Oliver estava deitado em uma maca de metal, com alguns aparelhos médicos ligados ao seu corpo da mesma forma de quando descobri que ele era o Arqueiro. Sem perder tempo chequei seus batimentos e retirei um pouco de seu sangue para analisar.

–Ele parece estar alucinando, fica dizendo coisas estranhas o tempo todo. –Disse Diglle assim que cheguei à caverna alguns minutos depois da ligação. –E Felicity?

–Pedi Cisco para ficar na estação esperando o trem com ela. –Expliquei enquanto examinava o sangue de Oliver no microscópio. –Felicity insistiu que eu viesse imediatamente.

–Claro que ela insistiu. –Diglle suspirou deixando seu corpo cair sobre a cadeira.

–Ela vai ficar bem. –Disse para tranquilizá-lo. –E ao que tudo indica Oliver também. –Ele parece estar com alguma droga derivada de LSD em sua corrente sanguínea. O efeito deve passar em algumas horas.

Diglle respirou aliviado. –Vou ligar para a Felicity!

CENTRAL CITY

Barry me deixou nessa estação com seu parceiro que sinceramente, se a intenção dele era que Cisco me defendesse bom não vai acontecer. Cisco é um rapaz baixo, magro com cabelos negros em um corte Chanel que estava precisando ser renovado. Apesar de ser incrivelmente inteligente, não seria de grande utilidade em uma luta.

–Quanto tempo ainda Falta para esse trem sair? –Perguntei com as mãos trêmulas.

–O mesmo de um segundo atrás quando você me perguntou. –Respondeu. –Fica calma Felicity, Barry já deve ter resolvido o problema de seu chefe há essa hora.

Mas ficar calma não é fácil, não quando Oliver deve estar sangrando na caverna enquanto eu estou aqui a 900 km de distância! De onde ele tirou a ideia de me mandar para Central City tentando me proteger? Quando eu acabei virando a donzela indefesa? Se ele se atrever a morrer... Sentei-me no chão abraçando minhas pernas tentando superar o ataque de pânico que comecei a ter. Cisco parecia não saber como agir.

–Eu vou ficar bem, só me dê um tempo. –Pedi tentando respirar mais devagar. Meu celular começou a tocar no bolso da minha jaqueta. Respirei fundo antes de atender. –Alô. –Disse com a voz fraquinha.

–Está tudo bem Felicity. –Disse Diglle. –Ele vai ficar bem.

STARLLING CITY

Abri meus olhos, tudo a minha volta parecia rodar, pisquei algumas vezes para me acostumar com a claridade em meu rosto, tentando distinguir as figuras paradas ao meu redor. Diglle era o mais próximo, ele tinha um sorriso de alívio no rosto quando percebeu que eu estava olhando para ele, Barry e Roy estavam ao seu lado, ambos parecendo cansados.

–Diglle. –Chamei com a voz rouca. –O que aconteceu?

–Aconteceu que você foi baleado, quase morto, ficou alucinando por dois dias... –Essa voz furiosa definitivamente não era de Diglle. –Qual o seu problema Oliver? –Felicity dizia caminhando apressada em minha direção. Barry me ajudou a sentar se afastando em seguida.

Coloquei minhas pernas para fora da maca ficando sentado de frente para ela. Meu abdômen estava rígido e dolorido por causa do tiro me sentia fraco e sonolento, mas toda a fúria daquela garota pequena que agora estava parada diante de mim, me olhando preocupada apesar de toda a fúria que tenho certeza que ela estava sentindo, diante de tudo isso a única coisa que que pude fazer foi sorrir.

–Fala sério! Eu digo coisas engraçadas ou constrangedoras há anos e agora você ri no momento em que eu estou te dando um sermão. –Ela suspirou e desviou seu olhar para Barry. –Ele ainda está alucinando. –Disse prestes a me dar as costas. Segurei seu braço para não deixar que ela se afastasse.

–Eu não estou alucinando. –Garanti a ela olhando em seus olhos azuis que me fitavam de volta cheios de preocupação e admiração.

–Graças a Deus! –Disse se jogando em meus braços. Ela estava entre minhas pernas com os braços em volta do meu pescoço. Segurei em sua cintura ignorando a dor que senti, antes de puxá-la para mais perto a envolvendo com meus braços. Seu coração batia acelerado junto ao meu, seu corpo parecia tremer, eu devo a ter apavorado durante o tempo em que fiquei desacordado. Afaguei seus cabelos a consolando. –Nunca mais tente me proteger me mandando para longe! –Reclamou com voz de choro. –E quando eu conhecer um cara com antecedentes criminais, não me diga que ele é apenas um garçom! –Reclamou.

–Eu sinto muito. –Disse em seu ouvido, sentindo o cheiro de morangos que vinha de seus cabelos. –Foi a primeira e a ultima vez que menti para você. Prometo.