A Escuridão escrita por Anny Mary Johnson


Capítulo 3
Amiga da Onça




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3 anos antes - Quarta-feira

Chego na escola lá está minha melhor amigo Ana, ela é muito linda e animada, não precisa de muita coisa para ela se empolgar, ela chega perto de mim e me dá um grande abraço.

– Oi minha aniversariante favorita – diz ela rindo atoa.

– Hoje não é meu aniversário Aninha – digo olhando pra ela.

– Eu sei mais não se faz 14 anos duas vezes, está chegando seu aniversário e precisamos comemorar – diz me puxando pelo braço.

– Pena que meu aniversário cai sexta e tem prova, não dá pra fazer nada Aninha, mas tudo bem – digo conformada.

– Mas seus pais não vão fazer nem um bolinho? E sendo sexta agente pode ficar de boa, por que agente sai se diverti e eu te deixo em casa! Cinema que tal? – diz ela pulando.

– Nossa tudo bem, acho que meus pais não vão se importar, vamos para aula chegar atrasada de novo não dá – digo sorrindo.

Vamos direto para a sala de aula, dia comum aula chata, que bom que já deu o horário de ir para casa, chega o ônibus escolar, o pai da Ana veio buscar ela de carro, me despedi dela e entrei no ônibus, distraída quase perdi o ponto para descer, desci do ônibus, fui em direção da minha casa, a porta estava meio aberta, achei estranho fui entrando em casa.

– MÃE! – Entro em casa gritando.

Vejo minha mãe chorando sentada no chão, pratos e copos quebrados espalhados na cozinha, seu prazo estava machucado.

– O que aconteceu? Fomos roubadas? – digo espantada tentando enjugar as lágrimas dela.

– Seu pai! – ela diz gaguejando.

– O que tem ele? Onde ele está? – digo olhando para ela.

– Ele foi embora! – diz ela tentando se levantar.

– Embora por quê? – eu falo já assustada.

– Nos brigamos de novo, só que dessa vez não tem volta, ele foi embora, disse que vai depositar uma mesada para você e que vai tentar uma vida nova em outro lugar – ela diz pegando os pratos e copos quebrados no chão.

– Não pode ser! Estava tudo tão bem – digo me sentando na cadeira perto da mesa.

– Não filha, há um mês ele foi promovido, e convidado para morar fora do país, e estamos brigando muito antes disso também, sabia que isso ia acontecer – ela diz jogando as coisas no lixo.

– Não acredito – digo inconformada.

– Desculpa filha, sei que seu aniversário é na sexta-feira e com essa confusão não vai dar para fazer algo pra você, fique a vontade para fazer i que quiser o dia é seu – diz ela levando as mãos.

Nossa perto do meu aniversário e meu pai briga com a minha mãe, isso é horrível, pensei que ia comemorar o meu aniversário com eles, não sou muito ligada com meu pai, ele foi sempre um pai ausente, mas me dava tudo o que eu queria. Já minha mãe sempre esteve ao meu lado.

Pego o telefone e ligo para Ana imediatamente, ela demora um pouco para atender, até que finalmente ela atende.

– Puxa! Fazendo algo importante? Demorou a atender! – digo nervosa.

– Nossa! Te fiz alguma coisa amiga? Vai com calma – diz ela irritadinha.

– Desculpa amiga, a culpa não é sua, meu pai deixou agente, ele foi embora, minha mãe está arrasada – digo já chorando.

– Calma amiga, estou indo ai! – diz Ana preocupada.

– Não, melhor nos encontramos na sorveteria perto do shopping – digo já me levantando e pegando minha bolsa.

– Tudo bem, já estou saindo de casa, beijo – ela diz desligando o telefone.

Pego minhas chaves, e saio de casa, vou caminhando pensativa até a sorveteria, entro na sorveteria e a Ana já estava lá sentada. Ela acena para mim me chamando.

– Oi! – diz ela levantando e me dando um abraço.

– Oi amiga, obrigada por ter vindo, se não fosse você não saberia o que seria de mim – digo olhando pra baixo.

– Não se preocupe, alias já fiz o pedido sorvete de morango pra mim e pra você – diz ela já sorrindo.

– Obrigada! – digo com um leve sorriso em meu rosto.

Ficamos duas horas conversando, e como sempre a Aninha conseguiu me animar e me convenceu a sair no meu aniversário, na sexta-feira as 19 horas.

Depois que conversamos bastante, paguei a conta, dei um abraço na Aninha e fui direto para casa. Chegando em casa minha mãe estava jogada no sofá e bêbada pra completar, fazia tempo que ela não bebia, só fazia isso quando estava muito arrasada, e pelo jeito aquele era o dia. Eu entendo ela, o amor da vida dela, o meu pai simplesmente nos abandonou e foi tentar uma vida melhor no exterior, muito egoísta da parte dele.

– Vem mãe – falo pegando no braço da minha mãe.

– Não, me deixa aqui – diz minha mãe, soltando minha mão do braço dela.

– Faça o que você quiser, não vou ficar pegando os seus cacos – digo irritada.

Mal sabia que iria precisar mais da ajuda dela do que ela da minha, já desistindo de ajuda-la vou até meu quarto, tiro meu tênis e deito na cama, coloco o meu celular para desperta e viro para o lado e durmo.

TRIMMMMMMM

Toca o despertador, dou um pulo da cama, falta um dia para o meu aniversário e estou muito empolgada, claro que a maior parte da minha animação ficou por conta da Aninha. Pego minha roupa e vou direto pro banheiro, tomei um banho rápido e me troco, uma saia de jeans um palmo acima do joelhos e uma regata branca um tênis rosa, e pego minha bolsa, adoro tênis coloridos e roupas coloridas também, mas hoje estou no básico mesmo.

Saindo para ir pra escola, a Aninha já estava no ponto do ônibus escolar, toda animadinha como sempre, já chegou me abraçando.

– E ai amiga, tá melhor não é? – diz Aninha dançando.

– Sim amiga, minha mãe que está acabada, mas eu quero aproveitar meu aniversário, sei que pode parecer meio egoísta, mas só se faz 14 anos uma vez como você mesma disse – digo sorrindo.

– Sim amiga, e você deve se divertir, essa é a proposta para amanhã anoite, consegui identidades falsas, para irmos a uma balada, muito fashion você vai adorar – diz ela já subindo no ônibus que acabou de chegar.

– Está doida? Isso é perigoso, duas crianças na balada para maiores de 18 anos, você está delirando – digo irritada e subindo no ônibus atrás dela.

– Querida, você está crescendo, está se tornando uma mulher, precisa crescer conhecer garotos, as garotas da nossa idade já são mães e você fazendo drama – diz Aninha se sentando no banco do ônibus.

– Não sei do que você está falando Aninha – digo virando meu rosto.

– Não se faça de sonsa, virgem lindinha, você é virgem, tá ficando antiquada querida – diz ela rindo da minha cara.

– Fala baixo sua doida! Não sei do que você está falando, você também é virgem, isso é normal – digo ignorando o que ela disse.

– Eu? Eu não sua boba – diz ela rindo alto.

– Como assim você não? – pergunto assustada.


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Notas finais do capítulo

Espero que esteja gostando



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