Os prisioneiros estavam amarrados em frente ao trono, no salão principal. Estavam ensanguentados e cansados. O mais velho, cujo os olhos eram da cor do céu, teve forças para levantar a cabeça tempo suficiente para ver, à sua frente, sua noiva ao lado do pai e seu irmão mais novo. Aqueles olhos cinzas demonstravam culpa e arrependimento. Ao olhar para o lado viu seu outro irmão que fora igualmente capturado e agredido, estava com a cabeça baixa, mas dava para ver em seu olhar dourado a raiva, decepção e tristeza.

O pai de sua noiva levantou-se. Tinha um sorriso malicioso e vitorioso e seus olhos negros eram totalmente frios.

- Muito bem seus principezinhos idiotas, me deem o amuleto! - disse Lokesh com um leve indicio de raiva.

- Jamais lhe daremos algo. - disse o príncipe de olhos azuis, quase que miando.

- Já que o mais velho se acha "durão", vamos ver com o outro. - disse se dirigindo ao irmão que estava na mesma situação. - Me de o amuleto seu inútil!

- Nunca! - seus olhos dourados se ergueram para encarar Lokesh.

- Me obedeçam! Se não me entregarem de boa vontade terei de toma-los! - seus gritos ecoavam pelo salão.

Não houve nenhuma resposta.

Nesse momento os irmãos caíram de joelhos, sentindo uma dor terrível, como se estivem estraçalhando-os por dentro.

- Pare de machuca-los! - gritou o príncipe de olhos cinzas correndo em direção aos irmãos.

- Todos vocês são fracos! Nenhum tem alma de guerreiro e não merecem a realeza! - Lokesh bufava de raiva.

O irmão, que ainda estava livre. foi jogado no chão por uma força invisível.

A linda princesa de olhos violeta que estava assistindo tudo, calada com espanto e tristeza, resolveu que deveria agir. Não suportaria ver seu amor sofrer também pelas mãos de seu pai. Pegou uma adaga que carregava consigo e enfiou abaixo das costelas do pai.

Lokesh urrou de dor e acertou a filha com uma rajada de vento. Ela foi arremessada contra a parede e ao cair bateu com o pescoço no chão que quebrou-se. A vida ia se esvaindo aos poucos de seus olhos violeta, a bela flor estava perdendo seu perfume.

- Isso é culpa de vocês! - Lokesh estava ainda mais furioso, seus olhos estavam cor de sangue. - Por isso vocês serão amaldiçoados!

Lokesh retirou a adaga de seu corpo e se dirigiu aos príncipes, retirando de cada um um pouco de sangue, por meio de um corte no braço, e depositando-os no amuleto. Uma luz branca atingiu os rapazes com força. A dor tomou conta de seus corpos, como se estivessem sento dilacerados.

Quando a dor foi cessando, os olhos cinzas estavam focados em sua amada caída, sem vida. O príncipe mais velho não conseguia abrir os olhos, mas sabia que seus irmãos estavam ali, apesar de não conseguir ouvi-los. Não ouvia-se nada, nem mesmo o pai de sua noiva.