Use Somebody II escrita por Thaís Romes


Capítulo 17
Meu amor épico...


Notas iniciais do capítulo

Oi amores.
Olha quem não demorou anos luz para postar o/
Bom, primeiro preciso tratar alguns pontos, eu tento adaptar ao máximos as coisas que acontecem na série para a fic, fato. Mas como disse, precisa ser adaptação, então eu não vou tentar nenhuma teoria muito complexa como é em Epitáfio, mas algumas coisas de agora em diante (como Thea) vou tentar seguir o que eu acredito que vá acontecer.
Espero que gostem



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OLIVER

Treze horas...

Esse é o tempo que tenho para deixar meus assuntos em ordem, segundo Maseo. Mas treze horas não são nada quando se tem tanto a perder, e eu definitivamente tenho. Tenho um filho, do qual eu apenas comecei a conhecer, tenho uma noiva apavorada, que me ama mais do que qualquer outra coisa, e que eu amo como se fosse uma extensão minha, tenho minha irmã por quem eu estou me sacrificando, meus amigos John e Roy que são como irmãos. Minha soma de perdas, percebo que aos vinte e oito anos tenho um emaranhado de grandes “Se”.

Se pudesse ter sido pai de Connor desde seu nascimento, se tivesse me casado com Felicity, se não tivesse tão perdido a ponto de deixar minha irmãzinha nas mãos daquele filho da puta, se nunca tivesse entrado no Gambt... Não quero ser aquele tipo de pessoa que só sabe reclamar e reclamar, mas eu tive o gostinho da vida que teria pelo resto da minha vida, e cara, seria perfeita. Existe um velho ditado, não sei de qual cultura no momento, mas ele diz o seguinte: “Nada deve ser perfeito para que o diabo não sinta inveja.” Nada poderia expressar melhor a situação.

Doze horas...

Entro na casa da minha irmã e a vejo pagando ao vidraceiro por ter reconstruído a janela que eu mesmo destruí horas antes. Quando a questiono o que aconteceu, ela mente, e sinto meu coração mais apertado por isso. A abraço com força depois da minha ultima tentativa de abrir seus olhos para o monstro que seu pai é. Por fim simplesmente digo que a amo, mais do que tudo e acima de qualquer coisa.

Onze horas...

Barry Allen é um bom garoto, do tipo que nasceu para ser herói e depois das ultimas semanas tenho certeza que ele será grande um dia. Eu disco seu número, estava prestes a pedir o que poderia ser o ultimo favor a ele. Escuto sua voz após o segundo toque.

‘Oliver, tudo bem por ai?’ –Ele parece cansado, de uma forma estranha, mas eu literalmente não tenho tempo agora.

–Preciso de um favor Barry, tem alguns minutos? –Questiona rezando para que a resposta fosse sim.

Em dois minutos Allen está parado a minha frente. Eu o conto tudo o que estava acontecendo e por mais que ele insista em me ajudar eu esclareço os termos que foram impostos pela Liga. Não foi fácil, mas ele entendeu e se colocou à minha disposição.

Então dez minutos depois Flash me coloca em frente à casa do meu filho. –Volto para te buscar em duas horas Oliver. –Diz me olhando com pesar antes de desaparecer.

Dez horas antes...

Toco a campainha e Milo me atende com um grande sorriso no rosto. –Oliver, que surpresa, entre! –Convida e eu o olho com gratidão, não por me receber em sua casa, mas por ser o homem que criaria meu filho.

–Obrigado.

–Sandra saiu volta em poucas horas, mas Connor está em casa. –Informa. –Vou chamá-lo.

–Eu agradeço. –Respondo e Milo se vira subindo as escadas

Segundos depois meu filho desce correndo e se joga em meus braços, eu o envolvo com carinho me levantando com ele no colo. O abraço mais uma vez, sentindo seu cheiro, suas mãozinhas acariciavam meus cabelos e não sei como ou por que, quando o coloquei no chão seus olhos, tão parecidos com os meus estavam repletos de lágrimas.

–Oi. –Sussurro contendo com dificuldade a emoção em minha voz.

–O senhor está bem pai? –Pergunta com seus olhinhos preocupados.

–Sim, só tive uma reunião de negócios aqui hoje e como vou embora em poucas horas resolvi sair mais cedo dela e passar aqui, e entregar isso. –Enfio a mão em meu bolso pegando a ponta de uma das minhas flechas que eu ceguei, para que ele não se cortasse.

Seus olhinhos se iluminam ao ver o presente e o sorriso que se forma em seu rosto faz cada segundo da minha vida ter valido a pena. –Uau! Isso é maneiro! –Exclama feliz analisando o presente com cuidado.

–Conheci uma pessoa que foi salva pelo Arrow e ela me deu isso. –Invento qualquer coisa para que ele não pense mais besteiras.

–Pai esse foi o melhor presente que já ganhei. –Sussurra em tom de segredo me fazendo dar risada. –Mas não conte isso para a Felicity, quero que ela pense que foi o pôster que ela me deu. –Diz sério. –Aquele foi o segundo melhor.

–Eu queria ter feito mais parte de sua vida filho. –Penso alto sentindo as horas passarem e com elas a vida que eu poderia ter.

–Está tudo bem pai, você está aqui agora, e nenhum dos meus amigos tem um pai mais maneiro que o meu. –Connor sorri para mim e preciso me controlar mais para não demonstrar nada. O pego no colo mais uma vez o abraçando apertado, como se esse abraço durasse por toda uma vida, a vida que eu poderia não estar ao lado dele.

–Obedeça sua mãe e ao Milo. E preciso que saiba que Thea e Felicity sempre vão amar você. –Ele segura em meus ombros me olhando confuso, mas eu apenas acaricio seu rosto tentando passar segurança. –E principalmente, nunca meu filho, nunca esqueça que seu pai te ama desde a primeira vez que te viu.

–Eu também te amo pai, amo minhas tias também. –Responde cheio de inocência antes de me abraçar mais uma vez. –Precisa ir agora?

Olho no relógio vendo que ainda tenho pouco mais de uma hora com ele. –Ainda tenho mais um tempo.

–Legal, por que eu tenho um jogo novo, que estava esperando para jogar no ano novo com você, podemos jogar ele agora?

–Claro amigão! –Respondo o colocando no chão, e me sinto grato por ter esse momento com ele.

Oito horas antes...

Ligo para Roy e peço que ele e Diggle me encontrem na caverna assim que Barry me deixa em Starlling, eu precisava ter uma conversa com meus parceiros, sem minha mulher por perto. Eu os espero por vinte minutos antes de os ver descer as escadas, já com o semblante fechado, antecipando o motivo da conversa.

–Existem coisas que precisamos acertar na minha ausência. –Começo a falar e os dois se mantêm em silencio. –Diggle, o Arrow não pode desaparecer ao mesmo tempo em que Oliver Queen. –Ele assente entendendo onde eu queria chegar. –Roy fique de olho em Thea.

–Claro. –Responde prontamente e eu o abraço.

–Não precisa fazer isso sozinho cara. –Diggle diz, e posso ver que ele me seguiria a morte se fosse preciso.

–Não dessa vez. –Ofereço minhas mãos em um cumprimento que ele aceita.

Não tive tempo de pedi-los para cuidar dela, pois nesse momento seus passos ecoaram na caverna. Sua face estava perdida em dor, a mesma dor que eu sentia por dentro, a dor que não mostraria para ela. Coloco um sorriso permanente em meu rosto. Percebo que mesmo com tudo isso em jogo sorri para ela é algo fácil, natural para mim.

–Você está indo? –Afirma em tom de pergunta, eu apenas confirmo balançando a cabeça sem tirar o sorriso do rosto. –Para Nanda Parbat?

–Não é um local neutro, mas eu vou voltar e Thea ficará bem.

–Poderia tentar ser mais convincente. –O estranho é que essa é a primeira vez que a vejo sem estar bem humorada, ou estar sendo positiva.

Conversamos por algum tempo e eu tento a deixar segura de que voltaria. Me surpreendo quando ela me pede para matar Ra’s Al Ghul, não sei se sou capaz de matar alguém ainda, independente de quem seja. Mas faria o que for preciso por Thea e para voltar para ela e meu filho.

–Eu vou voltar. –Seguro em seus ombros a olhando com seriedade, sem o sorriso falso nos lábios, ela merecia mais do que eu subjugando sua percepção.

Felicity fecha os olhos e inclina seu corpo em minha direção como se fossemos dois imãs. É engraçado pensar assim agora, pois me lembro de como me senti atraído por ela desde a primeira vez que a vi, e em seguida percebi o quão intocável minha Felicity é. Beijo sua testa com carinho e ela se agarra ao meu corpo como se eu fosse um extensão dela.

–Não demora, Connor vai estar aqui em uma semana. –Tenta brincar, mas o choro acabou arruinando seu plano. Coloco minhas mãos sobre seu queixo fazendo com que ela me olhasse nos olhos.

–Eu vou voltar. –Asseguro e ela força um pequeno sorriso. –Pode confiar em mim.

Colo meus lábios nos dela, me sentindo inteiro de uma forma que só a Felicity faz com que eu me sinta. –Eu vou esperar. –Diz com os lábios nos meus, suas mãos segurando em mus braços enquanto as minhas estavam em sua face.

–Eu amo você. –Falo a abraçando com força.

–Posso te perguntar mais uma coisa? –Sorrio satisfeito, por que essa era a Felicity, sempre com mais um questionamento, uma ultima pergunta.

–Claro.

–Só preciso saber de verdade se você quer mesmo ter uma família comigo Oliver, se é isso que imagina para sua vida, independente de ser o Arrow ou não. –Eu a olho tentando entender que espécie de pergunta é aquela.

–É o que mais quero na vida. –Digo com sinceridade.

–Então volta, por que eu quero muito me casar com você. –Ela me beija de forma intensa, eu a aperto junto a mim, mas precisava ir, precisava sair agora ou nunca teria forças para fazer isso. –Vai. –Sussurra em meio ao choro quando nos afastamos.

–Eu te amo. –Repito mais uma vez enquanto caminho em direção a porta. É muita coisa para se perder, e eu não estou pronto para abrir mão de nenhuma delas, preciso vencer esse duelo.

FELICITY

Já se passaram três dias desde que Oliver partiu e amanhã eu preciso ir a Central City buscar Connor, mas não sei como fazer isso, como estar perto daquela criança tão inocente e mentir a respeito do paradeiro do próprio pai. Ray me deu a semana inteira de folga, já que inventamos uma viagem para Oliver relacionada a uma possível fusão na Rússia. Com a ajuda do Anatoli Knyazev, a quem tive a estranha coragem de recorrer no meu momento de desespero.

–Vai mesmo buscar Connor? –Diggle pergunta colocando a mão em meu ombro.

Me viro para ele com um sorriso sem vida, mas eu me recuso a entregar os pontos como todos parecem ter feito, Oliver vai voltar, pode demorar, afinal ele está quase do outro lado do mundo, e não é como se pudesse estalar os dedos e estar em casa como em um programa de televisão. Tem todo o problema da geografia e tal.

–Esse é o combinado. –Respondo em voz baixa voltando minha atenção para os computadores.

–Felicity! –Chama minha atenção virando minha cadeira em sua direção. Vejo Roy me olhar com pesar, seus olhos estavam fundos e ele parecia estar noites sem dormir, sei que eu estava. –Precisa começar a pensar na possibilidade de que Oliver...

–Chega! –Protesto incapaz de ouvir o restante da frase. –Nós não sabemos okay, não tem como nenhum de nós saber!

Então escutamos passos na escada, Diggle imediatamente se coloca protetoramente a minha frente ao constatar que era Malcom, sinto um frio percorrer minha espinha e preciso me apoiar nos ombros de Diggle. Ele trazia algo enrolando em um pano preto em suas mãos e tinha seus olhos frios como sempre.

–Como... Como nos achou? –Pergunto, mas Diggle pega minhas mãos sem se virar me impedindo de sair de trás dele.

–Esse lugar se chama Verdant e tem literalmente uma seta apontando para baixo no letreiro, é como se Oliver indicasse seu esconderijo para o mundo. –Ele revira os olhos entediado. –Só vim informar a vocês... Oliver está morto... –Ele continuou falando, mas eu sinto meus joelhos falharem e sinto meu corpo caindo sobre a cadeira, todos pareciam estar em choque quando Merlin desenrolou o pano revelando uma espada muito grande coberta de sangue, depois disso minha visão ficou turva.

[...]

Eu abro meus olhos com dificuldade percebendo que estou no conforto da minha cama. –Oh meu Deus obrigada! -Murmuro me sentando. –Só um sonho terrível...

–Felicity. –Escuto a voz de Thea que estava sentada na poltrona ao lado da minha ela parece estar aliviada.

–O que você está fazendo no meu quarto? –Sacudo a cabeça ao perceber que devo ter soado rude. –Bom, não que me importe de estar no meu quarto, só estou surpresa. –Tento explicar em voz baixa.

Ela se levanta com um sorriso fraco nos lábios tomando minhas mãos nas suas. –Eu estava chegando na boate quando vi Diggle e Roy saindo de lá com você inconsciente, eles pareciam estar... –Ela para procurando a palavra mais apropriada. –Devastados.

–Okay, eu ainda estou sonhando... –Respiro fundo fechando meus olhos e voltando a me deitar.

–Do que você está falando Felicity? –Pergunta confusa. –Os dois disseram que você foi me procurar na boate quando sua pressão caiu, Diggle estava te trazendo para casa, bom, ele trouxe. E eu resolvi ficar com você, agora que meu irmão está fora, só para ter certeza que você está bem. –Tento sorrir para ela, mas aquilo parece a coisa mais difícil no mundo.

–Aconteceu de verdade... –Sussurro, abraçando meu travesseiro e sentindo todo o meu mundo desmoronar diante dos meus olhos.

Não sei quão assustador isso estava parecendo ser para Thea, mas não existe nenhuma forma no mundo de esconder sua dor quando se descobre que a pessoa que você mais ama, aquela que te faz sorrir todos os dias, apenas por se lembrar da existência dela. Quem te faz sentir mais segura no mundo, seu melhor amigo e o homem com quem planejou seu futuro, está... Oh meu Deus, eu não consigo nem pensar na palavra.

Thea tira suas sandálias e se deita ao meu lado na cama, daquele jeito que as irmãs fazem uma com as outras nos filmes. Então eu passo a chorar nos seus braços, por nós duas, por que nunca vou saber a dor que é perder um irmão, mas hoje perdi meu amor épico, estrela cadente da minha vida. Para sempre. E a dor... Ela é esmagadora.


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Notas finais do capítulo

Então amores, me digam o que acharam e acho que Thea vai se tornar uma das narradoras de agora em diante.
Bjs