Annabelly senta-se perto do caçador, mas mantendo certa distância. Ela não sabia o que ele podia tentar e agora, estava sem o Dale para protegê-la.

–E então, o que a rainha das sombras veio fazer aqui?! –Perguntou, ainda deitado.

–Só quero conversar. –Respondeu.

–Por que você iria querer conversar comigo?! Eu tentei te matar. –Diz o caçador.

–É sobre isso que eu queria conversar. Se você realmente quisesse me matar, já o teria feito. Então, por que não matou?! –Pergunta

–Do que você ta falando... –Harper foi interrompido por Annabelly

–Ah faça-me o favor. Eu conheço o seu tipo e sei que você é um ótimo caçador. E também é excelente quando o combate é corpo a corpo, mesmo que esteja em desvantagem. Então, me responda.

–Ok, você me pegou. Sim, eu teria conseguido vencer aquele vampirinho se quisesse. Mas me permite que fosse derrotado. –Explicou, sentando-se.

–E por quê?!

–Eu não podia te matar. Você me lembra a minha irmã, só que é mais bonita.

–Isso foi um elogio?! –Perguntou a rainha

–Leve como quiser. Creio eu que não deve ser o primeiro elogio que vossa majestade recebe.

– É, não é mesmo. Mas me conta, o que aconteceu com a sua irmã?!

–Ela morreu. Fomos pegos enquanto fugíamos com o diamante da rainha da Dinamarca.

–Vocês eram ladrões?! –Perguntou a rainha

–Tínhamos que sobreviver de alguma forma. Meus pais morreram quando eu tinha apenas 12 anos. Tive que cuidar dela. –Diz Harper. – Pouparam A minha vida e me baniram do país, mas infelizmente não pouparam a vida dela.

–Eu sinto muito.

–Não tem que sentir.

–Vamos falar de outra coisa. Diga-me, quem é a pessoa que mandou me matar.

–Não adianta perguntar, eu não irei dizer.

–Harper, eu preciso saber. Seu eu confio em um traidor, eu tenho esse direito. E se não é o meu tio, não imagino mais quem possa ser. –Diz Annabelly

–É melhor assim. Que você não saiba. Até por que, se eu disser você não iria acreditar em mim.

–Claro que iria.

–Anna, você não me conhece nem há 5 minutos.

–Mas eu sinto se você falar a verdade. Imagine-se no meu lugar. Você iria querer saber. Não iria?! –Annabelly questiona

–Não. Acho melhor ficar sem saber, do que descobrir que uma pessoa que eu gosto muito, não é aquilo que sempre se mostrou. –Diz Harper

Annabelly percebe que não iria conseguir arrancar nada de Harper, então simplesmente desiste.

No castelo, Jensell caminhava até a cozinha real, onde Darla encontrava-se comendo uma maçã. Após perceber a presença do mordomo, a rainha decide conversar.

–Jensell, você estava no quarto do Duque, não é?! –Pergunta

–Sim, eu estava. Ele apenas perguntou se eu havia dado os remédios para seu irmão. –Disse o mordomo

–Pelo menos com o irmão dele, ele se importa. Ele disse algo á respeito da Anna?!

–Não, majestade.

–Eu estou preocupada, Jensell. Será que a Anna está bem?! Será que ela está em perigo?! Nunca passamos tantos dias longes uma da outra.

–Não se preocupe, ela deve está bem. Conheço Anna desde que ela era apenas um bebezinho, ela sabe se virar. –Diz o mordomo

–Ela é como uma irmã pra mim. Quando ela voltar, irei dizer á ela que não é nada fácil ser rainha, e que isso não é pra mim. –Darla sorri- Parecia tão simples quando ela era que governava.

O Duque caminha até a cozinha e encontra os dois conversando. Ele desvia seu olhar á Darla.

–O rei quem ver-te. –Diz

–Bom, irei ver o que o Rei quer. –Diz Darla. –Conlicensa.

Darla deixa a cozinha e sobe a escadaria até o quarto do rei. Ela bate na porta e o rei a permite que entre. Assim ela faz.

–Queria falar comigo, majestade?! –Pergunta Darla

–Sim, Darla. Sei o que está acontecendo. Meu irmão contou-me tudo. Infelizmente, por mais que Anna volte para o reino, não sei se ela conseguiria governá-lo e agüentar-se diante de todas as pessoas. –Diz o rei

–Aonde vossa majestade quer chegar com isso?!

–Darla, eu gostaria que você governasse o reino permanentemente.

–O que?! Eu não posso fazer isso. Eu não sei se agüentaria a pressão de ser rainha e... –Darla é interrompida pelo rei.

–Sei que agüentaria. Por favor, você é como uma segunda filha para mim. Uma da poucas pessoas que têm a capacidade de governar o reino. E também, sei que Anna ficaria muito feliz se isso acontecesse.

–Bom, se é da vontade de vossa majestade, e se isso fizesse Anna feliz, então eu aceito. Irei dar o meu máximo e prometo que não irei desapontá-lo.

–Sei que não.

Darla se reverencia como forma de agradecimento ao rei e retira-se de seus aposentos. Annabelly e Haper continuavam conversando, até o caçador querer saber mais sobre o passada da vampira.

–E você, Rainha?! Qual é a sua história?!

–Bom, desde que nasci moro no castelo. Meu pai e minha mãe sempre foram muito protetores comigo. Jensell também já era o mordomo, sempre cuidou com a gente. Minha melhor amiga, Darla, é como uma irmã pra mim. O pai dela era um grande amigo do meu, mas ele e sua esposa morreram quando a Darla tinha seis anos, então meus pais, com pena, decidiram mantê-la no castelo. Ela sempre me cobria em todas as travessuras que eu fazia. Tudo era perfeito pra mim. Mas, no meu aniversário de 22 anos, foi quando tudo começou. Dale me transformou em vampira e então, começou o meu sofrimento.

–E você namora o vampiro que te colocou nesse inferno?!

–Eu sei que é meio doido, mas eu realmente gosto dele. Guardei esse segredo por três anos, não contei a ninguém. Minha mãe morreu ao cair da escadaria do castelo. Darla tentou socorrê-la, mas já era tarde. Então, fui coroada a rainha. Até, descobrirem meu segredo e eu ter que fugir.

–Puxa, que história. Até parece coisa de novela.

Os dois sorriram e a vampira encarou os olhos verdes do caçador, encantada.

–Bom, agora irei dormir. Por que ao contrário de você, eu sinto sono. –Diz Harper, deitando-se novamente. –E também, seu namoradinho deve estar preocupado com você.

–Não é com ele que eu quero ficar agora. –Diz a rainha

Lentamente, Annabelly deita-se em cima de Harper. Seus olhares se encontram e os dois acabam tendo um intenso e demorado beijo. Os dois passam a noite inteira juntos, e seus sentimentos, crescia cada vez mais.

Amanhece, Annabelly encarava o amanhecer do sol, ainda dentro da caverna. Harper acorda e percebe que a garota ainda estava lá, mas a mesma não percebe que ele havia acordado. Lentamente, o caçador se aproxima da vampira e beija seu pescoço. A rainha sorri.

–Promete-me uma coisa?! –Pergunta ele

–O que?!

–Você vai me perdoar por fazer isso.

–Isso, o que?!

De imediato, Anna não entendia o que o rapaz queria dizer, até sentir uma estaca de madeira, atravessando seu estômago. A vampira desmaia nos braços do rapaz, que a cobre com um casaco, para protegê-la do sol. Então, sai da caverna.

Pouco tempo depois, Dale entra na caverna e percebe que Harper não se encontra.

–Droga. –Sussurra

P.O.V Annabelly

Abri os olhos. Senti uma pequena dor no estômago, mas anda demais. Olhei em volta e percebi que não estava mais na caverna, também não estava mais na floresta. Eu sabia exatamente onde estava, mas não era o lugar que eu queria estar. Eu me encontrava no calabouço do castelo. Eu estava de volta, onde tudo começou.