Segredos escrita por Reptiliano


Capítulo 10
Segredos - Parte I




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Russell, sem ainda acreditar no que estava acontecendo, conseguiu se aproximar de Kurt, mas tudo aconteceu tão rápido, que a única coisa que deu tempo, foi de pensar em algo.

“Stephen”

Os três que estavam no centro do evento sumiram dali quando Russell puxou Kurt pela manga rasgada da camisa.

Alguns Minutos Mais Cedo...

Stephen e Astrid estavam saindo da escola, seguidos de três colegas paranormais que Stephen fizera durante o tempo que costumava passar no refúgio com Cara antes de John aparecer. Os três paranormais estavam conversando entre si, provavelmente discutindo de como matématica podia ser tão difícil de entenderem.

– Hei. Você está feliz. O que aconteceu ontem à noite?

– Digamos que eu e o David estamos nos dando bem.

– Uh, hu! – Steven fez uma careta enquanto Astrid revirava os olhos. – Agora entendi porque você o mantém em segredo.

– Eu não mantive ele em segredo. Eu só acho que ele não está pronto para conhecer meus amigos.

– Você quer dizer “eu”?

– Mais ou menos. E você?

– Eu o que? – Perguntou Stephen ficando vermelho instantaneamente ao lembrar-se de John e agradecendo mentalmente à Deus por Astrid não descobrir sobre o namorado.

– Você está vermelho. Quem é a garota?

– Na verdade... Eu preciso te contar uma coisa.

– O que foi? Quem é? É Cara?

– Não é nada disso. É sobre John.

– Ah. O idiota que abandonou todo mundo?

– Bom. Ele nos abandonou porque ele perdeu a memória.

– O que? O que aconteceu com ele? – Astrid franziu a testa.

– Jedikiah. Depois que meu pai morreu. Ele pegou algumas amostras dos poderes dele e os deu pro John. Durante o processo, de alguma forma, John perdeu a memória. Cara chegou a senti-lo se revelando como se fosse um novo Ser Do Amanhã, mas sem memória, ele não sabia de nós.

– Como vocês se encontraram?

– Jedikiah, de novo. Meu tio queria montar uma nova Ultra com supersoldados para o caso de uma nova guerra contra os humanos. Adivinha quem foi o primeiro recruta?

– Você?

– John e eu nos aproximamos durante a busca pelo meu pai. Meu tio tinha a teoria de que eu devolveria a memória de John assim que nos encontrássemos, mas até agora, ele não se lembra do pessoal. Disse que lembrou-se de poucas cenas, como um flashback de alguns momentos de desespero que passou comigo, mas é só.

– Ele já viu Russell e os outros?

– Por outros, você quer dizer “Cara”?

Astrid fez que sim com a cabeça. É obvio que ela estava com ciúmes. Ou talvez não quisesse estar em segundos planos na cabeça de John.

– Você planeja voltar para ele?

– Não. – Disse Astrid com firmeza na voz, o que deixou Stephen um pouco aliviado. – Eu só queria uma satisfação. Que ele me procurasse... Mas sem memória.

– Na verdade... tem mais uma coisa que você tem que saber sobre John...

Stephen ia continuar, mas foi interrompido por Astrid, que parecia ter visto alguém que conhecia mais à frente.

– Aquele ali é...

Do outro lado da rua estava um rapaz moreno completamente careca, um pouco mais alto que Stephen. Usava uma camisa amarela e uma calça jeans apesar de estar fazendo um calor absurdo naquele dia.

– David. O que ele está fazendo aqui?

David, o namorado de Astrid, pareceu tê-la avistado, pois levantou a mão acenando para a garota do outro lado da rua. Ele saiu correndo, olhando rapidamente para os lados. Não devia ter reparado que um caminhão estava virando a esquina e indo em sua direção.

Stephen encarou o motorista do caminhão, esperando que este ao menos parasse para que David pudesse passar em segurança, mas não. O motorista falava ao telefone enquanto encarava o espelho retrovisor. Stephen, infelizmente teria que agir.

Teleportou-se aparecendo na frente de David, que levou um susto, mas não houve tempo para reação, pois os dois já estavam desparecendo dali. O motorista do caminhão levou um susto, deixando cair o celular e freiando instintivamente.

Stephen e David apareceram ao lado de Astrid que já estava desesperada, achando que o namorado havia sido atropelado.

– Melhor irmos. Antes que nos identifiquem.

Astrid olhou feio para Stephen, mas sabia que o amigo estava certo. Pôs a mão em seu ombro e no ombro de David, que ainda estava tentando processar o que havia acontecido.

Os três reapareceram na casa de Astrid. Stephen achou mais seguro irem para lá, pois sabia que os pais de Astrid não estavam em casa naquele horário e que em sua casa poderiam se econtrar com John.

David caiu no sofá esfregando os próprios braços. Enquanto encarava Stephen misteriosamente. Não parecia assustado ou nervoso, mas também não parecia feliz ou duvidoso.

– David... – Começou Astrid. Ela estava tão nervosa quanto Stephen. Com medo de perder o namorado – Esse é Stephen. Ele acabou de salvar sua vida.

– Hei. – Disse Stephen

– O que você é? – Perguntou David, agora parecendo curioso.

– Amigo dela. Também sou um homo superior. Somos chamados de Seres Do Amanhã. Não escolhemos esse nome, eu juro. – Stephen riu de si mesmo ao terminar a frase e para a sua surpresa, David riu também.

– Nós? Existem outros? Astrid, você também se teleporta?

– Não!

– Não. Mas sim, existem outros. – respondeu Stephen – Você está bem?

David levantou-se do sofá e estendeu a mão para Stephen.

– Claro. Você acabou de salvar minha vida. – David sorriu.

– Você não está bravo? – Perguntou Astrid com receio.

– Eu já imaginava que era possível esse tipo de coisa e ele salvou minha vida, então... Estou numa boa com isso.

Foi então que Stephen percebeu que talvez Cara estivesse certa. Talvez humanos e Homo Superiores pudessem mesmo conviver em paz. – Stephen – O rapaz sentiu alguém tentando comunicar-se telepaticamente com ele.

– Stephen. Você está fazendo cara de quem está se comunicando telepaticamente. – Falou Astrid.

– Além de se teleportar ele é telepata!? Uau!

– Acho que Russell pode estar com problemas. Eu preciso ir. Foi bom te conhecer, David. Estou de olho. – Os dois sorriram – Astrid, eu ainda preciso te dizer algo importante.

– Ok. Vá ajudar Russell. Deve ser importante também.

* * *

John estava sentado em frente à um restaurante tomando um refrigerante e comendo batatas fritas enquanto esperava a acompanhante chegar, que por acaso, acabara de se teleportar à sua frente.

– Você não teme que os humanos descubram sobre nós, Natalie?

– Isso irá acontecer cedo ou tarde. É mais ou menos por isso que eu vim aqui falar com você.

– Depois de um convite daqueles. Era impossível recusar.

– Bom, Jedikiah me disse que você e o Jameson estavam se pegando então esperei Stephen ir à escola...

– Invadiu a casa dele e deixou uma mensagem de tinta vermelha para parecer sangue na parede do quarto dele. Quase caí nessa. Impossível esconder as coisas daquele homem. – John riu de si mesmo.

Natalie sorriu.

– Eu preciso que você me ajude numa coisa.

– Desculpe. Estou ocupado numa coisa.

– É tentando recuperar a memória. Eu li a mente de Jedikiah enquanto ele me fez uma visita. O problema é que nós dois sabemos que você não precisa recuperar o que já achou.

John encarou-a incrédulo. Provavelmente ela estava lendo sua mente quando deixou a mensagem na casa de Stephen, já que, como um bom soldado, John ficava sempre em alerta e não deixava que outros invadissem sua mente.

– O que você quer?

– Eu quero um podre do Jedikiah. Ele veio até a minha casa me ameaçando e ameaçando a minha namorada. Eu acho que ele está blefando, mas não posso arriscar a vida dela por uma teoria. Eu preciso saber o que ele tem contra nós e o que podemos usar contra ele.

– Provavelmente é. Jedikiah é mentiroso e sabe como fazer uma mentira parecer verdade até mesmo para um ótimo telepata. Nem mesmo Roger conseguia ler a mente dele às vezes. Eu acho que não tem nada para você se preocupar.

– Sim, mas eu mencionei que você está incluido nessa teoria?

– O que eu tenho a ver com isso?

– Jedikiah quer que eu e você tenhamos um filho.

John riu. Tão alto que chamou atenção de outros clientes.

– Minha reação foi a mesma.

– Desculpa, mas isso é ridículo.

– Foi o que eu pensei, até ele me explicar. Devo admitir que faz certo sentido.

– O que?

– Evolução. Eu e você podemos matar. Nosso filho seria sinérgico sendo que eu e você somos paranormais.

– É, de fato faz sentido. – John suspirou – Duvido que ele vá me deixar em paz com Stephen. Nossas vidas se tornaria um inferno. Ok, verei o que posso fazer por você.

Natalie, satisfeita com a conversa, levantou-se. Deu um último sorriso para John, que retribuiu, antes de se teleportar, no entanto, um garçom que passava ali do lado, agilmente sacou uma faca da manga da camisa e atirou na perna de Natalie. A menina caiu de joelhos no chão, enquanto John nocauteava o garçom.

– Natalie! – John ajoelhou-se ao seu lado. – Fique comigo.

– Jedikiah sabe.

– É. Imagino que sim.

John a pegou nos braços e teleportaram-se sem se preocupar em serem vistos. Do outro lado da rua, um curioso, que vira a briga, acabara de gravar um vídeo de John se teleportando com Natalie em um celular.

Agora...

Stephen teleportou-se para uma rua movimentada. Sentiu-se desconfortável com isso, pois ainda se preocupava em revelar o maior segredo de sua espécie para o mundo, porém esses tipos de pensamentos sumiram de sua mente, quando este viu que Russell e Kurt brigavam no chão e ao lado dos dois estava o prefeito.

Ele correu para perto do dois, tentando separá-los. Jogou Kurt de lado e ajudou Russell a se levantar.

– Tarde demais, Stevie. – Dizia Kurt com raiva – Eles sabem sobre nós. Nosso segredinho já era!

– Ele invadiu o gabinete e contou pra todo mundo sobre nós, Stephen.

– Como?

– A vacina. – Dizia Kurt – Não é permanente, mas quando eles voltam, voltam descontrolados.

– É verdade. Ele destruiu o gabinete.

Stephen olhou para trás encarando o prefeito que corria na direção oposta.

– Cuide dele. Leve para o Refúgio se for preciso e deixe que Jedikiah brinque à vontade com ele. Eu preciso dar uma palavrinha com o prefeito!

Stephen teleportou-se e Russell avançou contra Kurt, que novamente estava sem os poderes.

Donna, apareceu na janela do gabinete do prefeito. Os dois não tinham se telportado para longe, apenas para a rua de trás. Ela desceu o mais rápido que pode e quando chegou lá embaixo, ambos já estavam cansados.

O explosivo poder de Kurt voltou. O tampão da rede de esgoto flutou da calçada e avançou contra Russell, que teleportou-se para desviar.

Donna viu a chance e aproveitou. Precisar contê-lo para que este não fizesse mais estragos. Quatro tiros e Kurt estava no chão, pintando-o de vermelho.


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