Always and Forever escrita por tsukuiyomi, Letí


Capítulo 8
Irromper em chamas


Notas iniciais do capítulo

~lê se pergunta se ainda está dentro do prazo.
Tudo bem com vocês? Estou super feliz porque chegamos ao número de seis reviews no cap. passado. Muito obrigada a Terumy e a Alaires por terem aparecido e me feito sorrir tanto, e Black, se você estiver ai, eu senti sua falta :c Acho que esse cap. está com uma boa média e não se se vai agradar vocês, então espero que gostem. Enfim, boa leitura.



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Fiquei encostada na árvore por um bom tempo, tanto que a rua começou a silenciar cada vez mais. O fato de que, provavelmente, muita gente viu a gente se agarrando só servia para me deixar ainda mais desconfortável com a situação desfavorável. O tempo também esfriava, e fiquei satisfeita por ter levado um casado quente.

Damon não foi embora, apenas ficou ao meu lado em silêncio. Aquilo me surpreendeu, pensei que ele fosse sair na primeira oportunidade, mas só ficou lá, comigo. O fato de ele não ter comentado sobre o assunto e não ter me provocado por um tempo me deixou aliviada, e comecei a pensar que ele poderia não ser tão ruim assim.

— Vai ficar assim por quanto tempo? — a voz dele chegou aos meus ouvidos de forma neutra. Era estranho ouvi-lo falar depois de pelo menos quinze minutos de silêncio, que havia se tornado estranhamente familiar.

Espiei por entre meus braços — que estavam cruzados, apoiados nos meus joelhos — e olhei para ele, que me encarava com o olhar selvagem. Estava com as costas sem apoio, usando as duas mãos atrás do corpo para se equilibrar, deixando o tronco inclinado. Os cabelos negros pareciam ainda mais rebeldes nesse momento, e o olhar feroz o deixava ainda mais sexy. Droga, Diana.

— Assim? Assim como? — perguntei curiosa, com a voz rouca e o olhar agora desfocado, desviando a atenção de seu perfil provocativo.

— Agindo como se tivesse sido ruim me beijar. — sorriu de forma arrogante e, de repente, eu quis muito socá-lo, talvez fosse até normal.

Não respondi nada, afundei o rosto nos braços novamente, fingindo que ele não estava lá. Ele também não pareceu muito interessado em manter diálogo, deixando-me com minha crise de culpa.

Queria me convencer de que só fiz aquilo porque estava bêbada — coisa que antes negava — mas sabia que era mentira, estava com os pensamentos em ordem quando sai do Grill, e a condição física melhorou após conseguir ar fresco. Eu o beijei completamente consciente de meus atos.

Ou será não?

Todas as mulheres que já olharam nos olhos de Damon Salvatore, quando ele está decidido a fazer alguma coisa, sabem que é impossível negar. O azul te envolve como um mantra e você só pensa em se aproximar cada vez mais do céu.

E era exatamente isso que estava acabando comigo.

O fato de ter cedido como as outras, de ter me tornado apenas mais uma da lista, de não ter pensado em mais nada enquanto o beijava, e de querer empurrar toda a culpa para ele quando a “magia” acabou me deixavam a beira da loucura.

Eu não tinha errado por beijá-lo, mas sim por não ter pensado nas consequências.

— Diana, não vai ter deixado de acontecer só por você ter se arrependido. — ele falou de súbito, parecendo um pouco irritado. — E não pode ter sido tão ruim. — passou a língua nos lábios, e meu olhar foi atraído por esse simples ato.

E essa era a pior de todas as possíveis conseqüências: querer sempre mais. Agora eu não parava de imaginar como seria um novo beijo, se seria o mesmo, ou mais selvagem. Era doentio ansiar sempre por algo que você sabia que iria te destruir no final.

Mas eu não sou mais criança, e está na hora de parar de me lamentar por algo que me fez bem.

— Talvez eu tenha me arrependido — comentei, e seu olhar encontrou o meu. —, mas não foi ruim. — Completei.

Levantei do chão antes que ele dissesse alguma coisa, mas o sorrisinho de canto dele foi o suficiente para que me arrependesse de agir favoravelmente a aumentar ainda mais seu ego.

— É melhor voltarmos, estamos aqui há muito tempo. — no momento em que disse isso, me arrependi. Damon ergueu a sobrancelha esquerda para mim e deu um sorriso lascivo, dessa vez foi impossível não corar.

— Vamos então, antes que Klaus mande seus dois tios malucos despencarem de Nova Orleans por sua causa. — ele continuou sorrindo, mas eu não respondi nada, então o sorriso desapareceu.

Pequenas vitórias, grandes resultados.

Atravessamos a rua e chegamos à porta do Grill em um curto espaço de tempo, foi angustiante voltar à atmosfera carregada do cheiro de suor, bebidas e cigarro depois de ter provado do ar puro da noite.

— Vocês demoraram. ­— Stefan comentou quando chegamos à mesa, após um empurra-empurra desgraçado.

— Lá fora é melhor do que aqui. — foi tudo que pensei em responder, e me senti meio idiota quando todos me olharam indagadores.

Felizmente ninguém pareceu achar estranho o fato de que eu e Damon ficamos trocando olhares fuzilantes por um bom tempo, até que Elena começasse a tombar em direção à mesa a cada cinco segundos e Stefan decidisse que estava na hora de ir embora.

Todos concordaram que estava demasiado tarde e devíamos ir embora. Klaus pagou toda a conta — que não ficou barata — após Stefan e Damon resmungarem algo sobre ele ser muito exibicionista.

Damon ajudou Stefan a carregar Elena até o carro. A bêbada acenou para nós antes de desmaiar de vez no banco traseiro e o carro dar a partida.

— Bem, a noite foi divertida... — Caroline girou em cima de seu salto e pareceu desconcertada ao encarar eu e Klaus parados um ao lado do outro. — Espero que possamos nos ver novamente, mas eu já vou indo. — Concluiu, acenando e virando-se para ir embora.

Klaus adiantou-se e segurou seu cotovelo, tinha achado que ele ia ser pateta e iria deixar que ela fosse. É difícil.

— Espere — ele sussurrou, me senti uma intrusa naquele momento — Caroline...

— Na verdade nós íamos te convidar para ir lá para casa, não é Klaus? — dei uma cotovelada nada discreta nas costelas dele e sorri amarelo.

Ele assentiu e ficou olhando-a até que ela dissesse um “Claro” bem satisfeito.

Fiquei em silêncio o caminho inteiro, me esforçando para fingir que não estava escutando a conversa murmurada dos dois nos bancos da frente. Era desconfortável sentir que estava atrapalhando alguma coisa, sendo que estava na cidade para ajudar. Aproveitei para checar meu celular, e vi que tinha pelo menos cinco ligações perdidas de Rebekah. Decidi ligar, para deixar o casalzinho mais à vontade. E a mim mesma também.

—Alô? ­— era bom ouvir a voz dela depois de mais ou menos uma semana. Passei a vida toda com ela, sentia saudades.

— Oi, Bekah — respondi sorrindo, apesar dela não poder vê-lo. Klaus se mexeu de maneira quase imperceptível, e sabia que ele estava escutando a conversa e falando com Caroline ao mesmo tempo. — Como estão as coisas por aí?

— O de sempre — ela resmungou —, mas parece que Elijah arranjou uma namorada.

— Elijah? Sério? — perguntei verdadeiramente surpresa.

— Todos merecemos amor, Diana. — ela disse séria. — Mas, enfim, por que demorou para me ligar?

— Problemas com o sinal, desculpa — menti —. Prometo manter mais contato.

— Tudo bem — suspirou —, eu tenho que desligar. Até mais?

— Até mais. — concordei, e a chamada foi finalizada logo em seguida.

***

Se quando saímos do Grill estava tarde, agora era o ápice da madrugada. Depois de chegarmos a casa, ficamos os três conversando na sala, e descobri que Caroline era uma pessoa muito amável e que gostaria dela facilmente. Mas depois de um tempo ficou claro que eles queriam ficar sozinhos, nem quero saber para que, então fui pro meu quarto disfarçadamente.

Tomei um banho e coloquei blusa e short de algodão, odiava roupas apertadas para dormir, para logo depois deitar na cama e começar a sentir pontadas de dor na cabeça, a ressaca dando as caras. Arrependi-me de ter bebido tanto e me perguntei como tanta coisa podia ter acontecido num dia só, em uma ida ao bar aparentemente inofensiva.

Não consegui dormir de imediato, a dor de cabeça atrapalhava e meus pensamentos também.

Queria deixar claro para mim mesma que não era o tipo de garota dependente e apaixonada, que não ansiava por nenhum beijo de um desconhecido e que tinha total controle sobre minhas ações. Após memorizar cada detalhe, nem percebi quando minha mente caiu em sono profundo.

Não sei quanto tempo se passou até que uma neblina branca começasse a aflorar da escuridão prazerosa. Era como se eu estivesse em um grande vazio e meu corpo não fosse físico, mas eu conseguia sentir a frieza da neblina me envolvendo, como se fosse de gelo.

Arrepiei-me quando senti uma presença atrás de mim, não era ruim. Pelo contrário, todo meu corpo ansiava por virar e me atirar aos braços do ser que sussurrava coisas incompreensíveis para mim.

Algo se aproximou de meu corpo — que era coberto por um vestido de pano leve preto — e foi como se o próprio fogo se aproximasse. Meus membros se encheram de um calor bom, e eu fechei os olhos como se para desfrutar daquela sensação boa.

— Você está tão linda. — a voz sussurrou e eu senti meu corpo arder ainda mais. — Tão tentadora que parece que vai irromper em chamas.

Senti algo tocar minha cintura e meu corpo foi virado violentamente de encontro a um corpo quente.

Abri meus olhos, curiosa para ver quem me aquecia daquele modo.

Era Damon. E ele se aproximava cada vez mais, mas a coisa que me deixou mais assustada foi o modo como meu corpo parecia inerte a tudo, incapaz de realizar qualquer função a não ser olhar para os lábios vermelhos que vinham de encontro aos meus.

Quando eles estavam prestes a se tocarem, eu acordei.

Meu corpo todo suava e minha respiração era ofegante, quis me socar no momento em que recuperei o pensamento racional.

Eu podia manter o controle quando estava consciente, mas quando sonhava a coisa ficava meio que impossível. Se eu estava no nível de perder o controle dos sonhos, depois perderia o da realidade. E, por Deus, não posso deixar um vampiro insignificante destruir tudo o que construí desse jeito.

Eu mal o conhecia, era absurdo que ele estivesse gerando todo esse transtorno na minha vida. Eu não era do tipo fútil, que desejava homens quaisquer a cada segundo, então por que um único vampiro estava destruindo todas as muralhas de autocontrole?

Ele estava destruindo tudo que eu acreditava sobre mim mesma, e eu romperia em chamas quando terminasse seu trabalho.

Afundei nos travesseiros, desejando nunca ter saído de Nova Orleans.


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Notas finais do capítulo

E aê? Gostaram? Odiaram? Opiniões nos reviews, por favor.
Fiquei muito feliz com os reviews, e espero que continuem comentando, porque é super importante para mim, então se puder gaste dois minutinhos comigo ali na caixa de mensagem e faça uma pessoa feliz ^-^. Quero os meus seis reviews novamente, hein!
Espero que o capítulo tenha agradado, e prometemos tentar postar o mais rápido possível. Queria agradecer a Anne e a Manuelle por terem favoritado e novamente a Capitã pela recomendação.
Enfim pessoas, beijos e até mais.
—Colly.