O anjo e o demonio escrita por Lu Rosa


Capítulo 27
Epílogo: Dublin - Um ano depois


Notas iniciais do capítulo

Bem, chegamos ao último capítulo... Eu quero muito agradecer a quem acessou, a quem favoritou, a quem comentou, a quem recomendou a fic. A todos vocês, um beijo do tamanho do mundo. Eu não tenho palavras pra expressar o que foi a experiência de postar O anjo e o Demônio. Foi algo maravilhoso que vou guardar por toda a minha vida. Então, fiquem com o último capitulo e se divirtam. E até a próxima.



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Irmã Candice andava apressada pela rua escura. Esquecera-se da hora no orfanato entretida com as crianças. Com certeza iria levar um sermão daqueles da Madre Superiora.

Ao virar uma esquina, quase deu um encontrão numa pessoa que vinha em sentido contrário. Os andrajos indicavam um morador de rua. Mesmo um morador de rua era um potencial perigo na noite dublinesa.

– Uma esmola, por favor, irmã.

A freira procurou nos bolsos do hábito. Não carregava muito dinheiro consigo, mas tinha certeza que, pelo menos um dinheirinho para um café, aquele homem teria.

– Aqui está. Vá com Deus, meu filho.

– Desculpe-me irmã. Mas há muito tempo que Deus me abandonou. – ele respondeu erguendo o rosto horrivelmente queimado.

A mulher gritou, mas já era tarde. Ele a levou para um beco escuro para ali poder saciar sua sede de sangue.

Um grupo de encapuzados viu a cena e seguiu para lá.

O misterioso homem levantava-se do corpo drenado da religiosa quando percebeu a presença dos outros.

– Ora, vejam. Se não é Ormonde, A Besta de Donegal.

Ormonde se virou para o som.

– O que Vossa Graça quer comigo? Sou um nada agora.

– Ah sim! Atacando freiras inocentes, vivendo nos esgotos. Quem diria, Ormonde.

– Estou tentando viver, Vossa Graça. Se bem que não posso chamar isso aqui de vida. – chutou uma lata de cerveja que se cravou na parede.

– Ah sim. Você já teve uma vida antes, Ormonde. Uma vida que chamou a atenção de muita gente.

– Está falando da Vigilância? Eles pensam que eu morri. – deu uma risada sem humor nenhum.

– Sim. Mas nós sabemos que você não morreu, Ormonde.

Algo na voz do outro provocou uma sensação de perigo em Ormonde.

– E o que vocês têm com isso? Vocês estão muito longe da Itália, Vossa Graça.

– Então, Ormonde. Você chamou muita atenção. A Vigilância tem um pacto conosco. Eles nos deixam em paz para levar nossa existência, desde que não chamemos a atenção. Agora temos que fazê-los acreditar em nós novamente. – o outro falava displicentemente enquanto fingia limpar uma sujeira em seu manto negro

– O que quer dizer?

O misterioso homem indicou um dos encapuzados ao seu lado. Uma mulher de cabelos escuros e o rosto em forma de coração.

– Esta é Stephanie. Em sua vida terrena ela foi uma grande escritora. Mas agora... Ela consegue mexer com a imaginação das pessoas, vampiras ou não, de uma forma que você pode gostar ou não.

– Eu estou bem quieto agora, Vossa Graça. Não vai precisar se preocupar comigo! – o desespero permeava a voz de Ormonde.

– Stephanie, termine logo com isso. Quero voltar ainda hoje para a Itália. Guarda. – ele virou as costas para Ormonde

– Sim senhor. – o grupo de encapuzados respondeu em uníssono.

Ormonde nem sentiu a morte vindo. Como uma dádiva, Stephanie proporcionou a Ormonde seu único desejo. E quando sua segunda vida foi interrompida, Ormonde imaginava estar nos braços de sua amada Marion.

***

Há quilômetros dali, David Marshall recebia uma correspondência dos
Estados Unidos. Ele abriu o envelope e dentro havia dois pedaços de papel. Uma folha normal de carta e outra um cartão feito em pergaminho antigo. Ele abriu primeiro a filha de papel de carta.

“Achei que seria um bom presente de casamento. Solomon”

David abriu o cartão em pergaminho. Numa letra aristocrática e antiga estava escrito.

“Caro Sr. Dupont O problema Ormonde foi resolvido. Ele pode ter escapado de sua justiça, meu caro Vigilante. Mas ele não escapou à nossa.”

Um desenhado “A” era a assinatura. Com certeza, Solomon havia restabelecido o pacto de cooperação com os italianos.

Ele jogava ambos os papéis na lareira quando sua esposa, em adiantada gravidez, entrou na sala.

– O que está fazendo, querido?

– Recebendo um presente de casamento atrasado.

– E você joga o presente na lareira? – ela olhou as chamas devorarem o cartão em pergaminho. – Está fazendo de novo, não é? – ela colocou as mãos na cintura.

– Ângela, eu estou fazendo o quê?

Omitindo coisas do seu trabalho.

– Só não quero que você se preocupe. E não é mais o meu trabalho. Ensino história na escola daqui esqueceu? E há coisas que realmente você não precisa saber.

Os dois sabiam que ela tinha poder suficiente para tirar os papeis da lareira sem nenhuma dificuldade. Mas ela respeitou as decisões do marido.

– Sabe que deveria estar sentada agora, não é.

– Ah estou cansada de só descansar. Não me deixam fazer mais nada. Minha mãe e minha avó nunca descansaram em suas gestações. Por que comigo seria diferente? E ainda faltam duas semanas para o bebe nascer.

– Você nunca foi boa em prever o futuro. Se fôssemos ciganos, morreríamos de fome se dependêssemos disso... – David beijou o topo da cabeça dela.

– Estou dizendo. Eu vi o número dois. Se não são dois bebês, são duas semanas. Em duas semanas o bebê nascerá. – Ângela assegurou.

– Ora, Ângela... Será? Eu estou achando que não... – caçoou ele.

Os dois saíram da sala. David ainda brincava com a esposa. As vozes se perdendo a distancia.

Mas, dois dias depois, Ângela deu a luz a um menino saudável de olhos azuis e cabelos castanhos que recebeu o nome de Shane Ângelo Dougherty Marshall.

FIM


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