How it all began escrita por Saturn


Capítulo 10
CHAPTER TEN - Ginger and the Dog


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!

Trago novamente um capítulo depois do fiasco de Lily Evans bêbada sendo carregada por um Darth Vader.

Enjoy it!



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Acordei na manhã seguinte com dor nas costas e um grito agudo que vinha de cima da minha cama. Em um movimento rápido, puxo a varinha de dentro da meia e me levanto, tentando encontrar a origem do som. Era Lily gritando na minha cama. 

Abro os cortinados, assustado, apenas para receber um travesseiro na cara, enquanto ela tenta formular alguma pergunta, confusa. Eu suspiro longamente, passo a mão pelos cabelos e falo:

— Lily? Do que você lembra de ontem?

Ela, já sentada na cama com a cabeça entre as mãos, me responde:

— Darth Vader me carregou.

Quando essas palavras saem da boca dela, eu começo a rir tanto quanto Sirius na noite passada quando vira Lily bêbada na escada. Depois de alguns minutos, dores na costela, tapas e olhares indignados e confusos de Lily, eu respiro fundo e explico:

— Darth Vader era eu. Era minha fantasia para a festa. E eu te carreguei até aqui porque você mal se mantinha em pé. 

Ela solta um grunhido e cai dramaticamente de costas na cama, dizendo:

— Então basicamente a festa não existiu, porque eu a bebi. 

Dou uma risada pelo nariz, me segurando para não gargalhar de novo, então ela parece perceber onde está, se senta novamente na cama e fala, um tom acima da voz normal:

—  E o que, exatamente, eu estou fazendo no seu quarto?

— Bom, eu não posso subir para o dormitório feminino e eu não iria deixar você dormir na frente do quadro da Mulher Gorda, juro que só ajudei você a lavar o rosto, tirar aqueles trecos do seu cabelo e você mesma vestiu a camiseta. Aliás, qual era a sua fantasia? - Pergunto, curioso.

— Hera Venenosa, é uma personagem de histórias em quadrinhos bem famosa no mundo trouxa. E Darth Vader?

Eu dou de ombros

— Você comentou na cafeteria que é quase impossível encontrar algum trouxa que não gostasse de Star Wars, então pedi uma ajudinha a Remus para desenhar algum personagem e enviei o desenho para minha mãe fazer a fantasia. Ela vai ficar bem contente quando eu contar que você elogiou a fantasia dizendo que estava super bem feita. 

Ela fica de boca aberta e cora um pouco, então abre um sorriso e me responde:

— Bom, não posso negar que ela é uma artista. Fico feliz que você tenha se interessado por Star Wars, algum dia eu posso te mostrar os filmes, se quiser.

Eu faço que sim com a cabeça, concordando avidamente, ansioso por descobrir se era tão bom quanto ela dizia. Nesse momento, Padfoot pula em cima da minha cama, fazendo o mais escarcéu e rindo de Lily:

— GINGER, ontem foi um momento precioso, vou manter na minha mente para sempre. - E desata a rir, enquanto Lily fica confusa, até que ele explica tudo o que aconteceu. 

Me levanto da beirada da cama, indo ao banheiro, avisando a Sirius para não provocar muito a ruiva, que mesmo de ressaca, daria um belo chute na bunda dele. Quando saio do banho, Sirius está conversando calmamente com a ruiva, enquanto lhe oferece um copo de água e um comprimido para ressaca que ele tinha em estoque. Sorrio para a cena, jamais pensei que veria Lily Evans sentada na minha cama, de ressaca, conversando com Sirius Black com a maior calma do mundo. Quando me aproximo, ela está dizendo algo que faz Padfoot rir, então se levanta com um pouco de dificuldade, recolhe os pedaços de sua fantasia, acena para Sirius e vem me dar um beijo na bochecha, agradecendo e sai do dormitório. Usando as pantufas de dragão de Sirius e minha camisa, com a qual ela dormiu. Tudo isso era quase bom demais para ser verdade. 

Uma meia hora depois, a ruiva irrompe no nosso dormitório novamente, vestindo calças justas, a minha camisa e com os cabelos presos em um coque mal feito. Ela sorri sem graça para mim, falando:

— Eu espero que não se importe de eu ter ficado com a sua camisa, eu não tinha nenhuma que não fosse do uniforme limpa. 

Eu faço um sinal para ela, dizendo que não há problema algum, a seguir, ela dá alguns passos e atira com força as pantufas de dragão em Pads, gritando:

— Vamos Sirius, você prometeeeu!

Ele resmunga, mas levanta da cama, calça tênis e pega a sua vassoura, dizendo:

— Prometi para essa cabeça de vento que ia ensiná-la a voar, pode me emprestar sua vassoura?

Eu assinto, pego a vassoura, coloco no ombro e saio do dormitório na frente dos dois, a tempo de ouvi-lo dizer para ela:

— Não ligue, ele se preocupa mais com essa vassoura do que com a própria vida. 

Mostro o dedo para Pads, sem ao menos me virar para trás, e consigo escutar os passos apressados dos dois me seguindo até o campo de quadribol. Quando chegamos lá percebemos, já nos primeiros dez minutos, que ensinar alguém que tinha medo de subir em uma vassoura seria bem complicado. 

Ficamos boa parte da manhã tentando convencê-la a voar um pouco mais alto do que seus pés tocavam o chão, porém, como eu sabia que era Sirius que tinha prometido ensiná-la a voar, eu fiquei a maior parte do tempo sentado na arquibancada enquanto ele me lançava olhares furiosos e tentava fazer a ruiva entender que ele não iria derrubá-la da vassoura por causa das detenções que ela tinha lhe dado. Rio baixinho, prevendo o fiasco que seria. 

E não deu outra, quando chegou o horário do almoço, Lily mal tinha desencostado do chão e não tinha parado de gritar desesperada um segundo sequer. Voltamos para o castelo para comermos, Lily e Sirius tinham se dado surpreendentemente bem e ela nem reclamava mais quando ele lhe chamava de Ginger. Assim que o almoço foi servido, a ruiva pede se podemos continuar a praticar de tarde e eu lhe respondo, um tanto quanto chateado:

— À tarde o time vai treinar, temos jogo contra as cobras em algumas semanas e temos que bolar uma estratégia. 

Ela, ao contrário do que pensei, anima-se ainda mais e fala:

— Posso ver o treino?

Padfoot se mete na minha frente e responde antes mesmo que eu pudesse abrir a boca:

— Claro que pode, assim você pode ver que NÃO É NORMAL GRITAR O TEMPO TODO. 

Ela ri, lhe dá língua e atira um pedaço de pão na cara do cachorro, que o segura e come, dando de ombros. Assim que termino de comer, saio da mesa e corro para a torre, pedindo para Lily cuidar da minha vassoura enquanto eu iria colocar minha roupa de treino.

Porém, quando piso novamente no salão principal, já com as roupas vermelhas de treino, minha vassoura sumiu, assim como Lily e Padfoot. Preocupado, corro até o campo de quadribol, esperando encontrar os dois lá, e meu palpite estava certo. Pads, voando alto jogando a goles para cima e para a frente e acelerando a vassoura para pegá-la antes mesmo que ela pudesse chegar dez metros longe do chão, e a ruiva está voando baixinho, rindo e com as pontas dos pés descalços roçando suavemente a grama fofa. A cena era tão bonita que eu tinha dó de interrompê-la para pegar a minha vassoura de volta, tanto que eu espero todo o time chegar para que eu fosse, contra a minha vontade, pedir que ela fosse para a arquibancada.

Ela me entrega a vassoura, sorrindo, pega os sapatos no gramado e corre para a arquibancada, com os cabelos esvoaçando atrás dela, em uma animada dança que nem uma veela seria capaz de reproduzir com tanta graça. Ela se senta na arquibancada de madeira, puxando um bloco de notas, uma pena colorida e alguns docinhos da bolsa, se inclina para trás, confortavelmente, prendendo seu cabelo em um coque frouxo e analisando o treino com uma atenção digna da aula de transfiguração. 

O treino foi ótimo, Charlus e Jamie não erravam um balaço sequer, Sirius, Lene e Ethan pareciam inspirados e fizeram jogadas dignas da Copa Mundial de Quadribol. Frank era uma muralha em uma vassoura, não deixava nada passar. E eu, inspirado pelo time trabalhando feito uma máquina bem programada, agarrava o pomo sem esforço algum, e até arrisquei uma Finta de  Wronski, realizada com perfeição. 

Findo os exercícios, quase todos do time descem para o chão e vão para o vestiário, com exceção de Lene, que estava brincando com a goles, eu, que estava pairando bem mais acima, admirando o campo e Pads, que disparou em direção às arquibancadas, puxou Lily para a garupa da vassoura e desembestou em um vôo ligeiro, rodeando as balizas e fazendo o campo todo ficar ecoando os palavrões da garota insatisfeita agarrada na vassoura. Eu dou risada, baixo e disparo ao chão, me dirigindo para o vestiário também, deixando os três que ainda restavam no campo, rirem alto e gritarem uns com os outros. 

Algum tempo depois, quando Lily e Sirius irrompem no Salão Comunal, descabelados, rindo e trocando alguns olhares cúmplices. Eu senti uma inexplicável pontada de ciúme, que logo passou ao perceber com quem a ruiva conversava. Os dois me vêem jogado em uma poltrona perto da janela, seguem em minha direção, com Pads gritando animado:

— Prongs, você PRECISA ouvir isso, essa ruiva é um GÊNIO. 

Ela dá um soco no braço dele, mas se senta no braço da minha poltrona, esticando a mão, onde segurava o bloco que notas que estava com ela no campo. E então começa a me explicar estratégias de jogo e pequenas falhas do time, que poderiam ser corrigidas e aumentar a defesa. Lene segurava a goles com o braço muito longe do corpo, sendo fácil para um jogador rival arrancá-la das mãos dela. Frank desacelerava demais antes de defender um dos aros, se um artilheiro fingisse que iria jogar para um lado e atirasse para o outro, ele não conseguiria recuperar o tempo e defender o gol. Eu virava demais o corpo em cima da vassoura, me tornando um alvo fácil para qualquer balaço ou jogador disposto a jogar sujo e me derrubar. E foi assim, por longas horas, com ela insistindo para que tentássemos uma formação de ataque onde os artilheiros se posicionariam em V, com um dos batedores voando acima deles e o outro logo atrás do artilheiro que puxava a formação, protegendo o goleiro, intimidando o time e ficando mais fácil de dar passes entre nós. 

A cada palavra dela, eu balançava a cabeça mais abismado, ela podia ser um fiasco montada em uma vassoura, mas a sua capacidade de observação estava além de qualquer um de nós. 

E foi assim que Lily Evans, a Ginger, tornou-se a treinadora oficial do time de quadribol da Grifinória. 


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?

Por favor, COMENTEM.

Favoritem, acompanhem e recomendem.

Até o próximo capítulo,

Um beijo :*



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