When someone walks into your heart escrita por pao com leite


Capítulo 1
Conhecendo Rachel Berry Holmes




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Já havia perdido as contas de quantas vezes eu acordei no meio da noite com pesadelos da época que estava no exercito, pra ser mais exata, no Afeganistão, foi terrível, vidas foram tiradas como se não tivesse importância

Sentei-me na cama, enquanto passava a mão na cabeça, na intenção falha de esquecer tudo aquilo. Olhei no relógio e ainda tenho três horas para minha consulta na psicologa, então resolvi postar alguma coisa no meu blog, que inclusive, foi ideia da psicologa, maldita ideia em minha opinião, eu nunca sei o que escrever e a hora demora a passar, odeio não ter nada pra fazer e pra completar, uso uma bengala.

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- Como vai seu blog? - a psicologa perguntou, concentrada no bloquinho de papel em sua mão.

- Bem - horrível, não posto nada, não sei o que escrever e isso é um saco - Muito bem.

- Não escreveu nada, não foi? - Bingo!

- Acabou de escrever: "Ainda tem problemas de confiança" - esta mulher realmente me cansa.

- E você leu o que escrevi de cabeça pra baixo. - claro que eu li - Entende o que quero dizer? - ela faz uma pequena pausa - Quinn, você é uma soldado, demorará um tempo até se adaptar à vida civil, e escrever um blog sobre tudo o que aconteceu com você, honestamente, lhe ajudará.

- Não aconteceu nada comigo. - falei da maneira mais fria que consegui.

E finalmente tocou o relógio, estou livre disto. Não espero ela terminar de falar, me levanto logo e saio.

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12 DE OUTUBRO

- Cadê o carro vermelho?

- Foi para Waterloo, desculpe. Pegue um táxi.

- Não pego táxis.

- Eu te amo.

- Mesmo?

- Pegue um táxi!

Ao desligar a chamada, o homem trajado de um belo terno cinza, entra no táxi.

Horas depois aparece morto em um prédio qualquer. Já na coletiva de imprensa pra falar sobre a morte do tal cidadão.

- Meu marido, foi um homem feliz que viveu a vida ao máximo. Amava a família e seu trabalho, e tirar sua vida desta maneira é um mistério e uma surpresa para todos que o conheciam. - A advogada lia calmamente a carta da esposa do senhor morto para a imprensa.

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26 DE NOVEMBRO

- Táxi, táxi!

Chamava o homem já encharcado por causa da chuva, mas o carro passou direto pois já tinha uma pessoa dentro.

- Volto em dois minutos. - fala o mesmo homem que tentou pegar um táxi.

- Por que? - o homem ao seu lado questiona.

- Pegarei meu guarda-chuva

- Podemos dividir o meu.

Mas seu amigo já estava correndo na direção que haviam passado, só deu tempo de gritar "Dois minutos, certo?"

Ao voltar pra pegar o tal guarda-chuva o homem consegue enfim pegar um táxi, enquanto seu amigo já cansado de o esperar, vai a sua procura.

No jornal: Garoto de 18 anos se suicida, dentro do centro esportivo.

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27 DE JANEIRO

Em uma festa qualquer.

- Ela ainda está dançando? - pergunta o homem para a mulher a sua frente.

- Sim, se isto é dançar. - a mulher responde com desdem.

- Pegou a chave do carro?

- Peguei do bolso dela. - a mulher disse balançando as chaves do carro em sua mão.

- Onde ela está?

A dona das chaves do carro então sai da festa em direção a seu carro, mas quando abre sua bolsa, percebe que a chave não se encontra lá, então pega um táxi.

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COLETIVA DE IMPRENSA.

- O corpo de Beth Davenport, ministra dos transportes foi achado esta madrugada num edifício nos arredores de Londres. Investigações preliminares indicam suicídio. Confirmamos que este aparente suicídio é muito parecido com o do Sr. Jeffrey Patterson e o de James Phillimore. Acreditamos que tenham ligação. Já estamos investigando e o Detetive Inspetor Schuester responderá suas perguntas. - Kitty Wilde acabou de falar e todos os jornalistas logo levantaram a mão.

- Inspetor, como esses suicídios estão relacionados? - perguntou um homem de cabelos cacheados até os ombros.

- Bem, todos tomaram o mesmo veneno - Schuester respondeu calmamente. - Foram achados em locais que não tinham motivo para estar. Não mostravam indícios...

- Não existem suicídios em série. - o mesmo homem respondeu.

- Bem, aparentemente existem. - Schuester rebateu.

- Não há nenhuma ligação entre essas três pessoas? -dessa vez foi um homem careca que lhe perguntou.

- Ainda não encontramos nenhuma ligação, mas... - Schue deu uma breve pausa pra continuar a falar - Estamos procurando. Deve haver alguma.

Foi então que os celulares de todos na sala tocaram, anunciando uma mensagem que estava escrito "ERRADO!"

- Se receberem um SMS, ignorem - foi a vez de Kitty se pronunciar novamente.

- Mas, só diz "errado". - disse o homem da primeira pergunta.

- Ignorem isso. - Kitty disse de forma segura - Se não houver mais perguntas, encerramos essa coletiva.

- Se são suicídios, o que estão investigando? - o mesmo homem careca perguntou.

- Como havia dito, esses suicídios estão claramente ligados. É um fato atípico, e temos nosso melhor pessoal investigando. - Schuester diz convicto.

Novamente chega a mensagem, escrito apenas "ERRADO!"

- Há alguma chance de serem assassinatos? - pergunta uma mulher loira, de óculos - E se forem, é trabalho de um serial killer?

- Sei que gosta de escrever sobre isso, mas estes, foram suicídios. Sabemos diferenciar. O veneno foi claramente auto-administrado. -Schuester falou como se tudo aquilo fosse verdade.

- Sim, mas se forem assassinatos, como podemos ficar seguros? - a loira continuou a perguntar.

- Bem, não cometam suicídio - Schuester falou impaciente.

- Jonal Daily Mail! - Kitty sussurrou para Schuester.

- Esse é um momento assustador, para todos, mas o que podemos fazer, é tomarmos algumas precauções. Estaremos tão seguros quanto desejamos estar.

Após Schuester falar, novamente chega a mensagem. Mas a que chega no celular dele é diferente, diz "Sabe onde me encontrar. RH."

- Obrigado - ele diz e então se tira da sala.

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Em outro lugar, Quinn andava devagar com a ajuda de sua bengala por uma praça qualquer quando escuta alguém chamar-lhe.

- Quinn! - eu conhecia aquela voz, mas de onde? - Quinn Watson Fabray!

Então virei-me para encontrar quem me chamava e parecia ser um colega de faculdade que eu conhecia, mas quem?

- Chang, Mike Chang. Fomos pra Barts juntos. - ele falou animado. Claro que era Mike, só que um Mike bem magro.

- Desculpa, Mike, olá.

- É, eu sei, emagreci bastante. - ele falou dando uma volta, esse era o velho Mike.

- Você ficou ótimo.

- Soube que foi baleada. O que aconteceu? - perguntou indo na direção do banco em que estava e eu o segui.

- Levei um tiro - falei o obvio. - Continua em Barts?

- Lecionando agora, para jovens brilhantes, como éramos. Deus, odeio eles. - riu um pouco e voltou a beber seu café - E você, ficará por aqui pra se ajeitar?

- Londres é cara, para quem vive de pensão - resmunguei mais que falei.

- Não suportaria outro lugar. Não a Quinn Watson que conheço.

- Não sou Quinn Watson - falei de forma fria.

- Charlie não poderia ajudar? - ele perguntou esperançoso, coitado.

- Como se isso fosse acontecer.

- Não sei, dividir um apartamento ou algo assim?

- Quem iria me aceitar como colega de quarto? - perguntei como se fosse obvio, e era, ninguém.

- É a segunda pessoa que me fala isso hoje - ele falou rindo, será que finalmente consegui alguém para dividir apartamento?.

- Quem foi o primeiro?

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Enquanto isso, no hospital, Rachel verificava um corpo de um velho senhor.

- É recente?

- Acabou de chegar - Finn Hudson respondia rapidamente, parecia estar nervoso. - 67 anos. Causas naturais. Trabalhava aqui, eu o conhecia, ele era legal.

- Certo, começaremos com o chicote - falei enquanto fechava o local que o morto estava.

Passei a base de uns vinte minutos chicoteando o corpo do morto e sentindo o olhar de Finn em mim.

- Então, dia ruim, não é? - ele pergunta meio sem jeito.

- Quero saber quais ferimentos surgiram nesses vinte minutos. O álibi de alguém depende dele. Mande-me um SMS.

- Estava me perguntando. Depois, quando terminar... - ele realmente estava nervoso.

- Penteou o cabelo, não estava assim antes - falei cortando-o.

- Eu penteei um pouco. - ele deu um sorrisinho de lado.

- Desculpe, o que dizia? - perguntei voltando a atenção para os papeis.

- Queria saber se gostaria de tomar café. - oh, grande ideia.

- Preto, duas colheres de açúcar, por favor. Estarei lá em cima. - falei saindo da sala.

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Estava terminando de ver o sangue, quando Mike entra na sala com uma mulher que pode se chamar de Personificação da beleza, bem, ela realmente é a mulher mais linda que já vi em minha vida. Sua postura é perfeita, seu cabelo completamente alinhado, um pouco mais alta que eu, tinha um mancar, por isso usava uma bengala, interessante.

- Um pouco diferente do meu dia. - ela se pronunciou.

- Não faz ideia. - Mike disse olhando pra minha mesa.

- Mike, me empreste seu celular? O meu não tem sinal - falei sem tirar a atenção do sangue.

- E o telefone daqui? - ele falou como se fosse obvio.

- Prefiro enviar SMS.

- Desculpe, deixei no meu casaco - falou procurando no ultimo bolso do terno.

- Aqui, use o meu - a loira tirou o seu do bolso e me ofereceu.

- Obrigada. - falei enquanto ia em sua direção pegá-lo.

- É uma velha amiga minha, Quinn Watson Fabray - Mike a apresenta.

- Afeganistão ou Iraque? - pergunto enquanto estou escrevendo o SMS.

- Como? - ela pergunta um pouco confusa.

- Qual, Afeganistão ou Iraque? - insisto.

- Afeganistão, como sabia? - ela pergunta olhando para os pés.

- Finn, café, obrigada - falei me virando para pegar o café, quando vejo que ele bagunçou o cabelo novamente - O que houve com o cabelo?

- Não ficou bom daquele jeito - ele fala constrangido.

- Sério? Estava melhor - provo o café ainda olhando a senhorita Watson - Seu rosto está pequeno agora.

- Certo - ele fala saindo da sala.

- Gosta de violinos? - fiz a pergunta direcionada a Watson.

- Desculpe, o que? - ela parece um pouco confusa.

- Eu o toco quando fico pensando, e às vezes não falo por dias. Incomodaria você? - perguntei encarando-a. - Possíveis colegas de quarto devem saber o pior do outro.

- Falou de mim? - dessa vez ela perguntou a Mike e ignorou minha pergunta. Interessante.

- Nem uma palavra - claro que não, ela mesma me disse tudo, mesmo não querendo.

- Então, quem disse algo sobre colegas? - ela questiona.

- Eu. - falei colocando meu casaco para sair - Disse ao Mike que sou uma garota difícil, pois não achava ninguém. E aqui está ele, com uma velha amiga que retornou do Afeganistão. Não foi difícil deduzir - falei já terminando de colocar o cachecol.

- Como sabe do Afeganistão? - ela pergunta inquieta.

- Gostei de um lugar legal no centro de Londres - ignorei completamente sua pergunta - Acho que podemos pagá-lo. Nos encontraremos lá, às 19h em ponto. Desculpe, tenho que ir. Acho que deixei meu chicote no necrotério.

- Só isso? - ela pergunta indignada

- Só isso, o que? - viro-me antes de abrir a porta.

- Acabamos de nos conhecer e já visitaremos um apartamento?

- Algum problema? - ela ainda quer se conhecer mais? Oh céus.

- Não sabemos nada um do outro. Não sei onde nos encontraremos. Nem sequer sei seu nome - ela fala calmamente.

- Sei que foi médica do exército e voltou devido a invalidez. Tem um irmão que se preocupa, mas não pede ajuda por não gostar dele, talvez pelo alcoolismo ou pelo recém divorcio. A terapeuta acha que seu mancar é psicológico, certo? Para começar está bom, não acha? - falei abrindo a porta e saindo, deixando apenas a cabeça para verem - Meu nome é Rachel Berry Holmes. O endereço é Baker Street, 221B.


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Notas finais do capítulo

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