Eu me lembro exatamente de Bruno ter dito que esta festa seria legal. Mas realmente está sendo legal, para ele que deve estar pegando alguma garota qualquer, porque pra mim isso está um tédio.

Faz mais ou menos uma hora que chegamos e assim que entramos na casa onde ocorria a festa - que por sinal é a casa da aluna nova, Carla - Bruno sumiu e me deixou aqui sozinha. E como eu não achei nenhum amigo meu aqui - já que só estavam os populares - resolvi me sentar na beira da piscina, onde não tinha quase ninguém e fiquei alí esperando até Bruno aparecer e nós irmos embora. Eu realmente sou bem anti social, sei disso.

Eu estava olhando para o céu que nesta noite estava coberto por estrelas, quando de repente sinto mãos nas minhas costas me empurrando com força, fazendo-me cair dentro da piscina. Legal.

– QUEM FOI O INFELIZ? - perguntei aos berros enquanto nadava até a beira da piscina. Todos me olhavam e davam risadinhas, mas paravam assim que eu lhes lançava um olhar furioso.

– Foi eu. - respondeu uma voz fina e confiante. Eu já sabia quem era, e quando olhei em sua direção tive certeza.

– Hillary sua cadela, por que me empurrou? - perguntei furiosa.

– Para você aprender a não mexer com o meu namorado! - ela falou e virou-se de costas para mim, na tentativa de ir embora.

Tentativa em vão querida.

Eu sentia meu sangue ferver, e quando percebi minhas mãos puxavam com força os cabelos loiros daquela patricinha metida. Derrubei-a no chão e ela só sabia gritar e pedir socorro, enquanto eu enchia seu rosto de tapas. Desta vez todos que presenciavam a cena, ao invés de rirem mesmo que baixinho, estavam com a boca aberta em um perfeito "O". Claro que estariam surpresos, ninguém jamais ousara sequer olhar diretamente para ela, e alí estava eu quase que "espancando" - sintam o exagero - a namorada gostosa do capitão do time de futebol de um dos colégios mais requintados de Los Angeles.

Com facilidade, empurrei Hillary dentro da piscina e pude ver seu rosto vermelho de raiva e vergonha. Lancei-lhe um sorriso irônico e fui a procura de Bruno para irmos pra casa. Exatamente isso, eu estapeei a garota mais popular do meu colégio, joguei-a dentro da piscina e depois simplesmente saí dalí sem olhar para trás. Qual é! Ela estava merecendo uma lição. Eu sou demais.

Chegando na sala de estar da casa, lá estava ele, meu melhor amigo aos beijos com Carla. Resolvi não encomodá-lo e fui dar uma volta pelo quarteirão, sim era tarde da noite e eu poderia ser, sei lá, estrupada. Mas eu estava com raiva de Hillary e eu precisava me acalmar. Sentia minha pele gelada, a noite estava com uma temperatura bem agradável e foi então que me lembrei que estava toda molhada. Droga.

Eu estava voltando para o local da festa com o objetivo de obrigar - se fosse preciso, e seria - Bruno a me levar para casa. Mas quando eu estava bem na frente da casa um retardado completamente bêbado saí de carro da garagem em alta velocidade, batendo em mim com força.

– Pronto, morri! - sussurrei antes de perder a consciência.