Simply Different escrita por Cacau


Capítulo 27
26 Capítulo - Eu vou amar você até a última batida do meu coração


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem com vocês? Eu estou mais ou menos.
1° - desculpem a demora.
2° - Como vocês já esperavam, este é o último capitulo. Exato, o último. Depois virá o Epílogo, que eu já escrevi e logo irei postar, aí pronto, a fic vai acabar. E eu chorei escrevendo estes últimos capítulos gente!
Eu me esforcei bastante, mas ultimamente não ando muito satisfeita com o que escrevo, porém acho que o que escrevi até que está digno de um último capítulo.
Bom, eu espero que vocês gostem e fiquem satisfeitos com tudo que já escrevi até então.
Uma boa leitura! E tentem não chorar. e.e



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Acordei de repente.

Porém eu não estava no chão do quarto da minha mãe abraçada à ela como me recordava, eu estava em minha cama.

E ela não conseguiria me trazer até aqui no colo, mas meu pai sim.

Logo o sonho que tive, ou seja lá o que aquilo foi, veio a minha mente.

Eu precisava fazer uma escolha, eu poderia ser livre dos problemas e viver no melhor lugar que já tive a oportunidade de "conhecer". Mas eu não veria mais as pessoas que amo.

E o que seria de mim sem elas? E pelo pouco que sei sobre Arthur, acho que ele já fez sua escolha.

Conversar com a minha mãe. Isso. Ela sim saberá o que é melhor para mim.

Sai do quarto e desci as escadas correndo, mas ao chegar ao último degrau, vi meus pais sentados conversando.

– Ela pode simplesmente ir embora Joseph. - minha mãe disse ao meu pai.

– Não Ana, ela sabe que aqui é o lugar dela. - meu pai afirmou se levantando.

– Não é! Você não entende? Nós já tivemos essa conversa a dez anos atrás Joseph! Foi exatamente por essa sua desconfiança que nos separamos.

O que ela está dizendo? Meu pai foi embora por minha culpa?

Ele voltou a se sentar e segurou as mãos de minha mãe.

– Não à culpe por isso Ana.

– Eu não estou à culpando.

– Eu fui embora porque não havia percebido o quanto amava você. E ela.

– Não deixe ela ir, por favor! - minha mãe implorou enxugando as lágrimas.

Meu pai a puxou para seus braços em um abraço reconfortante.

Enxuguei as lágrimas que estava escorrendo em meu rosto e voltei para o meu quarto antes que me vissem. Eu já sei exatamente o que fazer.

Eu posso ficar aqui e proteger alguém da mesma forma, vou cumprir minha missão estando ao lado das pessoas que amo.

(...)

Em uma certa manhã, no dia do baile, fui acordada por minha melhor amiga. Ela pulava feito maluca pelo meu quarto.

– Quanta felicidade!

Ela sorriu ainda mais, pulou mais e se jogou na cama ao meu lado.

– Hoje é o dia do baile! - disse se virando de lado na cama para me olhar.

– Você não está feliz só por isso Dhully. Conta logo.

– Você está duvidando de mim? - começou com o drama. Revirei os olhos. - O Bruno Soph.

– O que tem ele? - indaguei curiosa. Eu estava com uma saudade enorme dele. Já se passou quase um ano.

– Ele vai voltar hoje! Vai estar no baile! - ela praticamente gritou.

– Jura? - ela assentiu. - Ah meu Deus!

Começamos a dar gritinhos estéricos, parecíamos duas patricinhas de filmes. Começamos a rir de nós mesmas.

– Nós vamos ao salão de beleza as duas horas. Vamos ficar lindas! - avisou pulando da cama e abrindo as cortinhas da sacada do meu quarto, deixando o sol entrar.

Olhei para rua e vi um algo voando para longe, era ele. Eu sabia que era. Corri até a sacada, mas quando cheguei, ele já não estava mais lá. Novamente havia ido embora.

Eu estou tão cansada disso.

– O que foi Soph? Que cara é essa? - minha amiga perguntou preocupada.

Ela ainda não sabia de nada. E nem havia notado o "ponto branco" que parecia diminuir cada vez mais no céu.

– Nada. Vamos tomar café?

– Café? Eu já tomei café a muito tempo Soph, já tá' quase na hora do almoço.

Fiz uma careta. Dormi tanto assim? Dhully riu da minha expressão e foi arrumar a minha cama.

Bem que ela poderia acordar todos os dias com esse bom humor. Ia ser ótimo.

(...)

– Vamos?

– Sério que eu vou ter que ficar sentada naquelas cadeiras que deixam a bunda da gente quadrada, a tarde inteira? - ela fez que sim. - Enquanto mexem no meu cabelo, passam massa corrida no meu rosto e quase arrancam meus dedos?

Ela revirou os olhos e gargalhou alto.

– Primeiro: o seu cabelo bem que está precisando de alguns cuidados Soph. - ela fez uma careta. - E ninguém vai passar massa corrida na sua cara, quem vê assim pensa que você nunca de maquia. Quanto drama. - soltei um risinho com a cara de tédio que Dhully fazia. - E não vão arrancar teus dedos, fica tranquila ok? Prometo que você vai voltar pra casa sem faltar um dedo sequer. - continuou.

Segurei o riso enquanto minha amiga insistia na cara de tédio.

– Tá', vamos logo. Fazer o que né. - revirei os olhos e sai de casa com ela.

(...)

Cabelo, unhas e maquiagem prontas, horas depois. E minha bunda estava quadrada depois de passar tanto tempo sentada, fora que eu quase dormi apesar do barulho de secadores num canto e várias mulheres fofocando no outro. Já Dhully estava mais animada do que nunca, parecia ter energia de sobra e mais um pouco. Ah e ela fazia parte do canto das mulheres fofoqueiras só pra deixar claro.

Mereço uma amiga dessas?

– Ai como estamos lindas! - a ruiva afirmou para si mesma enquanto se deslubrava com sua própria visão no espelho.

Novamente com os gritinhos estéricos. Ela não vai começar a ter essas crises estéricas todos os dias certo? Porque é meio irritante.

Voltamos para casa e fomos trocar de roupas e esperar até o horário da festa. Faltava pouco, muito pouco, para eu ver meu melhor amigo de novo. E se eu estava anciosa com isso, imaginem como Dhully estava? É, ela estava tendo um ataque de nervos. Só faltou de descabelar e roer as próprias unhas até não sobrar mais nada, porém não fez isso já que queria estar linda para rever Bruno.

Ela o amava. Ele o amava.

Todos os dois haviam assumido isso para mim e principalmente para eles mesmos.

Mas não um para o outro.

Há um tempo atrás, Dhully me ligou no meio da noite e implorou que eu fosse até sua casa. Ela simplesmente teve um ataque de choro, e só sabia afirmar o quanto amava Bruno e como estava com saudades.

Já Bruno me ligou somente a duas semanas atrás, sua voz demonstrava o quão forte ele estava. Não era mais o garoto traído pela namorada puta. Ele sabia exatamente o que queria e quem queria, e não tinha mais dúvidas sobre isso também. Ele amava Dhully e me disse isso com todas as letras um milhão de vezes, prometendo voltar o quanto antes para Los Angeles, para falar com ela.

Faltava pouco para eles se encontrarem, e essa noite tudo se resolveria para eles.

Finalmente estarão juntos.

E eu estou mais feliz do que nunca por eles.

Mas e eu?

Arthur não vai voltar, se fosse, já teria voltado a muito tempo não é?

Uma pontada forte nas costas interrompeu meus pensamentos e me fez cair no chão. Doía muito, mas do que todas as outras vezes. E só estava Dhully e eu em casa, já que meus pais haviam saído para jantar.

– Sophia! Ah meu Deus! O que foi? - a ruiva correu até mim e me ajudou a me levantar e sentar no sofá. Ela parecia desesperada.

– Só me trás um copo d'água Dhu. Por favor. - pedi.

Essa dor seria um aviso? Seria essa noite que eu libertaria minhas asas? Mas como? Novamente são tantas perguntas. Isso está me deixando maluca.

– Toma. - minha amiga me entregou o copo com água. - O que você tem? Quer que eu chame um médico? Ou eu ligo para sua mãe?

Mas no momento que ela voltou com a água, a dor já havia passado completamente.

– Calma Dhully! Eu estou bem. - avisei à tranquilizando.

– Tem certeza? Eu posso ligar para tia, Soph.

– É sério, eu estou ótima. Foi só mais um pontada nas costas, eu tenho isso direto e você sabe, não se preocupa.

– É, eu sei. - concordou com uma cara desconfiada. - Menos mal então. Você me assustou.

Soltei um risinho e murmurei um "desculpa."

Poucos minutos depois, o motorista do pai da Dhu chegou. A ruiva mordeu os lábios e estralou os dedos durante todo o percurso até o local do baile. Ela tem essa mania desde pequena, sempre que esta nervosa tem os mesmo atos. Porém, ela já estava parecendo desesperada, parecia que ela estava achando que alguém poderia encontrar Bruno antes dela, alguma garota nova e bonita ou sei lá, alguém que pudesse tirá-lo dela de alguma forma sabe? Isso está parecendo aquele dramas clichês. Credo.

Adentramos no baile, e assim como nós, todos usavam máscaras. O salão enorme de festas da escola estava bem decorado nas cores preto e vermelho.

– Uau. - eu e a pequena Dhully murmuramos. Afinal, estava tudo lindo.

Olhei para frente à procura de alguém que eu conhecesse, enquanto Dhully ainda rondava os olhos por todos os cantos do gigantesco salão de festas com um palco, onde seriia revelados o rei e a rainha do baile, admirando a decoração.

Na minha direção, um pouco mais à frente, havia um garoto parando olhando para mim e Dhully. Eu podia ver o brilho dos seus olhos e o sorriso enorme estampado em seu rosto. Mas como todos os outros, ele estava mascarado, portanto, eu não o reconhecia apesar de saber que era alguém muito familiar.

Uma garota e um garoto passaram de mãos dadas na sua frente, - era Harry e a mini-ser dos cabelos divos, eles estão juntos? - tampando a visão que eu tinha dele, mas quando saíram, ele já havia retirado a máscara. E Dhully já olhava na mesma direção que eu.

Era Bruno.

Ela segurou com uma das mãos, o vestido longo deixando um pouco de suas pernas amostras, e andou em direção à ele o mais rápido que seus saltos deixaram.

Ele apenas à olhava.

Ao chegar lá, vi que ele apenas deu um passo na sua direção. E ela pulou em seus braços.

Andei até lá, e depois de um longo abraço os dois se soltaram. Assim, eu pude abraçar meu melhor amigo e o xingar baixinho por demorar tanto para voltar para Los Angeles.

– Idiota. Que saudades. - falei dando o milésimo beijo estalado em sua bochecha.

Meus melhores amigos não tiravam os olhos um do outro.

– Então... Acho que vou pegar uma bebida. - avisei.

E fui ignorada com sucesso! Obrigado queridos amigos.

Virei as costas e fui em direção ao balcão onde estava servindo bebidas. Pedi um refrigerante já que não era muito fã de bebida alcoólica, e fiquei sentada num banquinho ali mesmo.

Do nada, John se aproximou de mim. E estava escrito em sua testa, o quão podre de bêbado ele estava.

– E aí gatinha? - ele disse se enrolando com as palavras enquanto se sentava no banquinho ao meu lado.

Ele me chamou de gatinha? E se sentou ao meu lado?

Uau! Ele realmente está bêbado.

– Dá um tempo John. Cadê a sua namoradinha em? Vai lá com ela. - disse revirando os olhos.

Me levantei e fiz menção de sair dali, queria ir para rua pegar um ar, sei lá. Eu não sabia o que estava fazendo ali, todos dançavam felizes com os seus pares enquanto eu não tinha ninguém.

Eu estou carente. E muito. Droga.

Poucos passas à diante, alguém segurou meu braço com força. Era John.

– O que você quer em garoto?

– Sabia que até que você ficou bonitinha com esse vestido? - elogiou se enrolando todo, enquanto ainda segurava meu braço.

– Me solta John. - pedi ignorando o que ele falava e tentando me soltar.

– Ah não se faz de difícil So... So... - disse tentando lembrar meu nome.

– Me solta.

– Não.

– Solta ela. Agora. - uma voz grossa falou atrás de mim.

John revirou os olhos, deu dedo para a "voz" e saiu cambaleando. Bufei.

Quando gireu meus calcanhares para encontrar - o que tudo indicava ser um garoto - que me livrou daquele infeliz, as batidas do meu coração falharam.

Mesmo com a máscara preta, eu reconheceria aquele olhos negros e os lábios rosados expressando um sorriso torto, mesmo que ele estivesse muito longe de mim. Mas aí o seu perfume invadiu minha narinas, e eu tive a certeza de que não era apenas mais um sonho.

– Eu disse que voltaria. - o ouvi dizer quando eu já estava em seus braços. E ao tocá-lo, uma onda elétrica percorreu todo o meu corpo.

Eu estava chateada. Não! Eu estava brava, muito brava.

Mas esse idiota voltou. E eu me esqueci de qualquer coisa que tenha me deixado brava.

Sem trocarmos mais uma única palavra, segurando minha mão, Arthur me levou para a parte de trás do salão onde não havia ninguém.

Ele retirou o blazer e a camisa branca impecáveis que vestia e me entregou. Abracei as peças de roupas dele e senti o seu perfume impregnado nelas.

– Eu tenho tanta coisa pra lhe contar. - disse sentindo lágrimas teimosas escorrerem pelo meu rosto.

Ele libertou suas asas. Havia esquecido o quão belas eram. Minha asas serão assim? Meu Deus!

– Vem. - foi a única coisa que ele disse, abrindo os braços.

Eu me aproximei e ele me virou de costas, encostando meu corpo no seu e envolvendo meus braços ao redor de minha cintura. Novamente aquela onda elétrica me atingiu.

Suas asas começaram a bater e um vento frio fez até as árvores mais altas que haviam ali por perto, de debaterem.

Sentindo meu corpo rígido por conta do nervosismo, até porque eu não estava entendendo nada, quando senti que meus pés se afastavam aos poucos do chão.

– Está tudo bem meu amor. - Arthur sussurrou em meu ouvido com a voz rouca, e meu corpo se arrepiou por inteiro.

Muito pouco depois, nós já estávamos pousando em uma praia.

Eu ouvia a respiração de Arthur por ele estar tão próximo, e ouvia o barulho das ondas do mar ao fundo.

Eu estava com frio, e notei que ainda abraçava a camisa e o blazer dele. Entendi minhas mãos o devolvendo.

– Eu não vou conseguir vestir Soph. - disse sorrindo.

Isso era tão óbvio. Como você é inteligente Sophia. Uau.

– Vista o blazer. Está frio. - ele continuou.

– Arthur eu tenho que te contar muitas coisas.

– Shh. - ele fez com o dedo indicador nos próprios lábios. - Eu sei de tudo.

– Sabe? - Ele fez que sim. - Me ajuda, por favor! Eu não sei o que fazer!

Mais lágrimas desesperadas escorriam pelo meu rosto. Ele sorriu enquanto as enxugava e depois me abraçou.

– Eu vim aqui para isso.

Sorri ao ouvi-lo. Afinal, ele voltou. E espero que agora seja para sempre. Nós podemos ficar juntos, não somos tão diferentes como pensei. Como pensamos.

Novamente a dor aguda atingiu minhas costas. Arthur sorriu. Ele pôs as mãos em minhas costas e as alisou, um arrepio percorreu meu corpo.

Com o dedo indicador, Arthur fez duas linha imaginárias, pequenas e regulares em minhas costas. Com um distância não muito grande entre elas.

Neste momento, eu já gritava pela dor que sentia. Era como se ele houvesse rasgado a minha pele, e talvez tenha, já que logo senti a dor se aliviando e minha asas se libertando.

Agora, eu sei tudo o que preciso saber.

Agora, eu posso ser quem sou.

Agora, eu sou finalmente um anjo.

Agora, eu sou eu.

Murmurei um "obrigado" já encolhida nos chão. Eu sentia minhas asas se mexerem levemente sob minhas costas.

– Elas são lindas. - ele elogiou parecendo encantado com o que via.

Me levantei já sem dor alguma, e sentindo algo que eu nunca havia sentido antes.

– Eu já decidi Arthur. Eu vou ficar perto das pessoas que eu amo.

Ele sorriu ao ouvir minha decisão.

– Eu também.

Sorri, gargalhei, por tamanha felicidade.

– Eu vou amar você até a última batida do meu coração. - falei.

Eu nunca havia tido antes, uma certeza maior que essa.

– Espero que ele nunca pare de bater. - disse. - Porque eu te amarei eternamente.

Sorrimos como crianças diante de nossas declarações, nossas promessas.

E com um beijo, à selamos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ficaram satisfeitos?
Então é isso, eu me esforcei bastante e estou sofrendo pelo final da fic. Mas tudo acaba uma hora não é?
Mas logo vou postar o epílogo Ok? Até logo.
Adoro vocês! E obrigado por tudo que já fizeram por mim até agora.
Um beijo.



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