Você Me Tem escrita por Hanna Martins


Capítulo 23
Você me tem


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas cheguei com o último capítulo da fic! Fiz também um epílogo, como ele ficou bem pequeno, logo, logo posto.



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Havia mais cochicho pelos corredores de Panem do que o habitual. As férias de inverno estavam chegando. Os alunos estavam a todo vapor, planejando o que fariam nas próximas semanas. Porém, não era apenas esse o tema das conversas, havia outro. A prisão de Gale. Ele havia sido sentenciado a dois anos de prisão, com direito a uma multa imensa que, com certeza, havia feito a família Hawthorne ficar com os cofres reduzidos. Ele bem que poderia ter pegado mais. Porém, os advogados dele eram muito bons. Obviamente, os advogados que Peeta conseguira eram melhores, por isso Gale recebera aquela sentença. Se não fosse os advogados de Peeta, certamente, Gale teria saído ileso.

— Katniss! — uma voz animada, a chamou no corredor. Era Annie.

Annie vinha correndo, só não caiu porque parou a tempo.

— Venha até minha sala! Você precisa assinar alguns formulários! — anunciou, quase cantarolando.

Annie estava mais animada do que o normal. Poderia adivinhar o motivo daquela alegria.

Ela lhe deu vários formulários para assinar.

— Minha dissertação, já está pronta! — falou com um gritinho. — Pensei que minha orientadora teria um enfarte esses dias, quando anunciei que ainda não havia conseguido terminar minha dissertação. Mas eu consegui! Eu consegui! — repetia, andando pela sala eufórica. Katniss sabia que cinquenta por cento de sua alegria devia-se a conclusão de sua dissertação, já os outros cinquenta por cento...

Katniss terminou de preencher os papéis e entregou para Annie.

— Certo, Katniss. Nos vemos no segundo semestre, então! — sorriu.

Annie faria uma pequena viagem até o Japão. Mas, ela não iria sozinha.

— Finnick vem te buscar hoje?

Annie sorriu. Aí estava os outros cinquenta por cento de sua alegria. Finnick.

Os dois haviam se aproximado muito nos últimos tempos. Principalmente, depois que Finnick revelou tudo para Stefan, sua paixão pela noiva do irmão e sua traição.

Stefan, finalmente, havia voltado a falar com o irmão. Os dois estavam no meio de uma reconciliação. Talvez, a viagem ao Japão fosse uma boa coisa para os dois se reaproximarem. Annie e os dois irmãos Odair iriam para o Japão juntos.

Ultimamente, Finnick se mostrava bem interessado em Annie. Principalmente, quando o ex-namorado dela apareceu na cidade. Finnick deu um jeito de sempre aparecer nos locais em que os dois estavam. Além disso, ficou dias e dias com uma expressão de poucos amigos, quando descobriu que o ex-namorado de Annie queria retomar o namoro. Obviamente, ele disse que estava estressado por causa das provas na faculdade. No entanto, Katniss sabia que as provas haviam acabado há várias semanas.

— Faça uma boa viagem! — desejou Katniss.

— Pode ter certeza que farei — afirmou Annie com um sorrisinho travesso. — Katniss... você parece um pouco triste... — o sorriso de Annie se desvaneceu.

― Hoje é aquele dia... — lembrou Katniss desviando o olhar de Annie. Não queria chorar outra vez. Não naquele dia.

Ela sorriu para Annie.

― Temos que seguir em frente, como você me disse certa vez, Annie!

Deu um longo abraço em Annie e se despediu dela.

Katniss pegou suas coisas e foi para o estacionamento. Ele a esperava, encostado na porta do porsche, em uma pose incrivelmente sexy, que fazia as garotas suspirarem quando passavam por perto. Este era Peeta Mellark.

Assim que a viu, ele sorriu. Ela caminhou lentamente em direção a ele.

— As garotas do primeiro ano não param de olhar para você — disse Katniss, apontando com a cabeça para um bando de garotas que lançavam olhares sem um pingo de discrição para Peeta e cochichavam entre si.

Ele sorriu maliciosamente.

— Ciúmes?

Ela deu os ombros, o que fez o sorriso dele aumentar. Contudo, ele se desfez rapidamente do sorriso, quando Katniss lhe lançou um olhar um tanto assassino.

— Você sabe que elas não têm nenhuma chance — disse a analisando.

Katniss suspirou.

— Obrigada, Peeta... — sua voz era baixinha, praticamente um sussurro.

— Katniss... — ele acariciou seu rosto suavemente e lhe deu um abraço.

— Obrigada... por estar comigo nesses últimos meses. Se você não estivesse por perto, eu não teria suportado — Katniss, encostou a cabeça em seu peito.

As meninas do primeiro ano, vendo a cena, saíram rapidamente do lugar em que estavam, lançando olhares mortais para Katniss. Porém, ela não se incomodou nenhum um pouco.

— Hum... quero te dar uma coisa... — falou Peeta, buscando algo no bolso da calça.

Ele depositou o objeto na mão de Katniss. Ela olhou interrogativa para o objeto, uma chave. Não compreendeu.

— Lembra-se de nossa aposta? Você venceu...

Ela o olhou interrogativa.

— Nossa aposta foi cancelada — objetou. — Eu não posso ficar com seu porsche.

Peeta riu.

— Não, não estou te dando meu porsche. Estou te dando algo bem mais valioso que meu porsche. Cuide bem dele, Katniss, por que você será a única pessoa que o terá.

Peeta se desfez de três botões da camisa do uniforme, revelando um colar. O pingente do colar era um cadeado.

— Você me tem, Katniss — falou Peeta, apontando para a chave que ela tinha nas mãos.

Então, compreendeu. Ela tinha Peeta. Ela tinha o seu coração. O coração que apenas pertencia a ela.

Katniss sorriu e beijou Peeta delicadamente.

Ele a levou até a sua casa.

— Te vejo, mais tarde! — falou Peeta lhe dando um beijo.

— Não se esqueça de nosso compromisso de mais tarde! — alertou, Katniss.

— Eu nunca poderia esquecer... nunca.

— Hoje é um dia muito importante para nossa família... — a voz de Katniss estava embargada.

Falar naquilo era tão doloroso. Nunca poderia esquecer daquela pessoa. Nunca. Mesmo que se passassem séculos. Sua presença sempre continuaria. Sentia que ela viveria eternamente em seu coração. Seu sorriso, seu olhar, sua voz, estavam marcados em seu coração.

Katniss saiu rapidamente do carro.

Encontrou a mãe, na sala. Ela estava indo para o hospital. A senhora Everdeen estava com uma carga anormal de trabalho naquelas últimas semanas.

— Estou indo para o hospital, Katniss, preciso ver um paciente.

As duas haviam se aproximado muito depois do acidente. Katniss havia seguido o conselho de Annie e resolvera dar uma chance para a mãe.

— Não se esqueças das flores! — disse a mãe, apontando para um buquê de prímulas noturnas.

— Você vai? — perguntou receosa. Embora duas houvessem se aproximado muito, isso não impedia que vez ou outra ficasse com o pé atrás em relação à mãe.

— Sim, eu vou. Não se preocupe. Você sabe como Prim gostaria de nós ver juntas nesse dia. Hoje é... — nesse instante, o celular dela começou a rocar. ― Sim, estou indo! — falou a mãe saindo apresada.

Katniss pegou o buquê de prímulas e fez um belo laço com fita violeta. Prim adorava tanto aquela cor.

Peeta não demorou a aparecer.

― Lindas flores... — disse Peeta, apreciando o buquê.

Katniss sorriu.

O cemitério ficava afastado da cidade. Por isso, demoraram para chegar lá.

O chão era coberto por uma bela e cuidada grama. Os túmulos ficavam espalhados pelo longo campo verde, cercado por diversas plantas.

Katniss localizou o túmulo, que ficava debaixo de uma grande árvore. Peeta pegou em sua mão. Ela depositou o buquê de prímulas no túmulo. E Peeta acolheu suas lágrimas em sua camisa, quando ela começou a chorar.

As suaves carícias de Peeta em seu cabelo a acalmaram. Eram uma promessa que tudo ficaria bem, que ele estaria ali para ela, sempre.

A mãe de Katniss logo se juntou ao grupo. Katniss e ela se abraçaram por um longo tempo.

— Tudo vai ficar bem, querida... — falou a mãe, fazendo carícias em suas costas.

— É que...

— Eu sei, sempre será doloroso. Sempre — a mãe de Katniss tinha os olhos marejados. ― Mas enquanto nossos corações estivem com suas lembranças, sua alma vivera em nós e nunca nos abandonará.

― Papai sempre nos acompanhará ― falou Prim que segurava um pequeno buquê de margaridas.

Katniss sorriu para a pequena Prim e a acolheu em um abraço. Aquela data era extremamente triste, era o dia em seu pai havia falecido. Mas também, exatamente naquele dia, fazia dois meses que Prim havia saído do coma.

Um dia de tristeza e alegria. Ela sabia que Peeta não tinha escolhido aquele dia para lhe dar aquela chave ao acaso, era um lembrete de que ela possuía muitas coisas para comemorar naquele dia. A vida de Prim.

Peeta sorriu para ela.

— Então, Prim — disse Peeta, enquanto saiam do cemitério. ― Lembra que você e sua irmã estão me devendo um cinema e um sorvete?

Prim assentiu alegremente.

― Está na hora de cumprir sua promessa... ― falou Peeta.

Prim e Peeta olharam para Katniss.

Ela suspirou, aqueles dois sempre conseguiam o queriam.

A senhora Everdeen voltou para o hospital, enquanto os três foram para o cinema, no porsche de Peeta.

― Você dirige! ― falou ele, lhe dando as chaves.

― Você anda muito folgado ― resmungou Katniss.

Ele sorriu e lhe deu um rápido beijo no pescoço.

― Ora essa, eu sou alguém muito valioso e você me tem. Precisa cuidar de mim... ― falou de modo brincalhão, roubando mais um beijo de Katniss.

Era impressionante como Peeta conseguia mudar o ânimo de Katniss, em questão de segundos. Ele e Prim eram as únicas pessoas do mundo que conseguiam esse feito.

― Hoje à noite, por exemplo, espero ser bem cuidado...

Katniss bufou e entrou no carro.

― Estou achando que meu plano de juntar vocês dois não deveria ter saído do papel ― reclamou Prim.

Peeta e Katniss olharam para a pequena garotinha loura de olhos azuis, que os fitava inocentemente.

― Plano? Que plano? ― interrogou Katniss.

― O plano que eu tenho desde os cinco anos de idade!

― Prim! ― os dois falaram em coro.

A garotinha sorriu tranquilamente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do final? Alguém teve um ataque do coração pensando que a Prim havia morrido em certo momento? rsrsrsrsrs. Agora vocês sabem de onde eu tirei título da fic... O "Você me tem" sempre se referiu ao fato de Katniss ter Peeta.