Acordei na manhã seguinte com uma dor de cabeça imensurável e meu celular tocando sem parar. Eu estava no meu quarto, com a mesma roupa do dia anterior e meu corpo exalava álcool. Tentei ignorar a chamada, mas assim que parou o celular recomeçou a tocar novamente. Era meu chefe amado.

–Hum... –Murmurei.

–Felicity onde você está? –Perguntou.

–Em casa. –Respondi grogue.

–Está passando mal? –Agora ele estava preocupado. –Quer que eu mande Diglle ai para buscá-la?

–Oliver eu estou bem. –Respondi. –É só uma ressaca.

–Você de ressaca? –Repetiu pausadamente como se estivesse absorvendo a idéia.

–Não vou ficar me repetindo Oliver, vou tomar um banho gelado que é melhor.

–Eu preciso de você aqui em meia hora. Ou se esqueceu que hoje eu tenho minha reunião com o conselho da QC e ainda vamos conhecer o investidor que entrou no lugar da Isabel.

–Vadia. –Pensei alto e pude escutar um riso baixo do outro lado da linha.

–Estou mandando alguém aí para te buscar, é melhor não dirigir de ressaca, acredite em mim.

–Tudo bem. –Resolvi não discordar, se existe alguém que conhece de ressaca, esse alguém Oliver Queen.

Tomei um banho gelado, tentando recuperar um pouco do meu amor próprio que com certeza devo ter deixado na privada depois de toda a vodka que tomei na noite anterior. Me vesti com um vestido vermelho e salto, prendendo meus cabelos e tentando concertar meu rosto com corretivo e base. No fim das contas não estava ruim. Quando alguém buzinou em minha porta e desci esperando ver John Diglle, mas quem me espera era Oliver, em um terno claro com sua habitual barba por fazer e um sorriso educado no seu lindo rosto. Sorri surpresa, me odiando por ficar tão feliz em vê-lo.

–Bom dia Srta. Smoak. –Cumprimentou me oferecendo um copo de café. –Pensei que iria precisar. –Acrescentou.

–Obrigada. Realmente preciso. –Disse franzindo meu rosto com a claridade do sol.

Oliver abriu a porta de seu carro para mim, entrando em seguida.

–Pensei que Diglle viria.

–Eu precisava ver como é Felicity Smoak de ressaca. –Brincou. –Então onde você estava ontem a noite?

Como se algo divino me socorresse, meu celular vibrou em minha bolsa, pedia a Oliver um segundo.

COMO SE SENTE HOJE? ESPERO QUE TENHA DORMIDO BEM. SABE ONDE ME ENCONTRAR QUANDO PRECISAR DE UM AMIGO. DANNY

Sorri após ler a mensagem, eu realmente precisava de um amigo e Danny, como eu o apelidei carinhosamente foi um. Ele escutou toda a minha história onde obviamente omiti o fato do homem que me causou todo esse sofrimento ser um vigilante, e criei uma versão mais politicamente correta da batalha contra Slaide. Onde Slaide que eu resolvi chamar de Benny, era um ex-namorado de Laurel e Oliver me usou para fazer ciúmes nela... A história não importa o que vale é o sentimento que ela me causou!

–Felicity! –Gritou Oliver.

–Sim.

–Quem é Danny? –Ele parecia um pouco incomodado.

–Um cara que conheci ontem na boate. –Respondi sem pensar. –Ele é garçom. –Acho que já está bom de informações, pensei. –E bom ele me trouxe para casa no fim da noite. –Ah que maravilha, agora conta que você estava chorando em seu obro por causa dele! Me recriminei. –Não que você queira saber de toda a história... –Disse em um sussurro.

–Claro que eu quero saber da história toda. –Disse nervoso, parando em frente à empresa. –Não sei o que deu em você Felicity. Mas trate de voltar ao normal. –Disse com grosseria antes de sair batendo a porta do carro.

Andei ao seu lado de cabeça baixa. Por dois motivos, primeiro eu e o sol hoje, definitivamente não éramos amigos, e segundo, não conseguia encarar Oliver nos olhos depois da cena dentro do carro. Ele segurou a porta do elevador me esperando entrar, me encolhi em um canto em silencio enquanto digitava uma resposta rápida para Danny.

–Não acredito que você ainda vai responder essa mensagem. –Disse Oliver em tom de recriminação.

–Oliver eu não intrometo em sua vida pessoal. –Respondi simplesmente.

Oliver parecia furioso devido aos sons que ele fazia, não arrisque olhar em sua direção para ter certeza. Apenas sai do elevador em direção a minha mesa quando finalmente a porta se abriu.

–Felicity. –Chamou me fazendo olhar em sua direção. –Isso não acabou. –Bufei em resposta o que só pareceu o deixar ainda mais furioso.

–Vamos para sua reunião Oliver. –Disse após guardar minha bolsa. –E não entendo por que está tão bravo. –Respondi em um sussurro olhando para os lados. –Sim, eu sai ontem, bebi e conheci um cara. –Oliver ainda me olhava com ar assassino. –É o que as garotas geralmente fazem!

–Pensei que não fosse como todas. –Disse parecendo enojado.

–O que está insinuando Oliver?

Ele abriu a boca para responder, mas nesse momento um homem alto realmente bonito, com cabelos escuros e pele clara saiu do elevador em nossa direção. Ao se aproximar seus olhos pararam em mim por alguns segundos.

–Ray Palmer. –Se apresentou me estendendo a mão, ignorando Oliver ao meu lado.

–Olá senhor Palmer. –Apertei sua mão. –Sou Felicity Smoak.

–Oliver Queen. –Se apresentou um pouco impaciente. –Felicity é minha assistente. –Acrescentou sem nenhuma necessidade.

–Prazer em conhecê-lo Sr. Queen. –Disse com um belo sorriso no rosto.