I Can't Love You escrita por hpforever


Capítulo 1
Capítulo 1 - Melhor Levar um Extintor!


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, já tenho esse cap guardado faz um tempinho, e só agora tomei coragem pra continuar a fic!Espero que gostem



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“Desejei tanto que a sexta-feira chegasse, que agora ela está uma merda”, twitto e guardo meu celular no bolso do shorts. Como se já não bastasse ter ido da escola pra casa a semana inteira, aguardando que o fim de semana chegasse para que eu pudesse ir à maior festa do ano, minha mãe resolveu que não sou madura o suficiente para ir. Fernando é cheio de querer dar festas assim, de uma hora para outra, é um menino que sempre quis me pegar, ele é dois anos mais velho e estuda na classe do meu irmão, Henrique. Já tenho quase 15 anos e não sou mais uma menininha inocente! Mas vai enfiar isso na cabeça da minha mãe... Bom, deixa eu me apresentar, tenho 14 anos, me chamo Manoela Longstride, sou morena, meus cabelos são lisos e compridos, sou alta, e tenho olhos verdes, meu irmão é praticamente meu oposto, loiro e branco que nem papel, nossos olhos são idênticos, me dou super bem com ele, o problema é que mesmo sendo a mais nova, ele sempre foi o “queridinho da mamãe”, eu sempre fui mais rebelde. Sou alegre, divertida e animada, não tenho medo de me entregar e curtir a vida, fico viajando por aventuras na minha mente, a maioria delas com um garoto incrível que se chama Raffael... Mas minha mãe sempre aparece pra me puxar de volta à realidade. É bem o que ela está fazendo agora.

–Por que o Henrique pode ir e eu não?!- pergunto pela milésima vez.

–Porque ele é responsável!- ela me responde, arrumando as coisas na sua bolsa- eu tenho que trabalhar Manoela, não tenho tempo pra isso!- que novidade, ela nunca tem tempo pra mim! Depois de dizer isso, ela caminha para a porta e se vai.

–Ainda insistindo maninha?- indaga Henrique, que estava atirado no sofá da sala.

–Isso não é justo, tenho maturidade suficiente para ir a uma festa... – eu me sento ao lado dele- me leve?

–Eu não posso se ela não deixar!

–Aff, você é um chato!- reclamo e cruzo os braços, fechando a cara.

–Não faça esse biquinho fofo pra mim!

Reviro os olhos e me dirijo para meu quarto. Minha casa é enorme, meus pais tem uma rede de salões de beleza espalhados pelo país inteiro, por isso vivem de cara no trabalho e viajam sempre! Mas eu não me importo, porque afinal, assim eu tenho mais liberdade... E é todo esse trabalho que sustenta os meus luxos! A casa tem dois andares, no primeiro fica a sala, sala de visitas, cozinha, copa, banheiro, escritório e uma sala de jantar, no segundo andar há 4 quartos, um dos meus pais, um meu, outro do meu irmão e outro reserva, todos eles tem suíte.

Ao adentrar o local, me atiro na cama de casal de colcha roxa, que fica em frente do meu aparelho de televisão e DVD. Na parede dos fundos tem a porta que vai para o banheiro e no canto minha escrivaninha com o meu notebook, lá perto também há a porta que vai para o closet, onde ficam minhas roupas e maquiagens. A minha parte preferida do meu quarto é num canto onde fica um sofazinho roxo, ele fica encostado numa parede de vidro, onde dá vista para o lago do parque que há em frente à minha casa.

Eu me arrumo na cama agarrando um dos travesseiros e pego meu celular, havia uma mensagem de Breno, meu melhor amigo:

Breno: E aí Manu, convenceu sua mãe?

Eu: Nem deu! Mas tô querendo muito ir... Seu primo vai?

Breno: O Raffa? Claro, ele não perde uma festa por nada, aquele menino é terrível! Rsrsrsrs

Eu: Rsrsrs, sim é verdade! Queria me encontrar com ele...

Breno: Tá cada vez mais apaixonada hein? E você sabe que ele não é nenhum cavalheiro!

Eu: Sei! Mas aquele jeito de bagunceiro me atrai, fazer o quê? E falando em paixões, como anda sua paixão pelo meu irmão? Rsrsrsrs

Breno: Platônica! :(

Eu: Que dó! Mas você sabe que ele é hétero!

Breno: tsc tsc...

Eu: Mas me ajude com o Raffa, vai!

Breno: Calma, estou indo aí na sua casa, meus créditos não são eternos!

Eu: Blz

Eu vou dar um jeito de ver o Raffa hoje, ah se vou!

Não se passou nem dois minutos e Breno tocou acampainha, desço as escadas e corro para a porta, mas Henrique já tinha atendido.

–E aí cara?- cumprimenta meu irmão.

Henrique estava sem camisa, então antes de responder, Breno passou os olhos pelo seu tanquinho sarado.

–Oi, vai pra festa hoje?

–Vou, é as 22:00 né?

–Sim, eu também vou.

–Nos vemos lá então! E amanhã à tarde você vem aqui em casa pra gente terminar de fazer o trabalho de história, certo?

–Pode deixar!

–Vem Breno, vamos subir!- eu chamo.

Ele me acompanha de volta para meu quarto.

–Você podia babar um pouco menos!- brinco depois de fechar a porta.

–Dá muito na cara que eu gosto dele?- ele questiona, se sentando no meu sofá roxo.

–O que você acha?!

–Ai eu não sei! Será que ele suspeita?

–Acho que não, ele nunca me falou nada... Mas acho que você deveria contar pra ele.

–Tenho medo de perder nossa amizade.

–Igual eu com o Raffa, nos conhecemos desde pequenos, somos muito amigos, tenho medo de estragar isso!

–Vocês dois tem tudo a ver!- ele aprova.

–Então me dá uma forcinha?- peço fazendo bico.

–Annw, para de ser fofa! Claro que te ajudo! Já tenho até um plano...

–Sério?!- eu me sento ao lado dele- qual?!

–Não sei se vai funcionar, mas é assim, você vem pra minha casa e diz pra sua mãe que vai dormir lá, mas leva na bolsa sua roupa para ir pra festa, ela não sabe que eu vou, aí você vai comigo!

–Perfeito! Claro que vai funcionar!

–Você vai ver o Raffa lá, aí você tenta dar em cima dele. Eu vou ver se tomo coragem e me declaro pro Henrique também...

–Eu também acho que vocês tem tudo a ver, só falta ele gostar de meninos...

Breno suspira.

–Não quero mudar quem ele é só quero que ele goste de mim como eu gosto dele...

–Eu te entendo! Você sabe que tem o meu apoio!

–Valeu amiga, te amo- ele diz e me dá um beijinho no topo da cabeça.

–Eu sei!- me levanto e vou para meu closet.

–O que vai fazer?- ele pergunta.

–Separar a roupa para ir pra festa!

–Ata... Separa uma bem sexy hein!

–É melhor você levar um extintor, bonitinho, porque essa festa vai pegar fogo!

.

.

“Mas como diz um velho ditado, a esperança é a última que morre”,twitto e guardo novamente meu celular no bolso. Já avisei minha mãe que vou posar na casa de Breno, ela deixou porque considera o Breno um bom exemplo e adora ele! Meu irmão desconfiou quando me viu sair, mas acho que ele não vai me dedurar, nós somos fiéis um com o outro!

A casa do Breno fica só há alguns passos da minha, pois minha casa é de esquina e basta atravessar a rua que já chegamos à casa dele.

Nós entramos e eu logo vi os pais dele; sua mãe é uma perua de mão cheia, nasceu em “berço de ouro” e por isso não trabalha, eu não vou muito com a cara dela, ela é muito preconceituosa e forçou a maior barra quando descobriu que o filho é gay. Já o pai é supertranquilo! Ele é médico e sempre apoiou o filho.

–Oi Manu, tudo bem?- ele me cumprimenta.

–Tudo certo tio!- respondo.

–Vem, vamos no meu quarto!- chama Breno.

Nós subimos as escadas e fomos para o andar de cima, a casa do Breno também é enorme, no mesmo estilo da minha. Ao adentrar o quarto dele, joguei minha bolsa em cima da cama e me deitei nela.

–É melhor a gente começar a se arrumar- ele propõe.

–Também acho. Quem toma banho primeiro?

–Vai você, enquanto isso eu decido a minha roupa- ele diz.

–Ok- eu me levanto e vou em direção ao banheiro do quarto.

–Manu!- eu me viro- depois quero fazer seu cabelo ok?

–Ok!- concordo dando risada.

Eu tomo um banho quente muito relaxante, adoro o chuveiro do Breno porque sai o dobro de água do que chuveiros normais! Depois de me secar e vestir calcinha e sutiã, saio do banheiro. Breno se encontrava mexendo em seu celular.

–Nossa, demorou hein!- ele reclama

–Seu chuveiro é divino, ele não me deixa sair!

Ele ri.

–Anda, se veste logo!- ele manda.

Vantagem de ter um melhor amigo gay: você pode ficar semi nua na frente dele e ele não vai querer te comer! E olha que meu corpo é lindo (modeste a parte) tenho coxas grossas, bunda grande e barriga sarada, e apesar das pessoas sempre me provarem o contrário, eu me acho muito gorda, mas isso é um problema que eu falo mais tarde, vamos nos concentrar nas coisas boas!

Eu me visto com uma blusa pink de renda nas costas e uma mini saia preta, nos pés coloco botas de cano curto, e enquanto o Breno toma seu banho (que é 10 vezes mais rápido que o meu) eu faço minha maquiagem. Ele não demora pra sair do banheiro, se veste com uma calça jeans preta e uma camiseta polo lilás, e então, vai pentear o meu cabelo. Ele faz uma escova e chapinha, prendendo algumas mexas da parte da frente para trás.

–Pronta?

–Pronta!

–Então vamos embora!

–Calma, vamos tirar uma foto né?!

–Aah sim, vamos! Tem um espelho ótimo no corredor!

Nós saímos do quarto e nos posicionamos em frente ao espelho, onde eu tirei 2 fotos nossas, uma de corpo inteiro e outra só do ombro para cima.

Depois nos dirigimos à garagem, onde o Breno pegou um dos carros de seu pai, um Celta Preto de quatro portas. Já eram 22:28 de acordo com meu celular, que estava sendo levado junto com a minha carteira dentro de uma bolsinha de mão preta brilhante. Ele saiu da garagem comigo no banco do carona, só rezo para meus pais não estarem lá fora, se me pegarem eu estou ferrada! Por sorte a rua estava vazia, um dos carros do meu pai também não estava mais na garagem, o que quer dizer que o Henrique já foi para a festa também.

O Fernando (dono da festa) mora quase do outro lado da cidade (e São Paulo é bem grande!) então nós demoramos a chegar. E enquanto íamos, eu reparei em como essa cidade é bonita à noite, vários prédios altos e luzes acesas, outdoors de propaganda piscando, restaurantes e lojas iluminadas, pelo menos nessa parte tudo parece perfeito, tão perfeito que por um momento pensei que estava em Londres!

Quando chegamos, Breno estacionou o carro e fomos para a casa dele, ou melhor, para o apartamento. Fernando mora numa cobertura de um prédio muito chique, ele ainda é menor de idade (está no 3º colegial, na classe do meu irmão, do Raffa e do Breno), mas os pais dele moram fora do país, então decidiram o emancipar, não sei como tiveram coragem de deixa-lo morar sozinho nessa cidade grande, sendo que ele não tem nem um pingo de juízo na cabeça, mas fazer o quê?!

Eu e Breno subimos o elevador até o último andar e tocamos a campainha, lá do lado de fora não dava para ouvir absolutamente nenhum barulho, mas quando Fernando abriu a porta, uma música quase ensurdecedora entrou nos meus ouvidos.

–Entrem!- ele grita.

Nós sorrimos e adentramos o local. Lá dentro estava muito calor, haviam cerca de 200 pessoas, a maioria dançando, algumas sentadas na sala, outras na cozinha, comendo batatas fritas, bebendo bebidas fortes e até fumando.

–Vamos sentar ali!- Breno diz um pouco mais auto do que o normal, por conta da música.

Nós nos sentamos de frente para o balcão da cozinha, lá em cima tinha algumas garrafas e copos coloridos com canudos e ingredientes, acho que você pode montar sua própria bebida. Sem saber muito o que estava fazendo, eu peguei um copo vermelho e misturei suco de morango, leite condensado, um pouco de uísque e vódika, depois peguei um canudinho branco e tomei um gole. Eca! Está muito forte! Mas fica uma delícia com o leite condensado. Eu já bebi outras vezes, nunca tomei porre, ou voltei pra casa bêbada, mas ir pra festas de garotos do 3º colegial irresponsáveis você pode esperar o quê?! Vai ver é por isso que minha mãe não queria me deixar vir, mas agora que estou aqui vou aproveitar e me divertir ao máximo; não vim até aqui à toa, pode apostar que essa noite vai ser longa!

E vocês não tem ideia do quanto.


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Notas finais do capítulo

Comentem pra eu saber o que acharam, se curtirem posto o próximo amanhã mesmoBeijos *--*