Lost escrita por PanDora


Capítulo 1
Perdido


Notas iniciais do capítulo

"Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana." — Teilhard de Chardin

Espero que gostem.



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Escuridão…

Vazio…

Nada…

Era como estar flutuando no espaço uma escuridão sem fim e eu não enxergava nada… estranho, muito estranho.

O pior é que eu não sentia também… Não conseguia ver nem sentir meu corpo… Isso era inquietante… seria assustador se eu me assustasse facilmente.

Eu devo estar dormindo. Deve ser isso…

Não sei a que horas fui dormir e a quanto tempo estava assim, parecia uma eternidade…

Hum… Devo estar em coma alcoólico… PORRA! Tenho que maneirar na diversão

Talvez se eu relaxar eu volte a sonhar com ela em vez desse vazio idiota… tentar relaxar que já, já eu devo acordar e fazer mais que sonhar…

Hum… esse pensamento me faz sorrir… pelo menos acho que estou sorrindo

Meus sonhos deviam ser mais criativos…



. . .



Já tinha amanhecido a algum tempo mas eu continuava deitada na minha cama de olhos fechados. Podia sentir o calor e a luz do sol que teimava penetrar pelas cortinas batendo no meu rosto. Sabia que tinha que abrir os olhos mas não conseguia.

O sonho estava indo embora e não queria que ele fosse, era bom continuar sonhando eu não queria acordar. Acordar para o mundo real significa acordar para um lugar estranho onde o Damon não existia mais. Viver num mundo de sonhos era melhor que isso

Mas eu não tinha esse luxo, não mais, aparentemente eu tinha esgotado meu tempo de luto, esgotado o período que uma pessoa pode passar em depressão… era tão fácil pra eles falarem isso - suspirei ainda de olhos fechados - não vai parar de doer nunca.

Uma lágrima teimosa escapava dos meus olhos enquanto eu os abria e deixava as últimas imagens dele se esvaírem

Suspirei sentando na cama e olhando para o lado vazio...

Vamos lá Elena, levantar, escovar os dentes, fazer qualquer coisa não depressiva e mostrar sua cara na rua antes que “alguém” venha te buscar.

Fui para o banheiro tentando lembrar mais do sonho… não tinha uma noite nesses oito meses que eu não sonhe com ele, pedindo que volte e as vezes quando ele aparecia era um sensação tão forte que eu duvidava que era apenas um sonho, era acolhedor, reconfortante, extremamente bom. Ri um pouco com esse pensamento. Mesmo no meio da tristeza, sem estar realmente aqui, Damon era o único que me trazia um pouco de conforto. Até o mais simples sonho com ele era melhor que qualquer realidade…

Como fui burra em perder tanto tempo lutando contra o inevitável. Eu tinha me apaixonado pelo vilão da historia e o tinha desejado desde o primeiro momento. Não importava quantas burradas ele cometesse eu sempre o desejava mais… burra! burra! burra! Mil vezes burra.

Era isso o que eu era, por ter me agarrado a uma falsa moralidade que só me afastou dele… agora eu só desejava tê-lo de volta não importando que o mundo se destrua no processo. O que isso faz de mim? O que sempre fez de mim? Foi por isso que eu sempre lutei ou meu inconsciente lutou… lutou pra tentar preservar a Elena humana a filha de Miranda e Grayson.. a menina boa e inocente. Todo esse tempo tentando evitar a verdade… não importava o que era certo ou errado, não importava quem eu era ou achava ser… por que antes de qualquer coisa eu era dele…

Essas conclusões sempre me traziam lagrimas aos olhos…

Tinha que afastá-las antes que a Car chegasse. - Bufei de frustração por não poder ficar jogada na cama…



. . .



Hum… esse vazio novamente.

Não era possível alguem passar tanto tempo sonhando o mesmo sonho… eu já devia ter acordado e dormindo novamente… mas não lembro do que fiz quando acordado ou de estar acordado…

Hum… cada pensamento parecia sair num esforço imenso… como se só o ato de pensar pesasse uma tonelada.

Podia ser a bebida… ou drogas… ou os dois juntos… eu usava drogas? Não, mas o fato é que nada que eu pudesse ingerir me deixaria tanto tempo dopado… afinal vampiros se curam rápido.

Talvez alguma bruxa tenha me enfeitiçado… isso fazia mais sentido…

Claro que eu não estava sonhando... meus sonhos seriam bem animados… envolveriam corpos nus e música… essa escuridão sem fim devia ser obra de alguma macumbeira mau amada dos infernos.

Eu já estava impaciente com isso…

Quando eu me soltar, gargantas vão rolar.

Stefan ou Elena deviam estar cuidando disso, mas por que a demora?

— ESSA PORRA TA INSUPORTÁVEL! — Não ver, nem sentir nada… é bom que eles tenham um bom motivo para essa demora.

Deviam estar atrás de outra bruxa… desde que Bonnie mudou seu status de “bruxa” para “ancora” as coisas eram mais difíceis…

— Espera. — Minhas suposições congelaram com o impacto das memorias que voltam de uma única vez

Bonnie… Ancora… O outro lado… sendo destruído… Eu no meio de tudo…

Eu não conseguia raciocinar só lembrar… desespero e ira tomavam conta de mim enquanto um berro de dor brotava no meu inconsciente e tomava conta de toda minha mente

NÃO! O berro ecoava na minha mente junto com uma dor profunda. Como sentir tanta dor se nem meu corpo eu podia sentir

Eu tinha morrido?

— Tinha! — E perdido ela no processo… eu não tinha mais Elena comigo, as imagens dela chorando encheram meus pensamentos implorando pra que eu voltasse

Eu estava com tanta raiva que só queria algo para destruir… qualquer coisa para quebrar em bilhões de pedaços… mas não tinha nada… não tinha mãos nem braços… eu era a merda de uma voz na escuridão

Eu não podia fazer nada, eu não era mais nada

Eu não existia mais… uma dormência se apoderou dos meus pensamentos quando cheguei nessa conclusão… a dor foi amortecida… os pensamentos ficaram nublados quase que evaporando da minha mente… como se só bastasse eu aceitar, aceitar… e tudo desapareceria…

Eu desapareceria



. . .



Caroline estava falando sobre uma viagem ou algo assim…

Eu não estava prestando muita atenção, nunca prestava. - Sorri pra ela - Ela não precisava saber, apesar de saber, só não precisava saber o quanto eu fazia isso… - Segurei um suspiro, hoje eu estava inquieta, muito mais que o normal, como se algo de ruim estivesse acontecendo.

Eu tinha conseguido desenvolver uma certa técnica para ficar em publico e poder pensar nele sem chorar… procurava lembrar dos dias bons e fingir que mais tarde eu o veria.

As vezes conseguia sorrir verdadeiramente com as lembranças, acho que esses momentos de “aparente” normalidade tranquilizava meus amigos a ponto de diminuir a vigília sobre a pobre Elena.

Mas hoje estava extremamente difícil manter as aparências. Era uma sensação estranha como se eu estivesse… perdendo algo?

Tentei afastar esse pensamento de perda… procurei me concentrar na lembrança do sorriso dele, nos lábios... na boca me beijando... na voz…

Um grito desesperado me fez pular da cadeira e olhar para os lados a procura de onde tinha vindo.

— Elena? — Caroline se assustou com minha reação — O que foi?



. . .


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Notas finais do capítulo

E ai? Continuo?
Obrigada por ler. Se quiser deixar um comentário me deixaria muito feliz.

Ate o próximo.

Ps: Perdão pelos erros de português que vocês eventualmente possam achar.



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