Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 35
Mansão de mutantes




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Esta escola de superdotados fica muito longe. Nem sei que território é este. O lugar é coberto por árvores imensas, fica até difícil encontrar sozinha. Logan estacionou essa nave debaixo de uma quadra de tênis que abriu misteriosamente com nossa aproximação. Foi bizarro. Aqui é tão tecnológico quanto a SHIELD.

Por incrível que pareça, debaixo desta mesma quadra de tênis ainda haviam outros aviões, além daquele Pássaro Negro que pilotaram durante a invasão demoníaca. Na verdade, isto é um hangar maior tão grande quanto o encontrado no aeroporta-aviões da SHIELD.

–Jéssica, por aqui - disse Logan. Finalmente consegui convencê-lo a não me chamar de guria.

Passamos por uma porta automática e subimos por um elevador. O elevador tremia muito, senti até medo por causa da velocidade, mas me aguentei.

Saímos do elevador e eu vi o corredor da escola. Era magnífico, parecia com aqueles corredores que se vê em filmes ingleses. Até as estátuas góticas são parecidas. Além disso, o corredor estava cheio de crianças e adolescentes. Eles andavam de um lado para o outro como se procurassem alguma coisa.

–O que eles estão fazendo? - perguntei para Logan enquanto passávamos por elas.

–Horário de aula. - ele disse.

Deveria imaginar isso, afinal aqui também é uma escola para mutantes. Muitos minutos depois o corredor ficou vazio. As crianças haviam entrado em suas respectivas aulas. Enquanto isso, Wolverine e eu continuávamos caminhando pelo extenso corredor. Honestamente, eu estou cega por aqui, pois conheço absolutamente nada desta incrível mansão.

No fim do corredor, Logan abriu uma porta e nós entramos nessa sala. Parecia um escritório e tinha uma cadeira virada para a janela. Não sabia se tinha alguém sentado ali, mas estava curiosa.

–Acabamos o tour? - perguntei.

–Nem começamos. Charles, trouxe visita para você. - ele disse.

–Tudo bem, Logan. Ficaremos a sós. - disse uma voz em minha cabeça.

–Quem disse isso? - perguntei para Logan, mas ele já não estava mais aqui. - Legal, me deixou falando sozinha.

–Você não está sozinha, senhorita Drew. - disse a mesma voz em minha cabeça - Não tenha medo. - A cadeira atrás da mesa se moveu e alguém estava sentado nela. Ele era careca, tinha cara de 50 anos, as pernas estavam bem colocadas na cadeira. - Meu nome é...

–Charles Xavier. - interrompi ele sem querer - O senhor é a maior autoridade sobre mutantes. Eu li sobre o senhor na SHIELD.

–Creio que o que tenha lido sobre mim tenha sido bastante superficial - falou ele. - Por exemplo, naquela ficha não diz que sou um mutante, assim como todos aqui no instituto.

–Não diz. E como você sabe meu nome? - perguntei perturbada. Agora que eu percebi que ele me chamou de senhorita Drew.

–Como lhe disse, sou um mutante. Tenho a capacidade de ler mentes. E me comunicar telepaticamente. - a voz em minha cabeça falou novamente. Ou melhor, a voz dele em minha cabeça. - Creio que você tenha pedidos a mim.

–Sim, eu tenho. Queria saber se sou uma mutante. Você poderia descobrir?

–Claro. - sua cadeira começou a se mover. Eu havia esquecido que Charles Xavier é cadeirante. - Por favor, deite-se aqui.

Ele pediu para que eu deitasse em uma cama macia, como se fosse a de um terapeuta. Me deitei, olhando para o teto. Uma sombra apareceu acima de minha cabeça e eu conseguia ver o rosto do Xavier.

–Limpe sua mente para que facilite meu trabalho. Feche os olhos e fique calma. Não vai doer. - dizia. As mãos dele encostaram em minha cabeça e eu fechei os olhos.

A única coisa que eu via era uma imensa escuridão. De repente, porém, vi outra coisa. Eu via duas pessoas. Uma era uma mulher loira, branca, alta e usava roupa de cientista. A outra pessoa era um homem, tinha o cabelo castanho, parecia ter quase 40 anos, uma barba mal-feita, tinha olheiras e vestia-se também como um cientista.

A mulher segurava algo nos braços, parecia uma bebê recém-nascida enrolada em um lençol laranja. Eles conversavam sobre algo sobre aranhas, radiação, sangue. Não entendia a conversa. Então, percebi uma coisa: estes são meus pais. E a criança no lençol sou eu! Depois, tudo ficou escuro novamente. E outra imagem surgiu.

Era um homem. Ele usava um capacete rosa pontudo, seu corpo era coberto por uma armadura rosa, os braços eram prata. Aquela armadura era semelhante à do Homem de Ferro. E havia um lençol amarrado em sua cintura. A cor também era rosa. Seus olhos estavam brilhando na cor vermelha. Atrás dele, tudo estava escuro. É como se ele estivesse me encarando.

–Você é a próxima, Jéssica Drew! - ele falou.

–Não! - eu gritei assustada. E acordei daquela viagem esquisita. Porém, o Professor Xavier estava no chão se contorcendo todo. - Charles! Charles! Alguém ajuda! - gritava. - Alguém me ajuda!


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