Nobi, aquele que dominará o Japão! escrita por Kasu251


Capítulo 30
Memórias do fogo


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pelo atraso, por favor! Realmente lamento muito, espero que não se volte a repetir, sei que vocês devem ter ficado ansiosos por este capítulo, mas primeiro quero dizer umas coisas

Primeiro queria agradeceu à leitora (e recentemente nomeada revisora desta e fic) Nikumany pela magnifica 2ª recomendação desta fic, foi bem emocionante, realmente me deixou muito feliz TT^TT
Espero que venham muitas mais futuramente

Segundo, as palavras Chō-hime e Kanabō passaram a ser escritas Chou-hime e Kanabou respetivamente

É tudo, podem prosseguir com a leitura



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9 anos atrás, numa vila remota, havia uma casa solitária no meio do bosque, nessa casa vivia uma jovem garota de 7 anos, sozinha, tinha sardas no seu rosto, o seu cabelo castanho era bem bagunçado e usava grandes óculos retangulares. A garota fora considerada um grande prodígio desta Era, resolvendo diversos problemas matemáticos e científicos, recebeu grandes quantias de dinheiro. Porém só havia algo que a garota declarava não saber... Isso era: o que se sente tendo uma família. Recém-nascida, fora abandonada à porta de um orfanato, com uma nota que apenas dizia o seu nome.

Com todo o dinheiro que ganhara, abandonou o orfanato por conta própria, não para procurar a sua verdadeira família, mas apenas porque a sua mente avançada estava farta de lidar com outras pessoas. Sentia-se alguém único no mundo, alguém que os outros não compreenderiam. Por isso decidiu arranjar um lugar para viver, onde houvessem o mínimo de pessoas possíveis.

Foi aí onde encontrou essa casa, onde passava os dias inteiros frente a um computador, absorvendo todo o tipo de informação à volta do mundo, sem sair do seu sombrio quarto. Mesmo sabendo que podia nem precisar de usar toda aquela informação, ela continuava, talvez pensando que pudesse algum dia encontrar algo que a tirasse daquele mundo monótono que se tornou a sua vida.

Até que um dia, algo quebrou a janela do seu quarto e bateu na estante de livros, que caiu sobre aquilo. Surpreendida, a garota saiu de frente do computador e foi em direção ao monte de livros para matar a sua curiosidade.

"Oh, não sabia que tinha uma casa aqui." Comentou um garoto de cabelo e olhos vermelhos com uma cicatriz no lado esquerdo do rosto, saindo de repente do monte de livros, assustando a garota.

"Como você veio parar aqui?" perguntou a garota se recompondo. "E ainda por cima pela janela."

"Simplesmente acabei aqui." Respondeu ele se levantando e retirando a poeira das suas roupas, enquanto murmurava. "Aquele urso maldito."

"Urso?" Questionou ela com uma gota de suor atrás da cabeça. "Quem é você?"

"Eu sou Nobi, aquele que vai dominar esta montanha." Respondeu ele com uma expressão confiante.

"Eh?" Indagou ela confusa.

"E você, quem é?" Perguntou Nobi com um tom autoritário.

"Yamaguchi Momoka." Respondeu ela apanhada de surpresa, enquanto pensava. "Por que é que eu estou dando o meu nome para este garoto estranho?"

"Muito longo!" Reclamou Nobi apontando para ela.

"O quê?" Perguntou Momoka surpreendida mais uma vez.

"Vou-te chamar Momo." Declarou ele com um sorriso confiante. "Além disso, também cheiras a pêssegos (N/a: Momo significa pêssego)."

"Pêssegos?" Murmurou ela confusa. "Bem, isso não importa, tens a certeza que estás bem?"

"Por quê?" Perguntou Nobi inocentemente.

"Acabaste de quebrar uma janela com o teu corpo." Explicou Momoka levemente irritada com a forma como o ruivo agia. "Não estás machucado?"

"Hum, realmente." Falou com um ar pensativo, colocando a mão na cabeça, foi aí que da mesma começou a escorrer sangue, seguindo-se um tremor no seu corpo fazendo-lhe gritar de dor. "GYAAAAAAHHHH!"

"Idiota!" Gritou Momoka surpreendida.

Alguns minutos depois, a jovem garota enfaixava a cabeça do estranho garoto que acabava de conhecer.

"Como não percebeste antes que estavas ferido?" Inquiriu Momoka com um ar autoritário terminando de enfaixar a cabeça do ruivo.

"Homens não têm tempo para se preocuparem com dor e ferimentos." Respondeu Nobi tentando parecer legal.

"Realmente és um idiota." Comentou ela batendo-lhe levemente na cabeça.

"Isso doeu." Reclamou ele com os olhos lacrimejando.

"É para aprenderes." Suspirou Momoka sem paciência.

"Mas obrigado, realmente me ajudaste." Agradeceu o ruivo retirando do seu bolso uma caixa de Pockys. "Podes ficar com um."

"O que é isto?" Questionou a garota pegando num e segurando-o frente ao seu rosto.

"São Pockys, são muito bons!" Explicou Nobi também pegando num e comendo.

"Pockys..." Murmurou Momoka intrigada levando o doce até à sua boca e trincando um pouco, foi então que os seus olhos começaram a brilhar e um pequeno sorriso surgiu no seu rosto. "Que bom."

"Eu falei, não foi?" Disse ele com uma gargalhada. "Então, o que fazes aqui, Momo?"

"Vais mesmo me chamar assim?" Questionou ela terminando o Pocky. "Bem, eu só passo o dia inteiro aqui, utilizando o computador. Não tenho nada melhor que fazer."

"Quer dizer que nunca saíste daqui?" Inquiriu Nobi surpreendido.

"Sim, acho que se pode dizer que sim." Respondeu Momoka pensativa.

Nobi então se levantou e foi em direção ao computador, ficou encarando-o curiosamente durante um bocado e então, sem prévio aviso, socou a tela do mesmo, quebrando-a.

"O que estás fazendo?" Gritou Momoka em pânico.

"Não quero que vivas num mundo fechado como este." Respondeu ele com um tom sério. "O mundo não está atrás desta tela! Não posso deixar que alguém que me ajudou viva assim! Momo, eu vou-te mostrar como é viver de verdade!"

"Você..." Murmurou impressionada pelas palavras do rapaz, por alguma razão, a raiva e o pânico que sentira haviam desaparecido após ouvi-las, deixando-a sem palavras.

"Momo..." Falou Nobi com voz trêmula, retirando a sua mão cheia de arranhões de dentro do monitor, ficando novamente com os olhos a lacrimejar. "Está doendo..."

"Pois claro, seu idiota!" Reclamou Momoka irritada pela imprudência dele.

–----------------------------------------(Flashback Off)-------------------------------------------

“Momo!” Gritou Nobi adentrando à casa coberta pelas chamas, sem hesitar um único segundo.

“Nobi!” Falou Nikko tentando ir atrás dele, porém foi impedida por Goru.

“Mantenha a calma, garota.” Falou o robô com um tom sério. “Entrar ali é perigoso para um humano normal.”

“Mas…” Respondeu Nikko ainda preocupada.

“É do Aniki que estamos falando.” Afirmou Goru com convicção. “Vamos esperar aqui.”

“Sim.” Concordou ela finalmente, cerrando o punho com força devido à frustração.

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Nobi avançava alarmado pela casa que se encontrava um autêntico inferno.

“Droga, onde está ela?” Questionou-se olhando para todas as direcções “Tenho de achá-la rápido.”

O ruivo subiu então as escadas, que já não estavam em muito bom estado e correu em direção ao quarto de Momo.

Quando entrou, o mesmo estava ardendo e Momoka, encontrava-se encolhida num canto, os seus olhos estavam vazios e a mesma não parava de tremer.

“Fogo… Fogo… Nobi… Onde estás?” Murmurava ela com voz trêmula.

“Aconteceu de novo.” Murmurou Nobi frustradamente. “Droga!”

As chamas estavam quase chegando a Momoka, porém, ela parecia incapaz de se mexer. Imediatamente, o jovem Oyabun correu em sua direção, no entanto, no chão que suportava os seus pês começou a ceder. Com todas as suas forças, saltou em direção à sua Wakagashira, quebrando o chão por baixo, mas conseguindo alcançá-la.

“Está tudo bem, Momo.” Falou ele abraçando a imóvel morena. “Eu estou aqui, está tudo bem.”

“Nobi…” Murmurou ela fechando os olhos e ficando inconsciente.

“Agora vou ter de sair daqui.” Pensou ele ao ver que o grande parte do chão desabara e que o resto estava coberto de fogo.

No momento que observou a janela, quebrou-a com o seu bastão, pegou em Momoka e saltou sem hesitar.

Foi então que o resto da Onigumi viu o seu Oyabun saltar da janela.

“Koji!” Gritou o ruivo no meio do salto largando Momoka.

“Entendido.” Falou ele pegando a Wakagashira imediatamente nos braços, enquanto o seu Oyabun caía no chão, causando uma pequena cratera.

“Ainda estou um pouco debilitado da luta contra o Jin.” Murmurou Nobi com a respiração pesada, enquanto se levantava.

“Como ela está?” Perguntou Chiyo preocupada.

“Ela está apenas inconsciente, só precisa descansar agora.” Respondeu Nobi se recompondo. “A questão é onde?”

“Parece que perdemos a nossa base.” Comentou Goru observando a casa sendo incendiada.

“Aqueles White Tigers, passaram dos limites.” Murmurou Jin sentado de pernas cruzadas, apertando a sua Bokuto com força.

“Pelo menos a Momo-san está bem.” Falou Nikko aliviada. “Mas realmente vamos precisar de um lugar para ela repousar, podemos pensar no que aconteceu com a casa depois!”

“Concordo.” Falou Koji olhando para a inconsciente garota com um olhar sério. “Mas onde?”

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Nesse momento, na mansão dos White Tigers, Katsugawa, um dos 10 Generais, acabava de chegar.

“Então, como correu?” Perguntou o General Ishida aproximando-se.

“Muito divertido, fazia tempo que não incendiava uma casa.” Respondeu o Yakuza de penteado moicano com a língua de fora. “Acho que tinha uma garota lá dentro, consegui ouvir os gritos dela.”

“Perfeito, o primeiro passo para a derrota do inimigo é acabar com o seu lar e estabilidade.” Comentou o Yakuza de feições gentis. “Agora devemos começar a caçar os que restaram e não lhes dar tempo de descansar.”

“Quero começar logo.” Falou um homem com uma grande cicatriz diagonal no seu rosto, o mesmo calçava luvas de boxe. “Desde que fui promovido a um dos 10 generais que não tenho tido muita ação.”

“Eu quero explodir logo eles!” Exclamou Katsugawa com um olhar maníaco.

“Tenham calma, Mogoro-san, Katsugawa-san.” Falou Ishida com uma voz serena. “Cada coisa a seu tempo.”

“Posso saber quando é que a Takara-hime ordenou incendiar aquela casa?” Perguntou Hikaru se juntando à conversa.

“Oh, Hikaru-san, você estava aí.” Reparou Ishida mostrando um leve olhar afiado. “Bem, não creio que seja necessário incomodar a Hime-sama com algo assim, então eu mesmo tomei a iniciativa de ataque.”

“Nós não devíamos fazer coisas assim sem o consentimento da Takara-hime.” Falou Hikaru com um olhar sério.

“Não seja tão chato, Hikaru-san.” Falou Katsugawa abrindo os braços. “Aprenda a divertir-se um pouco.”

“Diversão?” Indagou o Yakuza vestido como um mordomo mostrando um leve ar de raiva.

“Você se prende demais à Hime-sama, Hikaru-senpai.” Comentou Mogoro batendo as suas luvas de boxe. “Ela ainda viu muito pouco deste mundo.”

“O que vo-” Hikaru preparava-se para retirar uma arma do seu uniforme, mas o seu braço foi parado por Ishida.

“Hikaru-san, por favor, controle os seus impulsos. Aqui ninguém teve a intensão de desrespeitar a Hime-sama.” Explicou o General tentando acalmá-lo. “Discussões como estas só vão nos atrasar.”

“Verdade, acho que me exaltei um pouco.” Suspirou Hikaru relaxando o braço. “Mas consulte a Takara-hime antes de fazer uma operação dessa escala, Ishida-san.”

“Assim farei, não se preocupe, Hikaru-san.” Respondeu Ishida sorrindo serenamente.

“Vou voltar ao meu trabalho.” Falou o ruivo indo-se embora.

“Ele é mesmo estressado.” Comentou Mogoro com um sorriso convencido. “Eu não me intimido tão facilmente.”

“Você realmente correu perigo de morte, Mogoro.” Falou Katsugawa com um tom sério. “Se o Ishida-san não estivesse aqui, você estaria numa má situação.”

“O quê?” Inquiriu ele arqueando as sobrancelha.

“A Hime-sama é assunto sério para ele.” Explicou o Yakuza do moicano colocando as mãos nos bolsos. “O último cara que a insultou à sua frente teve a sua cabeça explodida por um tiro.”

“Em toda a família White Tigers não existe ninguém mais fiel à princesa do que ele.” Comentou Ishida observando a porta por onde Hikaru saíra. “Ele é como o seu cão de guarda… Um cão bastante raivoso e perigoso.”

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“Onde estou?” Questionou Momoka, na manhã seguinte, acordando num futon que lhe era estranho. “Que lugar é este?”

“Estamos na casa da Chiyo-chan.” Esclareceu Nikko de joelhos ao lado dela. “Estávamos todos preocupados com você.”

“Entendo…” Murmurou ela se sentando e pegando os óculos que estavam ao seu lado. “A base foi queimada, não é? Parece que por nossa causa você perdeu a casa.”

“Oh, eu não vos culpo, nem nada disso.” Falou a loira atrapalhada. “Só quero saber como você ficou assim… Segundo a Chiyo-chan, você não sofreu qualquer dano no incêndio.”

“Ah, eu detesto ter de falar disto.” Suspirou Momoka olhando para o olhar determinado da sua subordinada. “Eu… tenho um trauma com fogo.”

“Um trauma?” Indagou Nikko surpresa.

“Sim… Se for uma pequena chama como uma vela ou um fogão não há problema… Mas se me encontro num lugar rodeado de fogo… Eu… Fico incapaz de me mover e não consigo raciocinar direito.” Revelou ela apertando os lençóis do futon com frustração. “Ridículo, não é? Alguém com uma mente tão genial como eu ter uma fraqueza assim... Odeio isto.”

“Momo-san…” Murmurou a loira preocupada. “Você sabe com isso surgiu?”

“O Nobi não gosta nada que eu fale sobre isso, mas acho que posso-te contar.” Falou Momoka com um olhar distante. “Nikko… O Nobi já morreu uma vez.”

“O quê?” Inquiriu ela chocada.

“Isso mesmo... Ele morreu há 7 anos.” Repetiu a Wakagashira com um reflexo luminoso nos seus óculos. “E eu sou a culpada disso.”

“Como assim, Momo-san?” Perguntou Nikko ficando alarmada. “Explique-se, por favor.”

“Foi numa noite de Verão…” Começou Momoka a contar.

–-----------------------------------------(Flashback On)-------------------------------------------

Num amplo campo de flores, ficava um velho templo abandonado, nessa noite, duas crianças foram visitá-lo.

“Ei, Momo, tens a certeza que devíamos entrar aqui?” Perguntou o jovem Nobi de 9 anos de idade, olhando em todas as direcções. “O pessoal da vila já falou que não é seguro vir aqui, este sítio está quase caindo.”

“Desde quando é que te preocupas com segurança?” Questionou a jovem Momoka de mesma idade, subindo as escadas do templo. “Eu estou curiosa. Aquela tal Chouko falou que tem uma coisa guardada aqui, não foi? Além disso, eu sou muito fraca fisicamente, preciso da tua ajuda.”

“Sim, ela falou.” Respondeu Nobi com um olhar entediado, cutucando o nariz. “Mas se queres alguém para te ajudar, podias ter trazido o Seika-nii. Ele adora quebrar regras.”

“Eu bem que o chamei, mas ele falou que ia treinar com o Hirata-san.” Falou ela com uma veia pulsando na testa.

“Aquele velho maldito, ele disse que hoje não haveria treino!” Reclamou Nobi irritado.

“Bem, vamos entrar.” Falou Momoka carregando consigo uma lanterna de papel que trouxera do festival para iluminar o caminho.

“Ok.” Murmurou Nobi seguindo-a com um olhar desinteressado. “Mas não acho que este templo velho tenha alguma coisa de especial.”

“Não suporto que haja algo que eu ainda não saiba.” Confessou ela adentrando no templo. “Vamos começar a procurar.”

“Entendido.” Falou o ruivo ajudando-a.

No escuro da noite, os dois procuravam por algo especial naquele templo acabado pelo tempo. Mal sabiam eles que algo os observava de longe e aproximava-se lentamente.

“Ah, que droga, estamos procurando já faz meia hora e não encontramos nada.” Reclamou Nobi cansado.

“Experimente procurar por baixo dos soalhos.” Aconselhou Momoka fazendo isso mesmo.

“Devíamos procurar isto de dia.” Comentou o ruivo quebrando partes do soalho. “Já passa da hora de jantar.”

“Hoje estás reclamando muito.” Falou Momoka ligeiramente irritada. “Estás assim por o Hirata-san não ter querido te treinar!”

“Como se eu me importasse com aquele velho bêbado!” Reclamou Nobi irritado.

Foi então que os instintos de Nobi estranharam algo e o mesmo reparou num par de olhos brilhantes no breu da noite. A presença que os observava então atacou, indo em direção a Momoka, apanhando-a desprevenida.

“Momo!” Gritou Nobi a empurrando para o lado e levando o ataque em seu lugar.

“Nobi.” Falou Momoka espantada ao ver o que tinha acontecido.

“Não esperava que andassem raposas por aqui.” Comentou ele com uma expressão de dor ao ver que uma pequena raposa cravava os seus dentes e garras na sua perna direita.

Então, com todas as suas forças, bateu no focinho do animal, obrigando-o a recuar. Nobi preparou-se para um segundo ataque, mas a raposa decidiu partir.

“Por sorte ainda não era um adulto. Foi fácil de intimidar.” Comentou Nobi aliviado, apesar de sentir muita dor na sua perna. “Estás bem, Momo?”

“Sim.” Respondeu ela se levantando, foi então que reparou que a sua lanterna de papel de havia rasgado e estava queimando o soalho do templo. “Droga.”

Devido ao óleo que se encontrava na lanterna o fogo estava se espalhando muito rápido.

“Ele está se espalhando rápido demais.” Notou Nobi ao ver que já se começava a formar um incêndio. “Temos de sair daqui.”

“Sim.” Concordou Momoka suando frio.

Os dois foram então ao encontro da saída, porém, a fraca estrutura do templo não aguentou o incêndio que se formara, começando as cair. A dupla de crianças fez os seu melhor para escapar dos escombros que caíam enquanto o fogo se espalhava. Ao verem a saída começaram a correr, no entanto a perna direita de Nobi falhou e o mesmo caiu no chão, enquanto Momoka passava pela saída sem se aperceber.

Ao virar-se, notou a falta de Nobi e tentou voltar para o ajudar, porém, uma grande quantidade de destroços ardentes caiu, bloqueando a saída.

“Nobi!” Gritou Momoka do lado de fora, preocupada.

“Eu estou bem, Momo!” Respondeu Nobi do interior. “Volta para a vila, eu encontro outra saída!”

“Não posso fazer isso!” Falou Momoka em pânico com algumas lágrimas. “Não te posso deixar numa situação destas!”

“Não te preocupes, Mo-” Dizia o ruivo, quando de repente o teto do templo em chamas desabou, silenciando-o.

“NOBI!” Gritou ela desesperada, mas por mais que gritasse, não recebia uma única resposta. “Não pode ser…”

Nesse momento, as suas pernas falharam, fazendo-a cair de joelhos, frente àquela gigantesca chama que consumia o templo… E o seu querido amigo.

“Não… Não pode ser… Ele…” Murmurava Momoka sem se conseguir mover, apenas podendo observar aquela visão infernal com os seus húmidos e arregalados olhos. “Ele… M-morreu? Não! Mentira… Ele… Ele não morreria assim… Mas… E se… Quer dizer… Que eu… Eu o… Matei?”

–----------------------------------------(Flashback Off)-------------------------------------------

“Depois disso… Fui incapaz de me aproximar do incêndio e fugi para a vila como uma covarde.” Explicou Momoka com um olhar vazio e as mãos tremendo. “Desde esse dia, fico inutilizada perto de fogo.”

“Momo-san! Você não se devia culpar por isso!” Falou Nikko com voz firme e um olhar de tristeza. “Foi claramente um acidente! Tenho a certeza que o Nobi também pensa isso!”

“Tch… Você é gentil demais, droga.” Murmurou a Wakagashira virando o rosto. “Eu sempre fico estranha depois destes choques.”

“E o que aconteceu com o Nobi?” Perguntou ela curiosa e também preocupada.

“Ah sim… Não sabemos o motivo, mas na manhã seguinte ele voltou sem qualquer ferimento e carregando consigo a Onihime. As suas memórias daquela noite estavam todas bagunçadas e acabamos por não descobrir o que aconteceu de verdade. Mas uma coisa é certa, o Nobi lembrava-se de ter morrido naquela noite e depois o resto ficou turvo demais para se lembrar.” Explicou Momoka voltando-se a virar para a loira. “Então, o interrogatório já acabou, eu preciso de repouso.”

“Ela voltou ao normal.” Pensava Nikko com uma gota de suor atrás da cabeça. “Ah, sim, quem era essa Chouko? É a primeira vez que oiço falar dela.”

“Hum… Acho que devia ser uma garota qualquer que o Nobi conhecia.” Respondeu Momoka pensativa. “Só ouvi falar dela pelo Nobi, nunca a cheguei a encontrar, acho eu.”

“Entendo.” Falou Nikko ainda um pouco curiosa.

“O que foi? Ficaste com ciúmes?” Perguntou a Wakagashira com um sorriso malicioso.

“Claro que não! Agora vá descansar, Momo-san!” Gritou ela constrangida.

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“Não esperava que a casa da Loli-chan fosse tão grande.” Comentou Koji observando o jardim oriental da casa da Kunoichi que tinha até um pequeno lago de carpas. “Quanta grana ela tem, afinal?”

“Parece uma mansão japonesa.” Falou Goru espantado.

“Aparentemente, ela vive sozinha aqui.” Revelou Jin sentado no soalho da casa e encostado à porta corrediça, junto à sua nova arma amaldiçoada e com uma tala no braço esquerdo.

“Hum… Deve ser difícil.” Comentou Koji observando o limpo céu azul daquele dia.

“E onde está o Aniki?” Perguntou Goru curioso.

“Não sei, esta manhã ainda não vi.” Respondeu o azulado intrigado.

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Enquanto isso, num dos quartos da casa Chiyo, Nobi, sem camisa, fazia flexões de um braço, de cabeça para baixo. Foi então, que Nikko entrou acidentalmente no quarto, ficando surpresa com o que vira.

“Oh, desculpa interromper.” Se desculpou atrapalhada ao ver o seu Oyabun de tronco nu e suado.

“Não tem problema, já estava acabando.” Respondeu ele voltando ao normal com um impulso para trás e pegando uma toalha para se limpar. “Bom dia, Nikko.”

“Bom dia.” Respondeu ela ainda meio constrangida. “Porque é que estás fazendo isto tão cedo?”

“Se não fizer os meus exercícios matinais certo, a Momo acaba comigo.” Explicou o ruivo se sentando de pernas cruzadas no chão e massageando o seu ombro.

“Entendo.” Murmurou ela ainda pensando na história que acabara ouvir.

“Ela te contou, não foi?” Afirmou Nobi com um olhar sério. “Que eu morri há 7 anos?”

“S-sim.” Respondeu a loira hesitando e se sentando de joelhos de frente para o seu Oyabun, com a sombra da franja lhe cobrindo os olhos.

“Entendo.” Suspirou ele. “Eu realmente não gosto que as outras pessoas saibam.”

“Você planejava guardar segredo?” Perguntou Nikko receosa.

“Na verdade, já pensava contar-te o que aconteceu.” Respondeu o ruivo com um leve sorriso. “Tenho a certeza que a Momo percebeu isso e não te escondeu a verdade. Eu confio em ti, Nikko, por isso queria que soubesses este meu segredo.”

“Então você morreu mesmo?” Questionou Nikko incrédula.

“Sinceramente, não sei bem.” Suspirou o jovem Oyabun mais uma vez. “As memórias daquela noite estão muito confusas. Mas de uma coisa tenho a certeza, depois daquele incidente, não podia mais ser considerado um humano.”

Nikko ficou ligeiramente surpresa com a facilidade com que Nobi lhe revelava estas coisas sem qualquer preocupação, por alguma razão, isso a incomodava e ela sabia muito bem porquê.

“Nobi… Eu também tenho algo para te dizer.” Disse ela com um olhar sério e determinado.

“O quê?” Questionou o ruivo interessado.

“Quando eu falei com o meu irmão sobre os meus poderes, eu descobri uma verdade desagradável.” Revelou ela hesitando levemente. “Que aqueles como eu são inimigos naturais de amaldiçoados como tu… Que estarmos juntos pode vir a ser prejudicial.”

“Nikko… Queres abandonar a Onigumi?” Inquiriu o Oyabun com os olhos cobertos pela sombra da franja.

“Claro que não!” Respondeu ela com um leve lacrimejar. “Mesmo tendo sido forçada a entrar… Eu realmente amo estar com vocês. Antes disso a minha vida era solitária e cinzenta, vocês são os meus primeiros amigos! Não seria capaz de vos abandonar!”

“Perfeito.” Falou o ruivo com um sorriso de canto.

“Hã?” Indagou Nikko enxugando as lagrimas repentinas.

“Nikko, eu escolhi-te para me acompanhares no meu caminho até ao topo.” Falou Nobi se levantando e apontando para a loira. “Inimigos naturais? Não quero saber disso. Eu decido quem é meu inimigo! Não importa o que aconteça, Nikko, eu não permitirei que saías do meu lado, nunca! Isto é uma ordem e uma promessa!”

“Realmente… tens uma mente muito simples.” Nikko soltou um leve riso de felicidade ao ouvir o discurso do seu Oyabun.

“Não rias depois de eu ter falado algo tão legal, Nikko .” Reclamou Nobi um pouco irritado.

“Desculpa, mas não consegui evitar.” Nikko continuava a rir enquanto pensava. “Como ele consegue fazer as minhas preocupações desaparecerem tão facilmente?”

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Nesse momento, num escritório da cidade…

“Este é realmente um bom lugar, Kohaku.” Comentou Namonai admirando o local.

“Foi fácil conseguí-lo, só tive de manipular as memórias de um comprador.” Explicou Kohaku observando o escritório animado. “Agora é todo nosso.”

“Será um bom lugar para ficarmos na nossa estadia nesta cidade.” Falou Namonai se sentando numa poltrona de escritório. “O que acham?”

“Foi uma excelente escolha, Namonai-sama.” Respondeu Muzai observando a vista da janela. “É tão bonito desde aqui de cima. Dá para ver a cidade toda.”

“Desde que tenhamos um lugar para ficar, não me importo.” Comentou Tsumi se sentando numa cadeira de escritório e começando a ler um mangá.

“É um pouco quente aqui…” Falou Doku sentado num sofá.

“Isso não será por causa de toda a roupa que você usa, Doku-san?” Supôs Muzai se virando para ele.

“Verdade… Pode ser isso…” Respondeu Doku sem fazer nada.

“Então, Chefe, o que você vai fazer em relação à arma que perdeu?” Questionou Tsumi desviando o seu olhar da leitura para o seu líder.

“Oh, isso não importa.” Respondeu Namonai começando a beber chá. “A Tsukuyomi é apenas uma das armas confiscadas que eu coletei na prisão em que estive infiltrado por dois anos. Juntando-as com as que viemos coletando todo este tempo, temos mais do que suficiente para o grande show.”

“Bem, também não é que me importe.” Falou Tsumi voltando à sua leitura. “Afinal, a Tsukuyomi é considerada a modelo katana mais fraca, não poderá ser uma ameaça futura.”

“Tsumi-chan, acho que você está subestimando a Tsukuyomi.” Opinou o moreno pousando a sua chávena.

“Como assim?” Perguntou ela curiosa.

“É verdade que a Tsukuyomi é considerada a modelo katana devido à sua simplicidade, porém, esta apresenta de entre todas, a maior sede de sangue.” Respondeu Namonai som o seu típico sorriso. “Essa sede pode ter sido suprimida por enquanto, mas posso assegurar que não foi extinta. Ela realmente é uma arma interessante.”

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Mais tarde, frente à grande residência de Chiyo, Kazuo estava encostado ao muro, fumando um cigarro.

“Então, para que me chamaste, Nikko-rin?” Perguntou ele soprando um nuvem de fumaça. “E o que aconteceu com a nossa casa? Acabei de passar por lá.”

“Foram os White Tigers.” Ela respondeu também se encostando ao muro, ao lado do seu irmão.

“Só podia.” Murmurou ele jogando o cigarro fora. “Realmente entraste num mundo bem perigoso. Mesmo que denuncies à policia, ela não vai fazer nada por medo às 12 famílias. Essa é a realidade desta Era de Yakuzas.”

“É por isso que te chamei, Nii-san.” Falou Nikko com um olhar firme. “Quero que me treines. Quero saber utilizar o meu poder.”

“Ah… Ouve bem, Nikko-rin.” Kazuo suspirou, se virando para a sua irmã. “Eu te expliquei sobre o dom e o Anima porque queria que compreendesses melhor as coisas. Como irmão mais velho, não quero que a minha irmãzinha corra riscos desnecessários, nem quero treiná-la para que saía procurando vingança.”

“Eu não quero ser um fardo.” Ela murmurou, fazendo o seu irmão arquear a sobrancelha. “Na conquista da escola, não passei de uma refém. No incidente do Jin, não pude fazer nada. Eu não quero mais uma vida normal e tranquila se isso significar ser um fardo para eles. Eu quero ser mais forte para os poder ajudar com todas as minhas forças!”

“Nikko-rin…” Murmurou Kazuo surpreso e depois esboçando um leve sorriso. “Há vezes em que consegues ser mais cabeça dura que eu. Mesmo que eu recuse, irias correr riscos na mesma, portanto é melhor ires preparada. Mas aviso, eu não sou de pegar leve.”

Eu confio em ti, Nikko, por isso queria que soubesses este meu segredo.

Nikko, eu escolhi-te para me acompanhares no meu caminho até ao topo.

As palavras do seu Oyabun ressuavam na sua cabeça fazendo ela também esboçar um sorriso.

“É isso mesmo que eu quero, Nii-san.” Respondeu Nikko com um olhar determinado.


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Notas finais do capítulo

É tudo por hoje, espero que tenham gostado
Até à próxima!



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