Destinazione escrita por Nancy


Capítulo 19
Adeus


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!
Primeiro eu queria agradecer por terem acompanhado a fic até tão longe... Sei que desapontei algumas vezes, fiz drama pra ca*****, mas enfim estamos aqui.
Me emocionei escrevendo esse capítulo e espero ter conseguido passar essa emoção nas palavras...
Boa leitura!



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12/11/1513

Querido Ezio;

As coisas não têm sido fáceis. A batalha contra os invasores finalmente foi vencida e apesar de ficar feliz, pois cumpri minha missão, sinto-me perdida. Meu irmão Jaime morreu há alguns meses e embora eu negue que isso afete minha capacidade de pensar, para você posso confessar que é difícil seguir a vida normalmente com todo o peso que está sobre mim agora.

Além de tê-lo perdido, sua esposa também está morta e agora o príncipe Jaime V, com poucos anos de idade, começa a ser preparado para assumir o trono. Estou em uma discussão árdua com o conselho real para que eu assuma o trono enquanto ele não completa a maioridade, pois prometi a Margarida e Jaime que faria qualquer coisa para mantê-lo seguro caso algo os acontecesse. Embora queira tirar esse peso dos ombros dessa pobre criança, não gostaria de ser coroada rainha... Não nasci para isso Ezio. É um peso com o qual eu não consigo lidar.

27/01/1514

Perdoe por não ter sequer terminado de escrever. É pouco o tempo que tenho para me dedicar a mim mesma. Tenho passado todos os dias me empenhando para dar o máximo de atenção à Jaime e são tantas decisões a ser tomadas, há tanto a reconstruir...

O conselho decidiu que minha coroação será dentro de um mês. Ainda não consegui me acostumar com o título.

Minha irmandade está aos pedaços após a traição de um de meus irmãos. Foi ele quem trouxe Césare à minha porta. Consegui esconder a maioria das relíquias ao redor do mundo e acredito que meus aprendizes a protegerão com suas vidas, assim como suas famílias farão ao passar dos anos.

Gostaria de estar na Itália, amo ver os campos da Toscana durante o inverno com suas flores congeladas e as crianças brincando na neve. Mas por enquanto devo me concentrar em minhas crianças que sequer têm roupas quentes o suficiente para sobreviver à noite.

Prefiro não tomar seu precioso tempo contando-lhe mais sobre tudo o que acontece por aqui, afinal não são tempos muito felizes. Mas adoraria ler sobre suas aventuras.

 

14/03/1514

Minha querida Maya;

Nossa missão de tantos anos finalmente chegou ao fim e com isso senti um enorme aperto no coração, afinal foi essa mesma missão que nos uniu há décadas e agora que tudo acabou fico um pouco perdido sobre qual caminho seguir.

Sempre penso na promessa que fiz a você e admito que é mais difícil do que eu podia imaginar.

O inverno veio como um sopro gelado que alivia a dor de uma queimadura grave. Os dias foram calmos e após muitos anos, senti que a Itália finalmente estava em paz.

Sei que deveria ser grato por esse tempo de paz e tranquilidade, mas uma vez que entreguei à irmandade, é difícil me ver em tempos de calmaria. Às vezes me pego pensando em qual será meu propósito nessa vida e me encontro em agonia quando chego à conclusão que de que não tenho uma resposta.

Tenho passado a maior parte do tempo me dedicando ao estudo da maçã e aos manuscritos antigos da ordem, além de alguns outros tomos que pude resgatar das ruínas do castelo em Monteriggioni. É nesses momentos que eu finalmente consigo me acalmar e sentir que de fato temos algum propósito, que a Ordem não existe apenas para que pessoas ruins não façam coisas ruins, mas sim para manter um equilíbrio.

Sobre sua coroação; sei que sempre irá tomar as decisões corretas e que seu povo está em ótimas mãos. Embora me entristeça saber que se sente presa e o fim que realmente teve sua guilda, sei que conseguirá deixar tudo em ordem. Confio totalmente em você, eu e tantas outras pessoas, jamais coloque em dúvida suas habilidades de liderança, você sempre foi ótima com isso.

 

30/09/1514

Ezio;

Peço perdão por tê-lo deixado tanto tempo sem notícias. Achei que não demoraria muito tempo até que as coisas começassem a funcionar devidamente, mas tudo parece ruir pouco a pouco.

A guerra que eu imaginei não ser tão problemática, afinal foi curta, me trouxe mais problemas do que eu podia imaginar. Meu país está completamente falido e tenho tido incontáveis encontros e reuniões para fechar acordos e conseguir o dinheiro necessário para que possamos reviver as cinzas. Meu povo está em condições piores do que as em que os encontrei da primeira vez que coloquei os pés nessas terras. Vejo pessoas famintas nas ruas e a criminalidade crescendo a cada dia e ainda que eu mesma passe fome para alimentá-los, não há muito o que eu possa fazer a não ser bancar a princesa recatada para outros reinos dispostos a ceder misérias em troca de poder.

A Ordem já não existe mais. Os aprendizes que restaram após a guerra, foram dispensados para seguir suas vidas de acordo como achassem melhor, pois eu já não possuo mais condições de treiná-los e dar a devida atenção que merecem. A maioria dos órfãos foram enviados para os países onde estão as relíquias. Sei que lá eles poderão iniciar o treinamento e assim a Ordem não morrerá.

Com o passar do tempo, me vejo com as mesmas dúvidas que você, talvez amplificadas pelo fato de que vejo todos partirem sem jamais ter um fio de cabelo branco. Qual é meu propósito no mundo? A que vim? São perguntas que eu não sei responder e a cada dia que passa me esforço mais para não pensar em um sentido para minha existência.

Gosto de saber por onde anda, o que fazes... É uma forma de me sentir próxima, ás vezes até mesmo como se estivesse em casa. Gosto de fechar os olhos e imaginar uma tarde qualquer no jardim do castelo em Monteriggioni.

Não se esqueça de sua promessa. Quero notícias.

 

15/03/1517

Querida Maya;

Há quantos anos não me correspondo. Confesso que tentei me afastar, pois minha vida entrou em um estágio de dormência qual eu não podia permitir.

Durante todo esse tempo estive buscando respostas.

Cheguei em Acre há uma semana, à salvo e de bom humor, mas preparado para o pior.

Os homens e as mulheres que me alimentaram e me abrigaram aqui também me advertem que a estrada para Masyaf é invadida por mercenários e bandidos não originários desta terra. O que isso poderia significar, eu temo adivinhar...

Quando saí de Roma há dez meses, o fiz com um único propósito. Descobrir o que meu pai não conseguiu. Em uma carta escrita no ano anterior ao meu nascimento, ele menciona uma biblioteca escondida sob as pedras do castelo de Masyaf. Um santuário cheio de sabedoria inestimável.

Então, o que vou encontrar quando eu chegar lá? Quem me cumprimentará? Uma multidão de templários ansiosos, como eu mais temo? Ou nada além do assobio de um vento frio e solitário?

Masyaf não é lar dos Assassinos há quase trezentos anos. Podemos ainda reivindicá-lo como nosso? Somos bem-vindos lá?

Estou farto dessa luta. Não porque eu esteja cansado, mas porque nossa luta parece mover-se em uma única direção. Rumo ao caos.

Hoje tenho mais perguntas do que respostas. É por isso que eu vim tão longe. Para encontrar clareza. Para encontrar a sabedoria deixada para trás pelo grande Altaïr, de modo que eu possa compreender melhor o objetivo de nossa luta. E meu lugar nele.

Se alguma coisa me acontecer, se minhas habilidades falharem, ou minha ambição me desviar, não busque vingança em minha memória, mas lute para continuar a busca da verdade, para que todos possam se beneficiar.

Minha história é uma de muitas milhares e o mundo não sofrerá se acabar tão cedo.

 

03/08/1524

Querido Ezio;

Temo que muitas de minhas cartas tenham-se perdido no caminho até você. Sinto-me feliz após tantos anos. Afinal o conselho começa a discutir a coroação do príncipe Jaime e eu já posso me ver livre de tudo isso.

Tenho algumas cartas na manga, mas a maior delas será minha “morte”, afinal minha querida ama já está velha, assim como eu deveria estar. Não seria surpresa se a Rainha Anne morresse dentro de alguns meses. Será então que eu poderei sair e ver o mundo, me aventurar por terras inexploradas e descobrir coisas que a Ordem já esqueceu há séculos.

Espero que Sofia não se incomode com uma visita, afinal quero conhece-la também. Não sabe o quanto me deixa feliz saber que fez como prometeu e seguiu sua vida. Como está sua pequena menina? Imagino que ela já não seja mais tão pequena, afinal o tempo não para.

Estou ansiosa para conhecer Flavia e Sofia. Enquanto não me liberto dessa prisão, me permito imaginar como será a sensação de poder rever os lindos campos verdes.

A situação econômica da Escócia vem crescendo muito e os tratados nos trazem muitos benefícios. Jaime não terá muito trabalho caso continue como o ensinei por tantos anos. Já não terei o peso em minha consciência quando deixar esse país.

Nos veremos em breve.

 

10/08/1524

Quando eu era jovem, eu tinha liberdade, mas não via. Eu tinha tempo, mas não sabia. E tinha amor, mas não sentia. Muitas décadas irão se passar até que eu entenda o significado de todos os três. E agora, no crepúsculo da minha vida, essa compreensão se transformou em um contentamento. Amor, liberdade e tempo, certa vez tão dispensáveis, agora são o que me levam adiante. Amor... especialmente amor, mio caro. Carinho eterno, minha querida.

Para sempre seu. Ezio Auditore.

x

Com aquela última carta em mãos, a fita vermelha que Ezio sempre manteve em seus cabelos agora prendendo os cachos ruivos e o anel de prata preso em um cordão em seu pescoço, Maya correu por sob os telhados das construções próximas ao mercado de Firenze, onde encontraria a família Auditore, segundo o que havia dito uma das pessoas a quem perguntou enquanto procurava por Ezio em sua propriedade.

Do topo da torre da igreja mais próxima ao centro da praça, ela avistou Ezio sentado em um banco de pedra, ele sorria ao observar uma mulher de cabelos acobreados e uma menininha ao seu lado. Maya também sorriu ao notar que eram Sofia e Flavia, por um momento ela se deixou observar as duas escolhendo verduras, mas em poucos segundos voltou a atenção para Ezio e então seu coração parou e o ar lhe faltou. Ele segurava o peito e olhava para ela no topo da igreja, mas já não havia mais luz em seus olhos.

Os cabelos da cor do fogo foram a última visão de Ezio, que mesmo turva pela idade, ainda podiam identificar aquele rosto ainda tão jovem apesar da idade. O Assassino fechou os olhos calmamente, feliz por tê-la visto uma última vez e partiu em paz, sabendo que havia feito tudo o que podia pelo mundo.

Maya não fez esforço para conter o choro ou os soluços, pois ela sabia que aquele momento chegaria, mas jamais imaginou que não teria oportunidade de encontrar o amor de sua vida uma vez mais. Por dois longos dias aquilo foi tudo o que ela conseguiu fazer. Não sabia para onde ir ou o que fazer.

Ao início do terceiro dia, ela finalmente conseguiu forças para se levantar e lentamente descer do topo a igreja, onde havia permanecido todo aquele tempo. A passos lentos e sem se preocupar com a guarda baixa, ela seguiu para a fazenda onde a família Auditore vivia. A alguns metros da casa, estava a lápide com o nome de Ezio e ainda com flores e pequenos envelopes com homenagens. Maya se ajoelhou em frente a pedra cinzenta e suspirou, contendo as lágrimas que teimavam em escorrer.

“Adeus Ezio...”


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Notas finais do capítulo

Eita rapaz... escorreu mais um suor masculino enquanto eu revisava o capítulo pra postar... Mas não é nada, é que está bastante calor aqui, só isso. É suor!
Bem, eu queria dizer que isso não é um adeus. Ainda não entramos em hiatus. Eu trarei mais um capítulo dessa temporada, simplesmente pelo fato de que eu não conseguiria deixar nosso casal preferido acabar assim, apesar desse ter sido o final que eu imaginei desde o começo da fic. Me apeguei bastante à eles, por isso trarei um final alternativo.
Assim que tiver um tempinho estarei de volta.

Mamãe ama vocês. Obrigada por lerem!



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