Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 82
Infiltração no Triskelion




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Após muito tempo me balançando pela cidade, eu chego ao telhado do novo Triskelion. De longe já conseguia ver o estranho visual do novo prédio - ele possui a forma de um jota. Pelo visto, o poder inflou mais ainda o ego de Justin Hammer.

–Certo, Quatermain. Cheguei ao quartel-general da HAMMER.

–Senhorita Drew...

–Me chame pelo meu nome

–Eu não sei que nome você está usando. Então, nossos técnicos estão rastreando as plantas do prédio. Em breve teremos conhecimento de todas as salas e esconderijos do local.

–Você quer que eu espere ou entro logo? Tenho um relógio, sei me grudar na parede e estou vestida de preto, me camuflar não será difícil.

–Pode entrar, mas seja cuidadosa. Quando tivermos as plantas saberemos aonde elas estão.

–Entendido.

Como sou curiosa, azarada e ao mesmo tempo sortuda, provavelmente eu irei encontrar algum plano maligno da HAMMER. Já aconteceu comigo na HIDRA, então acredito em qualquer coisa.

Eu entro pela saída de ar. Como não posso arriscar uma longa queda, devo me segurar pelo metal, que está muito quente. Nossa, vou derreter! Esqueci que eu visto couro.

–Não foi uma boa ideia vir por aqui - Falo para mim mesma. Preciso parar de falar sozinha.

Após um tempo rastejando pelo metal quente e reclamando do calor, enrolo uma teia na grade e chuto-a. Seguro a teia para não fazer barulho com a queda da grade. Aos poucos vou descendo a grade no chão. Quando consigo, eu saio desta saída de ar. Nunca mais faço isso! Nunca!

–Qua...Quater...main - Digo, ofegante por conta do calor - Diga...conseguiu...algo.

–Que voz cansada. Você está bem?

–Sim. Só preciso...água...muito calor...

–Entendi. Você entrou pela saída de ar. Pelo visto eles mantiveram a armadilha. Se quiser descansar e recuperar o fôlego...

–Não...Eu aguento - Menti. Estou quase morrendo por conta do calor e do couro.

–Vamos continuar então. Ainda rastreando o GPS no corpo da agente Morse, ela está no andar 23. Antigamente era o andar da fisioterapia. Não sabemos ainda no que transformaram-no.

–E...Cassie?

–No que seria o laboratório nos tempos da SHIELD. Ela está mais perto de você. Para onde você decide ir?

–Bárbara. - Digo sem pensar duas vezes. - Preciso...reforços...para Cassie

–Certo, Mulher-Aranha. Se isso ajudar, no andar abaixo ao seu existia uma cozinha para os agentes. Talvez tenha água por lá.

–Como chego lá?

–Eu sugeriria o elevador, mas não seria inteligente. Vá pelas escadas de incêndio.

–Certo.

Nunca senti tanto calor como agora. Eu retiro minhas luvas e enxugo minhas mãos, já que estão suadas. Recoloco-as, ligo a camuflagem e caminho para frente. Preciso ignorar a sede e me concentrar em achar o andar 23. Por coincidência, encontro dois agentes da HAMMER em... discos... flutuantes. Eu sigo-os e eles entram no elevador. Felizmente a camuflagem funciona muito bem e não me notaram.

–Andar 21 - Diz um deles.

–Identificação visual: Agentes Joe Connor e Tommy Larsson. - Diz uma voz computada. De repente, o elevador começa a se mexer.

–Ainda não acredito que o Gardner pegou uma das principais agentes da SHIELD.

–A SHIELD não existe mais, Joe. Aquilo é apenas um grupinho ciumento e despreparado. Vão ser executados em breve.

–Executados? - Eu falei baixinho e logo tapei minha boca. É a mania de falar sozinha. Sorte que o computador não reconheceu minha voz. Os agentes, por outro lado...

–Disse alguma coisa?

–Não.

O elevador parou e eles saíram. Eu também saí e escalei a parede até parar no teto. Bom, só preciso subir alguns lances de escada e encontrarei a Bárbara no 23° andar. Não é tão difícil, exceto que eu estou morrendo de sede e ainda com calor.

–Está na escuta?

–Estou, mas não poderei responder. - Digo depressa e bem baixinho. No exato momento, outros dois agentes da HAMMER apareceram.

–Conseguimos as plantas. Cassie está nos laboratórios, exatamente no andar 46. A agente Morse está numa sala conhecida por um nome em chinês. Não somos bons na língua, mas segundo nossos agentes infiltrados significa...

–Execução?

–Exato! - A voz dele foi de extrema surpresa - Como você sabia? Desculpe, esqueci que você não pode falar muito. Vire a esquerda e você chegará à escada de incêndio.

Eu obedeci e realmente aquilo se confirmou, mas nem precisei abrir a porta. Mais dois agentes surgiram, ainda conversando sobre os novos prisioneiros. Parece que Bárbara e seus agentes são sucesso por aqui.

–Certo, entrei. Diga que não há câmeras.

–Não há câmeras.

–Você disse isso por dizer ou porque não há câmeras?

–Disse por dizer. Estou verificando. É melhor manter-se com a camuflagem ligada até garantir a ausência de câmeras.

Eu suspiro impaciente ao ver tantas escadas. Até sinto dor de cabeça...Não, é só o sentido-aranha. A porta atrás de mim se abriu e bateu em minhas costas. Eu atrapalhei a entrada de quem queria entrar.

–O que está emperrando a porta? - Gritou um homem. Dei um passo para o lado e protegi meu rosto da batida que a porta quase me deu. - Nada.

–Acho que precisa de conserto. Estas portas emperram facilmente.

–É a beleza da tecnologia Hammer - Sussurro. Felizmente ninguém ouviu.

Eles desceram as escadas. De repente tive uma ideia melhor do que subir as escadas. Por que não escalar a parede? É exatamente isso que eu faço. Em poucos instantes, chego à porta do andar 23 poupando fôlego e energia.

Ao girar a maçaneta, porém, descubro que está trancada. Afasto-me um pouco dela e dou um chute forte, mas nada acontece.

–Quatermain, não consigo abrir a porta. Quatermain? - Não consigo ouvir o que ele diz.

Infelizmente, ocorrem chiados no ponto eletrônico, atrapalhando nossa comunicação. Ótimo momento para isso acontecer. Tento novamente abrir a porta com um chute. Coincidentemente, um agente solitário está descendo as escadas neste exato instante.

–Certo, querida. Vou chegar depois do serviço e...

Sem pensar duas vezes, pego-o pelo pescoço e jogo-o contra a parede. Ele reage, dando uma cambalhota e caindo ridiculamente no chão. Disparo teias nele e prendo-o no chão. Em seguida, pego o celular e desligo a ligação. Também desligo minha camuflagem e me apoio ao lado dele.

–Não tente gritar ou não será uma coisa legal para você. - Digo, com a voz mais fria que consigo fazer.

–Quem é você? O que quer comigo?

–Quero saber de uma sala neste andar. Creio que saiba qual eu estou falando.

–Terá que me matar para descobrir.

–Acho que não, agente... - enquanto conversávamos, eu roubei a carteira dele com a identidade. Aparentemente é verdadeira. - ...Scott Powells. Perceba que eu estou com seu celular e sei que você tem uma esposa. - Viro a tela do celular para ele - Olha, ela está ligando. - Atendo o celular.

–Alô. Scott? A ligação caiu, eu acho.

–Não é o Scott, senhora Powells. Sou uma...amiga íntima.

–Amiga íntima?

–Deixe-a fora disso. - Diz o agente, quase gritando. Eu tapei a boca dele com minha mão.

–Exatamente, sou muito íntima! Temos nos encontrado nas últimas noites e ele sempre me comparou a ti. - Olhei para o agente, que parecia estar prestes a chorar.

–Não estou enten... - Desliguei o celular.

–Se não quiser que ela pense que eu sou sua amante e temos um caso, diga o que quero saber.

–Nunca entrei na sala, mas é a terceira porta à direita.

–Obrigada. - Dou um soco no rosto dele, fazendo-o desmaiar. Como não posso deixá-lo aqui no chão, prendo-o no teto. O celular? Esmaguei, mas não antes de enviar uma mensagem à esposa dele.

"Foi um mal-entendido. Era meu amigo brincalhão. Chego daqui a pouco. XX"

Devo admitir que foi divertido. Pego o cartão de acesso que estava em sua carteira e passo na porta. Oba, funcionou! Reativo minha camuflagem e entro na terceira porta à direita, como ele disse. A sala é escura. Ativo a visão noturna de minhas lentes e consigo enxergar melhor. Ou devo dizer, consigo enxergar nada.

–Está vazia?! - Gritei e logo tapei minha boca. - Quatermain, está aí? - Meu sentido-aranha vibrou. Estranho isso.

–Sim, estou aqui. - Diz uma voz, mas não do comunicador.

As luzes se ligaram, confirmando que a sala está vazia. A porta atrás de mim se fecha com violência, revelando um homem loiro e de óculos. E ele não é o Quatermain, aliás.

–Pode desligar a camuflagem, eu sei que está aí, Mulher-Aranha. Ou devo dizer Jessica Drew?


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Notas finais do capítulo

Comentem aí qualquer erro que encontrarem.
Como podem ver, nossa Jessica Drew está mais perigosa a cada capítulo. Mais perigosa e mais desastrada também.