Um Verdadeiro Conto escrita por katnissberry


Capítulo 10
Capítulo 10




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Era a grande noite. A noite onde tudo mudaria na vida de Cinderela. Ela tremia de nervosismo enquanto esperava por Margaret. Talvez tudo aquilo que Peter dissera na noite anterior fosse verdade, mas ela ignorou cada palavra quando viu seu vestido novo e sapatinhos brilhantes. A rainha ruiva tinha feito tudo aquilo para lutar a favor de seu amor verdadeiro. Pelo menos era isso que ela pensava. Olhou-se no espelho e se sentiu uma verdadeira princesa, cumprimentou Margaret quando chegou ao salão, e ela apenas sorriu e acenou.

O castelo estava lotado de moças solteiras dentro de vestidos coloridos muito bonitos, de todas as idades e tipos de cabelo diferentes cercando a poltrona do príncipe Encantado. Ele sorria para todas as moças e encarava cada uma. Porém, quando Cinderela entrou na multidão, ele deu uma atenção especial a ela. Seus fios dourados perfeitamente presos em um coque combinavam com seu lindo vestido azul. Seu sorriso encantador estava voltado para o príncipe, que se levantou da cadeira e foi até a sua direção.

–Me concede essa dança, Cinderela? –perguntou beijando sua mão.

–Sim, meu príncipe.

Os dois dançaram por meia hora, até Cinderela pedir licença para pegar um drinque. Um garçom lhe serviu vinho, e ela se sentou ao lado do balcão, uma espécie de bar no canto esquerdo do salão. Ela degustava da bebida enquanto via de longe o príncipe cumprimentar convidados novos e então olhou para o relógio. Onze horas.

–Você o ama? –perguntou uma moça na cadeira ao lado.

Cinderela lhe olhou nos olhos e reconheceu Anastácia, a filha da rainha.

–Eu não sei direito, é como um sonho.

–Cinderela, se eu te fiz alguma vez algo ruim, não foi minha escolha, minha mãe sempre teve medo de você assumir o trono ao lado do príncipe e ser mais poderosa do que ela. Você sabe que ela não é confiável, certo?

–Sim. –ela disse lembrando-se do que o Peter lhe dissera. –E você?

–Eu o que?

–Gosta do príncipe?

–Já gostei. Mas meu coração sempre foi um brinquedo da minha mãe para ela sempre me usou pra ficar com a coroa. E aí, eu percebi que o Encantado apesar de ser um homem bom, é o rapaz mais fácil de se manipular no mundo.

–Mas, ele gostava mesmo de você, certo?

–Sim, pelo menos, ele dizia que sim. –falou a ruiva olhando para o príncipe distante. –Você acha que ele vai te escolher?

–Eu não sei. Eu sempre sonhei que sim, mas agora, eu nem sei se eu quero direito.

–Bom, Cinderela, siga o seu coração.

–E você vai continuar sendo um brinquedo da sua mãe?

–Não. Eu vou para o reino do Sul, ninguém ouve falar muito dele. Fugirei ao amanhecer.

–Boa sorte, Anastácia.

–Boa sorte, Cinderela. –ela falou lhe abraçando.

Cinderela se levantou e voltou a dançar com o príncipe. Quando deram onze e meia no relógio, Margaret procurou Anastácia por todo o salão, mas ela tinha mudado de ideia. Já havia partido. Antes de fazer esforço para procurar sua substituta no plano para beijar o príncipe, uma morena o fez. Ao contrário do que Margaret pensou que ela fosse fazer, Cinderela apenas sorriu. Ela não estava magoada e agora tinha certeza de que aquilo não era amor verdadeiro. Então, olhou para o relógio novamente: meia noite. Já estava na hora, ela precisava se apressar. Correu pelo salão, e então, como Margaret tinha planejado, sua roupa começou a rasgar e se desfazer. Encantado foi atrás, mas Cinderela ignorou, subindo as escadas em direção ao seu quarto no alto da torre. Um de seus sapatinhos caiu bem na mão do príncipe. E então, ela chegou no quarto. Seu relógio marcava meia noite e quinze.

–Peter! –ela gritou no quarto. –Peter... –ela falou calmamente ao vê-lo na janela.

–Está atrasada. –ele falou sério.

–Eu sei, me desculpe.

–Cindy, se você tivesse certeza de que era isso que queria, teria chegado mais cedo, e não se atrasado dançando com o príncipe.

–Mas eu não o quero. Eu quero você, e só você.

–Cindy, tínhamos um combinado. E a meia noite, você não estava aqui. Desculpe, mas isso é um adeus. –ele falou bem perto dela.

–Por favor, não me deixe. –ela disse com uma lágrima no olho.

–Adeus Cindy. –ele disse se aproximando e dando o mais gostoso dos beijos. O primeiro beijo entre Peter e Cinderela.

Depois daquilo, ele partiu, deixando a cortina do quarto dela balançando com o vento. De repente, foi como se a mente de Cinderela parasse de funcionar. As coisas foram retornando aos poucos. As lembranças dela em casa com a irmã, da morte do pai, da magia da rainha... De tudo. E então, se lembrou do que sua mãe dizia “O amor verdadeiro é mais forte do que qualquer magia”. Sua raiva subiu a pele. Margaret tinha lhe arrancado sua família, e queria lhe arrancar o amor. Ela desceu até o salão, com o vestido rasgado e descalçada para ver a rainha ruiva. Ela estava sentada rindo com um rei de outro reino, quando Cinderela parou em sua frente.

–Você matou meu pai. Você matou minha mãe. Você matou meu rei. Você matou meus sonhos. Você arruinou a minha vida. E sabe o que tenho agora? Nada. Raiva. Ódio. E eu daria tudo, mas tudo mesmo só pra ter mais poder do que você. Poder suficiente pra te cortar em pedacinhos, assim como você fez com a minha vida. –disse Cinderela friamente.

–Seu desejo é uma ordem querida. –ela falou sorrindo. -Bibbidi bobbidi boo.

De repente, Cinderela se sentiu tonta. Todos os convidados estavam perplexos com o que acabara de acontecer. Seus fios dourados ficaram brancos e Sua pele mais pálida do que o normal.

–O que você fez comigo? –ela falou assustada olhando para suas mãos.

–Nada. Você que se fez isso. Você que está mais poderosa. –disse Margaret calmamente.

Cinderela tentou tocar na rainha, mas ela pôs sua taça de vinho na frente. E com apenas um toque, a taça foi ficando mais gelada, e o vinho, se congelando.

–Parabéns, Cinderela, agora você é poderosa. Pode congelar tudo o que toca. Agora você é uma aberração, um monstro! E merece apodrecer sozinha. –disse a rainha. –Vocês querem esse monstro perto de vocês? De seus filhos? –gritou Margaret para os convidados.

Cinderela deixou uma lágrima cair. A rainha estava certa. Ela era um monstro. Uma verdadeira aberração.


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