Use Somebody II escrita por Thaís Romes


Capítulo 21
Kiss me.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Dessa vez eu fui rápida. Olha, espero que vocês gostem desse capítulo, por que eu estou satisfeita com o resultado dele.



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OLIVER

–Que merda foi essa? –Escuto a voz de Diggle exasperada ao meu lado, mas ainda havia muita fumaça no local o que me impedia de vê-lo.

–Um cara que tem tentado me pegar. –Dick diz se virando em minha direção. –Mas ainda não descobri o motivo.

–Foi esse cara que estava em seu apartamento no dia em que ficou... –Começo a dizer.

–O próprio. –Ele respira fundo. –É melhor a gente dar o fora. –Fala e começamos a correr em direção a saída.

Enquanto eu escalava os prédios e saltava de um para o outro ladeado por meus parceiros e esse garoto que cuida de sua própria cidade, eu pude me sentir mais uma vez como eu mesmo. Me senti mais perto da minha casa e da minha família. É muita coisa para uma pessoa abrir mão e eu definitivamente não estou mais disposto a isso.

Chegamos ao meu “apartamento” em poucos minutos e cada um se joga em um canto da sala minúscula, tinha muito a ser discutido no momento. Começo com John que me coloca em dia com o que tem acontecido na minha família, fico feliz por saber que Felicity ficou com Connor, por mais que seja por pouco tempo. Roy me contou sobre Thea e a história da minha morte que Malcom forjou, claro que eu já sabia disso, afinal eu leio jornais, mas Malcom não fez de graça, ele sabia que isso dificultaria à minha volta. Nunca conseguiria voltar sem chamar a atenção da Liga novamente para a minha cidade.

–E você cara? –Pergunto ao garoto de cabelos negros sentado em um canto da sala, parecendo pensar muito. –O que vai fazer?

–Enfrentar o que me persegue. –Responde passando a mão nos cabelos. –Não sou do tipo que foge, mas agradeço a ajuda essa noite.

–Você sabia quem eu era?

–Soube na primeira vez que te vi, mas só descobrir que era o Arqueiro depois de muita pesquisa e ver você batendo em alguns assaltantes no caminho de volta para casa. –Ele sorri divertido. –Mas se o velho Ra’s está atrás de você, acha mesmo que é uma boa ideia voltar? –Pergunta parecendo preocupado.

–Você mesmo disse que é preciso enfrentar. –Respondo.

–Só que no seu caso estamos falando da Liga dos Assassinos...

–Desculpa, mas quem é você? E como sabe todas essas coisas? –Roy pergunta incomodado.

–Pode me chamar de Asa Noturna quando estiver vestido assim. Eu fui parceiro de um cara que costuma saber das coisas, com o tempo você acaba pegando o jeito. Já enfrentei a Liga algumas vezes, assim como o Ra’s. E se querem fazer isso, vão precisar estar preparados, o que requer tempo.

–Não temos muito. –Diggle fala.

–Então é bom começar logo. Oliver, mais uma vez, obrigado. –Ele tira um pequeno dispositivo de um compartimento em sua roupa. –Me chame quando chegar a hora, e eu apareço por lá o mais rápido que puder, só preciso cuidar dessa coisa antes.

–Não quer ajuda com isso? –Questiono.

–Não, tenho ajuda. Mas agradeço a oferta. -Ele me estende a mão e eu aceito o cumprimento.

–Tem mais uma coisa que posso fazer por você. –Tiro a chave do apartamento do bolso e o entrego. –Fique aqui, até que seus problemas se resolvam.

–Isso. –Ele levanta a chave para mim. –Já é muita ajuda. –Sorri. –Mas tenho uma forma de vocês chegarem em Starlling ainda hoje. Só me deixe fazer uma ligação. –Ele se afasta com o celular nas mãos.

–Bom, então acho que vamos embora. –Diggle se levanta juntando o que ele podia e Roy e eu o ajudamos. –Não vou sentir falta dessa cidade.

–Nem eu. –Roy concorda fechando a minha mala.

–Gotham tem seu charme. –Dick diz e os dois o olham espantados.

–Eu gostei dela. –Falo.

FELICITY

–Eu estou bem mãe. –Falo pelo telefone depois de colocar meu garoto para dormir.

‘E Connor como ele está?’ –Minha mãe pensa que Connor é neto dela, o que é engraçado por que Donna Smoak é o tipo de mãe que costuma dizer ser irmã, mas desde que ela me visitou alguns dias depois do enterro, ela se apaixonou pelo garotinho, e não a culpo. Meu Connor é mesmo encantador.

–Lindo e esperto, mas eu estou tão cansada. –Suspiro encostada na porta de seu quarto e posso escutar a risada da minha mãe, então a campainha toca. –Mamãe, preciso desligar, nos falamos depois?

‘Tudo bem querida, eu te amo.’

–Amo você. –Falo antes de desligar o telefone e abrir a porta vendo Steve do outro lado. –O que faz aqui em sua folga?

–Diggle me ligou, pediu que eu viesse por que ele precisa de você na caverna agora. –Ele passa por mim se sentando no sofá.

–Okay. –Respondo pegando minha bolsa, eu estava de jeans e um casaco branco, mas não é como se fosse encontrar Oliver fazendo barras na caverna mesmo, então pouco importa meu look mãe de família.

Chego a caverna com uma estranha sensação no estomago, era como se eu fosse eu. Uma coisa esquisita de se pensar, mas eu tenho andado no modo robô a meses, sobrevivendo por um garotinho louro que estava dormindo na segurança da minha casa nesse momento. Mas quando pisei na caverna me senti como no dia em que Oliver foi baleado e apareceu sangrando no banco de trás do meu carro. Aquele foi o primeiro dia que me senti importante após a “morte” de Cooper, foi o fim do meu luto.

–Dig? –Chamo quando alcanço o fim das escadas. –Roy?

–Eles não estão aqui. –Eu preciso segurar no corrimão da escada, por que minhas pernas ficaram bambas no momento eu que escutei aquela voz, a voz que seria capaz de me trazer da morte. –Oi. –Ele aparece em meu campo de visão.

–Oh meu Deus. –Sussurro antes de correr para seus braços, sem pensar.

Oliver me abraça, sinto seu coração batendo acelerado, cheio de vida. Oh Deus obrigada. Era tudo o que eu conseguia pensar. Eu tremia enquanto chorava em silencio nos seus braços. –Se acalme amor. –Ele diz em meu ouvido, mas era impossível. –Está comigo agora. –E depois de muito tempo eu me sentia protegida, segura.

–Me abraça. –Peço quando sinto que ele estava prestes a me soltar. Oliver me segura em seus braços com firmeza e cuidado, tirando meus pés do chão. –Não me solta.

–Nunca mais.

Seu coração contra meu peito, seus lábios pressionados em meu pescoço, e seu cheiro. Seu cheiro amadeirado estava por todo o lugar, em minha volta, impregnado em mim. Eu estava perdida nele, completamente perdida. Me afasto o suficiente apenas para ver seus olhos, cheios de lágrimas como os meus, então me lembro de quem eu sou em todo aquele azul sem fim que me olhava como se eu fosse a melhor coisa do mundo.

–Me desculpa por ter demorado tanto. –Ele fala com a voz rouca e eu nego com a cabeça dispensando as desculpas.

–Só me importa que você está aqui agora. –Toco seu rosto com as mãos tremulas, cheia de cuidado, temendo que tudo isso fosse apenas um sonho e meu amor épico, estrela cadente desaparecesse mais uma vez da minha vida. –Vivo. –Sussurro impressionada.

–Acho que acabei de me apaixonar por você mais uma vez. –Ele sorri antes de me puxar para um beijo.

Não sei se era saudades ou o tempo longe, mas acho que nunca nos beijamos dessa forma antes. O beijo soava como tudo o que precisava ser dito. Todos os “eu te amo” que fomos privados de dizer durante esses meses separados. Ou como o dia em que ele me levou para as ruínas da torre e me pediu em casamento. Antes disso quando me salvou do Conde Vertigo, ou quando disse que eu sempre seria sua garota. Soava como o discurso que fiz para ele na mesma torre, e declarei meu amor de forma velada, junto à toda a minha lealdade.

Sinto suas mãos de baixo do meu suéter, passando por minha barriga. Eu levanto sua camisa até que nos separamos para que ele a tire por completo antes de voltarmos a nos beijar. Oliver tira a minha blusa e dá um passo para trás, para que pudesse me olhar.

–Linda. –Sussurra olhando meu corpo e eu faço o mesmo com o seu, havia me esquecido do quanto ele é perfeito.

Eu tiro as sapatilhas que usava as chutando para longe e começo a tirar minha calça vendo Oliver fazer o mesmo. Quando terminamos de nos despir ele me pega nos braços me sentando em cima da maca de metal. Passo as mãos por suas costas sentindo seus lábios em meu pescoço enquanto com uma mão ele solta meu sutiã. Sempre adorei essa habilidade dele, sorrio com esse pensamento o que o faz parar o que está fazendo para me olhar admirado.

–Eu sonhei com isso. –Fala tocando meus lábios.

–Eu sonhei com isso. –Aperto minhas pernas em volta de seu quadril o fazendo entender o recado, o que faz com que ele solte uma risada gostosa que fez uma lágrima de felicidade escorrer por meu rosto.

–Vamos realizar seu sonho então minha senhora. –Brinca antes de me beijar intensamente.

Nós fazemos amor, devagar, com adoração e cuidado, por que nem todas as explicações do mudo seriam capazes de me fazer priorizar qualquer coisa que não fosse Oliver nesse momento. Ele me diz que me ama, que sentiu minha falta e eu repito as mesmas palavras, repetidas vezes sem nenhum dos dois se cansar de ouvir.

[...]

Eu estava sentada em minha cadeira, com Oliver sentado em outra a minha frente segurando minhas mãos, mas eu não sabia o que falar ou o que fazer a partir daquele momento. Nós sorriamos um para o outro feito dois bobos, mas precisava colocar minha cabeça no lugar e começar a pensar. Por Connor.

–Como? –Pergunto acariciando sua mão.

–Eu não sei direito, em um momento eu estava morto, mas depois não estava mais. –Ele dá de ombros confuso.

–Mas tem outra coisa. –Respiro fundo. –Connor mora comigo agora, e você foi dado como morto, apesar dele nunca ter acreditado em sua morte...

–O que você disse? –Me interrompe.

–Connor cismou que você é o Arqueiro, e que quem estava pela cidade era claramente um impostor. –Solto uma risada sem nenhum humor. –Ele criou toda uma história em sua mente que é incrivelmente parecida com a real. –Sussurro assombrada. –E eu achei melhor não acabar com ela, por medo de o fazer sofrer, por que de alguma forma isso tem mascarado a dor dele por ter perdido o pai. –Vejo o semblante torturado de Oliver a minha frente.

–Então vamos contar a ele. –Fala cheio de certeza fazendo com que eu o olhe espantada.

–Você está doente? Voltou com um parafuso a menos, ou descompensado das idéias? –Começo a perguntar rapidamente me levantando e andando de um lado a outro.

–Felicity! –Chama meu nome me fazendo parar e o encarar. –Eu sei dos riscos, mas ele mora conosco agora, e estaria em um perigo muito maior se não soubesse, além do mais, eu perdi muitos dias da vida do meu garoto, não perco mais nem um. –Não existiriam argumentos suficientes no mundo que o fizesse mudar de ideia.

–Tem certeza?

–Mais do que qualquer coisa na vida. –Ele sorri e eu me sento em seu colo o abraçando.

–Então vamos, por que você tem um garotinho para ver.

–Espera, preciso me trocar. –Oliver se levanta comigo em seus braços e me coloca no chão com cuidado. –Ele precisa conhecer o Arqueiro.

OLIVER

Escolto o carro de Felicity até nossa casa com minha moto a pouca distancia. Chegamos em menos de dez minutos, ela estaciona o carro na vaga habitual e eu coloco a moto nos fundos, espero que ela entre e Steve saia. Sorrio ao ver a amizade dele, mesmo depois de anos sem o ver, ele percebe onde eu estou, mas Diggle já o havia posto a par da história então ele apenas acena a distancia antes de entrar em seu carro.

Eu subo até a janela do quarto de Connor que dormia tranqüilo. Entro em silencio e segundos depois Felicity passa pela porta, observo meu filho e como ele parecia ter crescido nesses meses em que estive fora. Ela se aproxima se sentando na beirada de sua cama com tanta familiaridade que eu quase tive inveja.

–Connor. –Chama acariciando seus cabelos louros e o garoto resmunga um pouco. –Amor, acorda. –Sua voz era cheia de carinho, de uma forma totalmente diferente, que me enche de orgulho, eu me afasto me escondendo nas sombras quando meu filho abre os olhos, fixando seu olhar nela.

–Hum? –Murmura manhoso e Felicity sorri.

–Tem alguém aqui que quer ver você. –Diz beijando seu rosto e Connor se senta na cama olhando em volta. Eu dou dois passos para frente e quando ele é capaz de me ver seus olhos se abrem espantados e sua boquinha forma um “o” perfeito.

–Eu sabia pai. –Uma lágrima escorre de seu rosto e eu largo meu arco no chão, de qualquer jeito indo em sua direção.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de dizer o que acharam pessoinhas!
Bjs