Always and Forever escrita por tsukuiyomi, Letí


Capítulo 20
Satisfação


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpem a demora... Foram vários problemas, mas aqui está o capítulo 20! Espero que gostem, boa leitura.
Ah, quem ganhou o prêmio pelo 100º review foi a Garota Estranha, a linda que recomendou a fanfic, e ela vai aparecer na história como Lua Reed, uma vampira, fiquem atentos! Gente, esse capítulo foi muito difícil de escrever porque esqueci boa parte da fase de transição e não achei nada nas pesquisas (eu e a Let penamos, e algumas amigas me ajudaram), então se vocês virem erros, qualquer tipo, por favor, me avisem, é muito importante!



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Encarei os rostos em minha frente com confusão. Os braços de Damon ainda me envolviam, e minha cabeça estava apoiada em seu ombro esquerdo. Podia ver, assim, as expressões de choque e confusão que estampavam os rostos conhecidos.

Se eles estavam confusos, eu estava muito mais. Tinha acontecido tão rápido...

O acidente... A dor... A morte... A luta... A escuridão... E então a vida.

Foi difícil assimilar o que tinha acontecido.

O sangue.

O sangue de Stefan, o sangue que ele me deu pensando que Damon havia me mordido. Eu sabia como funcionava. Se o sangue de vampiro estivesse em seu organismo quando ocorresse morte, você voltaria em transição.

Eu estou eu transição. É meio bizarro pensar que o que eu sempre quis estava acontecendo. E de uma maneira tão... Inesperada. Se Stefan não tivesse me dado seu sangue, eu estaria morta.

Lembro de como foi difícil aceitar a morte, do quanto eu queria desistir, mas lutava. E não consegui, eu perdi. Perdi minha vida humana, e agora tinha que tomar sangue para virar uma vampira.

Parecia insano recusar a imortalidade.

Os rostos em minha frente pareciam estar ganhando alguma compreensão quando Stefan disse alguma coisa, mas estava ocupada demais perdida dentro de mim mesma para reparar neles.

Imortal. Sempre quis ser eterna, acompanhar minha família por toda eternidade. Viver uma vida de aventuras e poder, ganhar força, cada vez mais. Experimentar a velocidade, os sentimentos intensificados e tantas outras descobertas.

Sempre foi meu desejo.

No entanto, agora parecia tudo tão... Confuso.

Eu sempre cresci com limitações, vendo minha família com sua superioridade, e isso acabou sendo natural para mim. Estava acostumada a ser humana, e o sentimento de saber que estava envelhecendo a cada dia havia se tornado natural. Triste e dolorido, mas natural.

Senti os braços de Damon se afrouxando em minha frente, e foquei meus olhos nos seus. Aqueles olhos azuis...

Se eu fosse vampira, poderia encará-los todos os dias.

Se eu fosse vampira, poderia observar as emoções que neles passariam por toda a eternidade.

Se eu fosse vampira, poderia viver as aventuras que o dono daqueles olhos azuis me prometeu.

Se eu fosse vampira...

Um suspiro escapou quando os lábios dele encontraram os meus. Foi doce, um encontrar suave de bocas; que me deu uma pitada de tudo que eu poderei experimentar...

Quando eu for vampira.

A decisão foi tomada quando nos afastamos.

~*~ ~*~ ~*~

— Você está viva! — Klaus exclamou, aproximando-se rapidamente e me envolvendo com seus braços. A emoção foi intensa, e senti lágrimas escapando de meus olhos quando vi o alívio nos dele. Nunca vi Klaus tão feliz, e tão... Paternal. Apertei-o forte contra mim, sentindo-me tão feliz quanto ele. — Não sabe o quanto eu... — os olhos dele brilharam de tristeza momentaneamente — O quanto nós sofremos, Diana. Mas você está viva!

Ele deu uma risada desesperada, como se pedisse para que aquilo realmente tivesse acontecendo e eu não voltasse a jazer pálida, pálida de morte. Passou a mão pelos cabelos, e cedeu espaço a uma Rebekah que chorava como um bebê.

— Oh, meu Deus! Diana, eu não acredito. — abraçou-me, as lágrimas dela se misturando as minhas.

Chorei como nunca havia chorado, e não me envergonho disso. Chorei enquanto todos eles me abraçavam, enchendo-me de um sentimento de segurança inesperado. Caroline, Elijah, Hayley, Elena, Bonnie, Jeremy, Matt; eu abracei todos eles, ou fui abraçada.

E Stefan. Stefan sentou-se ao meu lado na cama e segurou minha mão. Apertei a dele. Não fui muito íntima dele, e não podíamos nos considerar “super amigos”, mas eu nunca me senti tão grata a alguém.

— Puxa, nunca mais você faz esse lance de dar sangue a alguém e ela morrer no dia seguinte. — ri, era um riso nervoso, confuso. Mas era um riso. Ele sorriu radiante.

— Acho que já posso morrer em paz, tendo transformado uma Mikaelson.

Damon olhou em volta, e parece que todos souberam que ele queria fica a sós comigo. Saíram olhando para trás, como se ainda estivessem se acostumando.

— O que você estava pensando? — grunhiu assim que todos saíram de meu quarto. Ajeitei-me na cama, arrumando os cabelos o melhor que podia e encarando-o de um jeito culpado.

— Não... Não esperava que algo assim aconteceria, sempre dirigi daquele jeito. Fui pega de surpresa...

Minha voz morreu assim que seu olhar acusador perfurou meu rosto.

— Pega de surpresa — rosnou, segurando meu maxilar e me obrigando a olhar diretamente em seus olhos, que emitiam um brilho furioso. — Pega de surpresa, Diana? Nós fomos pegos de surpresa. Você estava morta. Morta, porque foi pega de surpresa — sua voz pingava a sarcasmo, e eu me encolhi ainda mais na cama, sentindo-me imensamente culpada

— Tem noção do que eu passei? Quando você quebrou a proposta, quando você está exatamente aí, morta. Tem noção do que me fez sentir? — cuspiu as palavras, e fiquei sem palavras por um instante, perdida naquele oceano azul, feroz e furioso.

— Desculpe... — sussurrei, tomando noção do quanto seus lábios estavam perto dos meus.

— Desculpas não vão adiantar — suspirou — O que importa é que você está viva. Preciso de um tempo, para me acalmar — baixou os olhos para minha boca e deixou um leve beijo ali.

— Estarei aqui antes de você completar a transição. — prometeu, e fiquei surpresa. Como ele sabia...? — Você vai fazer, Diana, mesmo que não quisesse, mas eu sei que quer. — sorriu, lendo meus pensamentos e sumindo pela janela em seguida.

~*~ ~*~ ~*~

Levantei da cama há mais ou menos duas horas. Minha vista ardia, e eu pedi para que fechassem todas as cortinas da casa. Os visitantes já tinham ido embora, menos minha família, após um pedido de Elijah, para que eu não houvessem problemas com os humanos presentes.

Estava no salão, dando-me conta do quanto ele parecia sombrio sem iluminação e sem pessoas para enchê-lo. Assim que Damon fora embora, Rebekah apareceu no quarto. Sabia que ela estava lutando para não comentar nada sobre a minha conversa com Damon, que obviamente tinha escutado. Ela mandou-me tomar um banho para tirar toda a sujeira que adquiri no acidente e as roupas esfarrapadas e sujas de sangue foram jogadas no lixo.

A água concedeu-me uma paz momentânea, e pude esquecer tudo que havia acontecido por alguns minutos. Lavei-me com calma, e quando saí do banheiro enrolada na toalha Rebekah estava sentada na cama, com uma muda de roupas ao seu lado e uma expressão torturada.

— Pode perguntar. — exclamei, sentindo minha garganta arder. Ela estava assim desde que acordei, mas parecia piorar cada vez mais. Ardia muito, como se eu estivesse engolindo brasas. Comecei a vestir a roupa que ela escolheu para mim, sem vergonha alguma. Rebekah tinha selecionado um leve vestido verde claro até os joelhos e levemente rodado e um par de saltos bege e não tão altos.

Ela pareceu muito aliviada. — Você e Damon, hein?

— Eu e Damon o quê? — encarei-a, ficando cada vez mais curiosa.

— Vocês estão mesmo apaixonados. ­— ela pareceu não acreditar que estava dizendo aquilo.

— É confuso. — na verdade, Damon era confuso. ­E eu não conseguia formular uma resposta melhor — Mas eu vou tentar te manter informada. — sabia que ela não ia sossegar até eu proferir aquela frase.

Ela assentiu, trocando o assunto. ­— Então... A transição...

— Eu irei fazer. ­— Ela sabia daquilo. — Só... Preciso de um pouco mais de tempo.

­— Tudo bem, só não demore muito. Você tem de saber que pode se descontrolar, você entende? Principalmente nessa fase inicial. — ela preveniu, e um arrepio subiu por minha espinha, eu sabia que era verdade. Mas não queria falar sobre isso e disse isso a ela.

­— É sério, Diana, isso pode acontecer com você. Estou te dizendo porque não quero que se sinta mal sempre que acontecer.

— Eu não quero saber, está bem? ­­— Rosnei, sentindo uma grande irritação crescer em mim.

Ela piscou os olhos surpresa, assentiu, e saiu do quarto. Um pequeno fio de arrependimento infiltrou-se em mim, mas não estava com paciência para nada, mais tarde eu me desculparia.

~*~ ~*~ ~*~

Com o passar de mais duas horas, minha garganta estava em chamas, ou seriam três? Não sabia responder. A dor era praticamente insuportável e eu fiquei aliviada por não terem vindo me incomodar, qualquer barulho estava me deixando irritada, e não ficaria satisfeita se tivesse um surto, mesmo que eles considerassem isso normal ou algo assim. Sentia-me desorientada e minha gengiva doía.

Eu tinha sede, minha garganta era a prova disso. Queria muito acabar com esse sofrimento, beber o sangue e tentar me acostumar com as novas coisas e os novos problemas, mas estava esperando uma coisa.

Damon disse que viria.

Sabia que estava esperando por ele, e que sua presença me daria um pouco mais de coragem. Saí da janela, pela qual estava olhando havia meia hora e desci as escadas, encontrando Klaus e Caroline em um sofá, abraçados; Rebekah e Elijah em outro, Hayley não estava presente. Eles pareciam apreensivos, e não falavam. Seus olhares se voltaram para mim assim que pisei no primeiro degrau.

Sentia-me confusa, um tipo de confusão irritante. Como se eu não soubesse o que tinha que fazer.

— Diana! — Caroline disse assim que cheguei à sala.

— Oi. — disse, sentando-me ao lado de meus tios e fitando o chão, de forma cansada.

Ninguém disse mais nada, até que Damon irrompeu pela porta. Ele parecia calmo, e parou em minha frente. Olhou em volta, segurou minha mão e puxou-me, fazendo com que ficasse de pé novamente.

— Nós vamos dar uma volta. — disse, Klaus ergueu-se, irritado, mas olhei para ele, dizendo silenciosamente que estava tudo estava bem.

Segui Damon, com ele praticamente me arrastando. Não virei para trás, porque não queria ver os olhares repreensivos.

Sentia meu coração disparar a cada vez que o olhava. Eu amava-o tanto. Agora tinha plena noção disso, e parecia cada vez maior. Como se aumentasse a cada momento. Como se meu peito fosse explodir.

— Para onde vamos? — perguntei. Estávamos andando há dez minutos.

— Você verá. ­— deu sei sorriso sarcástico, e não pude deixar de sentir um pouco de irritação.

Vinte minutos depois (ou seriam trinta?), paramos em uma pequena clareira e Damon sumiu por trás dar árvores. Fiquei desnorteada, o que ele estava fazendo?

Voltou em seguida, guiando uma mulher desnorteada pelo braço. Ela devia ter seus vinte e poucos anos, ela loira e seus olhos castanhos pareciam não enxergar. Compreendi na hora que Damon havia hipnotizado-a.

— Damon, o que signif... — interrompi-me quando o cheiro de sangue se fez presente, soprado pelo vento. Era tentador, e vi da onde vinha. A garota tinha uma mordida no pescoço.

Eu estava horrorizada. Mas comigo mesma do que com toda aquela situação. Tudo o que eu queria era sugar aquele sangue, e minha garganta ardia mais do que nunca.

— Vamos, você precisa fazer a transição. — ele sorriu. — Ela está hipnotizada, não reagirá, e eu apagarei a memória dela depois e darei um pouco de sangue. Se eu ver que você está passando dos limites, te afastarei.

Olhei para ele, em dúvida. Eu iria mesmo ter que fazer aquilo? Tinha prendido minha respiração, tentando resistir, mas não ia conseguir para sempre.

— Diana — Damon soou mais sério —, você tem que fazer. Será natural depois de um tempo, ok? Apenas faça! Vai ficar tudo bem. —garantiu, fitando-me.

Senti-me segura e estranhamente calma. Caminhei em direção à garota, sentindo um pouco de culpa, mas foi ignorado assim que o sangue tocou minha boca, sendo engolido com satisfação.


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Notas finais do capítulo

Eaê? Gostaram? Odiaram? Opiniões nos reviews, por favor! Meta: 6 reviews ^^.
LEMBRANDO: se leram algo que está errado ou confuso, AVISEM, por favor! Estou muito apreensiva com esse capítulo, sério. Eu agradeço pelos 51 leitores que estão lendo, e tenho certeza que a Let também.
XOXO, S.