Você Me Tem escrita por Hanna Martins


Capítulo 10
A um passo


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês! E como diz o título, Peeta está cada vez mais perto de conquistar seus objetivos ;)



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Encarou Delly por um longo segundo. Ela desviou os olhos. A pele alva da garota havia se tingido de rosa. Sorriu. Ela estava totalmente na dele. A vitória era apenas uma questão de tempo.

O professor anunciou que a aula havia terminado. Delly se ofereceu para levar algumas caixas de dicionários de latim até a sala dos professores.

— Eu ajudo Delly! — disse imediatamente.

O professor assentiu. Peeta apanhou uma caixa de dicionários e esperou Delly na porta. Ela veio, com passos lentos, até ele. Notou que ela estava desconfortável com aquela situação. Perfeito.

— Obrigada... — falou ela, em um tom quase inaudível, saindo da sala.

Nada disse e apenas começou a caminhar ao lado dela. Às vezes, o silêncio era a melhor arma. O desconforto da garota era cada vez mais visível.

Durante todo o trajeto até a sala dos professores, não trocaram nenhuma palavra. Delly tentava acalmar (inutilmente) seus nervos, observou. 

A sala dos professores estava vazia. Cada professor possuía sua própria sala, aquele local não era muito usado. O recinto era amplo, com vários puffs espalhados, dando um tom divertido ao ambiente. Uma decoração um tanto inusitada para o ar solene que Panem transmitia.

Depositou a caixa de dicionários em cima de umas das grandes mesas que ficavam ao lado das janelas com cortinas brancas. E começou a se afastar calmamente, como se não tivesse nenhuma companhia. Estava utilizando psicologia inversa. Quando você deseja que alguém preste atenção em você, o ignore. Mesmo estando de costas, podia adivinhar a expressão confusa se delineando no rosto de Delly.

— Peeta! — ela chamou, quando ele estava preste a sair.

Voltou-se, sua expressão mostrava a mais perfeita calma. Contudo, estava sorrindo por dentro, a psicologia inversa dera certo. Delly estava o desejando mais do que imaginara.

— Aquele dia na biblioteca... — falou ela, sem jeito, desviando seus grandes olhos azuis dele.

— O que tem aquele dia? — perguntou normalmente, como se falassem de coisas banais.

— Eu não quero que as coisas fiquem... estranhas entre nós... Você poderia esquecer aquele dia... e aquilo que aconteceu na praia... por favor...

— Não — respondeu firmemente.

Podia ler no rosto de Delly, claramente, o tamanho de sua confusão.

— Mas...

Ele se aproximou dela, lentamente. Ela deu alguns passos para trás, caindo em cima de um puff. Colocou-se sobre ela, a encurralando. Não tinha nenhuma escapatória.

— Não tente fugir do que está sentindo. Sei que me quer!

Ela balançou a cabeça negativamente. Uma frágil tentativa de fugir de seu domínio.

— Não negue — disse calmamente, desabotoando um botão da camisa de Delly.

— Não! — tentou insistir, mas se via, claramente, que sua resistência se tornava cada vez mais frágil.

— Ah, Não?... — Desabotoou mais da camisa dela. — Você me quer! — afirmou.

Deixou o sutiã a mostra. Ela usava um sutiã branco de renda. Os seios de Delly eram fartos, o sutiã mal os continha. Deslizou o dedo indicador por eles. Ela ficou arrepiada e vermelha feito um tomate, mais ainda do que um tomate. Sorriu, com sua vitória.

— Olha como você está! Vai negar que me quer?

— Mas eu amo... Gale! — Novamente ela estava tentando se segurar a seu frágil “amor” (aquilo nunca fora amor) para resistir a ele.

— Não importa! — Deslizou o dedo até a beira do tecido do sutiã, afastando-o um pouco. — Não fuja, Delly!

Podia ver nos olhos dela o desejo crescendo, aumentando até tomar todo o seu ser. Aproximou os lábios dos dela, e ela imediatamente os abocanhou. O beijou com urgência, desejo, como se não houvesse amanhã.

— Ah, meu Deus! — uma voz exclamou.

Delly e Peeta se separaram rapidamente. Se fosse um professor, com certeza, levaria bem mais que uma suspensão. Ele estava na sala dos professores com uma garota. Isso poderia levá-los a expulsão do colégio.

Olhou para a pessoa que os interrompera. Era Annie, a orientadora vocacional.

Delly estava ainda mais vermelha, fechava rapidamente os botões da camisa, sem saber para onde olhar.

— D-desculpe — gaguejou. — Nós não... não... — estava completamente constrangida, nem conseguia olhar para Annie, muito menos para ele.

— Eu posso explicar! — falou Peeta. — Delly não tem culpa nenhuma, foi totalmente minha culpa!

Se Delly se encrencasse por sua causa, estaria em grandes apuros. Não podia deixar que certos rumores chegassem aos ouvidos de Gale antes da hora.

Annie os analisava sem pronunciar uma palavra sequer.

— Não ocorreu nada demais! — falou ele, calmamente. — Só foi um beijo...

Delly continuava parada, na verdade, paralisada, sem conseguir pronunciar palavra alguma.

— Está dispensada, senhorita Cartwright... — finalmente Annie falou. — Eu e o senhor Mellark precisamos ter uma conversinha...

Delly quase saiu correndo da sala.

Annie Cresta o encarou com seus magníficos olhos verdes.

— Então? — Ela cruzou os braços, esperando por uma resposta.

— Por favor, senhorita Cresta, não nos entregue para a direção. Como eu disse, foi apenas um acidente. — Usava seu melhor sorriso para convencê-la.

A sorte estava até que ao seu favor, se fosse qualquer outro professor, que houvesse entrado na sala, não teria chance alguma. Com Annie ao menos poderia tentar.

— Eu sei que nessa fase da vida os hormônios estão a flor da pele... Mas eu pensei que você, Mellark, seria um pouco mais controlado! Mas eu também já fui adolescente, sei como é isso... — seu tom era calmo. ― Vou deixar passar... por hoje... Sorte sua que fui eu, que vi vocês dois juntos. Se fosse outra pessoa, vocês dois estariam encrencados. Tomem mais cuidado da próxima vez! E não estou falando só do local! Usem camisinha!

Peeta a olhou.

― Pode deixar! — afirmou.

— Ah, estes adolescentes! — disse Annie, suspirando. ― Nos vemos na reunião mais tarde! Não falte. Você andou faltando nas últimas reuniões...

Entendeu o recado. Nada de faltar nos encontros e Annie ficaria de bico calado.

― Não faltarei...

― Espera... Delly não tem namorado? Aquele cara alto, bonito que sempre anda com ela...

― Você sabe.... os hormônios...― rebateu.

― Ai, estes adolescentes!

Saiu da sala dos professores. Delly o esperava.

― Vamos ser expulsos? ― Ela estava muito preocupada, diria até que suava frio.

― Não dessa vez...

Delly suspirou aliviada.

Resolveu exagerar um pouquinho.

― Mas tive que pedir muito para a senhorita Cresta não nós denunciar ao conselho...

― Obrigada, Peeta, por me defender!

Até que Annie os flagrar na sala dos professores tinha seu lado bom. Agora Delly o veria como um defensor, um verdadeiro príncipe com direito a cavalo branco. No seu caso um belo porsche. Isso tonava o trabalho mais fácil, a resistência dela estava chegando ao fim.

― Não foi nada... ― Sorriu, um dos seus sorrisos que levava as mulheres a loucura.

Aproximou-se de Delly. Ela recuou um pouco.

― Nos vemos depois ― murmurou em sua orelha de uma forma sexy. Sem lhe dar tempo para qualquer reação, saiu.

Queria ver como Katniss regeria ao saber de seus progressos com Delly. A pequena resistência que ela ainda mantinha, estava cada vez mais frágil.

Fazia quase uma semana que não via Katniss. Ela havia viajado com sua turma de história da arte. Eles haviam ido visitar uma cidade histórica. Portia, a professora de história da arte, podia ser até mais tirana que Coin, a professora de economia, já que não permitia celulares, nem o uso da internet na viagem. Por isso, não pudera comunicar-se com Katniss, isso era lamentável, adoraria contar para ela sobre como a resistência de Delly estava caindo.

Soltou um longo suspiro e foi para a aula de biologia.

As aulas passaram lentamente. Porém, finalmente terminaram. Foi direto para a casa. Até pensara em ir a uma festa a qual Glimmer lhe convidara, mas estava cansado demais. Ao sair do carro, viu Prim saindo da casa com seu gato.

― Prim! ― chamou.

Ela sorriu para ele.

― Aonde vai?

― Vou levar Buttercup para dar um passeio! ― respondeu.

Peeta sorriu e fez um cafune no gato, que apenas respondeu com um miado. Ele até que se parecia com Katniss, nunca deixando ninguém se aproximar, a única pessoa que possuía esse privilégio era Prim. Definitivamente, o gato e Katniss eram muito semelhantes.

― Sabe quando sua irmã volta?

― Katniss acabou de chegar.

― Sério? Pensei que ela ficaria mais uns dias... Vou vê-la! ― Olhou para a casa.

Prim sorriu e foi passear com o gato.

Peeta entrou apressadamente na casa de Katniss e foi direto para seu quarto, que ficava no segundo andar.

Encontrou Katniss ocupada em abrir algumas malas. Ela usava um pequeno short jeans e uma blusa de amarrar nas costas. Os cabelos estavam presos em uma trança. Estava muito irresistível.

Ela não havia notado sua presença. Cautelosamente, pisando levemente, se aproximou e a envolveu em seus braços.

― Peeta! ― ela gritou. ― Você me deu um susto!

Ele riu.

― Sentiu minha falta? ― indagou, beijando seu pescoço.

Katniss riu e se virou para ele, lhe dando um beijo nos lábios.

Os lábios dela eram tão bons. Já estava sentindo falta de beijar aqueles lábios. Sentou-se com ela entre suas pernas na cama.

― Como foi a viagem? ― perguntou, enquanto descia os lábios por aquele delicado pescoço.

― Foi normal... Cato quase levou suspensão, porque trouxe duas garotas para o quarto e Portia o flagrou.

Riu, aquele era seu amigo, sempre causando confusão por onde passasse.

― Foi por causa dele que voltamos mais cedo. Portia ficou furiosa com ele! E você?

― Andei tendo algum progresso! ― anunciou, deslizando a mão pela suave pele da coxa. ― Você logo terá que pagar aquela aposta!

― Mesmo? ― provocou.

― Aham! ― confirmou, apertando sua coxa. ― Hoje, beijei Delly na sala dos professores... acho que teria rolado mais coisas se Annie não tivesse aparecido... ― contou. ― Estou trabalhando muito duro!

― Sei... aposto que para você isso é uma sacrifício! ― falou irônica. ― Você deu uns pegas na Delly, e ela não é nenhum pouco feia. Muitos meninos têm uma quedinha por ela! E ainda vai levá-la para a cama!

― Ciúmes? ― provocou. ― Sabe que você pode me ter quando quiser... você é que não quer.

Katniss riu, o empurrou para cima da cama e sentou-se sobre suas coxas.

― Não, por que eu teria ciúmes de você? Você é como o rei Shariar do livro “Mil e uma noites”, tem milhares de garotas aos seus pés, mas nunca fica com uma! Se esqueceu disso? Você não pertence a ninguém. Como eu poderia ter ciúmes de algo que não me pertence? ― Ela acariciou os lábios dele com os seus.

― Poderia pertencer... ― a provocou.

― Sei...

Ela atacou seus lábios selvagemente. Livrou-se da blusa. Não usava nada por baixo. Peeta acariciou seus seios e inverteu as posições. Estava ardendo, não sabia se podia controlar-se mais. Seus lábios foram parar nos seios dela. Os beijava, sugava, lambia, mordia como se fossem uma fruta madura, uma deliciosa fruta que acabara de recolher do pé de uma árvore. Ela gemeu. Como adorava fazê-la gemer com suas carícias. Desceu os lábios até seu ventre. Abriu, o zíper de seu short e passou os dedos de maneira vagarosa sobre sua calcinha.

Mas o som de algo o fez parar.

― Acho que Prim voltou do passeio ― avisou Katniss, se sentando na cama.

O quarto de Prim ficava próximo ao de Katniss.

Ela colocou a blusa e levantou-se da cama, se pondo a arrumar as coisas das malas.

― Acho que é melhor você voltar para sua casa...

― Sua mãe não vai jantar hoje em casa? ― Permaneceu deitado na cama, olhando-a desfazer as malas.

― Não, ela quase nunca janta em casa...

― Sabia que eu sei cozinhar muito bem?

― Sabe? ― duvidou.

― Sei!

― Prova!

Peeta levantou-se da cama e foi para a cozinha. Resolveu fazer algo rápido, sua especialidade eram os doces, na verdade. Porém, sabia fazer alguns pratos salgados e ninguém podia dizer que ele era ruim cozinhando. Batatas recheadas seriam perfeitas, eram fáceis, práticas e deliciosas.

Pegou algumas batatas, calabresa, tomate, requeijão, mussarela e batata palha.

― O que você está fazendo? ― perguntou Prim, sentando-se na mesa da cozinha.

― Batata recheada. Quer me ajudar?

A garotinha assentiu com entusiasmo.

― Eu gosto de cozinhar! ― falou, enquanto ajudava Peeta a lavar as batatas. ― Sou uma boa cozinheira!

― E Katniss?

― Ela não se dá muito bem com a cozinha... Da última vez que tentou fazer algo, quase incendiou o fogão!

Peeta deu uma grande gargalhada. Prim também riu alto.

― Ei, vocês dois, do que estão rindo? ― perguntou Katniss, entrando na cozinha.

Prim e ele trocaram um olhar de cumplicidade.

― Não vão falar, é? ― Ela cruzou os braços.

― Prim só estava me contando sobre seu talento culinário... ― disse, se esforçando para não rir.

― Prim! ― repreendeu à irmã.

― O quê? Eu só contei a verdade! ― rebateu Prim.

Katniss fez cara de zangada. Reprimiu a vontade de dar um beijo em seus lábios. Ela ficava realmente tentadora com aquela carinha.

Ele e Prim riram da expressão de Katniss.

Com a ajuda de Prim, terminou de preparar as batatas recheadas. Katniss colocou a mesa. E em instantes estavam sentados comendo.

― E então? ― perguntou. ― Não disse que sou ótimo cozinheiro!

Katniss bufou.

― É uma das melhores refeições que comi há meses! ― disse Prim, saboreando um generoso pedaço de batata.

― Não exagere, Prim! ― interferiu Katniss.

― Sua irmã apenas está falando a verdade, ao contrário de certa pessoa... ― Lançou um olhar sugestivo para Katniss.

Prim balançou a cabeça, concordando com ele.

― Peeta Mellark e Prim Everdeen! Vocês ainda vão ver!

Os dois riram.

― Mais uma batata para mim! ― pediu Katniss.

Peeta sorriu. Era a primeira vez em meses, que fazia uma refeição como aquela. A atmosfera era muito agradável. Os três estavam rindo e se divertindo.

Depois de comerem foram para a sala de TV. Peeta ajudou Prim com os deveres de casa, enquanto Katniss assistia a um filme.

― Então, você faz isso e pronto. Entendeu? ― perguntou.

― Sim! ― respondeu Prim. ― Você é muito bom explicando!

 Ele sorriu, contente com o elogio. 

― Katniss! Olha só o que Peeta me ensinou! ― chamou Prim. ― Acho que ela está dormindo...

 Ele olhou para Katniss que dormia de uma maneira desleixada no sofá.

― Vou levá-la para a cama! ― disse, indo até a Katniss e a pegando no colo.

Katniss encostou a cabeça em seu pescoço. Os lábios dela roçavam levemente sua pele, lhe dando uma delicada carícia. Gostou daquilo. Era uma pena que o quarto de Katniss era tão perto.

Com cuidado, para não acordá-la, depositou Katniss na cama. Retirou suavemente o tênis que ela usava, ajeitou-a de uma forma confortável na cama e cobriu-a com o cobertor.

― Boa noite ― sussurrou em seu ouvido e saiu do quarto.

Se despediu de Prim e foi embora.

O vento frio da noite o atingiu, mas ele não se importou nem um pouco. Sorriu. Tudo estava saindo perfeitamente. Estava a um passo de conquistar Delly, a um passo de vencer a aposta... a um passo de ter Katniss.


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Notas finais do capítulo

Odiaram? Gostaram? Pobre Delly não tem mais salvação! O que será que teria acontecido se Annie não tivesse interrompido estes dois? E Peeta e Katniss com seu jantar em "família" rsrsrsrs. Ah, estes dois, nem falo nada!