"Quando eu me for..." escrita por Cristina Rissan


Capítulo 1
Prólogo.




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“Você vai sentir minha falta quando eu me for...”

Encarei Edward através do salão do refeitório, ele estava, como sempre desde os últimos tempos, conversando com Isabella Swan. Eu não sabia o que ele via nela, sem dúvida alguma dos fatos, Isabella Swan era extremamente sem graça, mas isso parecia atrair os garotos da Forks High como mel atrai as abelhas.

“Você vai sentir minha falta quando eu me for...”

– Você vai sentir minha falta quando eu me for… - Murmurei novamente. E por um instante os olhos de Edward Cullen lampejaram em minha direção como se ele pudesse me ouvir. Revirei os olhos e afastei meu olhar daquela direção, certamente não me faria bem continuar olhando para ele e a monga Swan. E certamente, Edward não sentiria minha falta quando eu me fosse. Talvez eu pudesse me afogar em uma ou duas garrafas de whisky essa noite e ele não estaria nem aí. Aceite a verdade, Jéss. Eu dizia para mim mesma, como se pudesse discutir isso. O Cullen não está nem aí.

– Quando eu me for... – Murmurei novamente e suspirei tentando dar rumo aos meus pensamentos.

– Ir aonde, Jéss? – Ergui os olhos encarando Angie e tive uma idéia ridícula, mas afinal de contas, eu precisava de uma opinião.

– É uma frase de algo que eu escrevi. – Respondi e voltei a tamborilar, Angela sorriu animadamente me incentivando a cantar para ela. Bom, para ela e para os meninos. Já que eles pararam de conversar sobre “O Trem da Morte 2” – que era o filme mais ridículo que Hollywood já criou – e decidiram prestar atenção em nossa conversa. – Não irei cantar aqui, Angela. – Resmunguei de mau humor, e Angie revirou os olhos.

– Por favor, bem baixinho. Todos já estão saindo. – Ela continuou e eu varri o refeitório com os olhos. Só Edward e a Monga Swan continuavam nele. Além da família Cullen e alguns manes do time de futebol. Acho que ninguém ouviria.

– Tudo bem. Só... Não diga nada ok?

Ela assentiu animadamente, e eu tossi limpando a garganta enquanto pegava o copo vazio de coca-cola em cima da mesa. Virei-o de cabeça para baixo e encarei-os enquanto deixava as palavras fluírem.

When I'm gone, when I'm gone. You're gonna miss me when I'm gone. You're gonna miss me by my hair. You're gonna miss me everywhere, oh. You're gonna miss me when I'm gone. I've got my ticket for the long way around. The one with the prettiest of views. It's got mountains, it's got rivers; It's got sights to give you shivers, but it sure would be prettier with you… - Minha voz foi baixando lentamente e notei meus amigos encarando-me com cara de bocó, quer dizer, eles já tinham essa cara naturalmente, mas eu me sentia satisfeita por causar esse resultado. Sempre que eu ia ao Joe’s eles pareciam surpresos com meu jeito de cantar, e eles adoravam. Eu podia lidar com isso. Eu adorava isso, mas principalmente, eu adorava cantar.

– Desde quando você canta? – Angela franziu as sobrancelhas parecendo realmente chocada.

Dei de ombros e sorri. – Desde os sete anos. Mamãe me fez freqüentar o coral da igreja, desde então eu peguei gosto por isso. E depois por escrever também.

– Você quem escreveu essa música que cantou agora? – Angela perguntou ainda mais surpresa e com uma pontinha de decepção, notei que ela não julgava que eu tivesse um intelecto tão alto assim. Já havia ficado mais do que arrependida de ter mostrado a eles, então depois de confirmar e de trocar mais algumas palavras, eu me levantei e me despedi de todos.

Eu acho que preferia não saber o que as pessoas pensavam de mim.

Assim que me levantei notei Edward Cullen me encarando de um jeito estranho, como se eu fosse um quebra cabeça chinês, o que de fato, eu não era. Ou teria olhos puxados e um bigode ridículo. Ele repuxou o canto dos lábios em um quase sorriso e eu balancei a cabeça. Minhas idéias já estavam ficando mais embaralhadas do que já eram. Principalmente porque, de repende, Edward Cullen resolve me encarar sem aquele olhar que diz “O que essa mocréia quer agora?”. O que era horrível, porque ele fazia isso o tempo todo.

Um breve enjôo se instalou em meu estomago com o pensamento e eu caminhei até a lata de lixo e joguei o resto da bandeja lá.

Talvez, um ou dois whiskys não me fizessem mal essa noite. Provavelmente me fariam até bem, eles podiam me ajudar a esquecer que minha vida era uma droga e que o cara por quem eu era apaixonada há quase um ano, não estava nem tchum pra nada que me envolvesse.

É, de fato, duas doses me fariam muito bem.

Eu sorri genuinamente para o pensamento.


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