Use Somebody II escrita por Thaís Romes


Capítulo 23
O negócio da família.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!
Eu vou estar tentando amarrar as coisas nessa fic agora, e caminhar para o final dela, o que significa que talvez haja mais atualizações dela do que de Comédia Romântica Qualquer, por que preciso realmente finalizar alguma.
Espero que curtam o capítulo...



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OLIVER

É bom estar de volta nas ruas de Starlling. Sentia falta da minha cidade, que bom, parece estar muito mais bagunçada do que eu a deixei. Segundo Felicity, Laurel assumiu o manto da irmã por que eles precisavam de um símbolo, alguém para temer. Não gosto dessa ideia, eles que temam o Arsenal se precisar, não Laurel, a família Lance já perdeu muito, não vou deixá-los perder tudo o que restou. E agora voltei, fico feliz em conceder terror a eles.

‘Que espécie de bandido, desvia dinheiro de um orfanato?’ –Escuto a voz de Felicity em meu ouvido, quando eu estou escondido nas sombras, esperando o fim da transição.

–Não parecem grande coisa. –murmura Roy os olhando do meu lado.

–Trinta mil, desviados de órfãos? –me viro olhando para ele por um momento. –Esses são os piores. Chega, vamos lá.

A verdade é que eu não precisava dos cabos e da flecha que atirei na parede do beco agora, mas eu queria, precisava fazer uma entrada dramática. Eu salto no meio do caminho, parando entre os dois bandidos que negociavam, sei que Diggle está em algum lugar no fundo, e Roy na lateral. Mas quando seus olhos me vêem eu literalmente posso ver suas pernas tremerem sobre meu olhar de ódio. Aquilo me alegra, muito.

–É... ele? -O cara que segurava a maleta sussurra meio abobado antes de receber um soco.

Não perco muito tempo com aquilo, estou em uma missão dupla. Primeiro, recuperar o dinheiro das crianças. Atinjo o bandido que receberia o dinheiro com um chute ao mesmo tempo empurro com força meu cotovelo na face do cara da maleta. Segundo, terror. Hora do show, o cara da maleta já estava desacordado, então atinjo os outros que estavam ao redor com flechas, três ou duas por vez, Roy ficaria frustrado, mas primeiro os negócios. Só restou o bandido que receberia o dinheiro, claro que ele não é o chefe, talvez o braço direito, ou no mínimo alguém de confiança. Eu agarro o infeliz pelo colarinho o erguendo, sem nenhum cuidado.

–Esse dinheiro alimentaria crianças. –falo com a voz alterada pelo modulador, olhando em seus olhos que me causam náusea. –Mas quem liga se ele desaparecer? –pergunto o vendo se encolher.

–Cara, esse dinheiro tem seguro. –soco sua face vendo o sangue escorrer.

–Não, não tem. –minha voz se eleva e o bandido começa a tremer. –Infelizmente para você, eu ligo. –Eu o solto e me viro. Posso sentir que ele estava armando o contra-ataque e me volto novamente em sua direção, agarro seu braço estendido o forço para a direção contraria, consigo escutar os ossos se partindo, sem resistência o fazendo urrar de dor. –Quer saber, hoje é seu dia de sorte.

–O... O que?

–Tenho uma missão para você. –Ao meu lado, Dig e Roy permaneciam firmes, mas sei que eles estão pensando que eu enlouqueci. –Avise seus amigos, que ou eles mudam de vida, ou eu vou atrás de cada um deles. –ele estremece e eu continuo a encerá-lo sem cessar. –Lembra da época que eu caçava pessoas? Vai ser pior. –ele concorda de cabeça baixa e começa a se levantar, antes de fugir correndo.

–Lembra da época em que prendíamos esses fracassados? –questiona Dig, incomodado quando voltávamos em direção ao carro.

–Tenho uma imagem para preservar Diggle. –dou de ombros entrando no carro e eles entram em seguida. –Vocês fizeram um bom trabalho em minha ausência. –reconheço. –Mas não adianta manter as ruas limpas, ou as coisa começam a acontece por baixo dos panos, como estava acontecendo. É preciso fazer com que eles te temam, mais do que temem seja lá para quem trabalhem.

–Pensei que era só se vestir de verde. –murmura com ironia.

–Pensei que você fosse um soldado, não um estilista. –devolvo sério e escutamos uma risada baixa de Roy no banco de trás.

Voltamos para a caverna e encontro Felicity ao lado de Laurel, que vestia as roupas da Canário, ou Canário Negro, como ela decidiu se auto intitular. Respiro fundo me controlando e ignoro as duas, indo me trocar, para ganhar tempo. Visto minhas roupas e guardo as do Arqueiro, Roy e Diggle saem em seguida, para não ficar no meio do fogo cruzado.

–Oi. –Laurel diz em voz baixa.

–Está tarde, já deveria estar em casa. –respondo recebendo um olhar mortal de Felicity. –Você ainda é advogada, não é?

–Precisamos conversar. –ignora meu sarcasmo.

–Não. –dou as costas a elas e vou em direção a escada, como nenhuma das duas me chamou eu volto prevendo que Felicity havia trancado a caverna. Odeio quando ela faz isso. –Precisa disso? –olho diretamente para minha noiva que dá de ombros, pegando o tablet da mesa, dando a entender que eu não sairia antes de resolver isso.

–Ollie, não é como se eu precisasse de sua benção. –Laurel segura meu braço me obrigando a olhar para ela, a garota estremece sobre meu olhar frio.

–Não Laurel! –perco a paciência gritando. –Você não é Sara, Deus! –me solto de sua mão. –Sua irmã foi treinada pelo próprio Ra’s Al Ghul, e acredite em mim quando eu digo que nenhum treinamento que você se submeter te tornara... –meus olhos se perdem por um momento, pensando em Sara, em todas batalhas que enfrentei ao seu lado.

–Eu não sou Sara. –sua voz sai cheia de determinação, me trazendo de volta de meus devaneios. –Sei que nunca vou ser, mas fui necessária para a cidade quando você não estava. –olho em seus olhos, percebendo que nada do que eu dissesse mudaria sua decisão. -Isso se tornou muito maior do que você Ollie, ou o Arqueiro. Você nos inspira, lidera, mas não decide quem luta pela cidade, não mais. Faço com, ou sem seu apoio. A escolha é sua.

Passo a mão por meu rosto respirando fundo e me escoro na maca. A maca que recebeu o corpo sem vida de Sara, como Laurel não consegue entender uma equação tão simples? O que Sara pensaria, ou Tommy? Eles nunca me perdoariam se eu apoiasse isso. Nunca.

–Não. –falo simplesmente vendo uma lágrima escorrer por seu rosto decepcionado.

–Como quiser...

–Mas tem o meu Laurel. –escuto a voz firme de Felicity que se levanta de sua cadeira e vai em direção a mulher. Não posso negar que primeiro eu senti orgulho, por ela ser tão independente, mas depois me senti imensamente traído. –E com o tempo, vai ter o de Oliver. –eu a olho indignado, mas ela não desvia o olhar de Laurel para perceber. – Da mesma forma que você conquistou o do resto do time. –sorri para ela ignorando minha presença. -Vamos todos para casa.

–Obrigada. –escuto Laurel dizer a ela baixinho com voz de choro.

Vamos por todo o caminho em um silencio cheio de tensão, Felicity para o carro na rua de trás da nossa casa para que desça antes de seguir o caminho. Entro pelos fundos, e vou direto ao quarto de Connor, que dormia como um anjo, todo esparramado na cama. Sei que Felicity o deitaria direito e arrumaria suas cobertas, ele sempre acorda quando eu faço isso, então deixo o trabalho para ela e vou tomar banho.

Quando entro em nosso quarto ela já está deitada, toda coberta e virada para a parede. Me deito ao seu lado e a puxo para meus braços. –Não está bravo comigo? –pergunta com a voz fraquinha.

–Ah estou. Mais bravo do que consigo falar. –confirmo em voz baixa, tentando não transparecer a raiva que sentia em minha voz, sem sucesso. -Mas dentro da caverna, você antes de ser minha noiva, é minha parceira, tem todo o direito de dizer o que pensa, por mais que isso me deixe furioso.

Felicity se vira em minha direção com um sorriso quase infantil em seus lábios. Sinto sua mão acariciar minha face com carinho e meus olhos se fecham com o toque. –Eu te amo, Oliver. –diz me olhando nos olhos. –Mas você está errado em relação à Laurel.

–Ela não está querendo se matar? –falo com sarcasmo arqueando a sobrancelha para ela.

–Não. Ela quer manter todas as pessoas que ela ama com vida, em segurança. –sorri com tristeza. –E acredite em quem experimentou a dor de perder o que mais ama, não é algo fácil de superar. –por instinto eu a puxo para mais perto. -Só que Laurel não teve nossa sorte Oliver. Sara e Tommy não voltaram, nunca mais. –uma lágrima escorre por sua face. –Eu sobrevivi a isso por quatro longos e terríveis meses, Laurel está vivendo com essa dor por mais de dois anos, tem uma guerreira ali dentro. Você só precisa olhar da forma certa.

–Sinto muito. –digo secando uma lágrima que escorria por sua face.

–Por quê? –me olha confusa.

–Por ter que passar por isso. De novo. –dou de ombros, sem querer entrar no assunto Cooper, mas ela entendeu o que eu quis dizer.

–Boa noticia. Acho que vocês só parecem estar mortos, contanto que você também não se torne um gênio do mal. –dou risada. –Por que tenho a impressão que o pouco de defesa pessoal que sei não funcionaria em você.

–Acho que esse não é meus caso. –sorrio para ela. –E não te machucaria, nunca, independente de quão mal eu esteja. –garanto em tom de promessa.

–Eu amo você Oliver. –repete mais uma vez.

–Eu te amo. –respondo antes de beijá-la.

Cubro seu corpo com o meu, a olhando nos olhos antes de lhe dar outro beijo. Eu poderia fazer isso para sempre, é como se mais nada importasse, todas as vezes que olho em seus olhos. Não sinto a carga sobre meus ombros, não me lembro que estou morto mais uma vez para sociedade, ou que agora sou apenas o Arqueiro. Nos olhos de Felicity Smoak eu vejo meu futuro, um futuro que antes dela eu julgava não ser merecedor.

–Casa comigo. –as palavras saem dos meus lábios como se tivessem vida própria.

–Tecnicamente Oliver eu já aceitei. –ela levanta a mão na altura de meus olhos para que eu veja a aliança em sua mão esquerda.

–Não, não quero esperar mais. Sempre vai acontecer alguma coisa, ou um perigo mortal. Quero que seja minha esposa Felicity. Agora!

–Aceita a Laurel no time. –morde o lábio semicerrando os olhos.

–Sério? –deixo meu corpo cair ao seu lado na cama. –Estávamos tendo um momento Felicity.

Ela sobe em meus quadris com as mãos espalmadas em meu peito. –É meu preço, só quero isso. Me caso com você na caverna, com o Diggle celebrando, Connor ou Roy sendo seu padrinho. –sorri para mim e não posso deixar de retribuir. –Eu só quero isso Oliver, só quero que dê a chance a Laurel de provar seu valor a você, por que quanto mais forte a nossa equipe for, menor a chance de perder qualquer um de vocês.

Então eu entendo o que estava acontecendo com ela. Não se tratava de Laurel, Sara ou Tommy, se tratava somente da Felicity. Ela pela primeira vez desde que a conheço estava se permitindo ser egoísta. Felicity me queria a salvo, queria que todos nós estivéssemos a salvo, não por nós, mas por ela.

Sempre tão forte, agüentou tudo em minha ausência, cuidou do meu legado, assumiu a guarda do meu filho, mas de repente a mortalidade se tornou algo real diante de seus olhos. Ela desmoronaria se alguém morresse, não teria mais tanta força, e essa era sua forma de lutar por nós. De lutar por sua sanidade. Não posso julgar isso, mesmo quando ela pensa em si mesma, seus olhos permanecem nos outros ao seu redor.

–Se esse é seu preço. –sorrio para ela afastando seus cabelos da face, minha mão desliza para sua nuca e puxo seus lábios para mim. –Eu faço qualquer coisa por você Felicity. –sussurro com os lábios nos dela.

FELICITY

Era um plano horrível, e de todos os planos horríveis que já participei na vida, esse é o pior. Eu sentia meu estomago revirar, sentada em minha cadeira na caverna, com os olhos no monitor, que tinha a parte de trás da boate sendo monitorada. Já falei que odeio esse plano?

Oliver está no alto do prédio a leste, dando cobertura a Roy que se esconde em um beco próximo a entrada que Thea costuma usar para a boate. Ela estava perto agora, não demoraria tanto. De repente não consigo mais ficar sentada, então me levanto andando de um lado a outro. Diggle que me observava perto da outra mesa, caminha em minha direção colocando a mão em meu ombro para me fazer parar.

–Plano ruim Dig, muito ruim. –falo com ele que me dá um pequeno sorriso condescendente.

‘Sempre são seus planos Felicity.’ –escuto a voz de Oliver pelo comunicador e Dig balança a cabeça concordando. ‘Não entendo por que sempre se arrepende deles.’

–Por que vocês nunca sugerem um caminho alternativo. –me defendo.

‘Ela está a caminho.’ –Roy diz e o vejo andando em direção a Thea. ‘Oi.’ –sorri charmoso para ela que estranha um pouco o gesto.

‘O que faz aqui a essa hora?’ –questiona confusa.

‘Precisava conversar com você, tem um tempo?’

‘Claro.’ –agora ela se vira para ele preocupada.

‘Pode ir a um lugar comigo?’ –pergunta tenso o que a faz ceder. Os dois entram no carro de Diggle e Oliver desce os seguindo de perto em sua moto.

Em pouco menos de dez minutos eles estão na segunda base do Arqueiro. Acendo as luzes quando eles se aproximam da porta de entrada, e mudo o ângulo da câmera para que pudesse ver melhor o que acontecia. Vejo Oliver estacionando um pouco depois e esperar por meu sinal. Tudo isso tinha um “Q” de tragédia shakespeariana. Droga, preciso ler mais sobre estratégias, para ver se dessa forma começo a criar planos descentes. Acabo de descobrir que Sidney Sheldon e Sherlock Homes, não são exatamente o ideal na realidade.

‘Onde estamos?’ –Thea olha ao redor e juro que sua postura era idêntica a de Oliver quando está se mantendo em alerta no caso de uma batalha iminente.

‘Eu um lugar seguro, preciso te contar uma coisa.’ –ele respira fundo segurando em seus ombros. –Oliver, ele está vivo.

Os olhos da garota se perdem por um momento e Roy precisa firmar as mãos em torno dela para a manter ereta. ‘Ele morreu Roy, enterramos seu corpo.’ –diz com a voz tremula. Destranco a porta lateral para Oliver que entra em seu campo de visão em poucos segundos.

‘Não era meu corpo, o que você enterrou.’ –eles se olham por um longo tempo, antes que a irmã caçula corra para seus braços, se prendendo nele como se sua vida dependesse disso. ‘Oi Speed.’ –sussurra a abraçando. ‘Senti sua falta.’


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a galerinha que comenta, pessoas, vocês são incríveis, sempre me mantendo motivada, me encorajando a continuar. E preciso admitir que acho lindo quando vocês vão a outras fics minhas para pedir atualização dessa, não tem preço saber como tem gostado do meu trabalho.
I love you guys!
Comentem!!!!!
Bjs



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