à Takara…” Murmurou Tasuku nos seus últimos suspiros, sem deixar de sorrir. “Shiro… Não deixes de ser tu próprio… Parceiro.”

“Tasuku!!!” Gritou o rapaz finalmente soltando as lágrimas.

A criança que antes via o choro como um sinal de fraqueza e fechara o seu coração, agora chorava como uma verdadeira criança, uma criança que perdera aquele que lhe dera uma nova vida feliz…

Após deixar de sentir o pulso do seu amigo, Shirokiba pegou no revolver e foi em direção ao cadáver do homem que matara Tasuku, onde pegou nas braceletes.

“Isto… É a arma que matou o Tasuku.” Murmurou ele segurando-a fortemente e deixando umas lágrimas caírem sobre a mesma, foi então que misteriosamente o nome da arma percorreu a sua mente como um choque. “Seiran?”

“Tem um deles aqui!” Informou um homem com vestes chinesas chegando no local, sendo logo seguido por um grande número deles.

“É só uma criança.” Falou um deles.

“Eu vi ele lutando juntamente com os White Tigers.

“Então é melhor nos livramos dele.”

“Me deixem…” Murmurou Shirokiba sem deixar de encarar a arma.

“Está assustado, garoto?” Perguntou um deles se aproximando. “O mundo dos Yakuzas não é brincadeira.

“Eu disse…” Murmurou o rapaz enquanto as braceletes se transformavam num par de tonfas. “PARA ME DEIXAREM!!!!!!”

Um tornando azul surgiu em volta do rapaz, arremessando o homem que se aproximara contra os escombros. Nesse momento, uma única palavra percorria a mente de Shirokiba: “Destruir.”

Tudo aconteceu num instante, com a agilidade formidável de Shirokiba, aliada aos poderosos ventos de Seiran provocaram um completo massacre. Todos os membros da Jinnlóng que se encontram no local encontravam-se agora mortos.

Shirokiba estava completamente fora de si, as suas raiva, tristeza e frustração haviam sido completamente descontroladas pela influência negativa da arma amaldiçoada, juntando-se tudo num mero instinto destrutivo.

Porém, quando o jovem estava quase se perdendo, olhou mais uma vez para o corpo do seu mentor e amigo e viu-o ainda com um sorriso sereno no seu rosto. Foi então que as palavras dele ressoaram na sua cabeça.

Eu não ia gostar… De ter o meu querido discípulo… Movido pela vingança.

Eu quero que cuides dela e da Mayuko no meu lugar… Estou confiando os meus maiores tesouros a você… Sei que você fará… Um bom trabalho.

Shiro… Não deixes de ser tu próprio… Parceiro.

A respiração de Shirokiba foi acalmando aos poucos e conseguiu superar a influência negativa de Seiran com a sua própria força de vontade. No entanto, as lágrimas do garoto não cessaram.

—______________________________x_______________________________

            Uma semana depois, os White Tigers regressaram a Tóquio, vitoriosos. Sofreram exatamente 23 baixas, sendo uma delas o 1º General, Toragami Tasuku. Essa vitória tivera um gosto amargo e nenhum dos Yakuzas regressara com vontade de festejar.

            Shirokiba tinha um olhar sem brilho e grandes olheiras. Era visível o quão abalado ainda estava. Quando chegou à Mansão, avistou Mayuko no portão esperando pelo regresso dos Yakuzas, ela vestia um requintado kimono negro e o seu olhar parecia distante.

            Os olhos do garoto começaram a lacrimejar novamente.

            “Lamento… muito.” Falou ele se ajoelhando frente a ela, com a testa tocando no chão. “Eu… Eu não cumpri a minha promessa… Me afastei dele e isto aconteceu… É culpa minha.”

            “Shiro-chan… Levanta a cabeça.” Pediu Mayuko com os olhos cobertos pela sombra do cabelo.

            Assim que o rapaz se começou a levantar, foi repentinamente abraçado por ela.

            “Ma… Mayuko-san?!” Exclamou Shirokiba apanhando de surpresa.

            “E-está tudo bem, Shiro-chan… Eu estou aqui com você.” Gaguejou ela com uma leve lágrima escorrendo do seu olho e claramente forçando um sorriso. “Eu estou feliz… Eu estou feliz por você ter voltado vivo! Não se culpe, por favor. Ele… Ele não iria querer isso!”

            “Mayuko-san…” Murmurou o rapaz retribuindo o abraço.

            Shirokiba soubera mais tarde por Mukawa que Mayuko ficara completamente desolada ao receber a notícia semana passada. Chorara a semana inteira em seu quarto, no entanto, pelo bem de Shirokiba e do bebê, ela percebera que precisava ser forte, pois queria receber o pobre rapaz que considerava como seu próprio filho com um sorriso no rosto, sabendo que ele estaria passando por uma situação tão ruim como a dela, ou talvez pior, por ter presenciado os momentos finais daquele homem.

            Shirokiba guardou a arma amaldiçoada que conseguira, não se sentia capaz de usar uma arma que além de ter matado o seu mentor, também exercia uma influência de negativa e nunca mais a tocou novamente.

            Toda a White Tigers ficara de luto, o clima sombrio continuo-o por semanas. O Oyabun Takumi parara de rir constantemente e o seu apetite havia diminuído bastante. Tasuku era um homem amado por todos.

Foi um tempo negro para os White Tigers, no entanto, uma luz de alegria surgiu, com o nascimento do bebê de Mayuko, era uma menina saudável de olhos dourados e cabelinhos esbranquiçados como os do pai. A chegada de um novo ser ao mundo alegrara os corações dos Yakuzas, especialmente o de Shirokiba que sorrira por primeira vez desde a batalha de Chiba. O seu nascimento foi como um verdadeiro tesouro e assim como Tasuku queria, o seu nome ficou Takara.

—______________________________x_______________________________

            “Takara-chan!” Gritou Shirokiba correndo em direção à pequena bebê que observava as carpas no pequeno lago do jardim. “Vais cair se te inclinares muito!”

            Pouco mais de um ano já se havia passado desde o nascimento da criança. Takara era uma garota bem energética e curiosa, o que stressava Shirokiba várias vezes, tentando mantê-la em segurança.

            “Foi por pouco.” Suspirou o grisalho pegando nela. “Parece que não posso tirar os olhos de você.”

            “Deixa ela se divertir, Shiro-chan.” Pediu Mayuko com um sorriso gentil. “É assim que as crianças aprendem.”

            “Ela ainda é muito nova por andar por aí sozinha.” Respondeu Shirokiba com a bebê nos braços.

            “Proteges ela tanto que ainda nem aprendeu a andar.” Comentou ela pegando na sua filha. “Mas tenho de admitir, ela gatinhar como uma gatinha é bem fofo.”

            “Nyah, nyah.” Murmurou ela animadamente estendendo as suas pequenas mãozinhas para o rosto da sua mãe.

            “Ela até faz sons de gatinho.” Falou Mayuko entusiasmada e com os olhos brilhando. “Meus deus, a minha filha é tão fofa!!!”

“Acho que isso foram apenas sons de bebê.” Comentou Shirokiba com uma gota de suor atrás da cabeça, enquanto Mayuko erguia a sua filha, estendendo os braços.

“Então, quem você acha que vai suceder o Toragami-Oyabun?” Shirokiba escutou e apercebeu-se de dois Yakuzas que falavam num canto do jardim, sem notarem Shirokiba e Mayuko.

“O Oyabun ainda não anunciou o seu sucessor, mesmo já tendo passado um ano desde a morte do Tasuku-san.” Suspirou um deles. “E para piorar, ele não deixou nenhum descendente homem.”

“Mas ainda tem a Anego e a Takara-chan.” Comentou o outro.

“Bem, a Mayuko-san é sem dúvida uma das pessoas mais fortes da gangue. Mas desde a sua formação, a White Tigers nunca foi liderada por uma mulher. Isso poderia causar uma grande polémica desnecessária na gangue.”

“Verdade. Parece que a linhagem da família Toragami liderando a White Tigers acabou. Talvez escolham um dos generais.”

“O Mukawa-san é um bom candidato.”

“Também tem aquele moleque que o General Tasuku trouxe e treinou. Ele parece ter potencial.”

“Verdade.”

“Aqueles malditos.” Murmurou Shirokiba irritado. “A Mayuko-san daria uma excelente líder.”

“Agradeço, Shiro-chan.” Falou ela gentilmente. “Mas eles até que têm alguma razão. Uma mulher sucedendo o Oyabun só iria criar polémica e talvez até dividir a gangue, isso é o que menos precisamos nesta época de guerra.”

“Mas tem gangues lideradas por mulheres, como a Aogitsune (N/a: Raposa Azul)” Recordou o rapaz, era uma gangue que se estava tornando bem conhecida recentemente.

“Sim, a Aogitsune é liderada pela Goen Tomoe, ela é sem dúvida uma mulher admirável e capaz.” Reconheceu ela balançando a filha nos braços. “Porém, a White Tigers é uma gangue diferente, desde o começo foi liderada por homens da família Toragami. Mas bem não faz sentido estarmos discutindo isso agora, o Oyabun ainda está longe de se retirar do cargo.”

“Suponho que sim.”  Concordou Shirokiba. “Por falar nele, tem-se tornado bem ativo recentemente.”

“Sim, desde que decidiu compensar a falta do Tasuku nas linhas da frente, tem saído bastante em missão.” Concordou Mayuko levemente preocupada.

“Eu nunca o vi lutar, quão forte é o velhote?” Questionou o rapaz curioso.

“Muito forte.” Respondeu Mukawa, que ouvira a conversa, se aproximando. “Na verdade, é um completo monstro.”

“Isso vindo de você é realmente admirável.” Comentou Shirokiba surpreendido.

“Apenas com os seus punhos é capaz de quebrar uma montanha!” Afirmou o general convicto.

“Ok, agora você está exagerando.” Falou o grisalho com uma gota de suor atrás da cabeça.

“Não subestime a força do Toragami-sama.” Advertiu Mukawa com um olhar assustador no visor da sua armadura. “Ele é um derradeiro homem, o mais forte, o mais justo, o mais incrível!!! Aaaah! Como eu queria que ele me levasse na missão em que está agora!!!”

“Lá vamos outra vez.” Suspirou Shirokiba.

“O Yama-chan fica muito animado com estas coisas.” Riu Mayuko, juntamente com a sua filha.

“Vocês não entendem. O Toragami-sama vai enfrentar o seu velho rival nessa batalha!” Reclamou Mukawa, enquanto um rio de lágrimas escorria pelo visor da sua armadura. “Yousai Muzaki, o Oyabun da Brave Warriors, o único que consegue rivalizar com Toragami-sama… Queria tanto ver a luta deles!!!”

“Talvez uma próxima vez.” Falou Shirokiba batendo levemente nas costas do seu rival. “Ele não deve demorar para voltar e contar todos os pormenores da batalha.”

“Sim.” Concordou Mukawa se recompondo imediatamente. “O Toragami-sama deixou-me aqui como um dos Yakuzas encarregados de proteger a base, isso também é uma grande honra!”

“Ele é tão fácil de motivar.” Pensaram Mayuko e Shirokiba em simultâneo.

Um mês se passara e os batalhões que foram com o Oyabun ainda não haviam retornado.

Já de noite, Mayuko treinava com a sua espada no jardim, enquanto Shirokiba entretinha Takara.

“Quando será que o velhote vai voltar?” Questionou Shirokiba casualmente, enquanto fingia roubar o nariz da pequenina.

“Bem, eles foram para o outro lado do país, contando com várias outras famílias que eles podem encontrar, é um caminho longo, mas devem voltar dentro de poucos dias.” Calculou Mayuko continuando a balançar a espada e cortando o ar. “Aaah, já fazia tempo que não praticava. Desde que a Takara nasceu que estou afastada do campo de batalha, estava com medo de enferrujar.”

“Como se você ainda não fosse capaz de acabar com um exército sozinha.” Comentou Shirokiba com uma leve gargalhada. “Você ainda deve ser um monstro o campo de batalha.”

“Assim eu vou ficar com vergonha, Shiro-chan.” Respondeu Mayuko sem graça como se aquilo fosse um grande elogio.

Era uma noite calma e pacífica, até que o corpo de Mukawa rompeu o muro do jardim e foi jogado contra a parede da mansão, surpreendendo Shirokiba e Mayuko.

“Mukawa!” Gritou o grisalho correndo em direção ao seu rival para ver o seu estado. “Parece que ele está vivo. O que aconteceu?”

“Eles… estão aqui.” Murmurou Mukawa com voz rouca.

“Quem?” Perguntou Shirokiba alarmado, enquanto Mayuko se colocava em guarda com a sua espada.

“A gangue… Bushido.” Revelou o General derrotado.

“Bushido?” Questionou o rapaz surpreso.

Foi então que um relâmpago iluminou o céu noturno, revelando do outro lado do muro um monte de homens armados com katanas.

“O que eles fazem aqui?” Questionou Mayuko com o seu olhar feroz focado no inimigo .

“Então é disto que os White Tigers são capazes sem o seu Ás e o seu Oyabun.” Comentou um homem alto, com uma longa barba negra que lhe chegava aos tornozelos, tinha o cabelo amarrado atrás como um samurai clássico, transportava uma katana embainhada na sua cintura e vestia um kimono  simples com desenhos de espirais juntamente com calças hakama negras. “Estou profundamente desiludido. Não entendo o Muramasa-sama ordenar um ataque quando esta gangue está passando por tempos de decadência.”

“O que você disse?” Inquiriu Shirokiba irritado pela forma como o homem falou da sua gangue.

“Permitam-me apresentar.” Falou ele se inclinando respeitosamente, ignorando a raiva do jovem. “Meu nome é Sugiri Meiyo e vim conquistar este território em nome de Muramasa-sama.”

“Foi você que fez isto com o Mukawa?” Questionou Shirokiba preparando-se para lutar.

“Shiro-chan.” Chamou Mayuko colocando-se entre os dois. “Pega na Takara e no Yama-chan e leva-os para um lugar seguro… E podes ficar lá também.”

“Do que você está falando?” Perguntou o jovem alarmado. “Mas… Mas eu posso ajudar.”

“Apenas vai!” Gritou ela sem se virar para ele, apenas encarando o inimigo, foi então que o rapaz viu que os braços dela tremiam levemente. “Este homem está num nível completamente diferente do comum… Shiro-chan, por favor.”

Shirokiba mordeu os lábios e rapidamente pegou em Takara, que começara a chorar e no semi-inconsciente Mukawa e levou-os para dentro da mansão. Na mesma restavam poucas pessoas além dos 4, mas qualquer um já seria de ajuda contra invasão, por isso Shirokiba ia tentar avisar o máximo de gente que conseguia.

“Então você possui os olhos de um guerreiro experiente.” Observou Meiyo colocando a sua mão direita no punho da espada. “Homens, não quero que intervenham, quero aproveitar um bom duelo mortal.”

            “Você vai gravar algum Dorama histórico ou algo assim? Que jeito antiquado.” Comentou Mayuko com um sorriso nervoso. “O que fazem aqui? Pensei que a Bushido estivesse atuando na região de Chugoku, isso fica bem longe de Tóquio.”

            “O Muramasa-sama decidiu que a capital do país devia pertencer à família Bushido.” Respondeu o samurai retirando a sua espada. “Ele é um homem bem caprichoso.”

            “Bem, eu não posso deixar isso acontecer.” Afirmou ela mantendo um olhar firme. “Afinal, eu sou uma Yakuza dos White Tigers.

            Os dois se encararam por alguns momentos, foi então que a primeira gota de chuva caiu, dando o sinal de começo.

            Após ter deixado Mukawa e Takara na enfermaria aos cuidados do chefe da equipe médica da gangue, o Doutor Mazara, Shirokiba reuniu o máximo de Yakuzas que conseguiu e foi a correr para o jardim.

            No entanto, quando chegou, ficou chocado com o que vira. Mayuko estava cravada no muro, com uma espada no peito, segurada por Meiyo.

            “Nunca enfrentei um espadachim como você.” Comentou Mayuko com um olha nublado e cuspindo sangue.

            “Você foi deveras admirável.” Elogiou Meiyo retirando a sua espada do peito da Yakuza, deixando-a repousar na grama do jardim nos seus momentos finais, o olho esquerdo do samurai encontrava-se fechado, com um grande corte e sangrando bastante. “Você conseguiu cegar o meu olho esquerdo, quando nenhum inimigo me conseguiu provocar um único ferimento nestes últimos anos.”

            “Mayuko-san!” Gritou Shirokiba desesperado, enquanto os outros Yakuzas se preparavam para enfrentar o exército de espadachins.

            “Shiro-chan… Idiota.” Murmurou ela com um tom de voz bem fraco. “Eu… Falei… Para você não voltar…”

            Até que a chama da sua vida se apagou de vez.

            “Você tem o meu respeito, guerreira dos White Tigers.” Declarou Meiyo embainhando a sua espada e juntando as palmas das suas mãos. “Por ter conseguido tomar metade da minha visão e para manter a sua honra intacta, não farei nada às vidas que você tentou proteger.”

            “Maldito!” Gritou Shirokiba correndo em direção ao inimigo, desejando acabar com ele com toda a sua raiva.

            “Não desperdice a vida que essa mulher se sacrificou para proteger.” Advertiu Meiyo, retirando a sua espada ainda embainhada e atingindo o peito do rapaz como um relâmpago.

O impacto jogou-o com toda a força contra uma árvore. Caso a espada não estivesse embainhada, aquele teria sido o seu fim.

“Aprenda a medir níveis, jovem.” Aconselhou o samurai voltando a colocar a espada à cintura. “Algumas batalhas não valem a pena jogar a sua vida fora. Estamos voltando, homens!”

“Mas e a ordem do Muramasa-sama?” Questionou um dos espadachins surpreso, enquanto os Yakuzas da White Tigers ainda estavam cautelosos quanto à suposta retirada do inimigo.

“Eu já estou satisfeito, além disso fiz uma promessa para uma grande guerreira.” Respondeu Meiyo passando pelos seus subordinados. “Podem avançar se quiserem… Mas cada passo que derem será uma nódoa na vossa honra.”

Os espadachins se entreolharam e guardaram as suas espadas, seguindo o samurai. O Yakuzas ficaram momentaneamente aliviados por não terem de enfrentar aquele grande exército, porém não se podiam acalmar ao ver o cadáver de Toragami Mayuko, a Tigresa Dilaceradora, frente a eles. Não se podia negar, eles foram salvos por ela… Pela vida dela. Mais uma tragédia atingira os White Tigers.

“Merda…” Murmurou Shirokiba encostado à árvore em que batera, começando a socar furiosamente o solo molhado pela chuva e gritando com todas as suas forças “POR QUÊ? POR QUÊ? POR QUÊ? POR QUÊ? Por que é que teve de acabar assim… Outra vez? POR QUÊ?”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É tudo por hoje
Peço mais uma vez desculpa pelo atraso, tenho andado ocupado recentemente, mas vou tentar pelo menos ter um capítulo por mês
Até à próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nobi, aquele que dominará o Japão!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.