–Felicity! –Gritei. Eu estava pendurado com as mãos amarrada acima de minha cabeça em uma espécie de aquário cúbico. Arrependi-me imensamente de ter topado colocar Felicity nessa situação. Minha cabeça girava, o bandido deve ter aplicado alguma droga em mim. Pisquei com dificuldade de abrir meus olhos.

–Oliver! –Ela respondeu depois de um longo tempo parecendo estar apavorada com a voz grogue, seja o que for que aplicaram em mim, ela também estava sobre efeito. –Você está bem?

–Sim. –Respondi. –E você como está?

–Um pouco zonza, eu fiquei preocupada... Você não acordava, pensei que estivesse morto. –Ela soluçava chorando.

–Está tudo bem, vai ficar tudo bem. –Tentei a tranqüilizar. –Não se preocupe comigo agora, vamos sair dessa eu te prometo.

Quando consegui por fim abrir meus olhos a primeira coisa que fiz foi ver Felicity a minha frente, em um tubo de vidro igual ao meu, também pendurada os botões de seu vestido estavam abertos na parte do colo com eletrodos ligados ao seu corpo e um cateter em seu braço. Olhei para baixo e percebi que estava sem camisa com os mesmos eletrodos em meu peito e o mesmo liquido sendo injetado em minhas veias. Nós estávamos em um laboratório que nunca havia visto antes.

–Não sei se vai poder cumprir sua promessa. –Disse uma voz feminina desconhecida fora do meu campo de visão. –Nenhum outro casal conseguiu vencer o jogo até hoje.

Então eu a vi. Era uma mulher linda, com cabelos ruivos e a pele muito clara, ela parecia um anjo não deveria ter mais que vinte e poucos anos. Mas o que um anjo fazia torturando casais até a morte?

–O que você quer conosco? –Perguntou Felicity com a voz tremula.

–Quero salvar vocês. –Disse com um olhar louco. –Evitar mais corações despedaçados pela ilusão do amor eterno. –Ela parou a minha frente, tapando Felicity de meu campo de visão. –Se vocês realmente forem honestos em relação aos seus sentimentos, se não existir segredos, vocês podem seguir com o casamento e serem felizes para sempre, se não... Bom, irão morrer afogados. E só um aviso, é uma morte lenta e dolorosa...

BARRY ALLEN

–Diglle, nós precisamos encontrar logo esse endereço. – Eu dizia andando de um lado para o outro na caverna.

–Eu sei, eu sei! –Ele tentava cruzar as informações no computador. –Não acredito que ele conseguiu apagar você. –Disse a Roy que estava sentado em um canto segurando um saco de gelo sobre a cabeça.

–Eu fui pego de surpresa, não é como se nunca tivesse acontecido com você também. –Se defendeu.

–Do jeito de vocês não está funcionando. –Disse indo me trocar. –Vou ver se consigo encontrar algo que ajude no local onde eles foram pegos. –Não esperei respostas e sai pela porta vestido de Flash.

FELICITY SMOAK

–Por que você está fazendo isso? –Sua fala estava arrastada, meu coração doía em vê-lo daquela forma. –Nunca fizemos nada a você!

Ela soltou uma risada maligna que em nada combinava com sua face e jeito angelical. –Eu estava noiva, prestes a me casar com o homem dos meus sonhos quando houve a explosão nos Glaides. –Começou a explicar. –Jared, que dizia me amar mais que tudo no mundo, só que o "tudo" dele não era assim tão abrangente. Ele me deixou quando isso aconteceu comigo. –Ela levantou a barra de suas calças, revelando uma prótese de ferro onde antes fora sua perna direita. –Ele me deixou enquanto eu ainda estava me recuperando no hospital, saiu da cidade, alegando ser mais do que ele poderia suportar!

–Sinto muito. –Disse sincera, recebendo um olhar surpreso dela e de Oliver.

–Você parece uma boa pessoa. –Concluiu se virando para mim. –Levando em consideração que a droga que está sendo injetada em seu corpo suprime temporariamente a capacidade de processar mentiras, você realmente sente muito por mim. –Disse admirada. -Espero que sobreviva.

–Ela não merece estar aqui! –Gritou Oliver. –A solte e faça o que tem que fazer comigo!

–Eu não saio daqui sem ele! –Me apressei em dizer.

–Felicity! –Gritou Oliver em tom de advertência.

–Muito lindo a lealdade de vocês, mas vamos acabar logo com isso. –Disse a moça bonita. –As regras do jogo são simples, vocês não podem mentir, então todas as vezes que vocês responderem minhas perguntas e revelarem algo um para o outro os eletrodos que estão ligados ao peito vocês vão revelar se isso os magoa ou não. Todas as vezes que a resposta causar mágoa no parceiro o tanque será cheio de água, vamos ver até onde podem lidar com segredos e falhas um do outro.

–Você é louca. –Disse Oliver.

–Eu simplesmente estou apressando o inevitável. A mágoa é o fim de todo casamento. Acho que vou começar com você senhor Queen. –Ela se virou para Oliver, meus batimentos aumentaram consideravelmente. –Está vendo. –Disse apontando para o monitor. –Ela ama mesmo você. O que descarta a teoria de golpe do baú. Pobre garota.

–A deixe em paz. –Ameaçou com uma voz perigosamente calma.

–Você é o único aqui que pode machucá-la. Agora responda! –Fechei meus olhos tentando me acalmar para que nada acontecesse com Oliver. –Você costuma mentir para ela?

–Não. –Respondeu prontamente. –Só menti para você em relação a Danny. –Disse me olhando nos olhos. –Por sua segurança. –Esbocei um sorriso fraco para tranquilizá-lo mostrando que eu já havia perdoado.

–Muito bem Sr Queen. –Disse a psicopata. –Começou bem. Agora você garota. Costuma mentir muito para seu noivo?

–Ele não é meu noivo. –Soltei sem conseguir manter o disfarce. –Só queríamos chegar até você.

A perturbada nem pareceu surpresa, esboçou um pequeno sorriso se virando para mim. –Eu sei quem vocês são, minha chefe previu que tentariam chegar a mim. Agora responda se você mente para ele!

–Não. Eu omito meu passado, mas apenas por que ele nunca perguntou sobre ele. –Comecei a dizer sem conseguir parar. –Se ele me perguntasse provavelmente diria a verdade, não tenho por que mentir para Oliver. –Nesse momento meu tanque começou a se encher. Olhei surpresa para Oliver que parecia apavorado por aquilo estar acontecendo. –Você... Você ficou magoado por quê?

–Desculpe. –Disse desesperado vendo as águas pararem na altura de meus joelhos. –Acho que ouvir você pensar que não me importo com sua vida doe mais do que eu imaginava.

–Uau! -Disse a doida varrida aparentando admiração. –Olha querida pela quantidade de água em seu tanque, posso garantir que isso o magoa muito! Oliver existe outra mulher em seu coração? –Perguntou.

–Não! –Gritei. - Não é justo, acabei de assumir que não somos um casal de verdade! –Oliver não responda, não quero machucar você! –Gritei chorando, desesperada.

–Cale a boca! –Ordenou. –Responda agora!

–Não. –Respondeu Oliver olhando de mim para a psicopata. –É só ela. Não existe outra mulher. –Fiquei confusa e surpresa, mas seu tanque continuava seco, respirei aliviada por isso.

–Então vamos à pergunta que vale um milhão! Primeiro você Srta Smoak, diga, você ama de verdade Oliver Queen?

–Mais do que minha própria vida. –Respondi de imediato olhando para meus pés, extremamente envergonhada. –Isso não é segredo nenhum, nunca escondi meus sentimentos dele. –Meu tanque se encheu um pouquinho novamente. Olhei surpresa para Oliver, vendo algumas lágrimas caírem de seus olhos, ele murmurou um pedido de desculpas sem emitir som algum. –Qual é? Por que você está magoado agora? –Perguntei perplexa enquanto as águas paravam na altura das minhas coxas.

–Eu... Eu não sei. –Respondeu. –Talvez por fazer você sofrer tanto, ou por pensar que não te mereço e nunca vou conseguir ser bom o bastante para você.

–Você é simplesmente tudo o que eu sempre quis, não existe uma forma de você ser insuficiente, por que para mim você é tudo. –Maldito soro da verdade! –Por favor, não faça mais essas águas subirem. –Pedi desesperada. Oliver soltou um riso sem humor algum.

–Vocês são realmente lindos, nenhum casal passou da primeira pergunta antes! –Elogiou a doida que odeia casais apaixonados... Droga preciso descobrir o nome dela, meus apelidos estão acabando! –Agora sua vez Queen, você ama Felicity Smoak? -Meu coração falhou uma batida ao ouvir a pergunta.