A Lira da Verdade escrita por Anns Krasy


Capítulo 37
Capítulo 37 - Neal


Notas iniciais do capítulo

Oiii, :3 ~~ To postando hj. ♥ (AVA, não! Sério?!?! Pensei q era teu espírito confirmando se vc ainda tava viva!)
Dei uma revisada no Capiih, como sempre, mas se tiver algo errado pfv me avisem. ♥
Desculpa pela demora: escola, época de provas e trabalhos, algumas outras criações de fics (mas este ultimo tópico não deu pra fazer nada nelas, já que os outros dois tomavam mt tempo).
Enfim, espero q gostem ♥ Comentem tbm, ♥



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N

E

A

L

Quando Karina ficou cercada com os serpopardos Neal notara que o moreno estava no limite do desespero. O fato de não conseguir se concentrar era por causa dela. O loiro notava algumas mudanças em relação aos dois, mesmo que estivessem avançando minimamente. Ele sempre mantinha um olho nela, mesmo furtivo. Parecia protetor de mais, até mesmo para um amigo. Quanto mais pra um que fingia não se importar, o loiro pensava mentalmente.

O loiro finalmente descobria pra que as flechas serviam.

Neal enquanto atirava e reposicionava outra flecha tinha tempo de pensar em várias coisas. Ficar fora da linha de frente tinha essa vantagem, apesar de ter que manter seu foco. Neal podia ver que Noah se sentia incomodado com algo a mais fora a "amiga". O loiro só não sabia que Noah estava preocupado com o fato dele e de Karin quererem desvendar os mistérios de todos parecerem conhecê-los. E isso era um fato. Eles queriam descobrir. Descobrir o porque algumas pessoas – e alguns monstros – lembrarem deles, como se ambos já tivessem se conhecido antes. Para Noah, a persistência deles começava a ser irritante. Como quando uma criança pede doce e você nega, mas ela continua insistindo. Mas o moreno também entendia o lado deles. Se fosse com si próprio ele também iria querer se lembrar, iria querer saber.

Noah desviou de um ataque e o hieróglifo de dor apareceu na frente do monstro, fazendo-o se contorcer. Neal acertara uma flecha no mesmo monstro, acertando-o nas costas e praguejando mentalmente por ter errado o pescoço. Noah começou a investir e a bloquear. Ficou desse modo, já que não tinha ideais conta aquele bicho no momento e não podia gastar sua mágica desesperadamente. A criatura girava o pescoço quando Noah desviava e isso começava a irrita-lo. Ele acertou um talho na perna da frente da criatura e então fez o mesmo nas costas, perto da flecha. O serpopardo também investiu duramente.

Ele arranhou o braço de Noah. E não foi superficial.

Neal ouviu a praga que o moreno soltara de onde estava. O loiro grunhiu em concordância com a maldição do moreno. Neal enxergou o ferimento de onde estava. Depois teria que ajudar seu amigo a desinfeta-lo e a cuidar para que não ficasse pior, apesar da visão do sangue escorrendo com vontade não fosse uma das melhores. Noah rasgou a manga da camisa que estava vestindo e a amarrou por cima do ferimento enquanto evitava os ataques do monstro. Neal dera cobertura, distraindo as criaturas de seu jeito (claro, sem deixar a ruiva na mão). O pano preto ficou úmido, mas não se podia ver o sangue.

E então Noah o atacou na barriga.

– Nada pessoal. – Ele resmungou irônico, quando viu que o bicho estava virando poeira de deserto. As flechas de Neal caíram no chão e desapareceram como raios de sol explodindo. Noah fechou a cara pela claridade.

E então o grito aconteceu.

Noah se voltou para o outro serpopardo tal como Neal fizera, com os olhos dobrados de tamanho pelo susto. Fora Karina quem havia gritado e ela tinha sido arremessada na terra rochosa perto de uma pedra. O serpopardo investiu contra ela. Karina não parecia consciente, nem se mexia. Havia batido a cabeça em uma pedra que estava ali bem atrás dela.

O coração de Noah falhou uma batida e o desespero tomou conta de si.

– Neal! – Gritou Noah, enquanto ele ajeitava outra flecha sem tirar os olhos do monstro, mas ouvia o amigo atentamente. O chamado do moreno pareceu ser um gatilho para o loiro, que se concentrou e mirou o arco.

Neal observou as flechas zunirem e passarem perto do ouvido do moreno (não acertando-o por muito pouco). Elas o driblaram enquanto o moreno gritava o comando de proteção em volta de Karina. As flechas se alojaram em cantos diferentes, mas com a mesma destreza. A perna da frente, o pescoço, a cabeça e o peito da criatura. E Noah terminou o trabalho. Ele saltou sobre o serpopardo e deixou que suas emoções o controlassem. O serpopardo rugiu de dor enquanto o fogo saia das mãos do moreno e se alastrava sobre sua pele de leopardo, cobra e gato. Noah se arremessou quando o serpopardo tentou ataca-lo. No fim, o mostro havia desaparecido – queimado -, e depois virado areia.

Mas o desespero ainda estava presente em Noah, tal como em Neal. Ele se ajoelhou perto de Karina e pôs a cabeça dela em seu colo. Neal correu ao encontro deles vendo o quão sério estava a situação. Estava sangrando. Sangue caindo sobre a testa por algum machucado na cabeça da ruiva. Era difícil visualizar com tantos cabelos cor de fogo, os quais a cor se mesclava com o sangue, apesar de o segundo ser mais escuro. Neal estendera seu casaco, que estava enrolado em sua cintura, para Noah; Ele então o rasgou para limpar o sangramento.

Karina gemeu baixinho.

– Vamos leva-la para o trailer. – Foi o que o moreno falou, sendo curto e objetivo. Neal transformou suas armas em um botton e o prendeu com agilidade na calça. Noah ergueu Karina nos braços enquanto Neal ia na frente para ajeitar um lugar para deita-la. Bes os ajudou também, logo atrás deles.

.

Quando Noah chegou ao trailer, deitou gentilmente a ruiva na cama. Ela grunhiu outra vez, fazendo o coração do moreno se apertar. Ela tinha os cotovelos ralados e a testa ferida, mas Noah tinha limpado uma parte do sangue que não escorria mais tanto. Havia sangue seco também na testa da ruiva e ela parecia péssima.

– Neal, veja se ela está bem. – O moreno tentava controlar seu desespero.

– O que? - O loiro o olhou um tanto surpreso. - Eu nunca fiz isso... Eu...

– Neal. – Noah rosnou. – Descubra como se faz, então. – Ambos se fitaram por alguns segundos, até que Noah percebeu que foi duro demais, e então tentou relaxar. – Você pode não lembrar, mas fizemos uma promessa entre nós dois. Você prometeu cuida de Karina caso eu não pudesse. Nesse momento o único que sabe cuidar de machucados é você. Mesmo que não se lembre... Por favor. Tente, cuide dela.

O loiro o fitou por um tempo antes de se ajoelhar perto dela e a examinar. Claro, eles tinham ambrosia e néctar, mas havia dois poréns: primeiro era que eles tinham que ter suprimentos para quando chegassem em sua luta final e, segundo, um machucado na cabeça era muito sério. Semideuses eram somente meio deuses, por tanto machucados feios também deixam certas sequelas. Noah não queria que nada ocorresse com Karina. Neal queria perguntar quando aquilo havia acontecido entre os dois, e Noah notara isso, mas primeiro tinha que cuidar da ruiva. Ele colocou a mão na testa dela como se estivesse medindo sua temperatura e então começou a seguir seu instinto como filho de Apolo. Checou o pulso, olhou os olhos e o ferimento.

– Preciso de água, o pano mais limpo que tiver, gaze e remédio para dor de cabeça... E Ambrosia e Néctar. – Respondeu o loiro, quase como se lesse um roteiro em sua mente. Ele franziu a testa logo depois. – Espera um pouco, o que?

– O filho de Apolo é você. – Respondeu Noah e então passou as informações para Bes que o ajudou. Não sabia se tinha roupas limpas ali, então pegou um de seus moletons. Thomas era louco por limpeza, então os teria lavado de qualquer jeito, Noah os usando ou não. Noah deveria agradecê-lo quando tudo acabasse. Ele pegou sua garrava de Néctar e um pouco de Ambrosia também em sua mochila.

Olhou no banheiro e, graças Apolo, pegou um remédio de dor de cabeça e gaze que tinha na caixinha de remédios ao lado da privada. O bom era que o remédio ainda poderia ser utilizado.

– Ai está. – Ele entregou tudo a Neal.

Ele o observou limpar os ferimentos. Neal tinha agilidade nas mãos, parecia ter feito aquilo milhões de vezes. Era como se tratar de pessoas machucadas fosse um dom (o que certamente era). Noah o ajudou enrolando a gaze com um curativo no ferimento da testa da ruiva, deixando uma faixa de gaze ao redor da cabeça da garota que continuava inconsciente.

– Agora o remédio e a comida dos deuses para acelerar o processo.

– Karina. – Noah a chamou baixo ao seu lado. Ele se ajeitou ao lado da cama da ruiva e Neal ergueu as sobrancelhas ao ver o quão gentil ele era com a ruiva. – Acorde por um segundo. Precisa tomar esse remédio, se não vai ficar com uma forte dor de cabeça.

– Daqui a pouco. – Resmungou ela, se revirando na cama, meio grogue. Ela ainda murmurou algumas coisas incoerentes.

Karin, por favor. – Noah pediu, calmo. Parecia que o rapaz tempestuoso havia sido extinto de dentro de Noah, Neal notara.

Ela abriu um olho, meio sonolenta e então se ergueu na cama cambaleando levemente. Noah a ajudou a se manter sentada. Ambos os rapazes pareciam aliviados por ela não estar totalmente inconsciente, mas ainda estavam preocupados. Ela olhou em volta, franzindo a testa e levando uma mão a cabeça, sentindo a faixa de gaze que a enrolava, o que deixou sua expressão ainda mais confusa.

– Eu...

– Aqui. – Neal ofereceu o remédio.

– Pra que isso?

– Dor de cabeça. – Ele respondeu. Bes surgiu atrás dele com um copo d’água assim que ela engoliu o comprimido. Noah a ajudou a deitar depois de Neal a oferecer também uma pequena quantia da comida dos deuses.

– Você bateu a cabeça. – O moreno falou.

– Nada sério. – Garantiu Neal, interrompendo Noah.

– Isso. Mas vai ficar bem se descansar. E a viagem é longa, então durma um pouco. – O moreno continuou, sereno.

Neal se sentiu um tanto desconfortável com a troca de olhares do casal. Estava segurando vela. Depois de um tempo ela assentiu,. Todos haviam notado que ela estava um pouco corada. Neal até demorara um pouco para entender o por que de ela estar vermelha, pois não tinha nenhum traço de febre. Noah era um pouco mais ingênuo que o loiro, pensando que o fato da ruiva estar vermelha era por causa do calor do Cairo. Karina adormeceu logo que deitou. Estava suada e só aceitou um cobertor fino. A cama de baixo era agora moradia particular de Karina e estava claro que nenhum dos meninos era autorizado a se aproximar muito dali.

Por fim, os garotos se sentaram no sofá – Noah cutucou o pequeno pássaro de bronze para o lado, para que não fosse esmagado – já Bes, ele voltou a dirigir. Neal fitou Noah.

– Quando fizemos aquela promessa? Quer dizer, se nós realmente a fizemos.

Noah não respondeu de primeira, parecendo considerar e pensar se deveria responder ou não, por fim ele cedeu com um suspiro pesado.

– Me obrigaram a não falar nada, a não ser que descubram sozinhos. Uma promessa pelo Rio Estige nunca deve ser quebrada, nunca mesmo.

Neal pensara em argumentar, mas não o fez. Uma certa angustia de Noah ele podia entender: aparentemente ele e Karina tinham coisas que deveriam descobrir sozinhos e que o moreno não podia contar. Eles podiam passar o resto da vida sem descobrir e mesmo assim Noah não poderia falar nada. De certo modo era uma promessa dolorosa.

Neal dera de ombros com um sorriso pequeno na tentativa de animar o amigo: - Tudo bem. Um dia vou saber. – O loiro se voltou para a janela atrás deles antes de se voltar para o moreno e seus olhos cresceram um pouco. – Olha, ainda está sangrando.

– Hm? – Noah se voltou para seu ferimento, que só agora começava a doer. – Aquilo me arranhou.

Neal pegou o pano que usou com Karina e rasgou um pedaço. Certamente aquele pano (que era um moletom antes) estava mais limpo do que o pano que Noah usava para estancar o sangramento. Neal o mergulhou na água e entregou para Noah. O moreno limpou o ferimento, grunhindo algumas vezes em protesto e então Neal deu um pedaço de gaze para firmar o curativo improvisado. Noah o amarrou bem, firmando-o.

– Se usar um sujo pode infeccionar. – Neal explicara depois que os dois estavam já a um tempo em silencio.

– Certo, médico. – Noah disse irônico.

Neal revirou os olhos, alargando um sorriso. O loiro precisava de algo para se ocupar então resolveu dar uma arrumada no trailer. O loiro notara que Noah voltara a observar Karina, já que a cama-beliche era colada com o sofá. Ele parecia tão preocupado e pensativo que seus olhos tinham uma névoa os embaçando e os escurecendo. Ele realmente gostava da ruiva. Neal alargou um sorriso um tanto travesso. Ele gosta de Karina, e, brincando, ele já a ama. Está caidinho por ela, pensou o loiro. Neal resolvera deixar Noah zelar pelo sono de Karin, como ele a chamava, e seguiu para a frente do trailer. Karina dormindo era fofa... Na verdade ela era fofa em todos os momentos, e o loiro sabia que Noah também achava isso. Não que Neal estivesse interessado nela. Pelo contrário. Por enquanto ele continuaria solteiro. Neal notara também naquele dia que se alguém prejudicasse a ruiva, iria sentir a fúria de Noah e, certamente, a sua também.

Neal nunca deixaria nada acontecer com sua amiga. E Noah nunca deixaria nada acontecer com sua Karin.


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Notas finais do capítulo

Quis por um Capiih com os sentimentos dos meninos.
Kanoah