No capítulo anterior...

Aquela garota... Aquela garota estava naquela sala comigo, só eu e ela.

Eu ia ter ela pra mim

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P.O.V Elena

Eu não ia aguentar, eu não ia aguentar ver ele lá, na minha frente, e não poder fazer nada, eu nem falar com ele conseguia, eu estava sem reação.

Então resolvi puxar assunto

– Olá, seu nome é Damon, não é?

Droga, parecia mais que eu estava interrogando ele, eu já fui muito mais sedutora

– É. E o seu?

A boca. A boca dele era perfeita, fiquei sem reação, não ouvi o que ele disse.

– Oi?

– Ahn?

– Eu perguntei seu nome

– Ah, meu nome, meu nome é Elena. Prazer

– Elena...– Ele sussurrou baixinho, mas eu consegui ouvir, talvez ele já tivesse prestado atenção em mim.

P.O.V Damon

Percebi que ali havia tido uma saia justa. Ela estava estranha, tímida.

Será que a minha presença a incomodava? Mesmo assim ela resolveu puxar assunto, e não sei porque diabos ela não tirava os olhos da minha boca.

Resolvi puxar assunto também

– Você parece tão... Tão... Porque você está aqui na detenção?

– Ah... Por causa de uma briga... E você?

– Bom... Digamos que a professora não tenha muito bom humor...

– Ah, entendi.

P.O.V Elena

Notei que ele percebeu que eu estava tímida e puxou assunto. Será que foi por pena de mim?

O ar de tédio pairava no ar. Tinha tanta coisa que eu queria dizer, perguntar pra ele. Mas apesar de me seduzir, o olhar dele me... assusta.

De repente ele me fez uma proposta muito tentadora

– O que você acha de fugir daqui?

– O quê?

– Fugir, sair escapar... Quer quantas definições?

– Eu sei o que é... Mas como? - Eu estava assustada. Sempre tinha sido uma aluna exemplar, mas sempre fui uma amiga exemplar, uma filha exemplar... Mas olha como estou agora, minha ex melhor amiga agora me odeia e meus pais estão mortos...

– Ninguém vai nos pegar, confia em mim. Ele se levantou da sua carteira, veio até a minha e estendeu sua mão, e eu segurei. Saímos da sala e ele tinha razão... Ninguém percebeu

Estávamos fora da escola e eu estava pronta para me despedir dele.

– Obrigada por me tirar daquele inferno, tchau...

– Onde você pensa que vai?

– Pra casa

– Não, eu te tirei e lá, agora você me deve uma

– E o que você quer?

– Só quero que venha comigo, me acompanha, quero te mostrar vários lugares.

Eu hesitei em aceitar, mas aquele olhar, aquela boca me pedindo para ir com ele... Aceitei. Apesar de saber que ia deixar tia Judith preocupada, afinal estava anoitecendo, pois as aulas terminaram bem tarde, e que era muita irresponsabilidade da minha parte, eu fui.

– T-tá, eu vou - Um lado meu estava assustado, mas o outro lado pulava em festa. Era o que eu mais esperava desde que eu vi ele. Mas eu tinha acabado de conhecer ele, vamos dizer assim

P.O.V Damon

Não aguentava mais o tédio daquela sala, percebi que ela também estava entediada, então pedi pra ela fugir comigo. Só que muito menos romântico.

Ela hesitou em aceitar. Como não iria? Acho que ela só me viu agora, e já chamo ela para "fugir" comigo.

Entrei com ela no carro e sussurrei pensei pra mim mesmo: Essa noite vai pegar fogo

P.O.V Elena

Entramos no carro do Damon, que era um Porsche preto, e o Damon começou a aumentar a velocidade.

Fiquei extremamente nervosa, sei lá quantos cavalos tinha naquela coisa, só sei que estava indo muito rápido e eu estava ficando com medo. No que eu me meti?

Quando o carro já estava numa velocidade bem rápida, Damon entrou numa rua que parecia estar fechada para alguém e que estava deserta. Fiquei muito nervosa e comecei a puxar assunto, mesmo não sendo muito prudente, afinal o carro estava MUITO rápido.

– E-então, Damon, d-de onde você vem? - Droga, comecei a gaguejar

– Eu sou de uma família tradicional daqui mesmo, Fell's Church, mas com uns 11 anos me mudei para Nova York, Alemanha... Nunca fiquei muito tempo num lugar só. Vivíamos nos mudando

– Por que? - Elena tinha ficado intrigada. Quando de repente Damon breca o carro e quase joga Elena pra frente, e para na linha de saída do que parecia ser uma pista de corrida

– Um...?

– Um racha, confie em mim, você vai se divertir. - A voz do Damon parecia de uma criança que estava prestes a ganhar um brinquedo, muito animada, ele estava animado até demais, e eu estava com medo.

Damon faz um sinal para o carro do lado, e o cara todo tatuado do carro ao lado retribuía o sinal. Aquele cara me dava medo, mas eu não ia passar por medrosa covarde na frente do Damon, então gritei:

– Vai Damon! - Mas minha voz ainda estava nervosa. Então ele, num gesto rápido, virou a cabeça e me beijou. Não foi o primeiro beijo com ele dos sonhos, mas o importante é que a gente tinha dado o primeiro beijo.

O carro arrancou a toda velocidade, durou alguns minutos e foram uns dos piores minutos da minha vida. Teve um momento que eu vi os estabelecimentos vazios e as casas todas escuras passarem tão rápido que achei que íamos bater.

Damon saiu daquela rua e começou a andar numa velocidade normal, respirei fundo e me acalmei, achei que ia vomitar. Com certeza ir no carona é muito pior do que dirigir.

– E ai, o que achou? Nós ganhamos! - Ele estava muito empolgado

– Eu gostei, mas confesso que me deu um pouco de medo

– Eu sei, mas é normal, posso te levar pra outro lugar?

– Pode me levar para onde quiser

Passamos por várias ruas desertas até chegar a uma praia, ela era linda, mesmo estando de noite.

Saímos do carro e assim que saí, Damon me prendeu contra o Porsche e me beijou, e eu retribuí o beijo, foi um beijo quente, um digno.

Ai meu Deus, aquele homem, aquela boca, aquela boca seria sempre minha, e ai de quem tentasse roubar de mim.