I Can't Love You escrita por hpforever


Capítulo 8
Não Vou Esperar


Notas iniciais do capítulo

Heeeey
Esse cap tem bastante informação importante !
Não quis dividir em duas partes, então vai assim mesmo.
Até beeem lá embaixo, pq ta grande e.e



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–Olha só, então é por isso que você não atende as minhas ligações?!- contesta ela, nervosa.

–Desculpa Fer, olha... – tento dizer, mas ela faz sinal pra eu parar de falar.

–Eu pensei que você gostasse de mim Henrique!!! Mas você só estava me usando pra manter a sua imagem!- as lágrimas escapavam dos olhos dela- eu te odeio!

–Eu sei que estou sendo um babaca, mas...

–Isso não tem explicação! Eu já entendi tudo! Mas pode ter certeza de que você vai se arrepender de ter feito isso comigo!- ela afirma e dá as costas pra mim, andando com passos apressados.

–Fernanda! Fernanda!- chamo, mas ela não responde.

Apoio os cotovelos nos joelhos e escondo o rosto nas mãos.

–Esse término já devia ter ocorrido faz tempo- comenta Breno- dá pra ver que você não gosta dela...

–Cala boca Breno! Sei que não devia ter magoado ela, mas eu precisava namorar alguém.

–Precisava pra que?

–Pra afastar meus pensamentos de você... – eu o encaro.

–Essa não é a solução, Henrique. Se você me ama não vai conseguir esconder por muito tempo, e assumir não vai ser o fim do mundo!

Eu respiro fundo.

–Você tem razão- afirmo, conformado.

–Tenho?!- ele se surpreende.

–Tem... Pode até ser difícil enfrentar meus pais... Mas tá sendo mais difícil ainda esconder isso deles- eu olho no fundo dos olhos dele- eu te quero, Breno. Quero muito, e estou sofrendo por não poder te ter, por não poder dizer que estou apaixonado, que estou amando...

Vejo lágrimas brotarem nos olhos dele e ele sorri, me abraçando.

–Aah Henrique! Isso é tudo que eu queria que você entendesse!

Eu o aperto contra mim, em seguida nos separo.

–Mas não quero que faça isso por mim... Quero que faça por você!

Eu assinto com a cabeça.

–Pode deixar... Quando eles voltarem de viagem eu vou falar.

–Tudo vai ficar bem- ele diz e segura minha mão.

Quando há um problema e uma pessoa diz que “vai ficar tudo bem” é muito difícil acreditar, é difícil pensar que a pessoa não está dizendo isso somente para te fazer sentir melhor. Mas eu acreditei totalmente quando o Breno disse isso, pois ele olhou nos meus olhos, falando com confiança, e também porque eu sei que o Breno nunca mentiria pra mim.

Point Of View: Manoela

Acabei de correr no lago e voltei pra casa, tomei um banho e me joguei no sofá da sala. Meu Deus, o que será que esses meninos estão fazendo que nem voltaram pra casa ainda? Decido mandar uma mensagem pro Raffa.

Manu: Onde você tá?

Raffa: Sorveteria, pq?

Manu: Nada não. Tá com os meninos?

Raffa: Tô sozinho. Pq?

Manu: Quer vir aqui em casa?

Raffa: Tô indo.

Depois de uns 5 minutos, o menino tocou a campainha. Eu nem me dei ao trabalho de atender a porta, apenas gritei que estava aberta e ele entrou.

–De boa aí no sofá?- ele diz, caminhando até mim.

Usava uma camiseta branca e uma bermuda cinza escura. Carregava o mesmo ar descontraído e o sorriso torto nos lábios.

–Pois é- digo sorrindo e ele se senta ao meu lado- sabe, eu queria te dizer uma coisa...

–Então diga.

–Estou adorando o jeito que está me tratando- começo- sabe, eu estava pensando... E se a gente começar a namorar de verdade?

Ele engasgou com a proposta.

–O quê?! Como assim namorar de verdade?

–Ué Raffa, namorar sério, com aliança e tudo....

–Não, não! Não estou pronto pra essas coisas!

–Como não, você já tem 17 anos!

Ele põe as mãos no rosto e joga a cabeça para trás.

–Olha Manu, eu sei que você gosta de mim, e acredite, eu também gosto muito de você! Mas eu não gosto de compromissos.

–Por quê? Se a gente se gosta, não deveríamos ficar juntos?!

–A grande maioria dos relacionamentos na nossa idade não terminam bem- ele justifica.

–Então a solução que você encontrou foi não se relacionar?!- pergunto.

–Claro que não. É tipo aquele lance de pegar mas não se apegar, entendeu?

–Não acredito que está dizendo isso- digo, olhando pra ele, incrédula.

–Olha, já falamos sobre isso. Sabe que eu tenho medo de te machucar...

–Eu confio em você- eu interrompo.

–Mas eu não confio em mim; sei que vou acabar fazendo bosta... E se eu te machucar vou acabar me machucando.

–Então o que tá rolando ente a gente?!

–Sei lá... A gente não precisa de rótulos. Vamos só viver.

–Só viver?! Ok.

–Ok?!- ele pergunta desconfiado- simples assim?

–Você quer que eu complique?

–Não, claro que não!

–Então tá bom! É melhor você ir, a Raquel não te vê desde ontem...

–Olha só, tá até me expulsando...- ele murmura baixo.

Nos dirigimos até a porta e sinto o olhar desconfiado dele sobre mim.

–Então... A gente se fala?- ele pergunta inseguro.

–Veremos!- respondo e fecho a porta na cara dele.

É só o que me faltava ele querer me fazer de brinquedo! Não vou servir para matar a vontade dele, mas não mesmo! Ele vai aprender que eu tenho valor.

Ontem me tratou tão bem... Dormiu do meu lado, pensei que estava mudando de ideia. Mas claro que isso não ia durar muito tempo. Como se eu não desconfiasse que ele só queria me usar.

Ele quer fazer joguinho? Tudo bem. Mas eu que vou dizer quais serão as regras.

Point Of View: Raffa

Menina maluca.

Um dia ela me trata bem, me chama pra dormir com ela, e no outro me vem com uma dessa?! Ela me conhece e sabe que eu não nasci pra compromisso!

Monto em minha moto e dou partida, rumando para casa. Estava enrolando até o último minuto para ir pra lá, mas já estou morrendo de fome e com saudade do meu quarto.

Chegando lá, vejo minha madrasta sentada à mesa da cozinha mexendo num monte de papeis.

–O que está fazendo?- pergunto estranhando aquilo.

–Lembrou que tem uma casa?- ela desvia o assunto.

Eu me aproximo e pego um dos papéis, lendo-o em seguida.

–O que está fazendo com a minha certidão de nascimento? O que é tudo isso?

Ela hesita em responder.

–É-é, eu preciso por umas coisas em dia... – ela fala sem olhar pra mim.

–Sei... – digo desconfiado.

–Vai arrumar algo pra fazer, vai menino!

Eu saio da cozinha, rumando em direção ao meu quarto. O que ela está fazendo com aquele monte de papéis? Posso não gostar dela, mas a conheço e sei muito bem quando ela está mentindo; com certeza tem muito mais coisa aí do que ela quer me contar.

Ao adentrar o cômodo pego minha guitarra encostada na parede e me atiro na cama, começando a tocar.

Toco uma música conhecida do NX ZERO, chamada “Cedo ou Tarde”, essa é minha música preferida no mundo, até tatuei o refrão dela nas minhas costas. “Cedo ou tarde a gente vai se encontrar, tenho certeza numa bem melhor. Sei que quando canto, você pode me escutar”. Dedico essa música pro meu pai, lembro dele toda vez que a canto, pois eu sei que esteja onde estiver, ele está olhando por mim e sei que ainda vou vê-lo de novo.

Point Of View: Henrique

O resto do sábado e o domingo passaram tranquilamente. Eu me abri muito mais para o Breno, chamando-o de “amor” e de “lindo” nas mensagens, óbvio que apagava tudo depois, mas estávamos praticamente namorando.

Já disse pra Manu que vou contar aos nossos pais sobre nós e ela me apoiou muito, disse que se eles me tratarem mal, vai ficar do meu lado.

Minha mãe e meu pai chegaram ontem a noite, lá pras 23:00, hoje, segunda-feira, estávamos todos à mesa tomando café da manhã; era uma oportunidade ótima para falar.

–Pai- começo- eu preciso te falar uma coisa.

–Filho, agora eu estou na correria, me fala depois- diz ele já se levantando da mesa.

–Mas é importante!- protesto.

–Depois, Henrique, depois! Tenho coisas muito mais importantes que tenho que resolver hoje! E tem muito a ver com a gente- ele me corta rigidamente, pegando suas coisas e indo para fora de casa; rumo ao trabalho.

Me recosto na cadeira com um ar pasmo no rosto.

–A noite você fala com ele, filho- diz minha mãe, se levantando também- sabe que seu pai é ocupado.

–Eu queria dizer agora!- eu parecia uma criança mimada.

–Qual é a diferença entre dizer agora e dizer à noite?

–Que a noite eu posso não estar mais com coragem de contar... – digo num sussurro que só Manoela ouviu. Ele me olhou compreensiva.

–Vamos para a escola?- chama minha mãe.

Eu e minha irmã nos levantamos das cadeiras e a acompanhamos até um dos carros na garagem.

Claro que eu esperava chegar na escola e ver o Breno, mas ele não estava lá. Esperei ele chegar enquanto estava sentado no banco com meus amigos, mas o sinal tocou e ele não apareceu.

Como ele pôde me abandonar aqui? Sem nem avisar, nem dar motivo, nada! Deixei uma mensagem no celular dele e entrei para a aula, impaciente.

Parece que as 2 primeiras aulas demoraram uma eternidade enorme para passar, eu estou preocupado e sentindo tanto a falta do Breno, que quando dei por mim estava escrevendo seu nome em todas as folhas do meu caderno. Ai Deus, eu o amo.

Na terceira aula a professora nos passou uma matéria muito importante para estudarmos e pediu para que eu passasse para ele. Óbvio que eu disse sim, pois de qualquer jeito, ia arrumar uma desculpa para ir até a sua casa.

O tempo se arrastou e a hora do recreio finalmente chegou. Saí para o pátio em companhia do Raffa, e logo vi num canto, a minha ex-namorada conversando com Fernando. Logo deduzi que coisa boa não deve ser, pois eles sussurravam com cuidado para ninguém ouvir. Das duas uma; ou eles estão marcando de se pegar, ou estão tramando alguma coisa.

Só espero que não seja comigo.

Point Of View: Manoela

Eu estava sentada num dos bancos do pátio com Flávia ao meu lado e Laura em seu colo, mas meus olhos iam em direção ao Fernando, que cochichava algo com sua xará, Fernanda. Engraçado eles terem o mesmo nome, só espero que a personalidade não seja parecida; essa Fernanda é uma vaca.

Quando eles terminaram de falar, me levantei do banco e fui em direção à ele, que agora estava sozinho encostado na parede.

–Fala Manu!- ele me cumprimenta animado, passando a mão pelos cabelos.

–E aí, Fer?- cumprimento.

–Posso saber que milagre aconteceu por você vir falar comigo?- ele pergunta, fazendo charme.

–Ué, somos amigos não somos?- digo, fingindo inocência.

–Infelizmente.

–Infelizmente?!- indago, surpresa.

–Friendzone é uma bosta- explica ele e eu dou uma risada.

–A gente podia fazer alguma coisa hoje à tarde- sugiro, dando de ombros.

Ele ergue uma sobrancelha.

–Sério que você tá me convidando pra sair?

–Estou- confirmo.

–Então como eu posso recusar?- ele sorri.

–Você curte ar livre?- pergunto.

–Curto sim.

–Então te desafio a correr comigo.

–Uau, é um desafio?- ele ri- está aceito, princesa. Você não sabe com quem está lidando, adoro correr!

–Hahaha, quero ver você me acompanhar! Te espero na minha casa às 14:00!

–Fechou!- ele concorda e ficamos ali batendo um papo bem legal.

Quando o sinal bateu, vi Raffa passar por mim quase cuspindo fogo, aposto que ele ficou nos observando o tempo todo e está morrendo de ciúme. Mas se meu encontro com o Fernando está incomodando ele, é porque meu plano está funcionando.

3 aulas depois, o sinal bateu, graças a Deus! Já não aguentava mais escrever e estou morrendo de fome.

Saímos portão a fora e minha mãe já estava a nossa espera. Um saco isso de ter que ir e voltar de carona com a mãe, mas a escola é longe de casa e Henrique ainda não tirou carta.

Entramos no carro e chegamos logo em casa. Fui largando a bolsa pelo sofá e subindo as escadas, a fim de trocar de roupa. Pus um shorts curto preto de cóton e uma regata rosa bem soltinha, deixando os lados do meu sutiã branco apareceram por acaso.

Quando desci as escadas novamente o almoço já estava servido. Me sentei à mesa no lugar de sempre, em frente ao Henrique e lhe lancei um olhar significativo. Ele apontou a cabeça para a cadeira da ponta, onde meu pai sentaria agora se ainda não estivesse fora.

–Por que meu pai não veio almoçar?- indaga meu irmão- ele está no trabalho?

–Não amor- responde minha mãe. Ela é loira e sua fisionomia lembra extremamente bem a de Henrique, eles parecem irmãos, se minha mãe fosse um pouco mais nova, diria que gêmeos. Já eu puxei tudo pro meu pai- ele está resolvendo umas coisas com um advogado.

–Advogado?- estranha ele- algum problema?

–Não, problema nenhum. Logo vocês vão ver, e na verdade, acho que vão gostar da surpresa.

Eu e Henrique nos entreolhamos.

–Surpresa?- dizemos em uníssono.

–Sim, virá esses dias- ela fala sorrindo.

Fiquei extremamente curiosa. Mas minha mãe não deixou que perguntássemos mais nada, murmurou algo dizendo que tinha terminado e saiu da mesa.

–Eu vou passar a matéria para o Breno, ele faltou da escola- avisa Henrique.

–Ok, filho- responde ela.

–O Breno te avisou que iria faltar?- ele se dirige a mim.

–Não. E também não respondeu minhas mensagens.

–Nem as minhas. Será que aconteceu algo?

–Não sei- digo, ainda concentrada na comida.

–Bom, vou lá ver- ele se levanta da mesa e sobe as escadas, depois volta com a roupa trocada, pegando sua mochila e saindo porta a fora.

Point Of View: Henrique

Fui até a casa do Breno e apertei a campainha. O pai dele atendeu.

–Oi, Henrique!- ele cumprimenta.

–Olá, Mário- respondo- o Breno está aí?

–Está sim, só não sei se está acordado- ele diz, me dando espaço para passar.

–É que a professora pediu para passar a matéria que ele perdeu. É importe.

–Sobe lá! Ele não foi hoje porque não estava se sentindo muito bem.

–Tudo bem- eu digo e começo a subir as escadas.

Chegando no andar de cima, abri a porta de seu quarto lentamente, encontrando o menino dormindo igual a um bebê enrolado nas cobertas, de costas pra mim. Me aproximei e fiquei olhando-o dormir tranquilo. Tão lindo.

Ouvi ele murmurar algumas palavras sem sentido e abafei uma risada. Ele deve estar sonhando.

–Tá acordado?- perguntei baixinho e não obtive resposta.

Dei a volta na cama e ele não se mexeu. Sentei na beirada e comecei a acariciar seus cabelos timidamente. Queria acordá-lo, mas não tinha coragem de fazê-lo.

–Rique, eu quero dormir- ele murmura com a voz carregada de sono. Pera, ele me chamou de “Rique”?

Deixo a mochila no chão ao lado da cama e me deito ao seu lado.

–Como sabe que sou eu?- pergunto, deslizando a mão para sua cintura.

–Seu cheiro é marcante e seu toque é inconfundível- ele sorri, ainda de olhos fechados- mas eu quero dormir.

–Nada de dormir. Abre o olho- peço, carinhosamente.

Ele abre os olhos e sorri sem mostrar os dentes.

–Me dá um “bom dia” pelo menos- pede ele fazendo bico.

–Está cheio de manha, hein?- falo sorrindo. Ele dá de ombros, aumentando seu sorriso.

Eu não resisto e aproximo mais meu corpo do dele, lhe dando um selinho demorado, em seguida murmurei “bom dia” ainda contra seus lábios.

–Foi o melhor bom dia que eu já recebi em toda a minha vida- ele elogia.

Eu sorrio, ele volta a fechar os olhos e eu voltei a acariciar seu rosto, logo percebi que ele estava quente.

–Você está com febre, Breno- aviso.

–Minha cabeça está doendo- ele reclama com a voz rouca- acho que estou com gripe.

–Relaxa, vou cuidar de você- digo, e ele aninha seu corpo ao meu, me fazendo ficar de barriga para cima, deitando sobre o meu peito.

Ficamos assim por quase meia hora, eu não me cansava de olhá-lo dormir, até que ele acordou e me mirou. Azul-piscina passou a ser minha cor favorita; a cor de seus olhos.

–O que acha de levantarmos?- sugeri.

–Preciso de um banho- ele fala, erguendo seu corpo de cima do meu. Eu estava gostando daquela posição, mas ele é pesado e senti alívio quando levantou.

–Pode ir, vou ficar te esperando.

–Não vai fugir?- ele brinca.

–Pode apostar que não- respondo.

Ele sorri e caminha em direção ao banheiro, coçando a parte detrás da cabeça sonolentamente.

Ele não demorou a terminar e logo saiu do banheiro, com uma toalha amarrada na cintura e se dirigiu ao guarda roupas.

–Quer que eu feche os olhos?- perguntei, sorrindo.

Ele apenas me olhou revirando os olhos e deixou a toalha cair, me dando a visão de sua bunda redonda e completamente perfeita. Isso me deixou excitado e puxei um travesseiro para o meu colo discretamente.

Ele se vestiu com uma bermuda jeans e uma camiseta verde de mangas compridas. Ele se virou para mim sorrindo.

–Dá pra tirar meu travesseiro daí? Eu vou dormir nele depois- ele ri e sai do quarto.

Eu deixo o travesseiro de lado e pego minha mochila no chão do quarto, descendo as escadas atrás dele.

O menino deu bom-dia para o pai que estava na sala e rumou para a cozinha, procurando algo para comer nos armários. Logo encontrou cereais e se serviu com um pouco de leite.

–Você quer?- ele me oferece.

–Já almocei- respondo.

Ele se senta e começa a comer. Eu puxo uma cadeira ao seu lado.

–Vou deixar meu caderno pra você copiar a matéria, ok?

Ele me olha um tanto decepcionado.

–Preferia que você explicasse pra mim- ele pede, fazendo bico. Sua voz estava bem mais rouca que o normal, por conta da gripe. Aquilo era incrivelmente sexy e ao mesmo tempo fofo.

–Tudo bem- cedi.

Ele terminou de comer e pegou seus cadernos também.

–Estou voltando pro hospital- avisa o pai dele- provavelmente só voltarei a noite. Vai ficar bem, Breno?

–Vou sim pai- ele responde.

–Vou trazer remédio pra você.

O menino assente com a cabeça e o médico se vai, nos deixando sozinhos em casa.

–Você já contou pro seu pai?- ele indaga- sobre nós?

–Eu tentei, mas não deu certo, ele estava com pressa pra sair hoje cedo, e não apareceu pra almoçar. Vou falar quando voltar em casa.

–Está com medo?

–Estou- confesso.

Ele põe sua mão sobre a minha em sinal de apoio.

–Vamos começar?- mudo de assunto.

–Vamos.

Ele começa a copiar a matéria, enquanto eu a explico pra ele. Uns 20 minutos depois, ele terminou.

–Acho que já vou indo- digo, me levantando da cadeira.

–Não- ele também se levanta e pega minha mão- fica aqui comigo?

Me diz como resistir àquela carinha de anjo?

–Ok amor- ele sorriu abertamente. É a primeira vez que o chamo de amor- mas vou voltar antes de escurecer.

–Tudo bem.

Nós fomos para a sala e ligamos a TV num filme que passava. Me sentei folgadamente em seu sofá e ele se aninhou em mim, acomodando a cabeça na curva do meu pescoço, e assim ficamos na nossa bolha impenetrável de amor.

Point Of View: Manoela

Não faço a menor ideia de quanto tempo faz que estamos correndo, mas já ultrapassamos 4 km com certeza. Fernando corre mais do que eu esperava, tive que me esforçar em dobro para conseguir deixa-lo pra trás.

–Chega, eu desisto!- rende ele, parando de andar e erguendo as mãos.

Eu solto uma risada e faço uma curva, indo em direção a ele, alguns metros atrás.

–Tenho que admitir que você foi melhor do que eu esperava- digo, sentando ao lado dele num dos bancos.

–Eu gosto de correr- ele diz e dá de ombros.

–Não sabia disso.

–Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim.

Eu o encaro e seus olhos se tornam penetrantes. Ele se aproximou mais de mim e meu corpo enrijeceu. Lembro que das últimas vezes que ele tentou me beijar não terminou nada bem.

Porém, ele põe uma mão delicadamente em minha face e aproxima seu rosto do meu lentamente, no segundo seguinte iniciamos um beijo calmo e até carinhoso. Quando terminamos ele se afasta e sorri.

–Nosso primeiro beijo era pra ter sido assim- diz ele, pondo uma mecha do meu cabelo para trás.

Eu retribuí seu sorriso, mas não sabia bem o que dizer.

–Já tá cansado?- questiono, quebrando o silencio. A julgar pela sua camiseta suada e sua respiração ofegante a resposta era óbvia.

–Já?! Nem sei quantas voltas demos nisso aqui!- responde ele- eu preciso é de um banho!

–Tô morrendo de fome- digo, levantando-me do banco- vamos lá pra casa então, minha mãe saiu e meu pai só volta a noite.

–Beleza- ele diz num sorriso malicioso demais para o meu gosto.

Nós caminhamos em direção à minha casa, que estava completamente vazia. Logo nos dirigimos à cozinha, onde eu abri a geladeira e fiquei uns 5 minutos só analisando o que tinha lá dentro.

–O que você vai querer?- resolvo perguntar.

–Qualquer coisa- responde ele- tem pão?

–Tem- digo, pego o presunto e o queijo, fechando a geladeira. Fui até o armário e peguei o pão. Fiz 4 desses lanches e pus na chapa.

Me dirigi a mesa, onde Fernando estava sentado e puxei uma cadeira à sua frente. O menino mexia no celular concentradamente, com um sorriso no rosto.

–Com quem está falando?- quis saber.

–Fernanda- responde ele.

–Sobre o que?- podem crer, era curiosidade, não ciúme.

–Sabia que ela pegou seu irmão e o Breno juntos? Agora ela tá puta da vida.

Fico de boca aberta.

–Putz, belo jeito de terminar a relação –digo irônica.

–Pois é. Ela vai fazer de tudo pra infernizar a vida do seu irmão.

–Coitado... – murmuro.

Depois de 10 minutos o pão estava pronto. Coloquei-os num prato e chamei Fernando para subir.

–Vai comendo aí, enquanto isso posso tomar banho?- indaga ele. Acho que não importava minha resposta, pois ele já estava tirando a camisa.

–Claro- respondo mesmo assim.

Eu ligo a TV e me posiciono de bruços na cama, com o prato à minha frente, pego meu celular, mas ele estava sem bateria. Logo lembrei de que o carregador estava no banheiro e me levantei indo até lá.

Não, eu não vou esperar ele acabar.


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Notas finais do capítulo

(aquela carinha) u.u
Parei aí pq se não ia ficar enorme msm...
No próximo tm surpresinha hehe''
Beijokas
@omgdudda



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