Oliver e eu procuramos apartamentos por semanas, sem chegar a um consenso. Quando eu achava algum que me agradava ele dizia ser pequeno, simples, velho... Enquanto o que o agradava era escuro, grande e mórbido. Ele se recusava a morar no meu apartamento que era onde passávamos as noites ultimamente, dizia que lá era minha casa e ele queria a nossa casa. Não que eu concorde com ele, para mim ele quase nunca faz sentido, mas resolvi respeitar seu desejo. Por volta da terceira semana encontramos uma placa de vende-se em um bairro vizinho dos Glaides enquanto estávamos indo para a caverna. Era um prédio simples de tijolinho com uma sacada antiga, mas havia algo especial, um certo charme. Oliver conversou com o proprietário no mesmo dia para agendar a visita.

-Felicity se você não conseguir rastrear logo esse traficante, vamos ficar sem ter onde morar! –Oliver dizia escorado em minha mesa na caverna. –Temos apenas duas horas antes de visitar nosso possível futuro lar! –Pressionou ele.

-Estou ansiosa pelos próximos anos. –Murmurei sarcástica por seu exagero, enquanto invadia o sistema da policias e cruzava as informações com os perfis de traficantes que Amanda Waller havia nos mandado. –Oliver não é como se eu não estivesse me esforçando!

-Tudo bem. –Tocou meu obro em um pedido silencioso de desculpas. -Vou procurar alguma coisa para fazer. –Ele saiu pegando seu arco. –Qualquer avanço me avise.

-Oliver eu fico monitorando para vocês fazerem a visita, qualquer coisa eu entro em contato. –Disse Diglle.

-Layla está prestes a dar a luz Dig, e você precisa estar disponível para ela. –Respondi antes de Oliver para evitar uma possível discussão entre os dois.

Diglle respirou fundo resignado, ele e Oliver estavam em pé de guerra ultimamente. Resumindo a história, Oliver o queria fora de perigo agora que sua filha esta prestes a nascer, mas Diglle queria estar em campo para ajudar, mesmo que no fundo ele estivesse grato por ter mais tempo com sua família seu orgulho não permitia dizer isso ao amigo.

-Espera Oliver! –Gritei quando ele estava prestes a subir as escadas. –Tenho um endereço, mas pelo que posso ver o perímetro inteiro está sendo guardado. É muito, mesmo para você.

Diglle e Oliver se olharam por um segundo, os dois sabiam que por mais que quisessem Dig não poderia ir a essa missão, não com tanto em jogo. Oliver então pegou o telefone que usava para se comunicar com o detetive Lance para pedir reforços a policia, o que em nada aliviava o aperto em meu peito. Não me orgulho desse sentimento puramente egoísta, mas nunca mais fiquei tranqüila após Diglle parar de acompanhar Oliver em suas missões mais importantes, mesmo com Roy a seu lado para mim não era a mesma coisa. Enquanto Oliver acertava os detalhes com o detetive liguei para a boate para avisar Roy da missão. Alguns minutos mais tarde todos estavam prontos.

-Diglle. –Chamou Oliver. –Por favor, cuida dela. –Pediu.

-Sempre. –Respondeu sincero.

Oliver assentiu com a cabeça em agradecimento antes de caminhar em minha direção.

-Se cuida. –Falou acariciando meu rosto. –Vou falar com você o tempo todo. –Prometeu com um sorriso.

-Volta para mim. –Pedi o abraçando.

Oliver me segurou em seus braços com carinho, beijou meu rosto e lábios. –Sempre vou me esforçar para voltar pra você. –Disse me olhando com brilho nos olhos. – Tenho que ir. Amo você.

-Amo você. –Respondi enquanto nos soltávamos do abraço. –Oliver. –Ele se virou sorrindo. –Tenta não se machucar muito viu, eu quero aquele apartamento. Precisamos causar uma boa impressão!

-Cuida dela Dig! –Gritou antes de subir a escada a passos largos ainda sorrindo.

-Vocês parecem àqueles casais de livros com vampiros. –Debochou Diglle. –São tão fofos.

-Não começa John. –Falei sorrindo.

OLIVER

-Oliver tem certeza que devemos ir pela frente? –Questionou Roy.

Estávamos cada um em uma moto, nos falando através do comunicador enquanto corríamos em alta velocidade.

-Roy, nós somos mais treinados do que a policia e se nós servirmos de distração as chances deles pegarem esses traficantes é muito maior. –Respondi pela terceira vez.

-Você sabe que esse plano é meio problemático não sabe?

-Você vai ficar bem, prometo! –Usei o mesmo tom de voz que uso com Felicity, apenas para provocá-lo.

-Eca! –Reclamou. –Já te disse que a Felicity amoleceu você. –Brincou agora mais calmo.

Chegamos a fábrica abandonada que eles usavam para fabricar a droga, era um lugar grande, podíamos ver a chaminé funcionando, o que indicava a movimentação interna. Nos escondemos a sombra do prédio vizinho, fiz sinal para Roy, indicando a ele que deveria subir no terraço e me dar cobertura. Esperei ele tomar posição antes de ligar para o detetive e informar minha posição.

-Felicity. –Chamei no comunicador.

-Oi Oliver. –Respondeu no mesmo instante com a voz tremula.

-Está tudo bem. – A tranqüilizei. –Estamos em posição, preciso que mande a planta do prédio para o detetive Lance.

-Estou mandando agora.

-Diglle está ai? –Perguntei.

-Sim. –Respondeu Diglle.

-Eles estão usando armamento militar. –Informei. –Entre em contato com a Amanda e a informe. Precisamos descobri como eles conseguiram ter acesso a essas armas.

-Oliver. –Era a voz da Felicity. –O detetive acabou de dar o sinal, disse que a hora que quiser.

-Tudo bem.

-Toma cuidado. –Pediu.

Sorri brevemente. Ela sempre fora preocupada, mas agora que estávamos juntos me sentia estranhamente mais seguro por saber que por mais bandidos que eu enfrente, sempre vou ter para quem voltar no fim do dia. Sempre vou me esforçar para voltar para ela.

-Roy você está pronto?

-Estão na mira.